A poluição dos carros nas duas maiores metrópoles brasileiras mata mais que os acidentes de trânsito, de acordo com o Instituto Saúde e Sustentabilidade, ligado à USP. O número de mortes atribuídas à poluição no Estado do Rio, em 2011, foi de 4.566, 50% a mais que os óbitos em acidentes de trânsito, que foram 3.044. Em São Paulo a poluição provocou o dobro de mortes, 15.700 frente aos 7.867 do trânsito. Pela projeção do instituto, a poluição em São Paulo ainda vai matar 256 mil pessoas até 2030, mesmo que as emissões caiam 5% ao ano até lá.
Para o Rio, não há projeção, mas os pesquisadores estimam que a má qualidade do ar causou a morte de 14 pessoas, em média, por dia, entre os anos de 2006 e 2012, num total de 36.194. As mortes por poluição também vão ultrapassar os óbitos por câncer de mama, de próstata e por Aids nos dois estados.
E a poluição vem dos carros: em São Paulo, 90%, e no Rio, 77%. O estudo concluiu que a poluição no Estado do Rio ultrapassa em duas vezes o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em São Paulo, entre as causas mais prováveis de mortes estão doenças respiratórias, como asma e bronquite, e câncer. Já no Rio, são câncer de pulmão, infecções das vias aéreas e pneumonia. O cálculo, conta Evangelina, considerou dados da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e da OMS.
Caio Maurílio Godoi da Hora, natural e residente Delmiro Gouveia – Al. 20 anos, graduando de Engenharia de Produção na Universidade Federal de Alagoas – UFAL
CELEBRIDADE IN FOCO: Qual é o seu maior sonho?
Caio Maurílio – Atualmente uma das coisas mais almejadas em meus planos é trilhar carreira bem sucedida como modelo… Algo que sempre foi muito cortejado por todos da minha família. Porém ao meu alcance encontrasse minha graduação que possibilitará ter uma vida bem estruturada e daí quem sabe ter condições melhores para buscar o sonho de ser Modelo
CELEBRIDADE IN FOCO: Qual é o seu objetivo para o futuro?
Caio Maurílio – Já deixei esboçado na pergunta anterior uma parte da resposta, como havia comentado é concluir minha graduação para poder ter uma boa e bem estruturada condição de vida, e também aproveitar todas as oportunidades que surgirem na busca do meu sonho.
CELEBRIDADE IN FOCO: Sabe que hoje as dificuldades são grandes, por ser um sonho de muitos jovens. Qual é o conselho que daria para um jovem que busca esse sonho?
Caio Maurílio – todos tem que ter a consciência de que encontrarão obstáculos e dificuldades, pelas poucas oportunidades que existem alcançar esse sonho vai exigir muito de si próprio, então trilhar em busca dele superando todas as dificuldades no caminho, sempre com fé, perseverança e foco naquilo almejado, não baixar a cabeça, deixar desanimar e desistir jamais.
CELEBRIDADE IN FOCO: O que você mais gosta de fazer?
Caio Maurílio – Ler, praticar esportes, sair com os amigos e familiares
CELEBRIDADE IN FOCO: Antes de você virá mister, você já era modelo?
Caio Maurílio – Pode se dizer que sim, pelo fato de ter participado de outro concurso de beleza e desfilar por algumas lojas, mas como já disse antes as oportunidades são poucas
CELEBRIDADE IN FOCO: Você se considera um jovem bonito? É qual é parte do seu corpo que você mais gosta?
Caio Maurílio – Sim, me considero bem atraente. Poderia dizer que gosto do meu corpo todo, seria resposta bem cabível, cuido dele por completo sem restringir uma única parte, mas gosto muito do meu rosto e cabelo.
CELEBRIDADE IN FOCO: Uma mensagem para os leitores
Caio Maurílio – Agradeço a todos que compartilham aqui um pouco do meu sonho, e quero deixar um abraço a todos, espero que gostem. E para todos os jovens que buscam o mesmo sonho espero que agarrem todas as oportunidades possíveis e usem as derrotas como experiência e que acreditem porque tudo tem um momento certo, coloca Deus em primeiro plano na tua vida que ele sabe o que faz.
Os dias eram os que preludiavam o final do ano. Havia ternas lembranças de histórias de tempos idos nas mentes dos que já haviam amadurecido. Sendo fim de ano, com muita propriedade vinham. As casas, as lojas, as ruas cheias de gente. No limiar de mais uma mudança de ciclo, o que mais havia era efusão de sentimentos, de modo especial nos que detinham mais idade. O que estivera por muito guardado, nessa época aflorava, dizendo o quanto as pessoas mesmo amando tão pouco, como gostariam de serem amadas. Despejadas dos postes, das fachadas das lojas, das árvores da praça, cascatas de luzes a se derramar, inundava as calçadas. Gente alegre ia e vinha portando pacotes coloridos, vozes exaltadas. Dilúvio de cores dizia de fortes sentimentos a serem revividos. E tudo, tinha tudo para ser muito bom.
A igreja, a farmácia, a loja de brinquedos. Os bares com suas toldas coloridas, lembrava Paris “A cidade Luz” da Belle Époque. Mesas nas calçadas, homens de terno e gravata, chapéus de massa, vastos bigodes, bebiam cerveja em tulipas douradas esfumaçadas de gelo. Belas damas com seus vestidos longos recompensavam as vistas masculinas com generosos decotes de colo. Cigarros finos, entre os dedos bem cuidados, ornados de jóias, finas piteiras, e a fumaça ia desenhando serpentes que levemente subiam e sumiam, espalhando aroma de tabaco no ar. Polidamente misturando-se a perfumes cítricos e suaves. Liberados das peles dos casacos, das ricas vestes e colares brilhantes. Diríamos que daria pra tirar dali magníficas aquarelas de T. Lautrec. Orvalhado céu de estrelas jamais intencionaria competir com esfuziantes chuva de luzes dos brinquedos na praça onde crianças alegremente faziam a festa.
Pedro era garçon no Bar “A Lira dos Vinte Anos” olhava pra porta da igreja, os degraus cheios de gente. Era o branco a cor predominante nas vestes. Ainda mais esfuziante que as frugais luzes das lanternas hasteadas nas mãos dos coroinhas. Dali a pouco o padre iria celebrar a última missa do ano. As luzes da nave apagadas, tornando ainda mais solene a triunfal entrada do cortejo. Somente as seis velas que representavam os dias da semana, tendo a cruz de Cristo ao meio, iluminavam o altar. E o presépio montado ao lado do sacrário recebia unicamente a tênue luzinha vermelha duma lamparina. Permanentemente acesa para lembrar que Cristo sempre presente estava. Numa tradição trazida do longínquo período medieval. Naquele tempo eram alimentadas com azeite puro de oliva, ou cera de abelha. E o coral composto por meninos celibatários que deveriam seguir a ordem no tempo determinado. Enchiam a igreja com suas vozes agudas que lembravam querubins e serafins. Apesar do barulho e do intenso movimento das ruas Pedro conseguia pensar. Pensava que quando saísse dali iria pra casa de sua avó Júlia com quem morava. De certo a encontraria ainda acordada a olhar o velho álbum de fotografias. Perguntaria se ele já havia jantado, ele diria que sim, e a aconselharia que fosse dormir. Porém ela só iria quando ele estivesse deitado. Uma das fotos permanecia debaixo do abajur no criado-mudo. Era a foto de um homem vestido de terno de linho com um chapéu na mão. Era do seu avô Francisco, a muito já havia falecido.
Jarbas o pai de Pedro, naquela manhã do primeiro dia do ano, lembrava do filho. Fazia dois anos que não se via, a trabalho fora morar noutra cidade. Tinha por tradição pagar uma promessa de todo fim de ano. Inventava uma caridade, uma penitência. Isso porque havia alcançado uma graça. Certa vez vinha pelo meio da feira, e começou a passar mal. Trôpego veio vindo pela rua Rotary. Algumas pessoas conhecidas observou que daquele jeito parecia estar bêbado. Cambaleante foi ajudado a chegar a casa. Não era efeito de bebida alcoólica, tinha acabado de sofrer um acidente vascular cerebral. Ficou prostrado na cama somente o tempo que dona Olga, a mãe de Pedro, conseguiu uma ambulância que o levaria para a Santa Casa de Misericórdia em Maceió. Passou mais de quinze dias na UTI e conseguiu se recuperar ficando algumas sequelas. Um braço esquecido, o maxilar dormente, mas a fisioterapia e sua fé em Deus, fez com que recuperasse parte dos movimentos. A promessa daquele ano era ir novamente a pé, até a pedra do urubu. Encimada da capelinha do padre Cícero. Ainda escuro sairia de casa. Levaria consigo mantimentos, porque outra vez, quando chegasse a determinado lugar deixaria estrada. Embrenharia na caatinga por mais de meia hora. Pra chegar num lugar deserto donde avistaria o casebre de Jaconias, um octogenário ermitão. Ficaria horas esperando que ele saísse pra fazer o papel dum papai Noel do sertão. Jaconias já se acostumara com aquela situação, a cada fim de ano. O dia amanhecia e poria os pés descalços dentro da mata, ia orar ao pé da cruz no alto da serra. E ao voltar encontraria sua choupana totalmente remodelada. As vasilhas lavadas, águas no pote, tudo varrido e limpo. Novos forros de cama, roupas limpas, uma quantidade de mantimentos que lhe garantiria vários dias de fartura. Até fumo picado e fósforo aquele homem que jamais conhecera deixaria. Quando descesse da serra tudo isso encontraria no seu casebre. A única coisa que podia fazer em troca, era uma oração pra aquele que considerava um anjo da guarda. Nunca se encontraram, nunca conversaram. No entanto se conheciam tão bem. Melhor assim. Era o que ambos achavam. Melhor assim.
No oceano celeste andorinhas, uma aqui, outra acolá dali a pouco, nadavam solitárias. Em negrito desenhavam graves notas de “si’ no ar, cortando com as tesouras de longas caldas. Enquanto cardumes de garças, militarmente atravessavam, dum lugar pra outro, levando som nenhum. Porem dava pra vir de muito longe um som de castanholas quebrando. E como vinha de muito longe também doutra dimensão vinham. E quão antigo era, antiguíssimo! E diziam dum menino de calças curtas, que ia a bodega de seu Benício, comprar cigarro pro avô, e ia tão feliz porque ganharia o troco. E compraria bengalas de açúcar raiadas de corante vermelho. Isso lá pela quarta hora da tarde, quando passava o carrinho de Seu Antonio doceiro tilintando sua campainha. Dando a lembrar um papai Noel fora de época, que só daria doces mediante um escambo de moedas.
Nas novenas de natal três Marias iriam: Das Dores, Das Virgens e Do Carmo. Cada uma com sua especialidade, a primeira pra cuidar de doente, a segunda a arranjar casamento pra moças encalhadas, menos pra ela mesma; e a terceira coitada, pegou a fama de “papa-defunto”. Eram as três filhas de Seu Lipercino, o mecânico chefe, da usina de algodão, que tanta vontade tinha de ter um filho homem, mas da “usina” de dona Umbelinda só mulher fêmea saiu. Maria das Dores conhecia todo tipo de meizinha pra aliviar os males que afligiam os pobres, que não podiam comprar remédios de farmácia. Sabia da utilidade ou dos males que causavam cada mato existente na caatinga do sertão. A serventia da carqueja, do pau d’arco, da aroeira, do Samba Caitá, dos benefícios da gosma da Babosa. Maria das Virgens sabia duma ruma de oração. Oração pra livrar as pessoas de mau-olhado. E mesmo pra arranjar casamento. Aconselhava: era só ter uma conversa de pé de ouvido com Santo Antonio! Tinha uma pequena imagem do santinho que era pra emprestar, recomendando que no mês de junho colocasse dentro duma vasilha com água. Pra só tirar, se até o fim do mês arranjasse um noivo. Maria do Carmo muito religiosa ia a todo velório, e os doentes em leito de morte pediam aos parentes: “-Pelo amor de Deus! Não deixem Do Carmo vir me visitar!” Sua presença, era certeza de morte breve.
Pedro lembrou, que com seu avô montou a lapinha e a árvore de natal de vó Júlia. Tinha só cinco anos e saiu com uma pergunta desconcertante: -Vô o que você quer ser quando crescer? A pergunta pegou o velho Francisco de surpresa. E olhando pro menino: -Quando Deus crescer e for bem grande, vou pedir pra ele que nunca deixe faltar vô pra ninguém, o ano inteiro.
A Coca-Cola comercializada no Brasil contém a maior concentração da substância 4-MI (4-metil-imidazol), o corante Caramelo 4, classificado como possivelmente cancerígeno. O resultado é de um teste do Centro de Ciência da capital norte-americana. Eles avaliaram também a quantidade da substância nas latas de Coca-Cola vendidas no Canadá, Emirados Árabe, México, Reino Unido e nos Estados Unidos.
Um estudo feito pelo Programa Nacional de Toxicologia do Governo dos Estados Unidos já havia apontado efeitos carcinogênicos do 4-MI em ratos, e fez com que a IARC (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer), da Organização Mundial da Saúde, incluísse o Caramelo 4 na lista de substâncias possivelmente cancerígenas.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor fez um pesquisa sobre os refrigerantes e energéticos que possuem o corante Caramelo IV em sua fórmula. O levantamento verificou que a regulação brasileira sobre o tema é falha e que os fabricantes de refrigerantes e bebidas energéticas não estão dispostos a informar ao consumidor a quantidade da substância tóxica em seus produtos.
A Coca-Cola vendida no Brasil contém 263 mcg (microgramas) da substância em 350 ml. Essa é uma concentração muito grande quando comparada com a segunda maior, vendida no Quênia, com 170 cmg. O que não dá para entender é como a Anvisa permite isso no Brasil.
Cientistas da Indonésia desenvolveram um anticoncepcional masculino. De acordo com os pesquisadores da Universidade Airlangga, o remédio tem eficácia de 99% e quase não tem efeitos colaterais.
De acordo com o professor da universidade Bambang Prajogo, a pílula, que é derivada de um arbusto da indonésia, permite que os homens produzam espermatozoides, porém eles são incapazes de penetrar no óvulo.
Os pesquisadores ainda estão trabalhando na dosagem desse princípio ativo que será introduzida na pílula.Os cientistas afirmam que o medicamento não afeta permanentemente a fertilidade masculina. Segundo eles, os espermatozoides voltam ao normal dentro de um mês.
Eis que vinha vindo o dia de natal. Num tempo em que os cartões de felicitações, de mão em mão iam indo, correr mundo. De tudo fazendo pra chegarem a tempo a seus destinos. E encheriam de graça e luz, os olhos quando chegassem aos seus destinos. De bicicleta, na bolsa do carteiro, a passearem pelas ruas e praças. E palpitariam os corações dos remetentes, premeditando o semblante dos que receberiam. Haveriam de amanhecerem junto de garrafa de leite no batente da porta. Dentro da agenda do gerente da loja. Junto ao diário de classe da professora. Ao pires da xícara de chá da dona da pensão. Pra finalmente irem repousar junto a latas de bombons, buquê de flores e caixas de pães da Itália. A alegrarem as mesas forradas com toalhas de motivos natalinos, com cheiro de vinho do ano passado.
Árvores urbanas se espreguiçavam mansamente nos seus mais altos galhos, a dizerem que era tempo de as enfeitarem. Tempo de se voltar a ser criança. Tempo de se ser menino. Tempo de ter menino-Jesus, vindo brincar de bola com a molecada no campinho. Verdes, verdinhos de jardim, nas asas de Betularias enviariam seus acenos pra um casal de namorados no banco da praça largados. Alegres, vistosas samambaias a discutir quem angariaria mais olhares. De bolas coloridas se enfeitando, de cristais olhares. E os piscas-piscas camuflados na folhagem do jardim, tiravam o dia pra dormir, e aguardariam a noite pra acordarem velhos sonhos.
Havia uma, duas, três casas, solitárias. E a rua, sem calçamento, sem iluminação, sem rua. Sem alegria de meninos brincando de bola. De rua mesmo, apenas o nome. Rua do Colombo. Sendo aquela à hora terceira, os meninos teriam ido pro campinho, lá embaixo. Encoberto pela algazarra de vegetação ficavam. O mundo tinha uma vontade imensa de se mostrar solidário ao tempo do advento. E pra isso revestia seu teto, de um rebanho de nuvenzinhas pequenas! Tão engraçadas. E os meninos do cabelo de fogo, punham-se a chamá-las de carneirinhos, Deus nem ligava. E suas avós, no alpendre da casa de dona Marinete, se lembrariam, que aquela era a hora da misericórdia. E por-se-iam a recitar um rosário, apressado, cheio de angústia e solidão. E as velhas senhoras se lembrariam de quando eram meninas. E ficariam tão sonolentas, e durante a reza cochilariam tanto. E acabariam sonhando com suas mães. Enquanto os gritos coloridos da molecada a grudarem-se nas camisetas, listradas numeradas, de fazer gol. Esbaforidas acabavam fazendo o que devia ser feito. E corria e corria por entre o verde.
Rua do Colombo guardava nenhuma comédia, mas pelo menos três tragédias. O homem da última casa que nunca falava com ninguém. Quando saía era somente pra ir ao mercado. Um terreno baldio, onde um cavalo pastava. A penúltima casa era duma velha que sofria de doença celíaca. Outro terreno vazio que tinha um pé de Acássia solitário, plantado no meio da grama. Findava a rua com a primeira casa, da menina triste da janela. Na cozinha, da casa do meio, uma cadeira de balanço aproveitava o silêncio da manhã, e a despeito dos pardais pipilando diziam assim mesmo: ren-ren… O teto havia se chegado, pintado de um verde claro se valia da luz diurna pra definir a geladeira, o fogão de estanho, o guarda-louça antigo. Junto das xícaras e taças de cristal, um descanso de cachimbo de porcelana com duas piteiras nodoadas de fumo, um dia pertencera a Seu Firmino, o marido barbeiro que fora embora, fazia anos.
Eis que vinha vindo, o dia de natal. A menina da casa do meio permanecia na janela de grades de ferro, fechada. Deixando ainda mais triste seu rosto triste. Sendo porém tempo de natal, era tristeza boa, sincera. Um cavalo pastava no terreno baldio. Por que sentia tanto medo? Tinha medo, do olho negro do cavalo. No que pensava o cavalo? Aquele olho lhe ia tão dentro de si. Nos recônditos porões da sua existência a tentar desvendar profusos segredos. De beijos forçados, beijos proibidos. Coisas que sua mãe, nunca deveria saber, jamais. Tinha medo. O professor de música um dia abusara dela. Preferia morrer a ver algo tão abominável exposto. E odiava-se por isso, sentia-se culpada. As pessoas têm o costume de julgar a partir de um lado apenas das verdades. Sabia disso pelos comentários. -Por que Adelaide era uma menina tão arredia? Na escola, na igreja, no parque da praça. Chegava a evitar o contato com as coleguinhas. Não dava pra entender porque não queria participar de nada. A professora tocou-lhe enquanto estava distraída e instintivamente ela a repudiou, foi traumático. Uma vez, dentro da biblioteca municipal, se atracou com Dulce sua melhor amiga. Só porque tomou de sua mão um livro que pegara primeiro. Na aula de catecismo irmã Flora conversou com ela. Adelaide voltaria pra casa ainda mais triste. A bolsa dos livros fortemente apertada contra o peito. A mãe reclamava pela demora no banheiro. Mal sabia que se trancava ali, quando queria chorar. Despia-se e ficava num canto abraçando a si mesmo. Sentia-se suja. O chuveiro prolongado, e esfregava-se com tanta força que chegava a machucar a pele. Odioso contato do professor, odiosos beijos.
Lá longe, muito além donde as vistas podiam alcançar. Eis que vinha vindo, o dia de natal. Talvez para além do fim do mundo, estivesse chovendo. E o vento na sua intrépida altivez viesse perguntar: -Tá sentindo? E a menina devolveria a pergunta: -Sentindo o quê? Cheiro de natal? E natal tem cheiro? E ouviria o vento a dizer que: -Lá longe, muito além donde as vistas podiam alcançar, também o natal era triste. A mãe da menina, chata como toda mãe devia ser, lembrou de suas obrigações. No silêncio da janela, acabou mal-dizendo das mães que achavam que filhas eram suas propriedades, das quais podiam usar a seu bel-prazer. Revisou mentalmente o que tinha pra fazer. Recolher os panos no varal, porque Deus prometia chuva. E quando Deus prometia dificilmente esquecia de seus compromissos. Mas como era natal talvez ele estivesse muito ocupado devido a quantidade de pedidos aumentada. Em papai Noel deixara de acreditar fazia três anos, desde o ano que seu pai falecera. Quando ela tinha só nove anos de idade. O vento frio soprando forte na vidraça aberta, veio lembrar-lhe de ir colocar as galinhas e os pintinhos no grajau. Recolher os ovos da poedeira. O chiqueiro dos cágados carecendo de reforma, mas só quando tio Jonas viesse somente ele pra ajudar nos reparos. Numa casa onde só duas mulheres viviam tanta falta fazia o esteio da casa. Sua vó dizia: -Minha “filha” nunca queira ficar velha nem viúva! Será o fim… E não concluía a frase. Fim de que vó? Fim da vida? Fim do sonho? Fim do mundo? Talvez fosse isso. A Rua do Colombo, talvez fosse o fim do mundo.
Era tempo de cajus no cajueiro de Seu Antonio. E os galhos escalando os muros do quintal. O crime pelos meninos premeditado nunca consumado. Dariam as Melipondias vazão pra fartarem-se até se embriagarem do doce néctar do pomar de Seu Antonio pedreiro. Ainda tontas, indo desdenhar das pobres flores da Acácia solitária do terreno ermo. O pedreiro perdera o único filho num acidente de moto. O rapaz morava em São Paulo. O corpo viera com a esposa de avião. Triste tarde de sepultamento. E o pedreiro nunca mais sentou um tijolo. Ficou doente se encostou pelo seguro social. Adquiriu a doença da tristeza, do isolamento do mundo. Assim era a Rua do Colombo, rua triste, de três casas de três moradores triste.
So this Christmas
And what have you done
Another year over
And a new one just begun
And so this is Christmas
Eis que vinha vindo o natal. Era tempo de cajus. Pra onde foram os meninos? O campinho agora era só céu, mato, e um vento frio, escurecedor. Grossos pingos de chuva fizeram o cavalo ir pra debaixo do pé de Acácia Ferrigínea. Sentada no chão Adelaide fitava a árvore de natal da sala de estar. Cartões feitos com pedaços de folha de caderno, frases tão sinceras. E Deus se inclinando por cima do seu ombro lia junto com ela e sorria. O pisca-pisca dizia verde, vermelho, verde… Dona Belinha sentada na cadeira de balanço, não sabia se dormia ou morria. Seu Antonio no sofá, um lençol vermelho enxadrezado lhe ia até o pescoço se queimando de febre. Lá longe, muito além donde as vistas podiam alcançar, uma vitrola tocava a música daquele Beatles assassinado, que dizia: Então é natal! E o que você fez?
O movimento feminista começou na Revolução Francesa e pode ser dividida em três momentos:
as reivindicações, como o direito ao voto, divórcio, educação e trabalho, nos séculos 18 e 19;
a liberação sexual, impulsionada pelo aumento dos contraceptivos, no fim da década de 1960;
e a luta por igualdade no trabalho, iniciada no fim dos anos 1970. Hoje, grupos feministas ainda buscam avanços no que diz respeito aos direitos reprodutivos, uma briga já ganha em alguns países, mas que enfrenta alas conservadoras em outros.
A busca pelo direito ao voto foi uma das primeiras lutas do feminismo. O movimento sufragista, que surgiu no contexto da urbanização e na industrialização do século 19, começou em 1897, com a fundação da União Nacional pelo Sufrágio Feminino pela educadora britânica Millicent Fawcett (1847-1929). No Reino Unido, o voto feminino só seria aprovado em 1918.
O primeiro país a reconhecer o direto das mulheres de votar foi a Nova Zelândia, em 1893. Entre 1914 e 1939, as mulheres adquiriram o direito ao voto em mais 28 países, entre eles os EUA, em 1920, e o Brasil. Em 1927, a professora Celina Guimarães Viana conseguiu seu registro para votar no município de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O Estado foi pioneiro na inclusão do voto feminino.
Escola Maria Nepomuceno Marques, Escola que foi destaque em várias catégrias como: Melhor Escola Destaque 2014, Melhor Diretora 2014, Professora Destaque 2014; Coordenadora Destaque 2014. Escola que vem desenvolvendo um brilhante trabalho na zona rural do município, localizada em Areia Branca, comemorou hoje a confraternização em que participaram todos os funcionários da instituição. Na Chácara São Francisco, próximo a Olho D Agua das Flores a Diretora Maria Lucia Barbosa ofereceu um almoço e distribuição de prêmios.
Santana do Ipanema vai parar nesta Sábado dia 29, quando acontece no Espaço Vip Maria João, em Santana do Ipanema, o 3º Prêmio Celebridade Fest 2014, a partir das 21h00min. Dezenas de personalidades do Estado de Alagoas, serão homenageadas, inclusive santanenses que se destacam fora do município. A festa será animada por Dé Boy Nascimento e Banda Ex Los Borrachos, O santanense Walisson Maicon e Dj Thiago Nobre . O evento já é tradição aqui em Santana do Ipanema.
O céu escureceu, e como seria bom se fosse apenas ilusão. O mundo vertiginosamente rodopiava. Quem dera fosse redemoinho de vento. Alucinadamente girava de lembranças vendavais. E tudo era dura constatação. Certas coisas deviam nunca acontecer, melhor nunca terem acontecido. Infelizmente nunca se sabe qual vai ser a reação diante do inesperado. O susto, a arma branca, não era aquele o momento. Uma longa história precisava ser revelada. Arriscar a vida em defesa dum grotão ameaçado. Em missão estava. Era praticamente uma obrigação sua. Morrer de golpes de faca. Se tivesse que ser assim morreria. Aquele medo não era da morte, era da faca. Com seu inexorável poder. Diante da fraqueza de José Ivan, o rapaz do departamento Seu Pedro esmoreceu. Tocado de terna dó do moço. Disposto a abrir a guarda, desarmar-se ainda que espiritualmente. A faca na cintura do camponês. Zé Ivan paralisado. A folha de metal exercendo sua ação maléfica sobre sua alma. Entender o porquê era preciso. Tinha certeza, aquilo vinha de longe. De lá trás pra onde agora mesmo ele acabara de ir.
“Há um brilho de faca
Onde o amor vier
E ninguém tem o mapa
Da alma da mulher
Ninguém sai sem o coração sem sangrar
Ao tentar revelar
Um ser maravilhoso
Entre a serpente e a estrela”
Vinte e poucos anos e Zé Ivan parecia ser bem mais jovem. Rosto alvo, espinhas avermelhando-lhe as faces. Cabelos revoltos, dum jeito de que tomava banho, e não via pente. Proeminente dentição incisiva sob lábios finos. Os óculos, de aros arredondados dando-lhe cara dum John Lennon, sertanejo. Calça jeans, tênis de cadarços brancos, desalinhados, descomportados. Bolsa de couro a tiracolo, camiseta com uma estampa maneira, o que o tornava ainda mais esguio. Tinha, a um só tempo, cara de anjo – decaído, mas anjo – e universitário calouro. Não era fácil captar – muito embora houvesse – bem lá no fundo do olhar, uma rebeldia doce, quase ingênua. De um menino que curtiu Kurt Cobain, chorou e chorou quando ele morreu de overdose. Passaria três dias, trancado dentro do quarto, sem querer ver ninguém. As portas do guarda-roupa – pelo lado de dentro, o espelho – cheio de adesivos do Iron Maiden, Sepultura, Nirvana, Charles Brown Jr e Renato Russo. Quando estava de bem com a vida, pegava o violão, num domingo bem cedinho, se afastava da cidade. Ia sozinho curtir a natureza, cantar Sting para os lírios orvalhados dos campos. Tinha saudade das conversas que não teve com seu pai. Quem sabe perguntar como fora pra ele viver duas gerações antes de ser seu pai. Ele que vira nascer o rock’in roll comportado de Elvis Presley. Esbarrado nos anos oitenta, tempos da eletrizante geração Coca-Cola, de Rita Lee e Cazuza.
“Um grande amor do passado
Se transforma em aversão
E os dois lado a lado
Corroem o coração
Não existe saudade mais cortante
Que a de um grande amor ausente
Dura feito diamante
Corta a ilusão da gente”
Zé Ivan morava numa República com mais três amigos, na Rua Nossa Senhora de Fátima, num primeiro andar. Estudava Geografia em Belo Jardim. Nas noites quentes de verão ia pra Pracinha Dom Fernando Medeiros tomar cerveja com os amigos. Foi naquela praça que conhecera Dayane. Não sabiam, mas viveria os dois, um amor intenso. Como uma maçã cortada que encontra a outra metade. “Apple” a marca do seu headphone era também nome da Banda da qual seu pai era fã. Guardara dele, um disco compacto, que tinha na capa metade da fruta cortada. Com caneta a nankim alguém havia escrito na capa: “Were a British psychedelic rock band. The band was founded in Cardiff in 1968 by Rob Ingram on Guitar and Jaff Harradon bass. They released single LP in 1969, titled “An Apple a Day” E vinham as lembranças, com nitidez de por gosto de sangue na boca. De sua infância, da casa onde morava, próximo a Praça do Pirulito, em Maceió. Com impressionante nitidez a ouvir o barulho do trem. A abalar os alicerces, a tremerem as panelas, no tripé lá na cozinha. O barulho enorme, de dar a sensação que tudo ia desabar. Essa rotina repetida mais de quatro vezes por dia. E o braço da radiola que sequer terminava uma faixa do Long Play que seu pai colocava pra tocar retornava pro início e começava tudo de novo. Ainda menino deitado na cama, Zé Ivan cansou de imaginar o trem, como um gigantesco imbuá de ferro, doidamente derrubando as casas e que a invadir seu quarto. Tantas foram as vezes que adormecera e sonhara esse sonho. A noite caída, uma vermelhidão vinda do tabuleiro, se misturava com o negro do firmamento, trazia o cheiro de tiborna. E a fuligem da palha de cana-de-açúcar queimada enchia os móveis, os quadros da parede duma camada fina e preta. De agosto a dezembro, na entre safra, era sempre assim crianças adoeciam com frequência de constipações e o ambulatório do Sanatório, ficava abarrotado de criança e idosos com problemas respiratórios. Zé Ivan era levado por sua mãe primeiramente no Posto de Saúde ali do bairro, próximo a sua casa. Um médico com cara de alemão nazista. Como que saído daquelas velhas revista Seleções, ou da revista o Cruzeiro, duma matéria do jornalista de guerra Davi Nasser que cobria os conflitos no golfo pérsico, no Vietnã, e estivera na Itália na segunda guerra mundial. Talvez dali se tivesse materializado. Saído duma página de jornal, guardado por seu pai lá no sótão. O médico bastante irritado punha a culpa nos pais pelas doenças dos filhos. E esbravejava, dizia imprecações contra o governo, o descaso com a saúde pública. Num daqueles domingos em que levava a família à praia. Lembrou-se de sua mãe preparando sanduíches e bolinhos de arroz pra levar. Iam à praia de Pajuçara, e tiravam fotos com uma geringonça chamada de Polaroid que produzia fotografias instantâneas. A roupinha de marinheiro, o calção listrado, o maiô comportado os sorrisos de gente feliz. Uma delas flagrou o velho Gogó da Ema, o famoso coqueiro com esse formato.
“Toco a vida pra frente
Fingindo não sofrer
Mas o peito dormente
Espera um bem querer
E sei que não será surpresa
Se o futuro me trouxer
O passado de volta
Num semblante de mulher
Olegário Martins o pai de Zé Ivan, fora funcionário do DNER nos anos sessenta. Um belo dia acabaria transferido pro sertão. Recrutado pra fazer parte da equipe que iria construir a ponte General Tubino, em Santana do Ipanema, obra sobre o rio intermitente do sertão. A redenção para melhorar o fluxo de acesso a Bacia Leiteira de Batalha e Major Isidoro. Aos sábados Seu Olegário levava o menino pro Mercado da Produção. Ia comprar verdura e carne. Um dia, vinham os dois voltando pra casa. Como sempre passavam na feira do passarinho, na banca de revista comprava o jornal. Na tabacaria cigarrilhas. Pro menino, churros um caminhão de madeira branquinha pintado com corante azul e vermelho. Ao embrenharem-se por aqueles corredores escuros e mal-cheirosos um negro mal encarado vindo ao encontro deles empurrou Seu Olegário pra um canto, e anunciou o assalto. Como um raio uma faca peixeira brilhou em sua mão. Seu pai sequer demonstrou qualquer reação, porém recebeu: uma, duas, três vezes… a lâmina cravou-se em seu abdômen. Rapidamente o ladrão rebuscou-lhe os bolsos, e saiu correndo. O menino, estático, em choque. Vendo o pai cair lentamente ao chão, logo uma poça de sangue contornando-lhe o corpo. Cada vez mais aumentando de tamanho. E o mundo rodopiou. E o céu ficou vermelho. Pra onde foi a luz? O céu escureceu. Por que estava acontecendo aquilo? Seria bom se fosse apenas ilusão. O mundo vertiginosamente rodopiando. Quem dera fosse redemoinho de vendavais que dava, no caminho de volta da escola. Alucinadamente o céu não parava de girar. E a realidade era uma dura constatação. Certas coisas deviam nunca acontecer. Deus. Melhor nunca terem acontecido.
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08 jan
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