CAVALO MARINHO

Ilustração: Fábio Campos

Ilustração: Fábio Campos

Era o ano de 1986. Os dias falavam de quaresma. Na estação rodoviária de Maceió, exatas 14 horas, um ônibus, da Auto Viação Nossa Senhora da Piedade, acabara de deixar a plataforma A-4. A bandeira indicava o destino, a cidade de Porto de Pedras, litoral norte do estado. Os que permaneciam ali. Sentados nos bancos de concreto, ou debruçados no parapeito do amplo salão de espera. Acabaram assistindo a uma cena comum, pra aquela ocasião. Um rapaz, camiseta preta, calça jeans, tênis branco, uma bolsa camuflada às costas. Corria e acenava, mas infelizmente não deu. Vã tentativa, de alcançar o coletivo.

Rui Junior era de Palmeira dos Índios. No entanto, desde a infância vivera e crescera, no bairro do Prado, se considerava um maceionse. Jovem universitário do curso de Química da Ufal. Óculos de grau de aro leve, livros, revistas, walkman, fones de ouvido. Na camiseta preta estampado o símbolo dos Rolling Stones, a escrota língua da banda de rock americana. Na cidade praieira, do norte do estado, pra onde pretendia ir, assumiria a cadeira de professor de Química, de alunos do antigo Colegial, na Escola Nossa Senhora da Glória. Ainda ouvindo música, buscou o guichê da empresa para remarcar o embarque. A viajem acabou ficando para às 17 horas. No lanche do quiosque acabou conhecendo Farnel Cabús, outro professor que por vias do acaso, ia pro mesmo destino, ensinar Ciências, na mesma escola. Foi só o ônibus deixar a capital, e o céu desabou. Chuva torrencial, impetuosa veio, cravejando de relâmpagos e trovões o anuviado pano negro da noite, avizinhada. Os faróis dos carros, luzes refratárias, na pista molhada. Determinados trechos totalmente alagado, muita cautela exigia dos motoristas. Um caminhão tombado, vinha em sentido contrário. Viaturas piscando, luzes cor de sangue, policiais tentavam, a quase impossível tarefa de, manter o tráfego fluindo. Histórias vinham contadas pelas imagens que passava como filme, através da janela do automóvel comunitário. Um grupo de homens e mulheres seguiam pelo acostamento. Donde viriam? Pra onde iriam? Pelos trajes, de certo do corte da cana. Chapéu na cabeça, lenço amarrado em baixo do queixo, botas sete-léguas. Nas mãos, marmitas, moringas d’água, foice.

A estrada, os carros, gente correndo, ou simplesmente, caminhando na chuva. Movimento intenso, iminência de novos acidentes. O professor de química pegara no sono. O de ciências rememorava uma dinâmica, que utilizaria com os alunos, pra quebrar o gelo do primeiro contato. Falaria de como o mundo, vive cobrando-nos posturas, comportamentos. Sendo ideal que estejamos prontos para toda e qualquer situação. Diante disso: “Imaginemos que vocês se submeteram a um teste para uma vaga de um emprego, qualquer. Ao término da correção da prova escrita, concluiu-se que todos vocês se saíram muito bem. Então o gerente diante desse impasse encarregaria o psicólogo de resolver tal situação. Aquele profissional faria a seguinte proposta: Façamos o seguinte, eu vou contar uma história a vocês, ao final, faço uma pergunta, quem responder corretamente fica com a vaga do emprego! Topam? Todos concordaram: Um rapaz muito rico vinha numa auto-pista, num dos seus possantes carros de corrida. Neste, cabia apenas o motorista e apenas mais um passageiro. De repente ele avista um abrigo desses que as pessoas ficam esperando carros, e o que vê: uma velhinha (tremendo de frio), um médico (que reconheceu, um dia salvou-lhe a vida), e uma garota linda (perfeita, a ‘mina’ dos seus sonhos!). E a pergunta: A quem o rapaz daria carona?” E claro, depois de ouvir as diversas opiniões, somente ganharia a suposta vaga de emprego, quem dissesse que o rapaz cederia o carro ao médico, que iria embora com a velhinha. E o moço ficaria conquistando o grande amor de seus sonhos.

De repente o ônibus parou. Homens trajando coletes pretos, bastante nervosos, escopetas em punho entraram impetuosamente, revistando passageiros. Exigindo, um a um, documentos de identificação. Sem entender patavina, foram todos, forçosamente, obrigados a apresentar àqueles, algo que permitisse serem identificados. O professor de química foi acordado, sendo cutucado no ombro pelo cano de uma espingarda calibre doze. Achando que ainda sonhava, sorriu pro incauto policial, sem saber que espécie de brincadeira era aquela. Não gostando da forma como o pobre rapaz reagira à abordagem, o agente civil colocando o dedo no gatilho e apontando-lhe a arma, esbravejou que lhe apresentasse documentos, sob pena de ser detido se a ordem não fosse imediatamente obedecida. Pior pra Rui, o documento que portava naquele momento, era nenhum. Acostumara-se a sair de casa, sem lenço nem documento. Pra ele isso era estilo de vida, do tipo que achava que até um relógio de pulso aprisionava, tirava-lhe a liberdade. Por isso se desvencilhava de tudo que significasse limites. Era dos que acreditava na tão utópica “sociedade alternativa” propalada pelo filósofo de vanguarda, Raul Seixas. Pra desespero de todos, teve que descer do ônibus. Estarrecidos ficaram todos, sem nada poder fazer. O agente policial sequer esclareceu aos que continuaram no ônibus, de que àquela blitz era uma tentativa de capturar uns bandidos que acabara de assaltar um banco na capital, os envolvidos no crime evadiram para aquelas imediações. E pra polícia, qualquer indivíduo sem documento, passava da condição de suspeito, pra um criminoso em potencial. Rui passaria quase toda a noite no Distrito Policial do Jacintinho, tentando provar sua inocência. Somente depois de conseguir um contato telefônico, o mal-entendido foi desfeito. Por volta das 3 da manhã seu pai foi buscá-lo.

Muitas coisas, ainda mais intrigantes, estavam para acontecer. O ônibus que Rui perdera na estação rodoviária, caiu no rio. Pensou: antes ser preso que morrer afogado. No percurso havia a travessia de balsa pelo rio Santo Antonio Grande, na Barra de Santo Antonio. A tempestade, o mal tempo, tanto balançou a embarcação, o coletivo cheio de passageiro rebentou as correntes que o segurava, e acabou caindo dentro do rio. Gritos de desespero se ouviram naquele prelúdio de noite. Desesperada tentativa de resgate, aflição, demora pra chegar o guindaste, pescadores mergulhando no fundo, botes salva-vidas, homens rãs, médicos legistas, peritos. Corpos sem vida, molhados, iam sendo alinhados no cais. Tenebrosa noite, pedidos de socorro sufocados pelo ribombar dos trovões, entre o aguaceiro diluviano se fizera ouvir.

Enfim vieram dias de sol. Paz sobre as telhas das casas, diziam mais que simplesmente telhares. Aqueles beirais, suntuosos ou singelos, contavam histórias. Histórias de para sempre, ou de nunca mais. De nunca mais voltar os tempos dantes, de para sempre ficarem na memória. Velhos conhecidos de uns para os outros. Seu Belo na porta da bodega, de batentes altos. O velho General conversando com Seu Djalma, oficial de justiça. Os olhares convergiam todos, ora pro mar, ora pra porta da Barbearia de Rubens. A pequenina igreja de Nossa Senhora da Piedade, branca e azul claro, muda, conversava com o mar. A ladeira antiga, ia subindo e não tinha volta pra quem ia dentro do caixão, a caminho do cemitério. Dona Íris de cabelos loiros, sentada a porta de casa na cadeira de balanço, quando fosse mais tarde iria comprar pão na padaria de Amaro. Professor Sérgio, tinha pranchas de surf, um bugue, e no seu aquário, tinha cavalos marinho. Quando um deles morreu resolveu pesquisar. “Hippocampus gênero de peixe das águas marinhas temperadas e tropicais pertencentes à família Syngnathidae. Caracterizam-se por possuírem uma cabeça alongada, com filamentos que lembram a crina dum cavalo. Possuem mimetismo igual ao camaleão. Eles conseguem mexer os olhos independentemente um do outro. Nadam com o corpo na vertical, movimentando as barbatanas. Crescem até no máximo 15 cm e pesam entre 50 e 100 gramas. Vivem em regiões de clima temperado e tropical. Os machos são os responsáveis pela reprodução, que só ocorre na natureza. Conseguem viver em aquários, contanto que seja abastecido de água marinha e receba cuidados especiais, de alguém que os ame.”

Tão bom ir a Praia do Patacho, caminhar na areia, catar conchinhas. Coisas instigantes restavam ainda para serem esclarecidas. Os nomes de pontos estratégicos da cidade, certa inquietude causaria nos professores estrangeiros: Curtumes, Laje, Tatuamunha, Salinas, Ilha da Croa. Patacho era barco à vela equipado de dois mastros, do período seiscentista. Sempre que tinham oportunidade conversavam com os pescadores. Na tempestuosa noite do dia 17 de março de 1788. Vindo de Natal, terra dos índios Potiguares, indo pra Nova Cabrália, atual Porto Seguro na Bahia. Depois de colidir nos arrecifes, bem ali, naufragara o patacho St. Clement. Levava uma carga de sal, toras de madeira, e um canhão do forte dos Reis Magos. Havia quatro tripulantes, e seis passageiros, escravos. Gritos de desespero se ouviram naquele prelúdio de noite. Tenebrosa noite. Pedidos de socorro sufocados pelo ribombar dos trovões, e clarear dos relâmpagos. E o aguaceiro semelhava o diluviano. Ainda agora se fizera ver e ouvir. Tudo como antes, se fizera.

Fabio Campos 17 de Março de 2015

*Lage e Patacho, são praias no município de Porto de Pedras. As duas de areias claras, águas translúcidas e coqueiro vistoso ao fundo. Quase desertas e perfeitas para um dia de sossego. É só andar uma centena de metros até chegar às piscinas naturais. ( www.viajeaqui.abril.com.br)

PREPARANDO OS BORNAIS

Clerisvaldo B. Chagas, 23 de março de 2015

Crônica Nº 1.392

Grupo Sertão Sertão. Foto (Clerisvaldo)

Grupo Sertão Sertão. Foto (Clerisvaldo)

À medida que a onda verde vai se espalhando pelo planeta, grupos e mais grupos de pessoas vão procurando o contato com a Natureza. Não existe mais idade e nem sexo como obstáculos importantes para esse novo despertar. Aumentam-se por todos os lugares as caminhadas, o ciclismo, o mergulho e muito mais passatempos, lazer e hábitos saudáveis. O homem vai se conscientizando que é preciso conhecer e preservar.

Diante dessa nova mentalidade foi que tivemos a satisfação em saber de uma bela caminhada em programação no sertão de Alagoas. Trata-se de uma boa subida pelo curso d’água, seco, Riacho Grande que banha a cidade de Senador Rui Palmeira. A referida caminhada será de trás para frente, ou seja, com os participantes iniciando a incursão penetrando pela foz do Riacho Grande que desemboca nas imediações de Pão de Açúcar, cidade ribeirinha do rio São Francisco. A caminhada entre o Alto Sertão e o Sertão do São Francisco, por certo será cheia de emoções. A área escolhida representa um vale, geograficamente, esquecido pelos estudiosos e que ajudou os primeiros desbravadores brancos no povoamento dessa parte sertaneja.

Segundo a ideia do ex-bancário Enaldo (atualmente prestando serviços à prefeitura de Santana do Ipanema) a subida pelo riacho que tem calha considerável, será até sua propriedade rural que possui reserva de caatinga entre Santana e Senador.

Como a nossa conversa foi rápida, estarei colhendo outros detalhes sobre essa nova aventura que promete e que me acho estimulado pelo convite. Sinto o cheiro de queijo e rapadura nos bornais das caminhadas antecedentes.

Não deu tempo também indagar ao agropecuarista Enaldo, quantos bois serão sacrificados após a chegada dos caminhantes em sua fazenda ecológica. Ele também não disse quantas horas vai haver de forró com sanfona pé de bode, triângulo e zabumba. Por enquanto, vamos se espelhando no “Ipanema, um rio macho”.

CANAPI, REBOLADO E O MATADOR

Clerisvaldo B. Chagas, 20 de março de 2015

Crônica Nº 1.391

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Fomos escalados para dá suporte a uma turma de pesquisadores de Maceió, em Canapi. Pessoal novato, jovens que nunca estiveram no semiárido, ganhando bem, eles iam trabalhando e se deliciando com as coisas do sertão. Juntamo-nos a eles. Notamos que o que mais causava prazer a essa turma, era comer passarinho torrado no óleo. Não era só rolinha, não. Era tudo que enfeitava os ares. Não havia ainda esses movimentos ecológicos de agora. Na ponta da rua, do lado esquerdo de quem chegava do entroncamento Carié, havia um barzinho que nem prateleira tinha. Os cabras descobriram ali que o dono prestava esse serviço e, era um devorar de passarinho que não tinha fim; até gavião (que come cobra) mastiguei com eles e achei bom.

Na outra ponta da rua que seguia para Mata Grande, havia uma fábrica de queijo. Mas a fábrica não conseguia atrair os jovens que preferiam o barzinho miserável no pé de um lajeiro.

Dali mesmo, nessa ou em outra ocasião, ainda no município de Canapi, fomos pesquisar em um lugar chamado Pilão do Gato. Entramos por um sítio chamado Baixa do Milho e fomos sair bem pertinho da divisa com Pernambuco. Ali tinha sido o lugar do primeiro tiroteio de Virgolino com a polícia, antes mesmo do apelido Lampião. No meio de tantos caboclos sertanejos semelhantes, surpreendi-me com uma bela fazenda muita plana e bem cuidada, dominada por homens brancos, altos, fortes e de olhos verdes.

Era como se de repente houvéssemos entrado no estrangeiro.

Havia um rapazinho gorducho apelidado pelos da fazenda de “Rebolado”. Coloquei o estranho apelido na cabeça.

Anos e anos mais tarde, escrevendo meu segundo romance, “Defunto Perfumado”, precisava de um nome ou apelido para um personagem negro, matador de aluguel. Quebrando e quebrando a cabeça, solucionei o caso. Fui buscar o vulgo do rapazinho de Canapi, sítio Pilão do Gato, “Rebolado”, que estava armazenado na cabeça e carimbei meu personagem.

Nunca mais andei para aquelas bandas. Não sei como está o sítio Pilão do Gato e nem se o rapazinho é vivo, mas imaginem a surpresa se eu fosse visitá-lo, contasse a história para ele e lhe mostrasse o personagem!

Canapi também participa de minha história de vida real e dos meusromances. Saudade daquela terra.

DIA DE SÃO JOSÉ

Clerisvaldo B. Chagas, 19 de março de 2015

Crônica Nº 1.390

SÃO JOSÉHoje é dia de São José. Um dia que de maneira alguma passa despercebido pelo agricultor, principalmente nordestino.

Lá na Bíblia, no Novo Testamento, estar escrito que José Foi esposo de Maria e pai de Jesus. As Igrejas Católica, Ortodoxa e Anglicana, consideram o Santo padroeiro universal. São José ainda é padroeiro dos trabalhadores e das famílias, pela sua fidelidade a sua esposa e a dedicação ao filho, Jesus.

Contam que quando Jesus iniciou suas pregações, aos 30 anos de idade, o seu pai José já havia falecido.

Livros apócrifos falam sobre a sua morte e o que Jesus teria feito com o seu cadáver e recomendações para que sua alma fosse entregue no céu.

A finalidade, porém, desse trabalho é para lembrar, junto com os agricultores, a importância desse grande homem, humilde no caráter e no trabalho.

O seu dia é aguardado com grande expectativa, como um marco entre o fim do verão e as tão almejadas chuvas de outono. O agricultor tem fé em que chovendo no dia do santo, pode-se plantar que as próximas chuvas estarão garantidas. Caso se plante milho no dia de São José, o homem do campo estará colhendo e comendo milho maduro na noite de São João, diante da fogueira.

Pela religiosidade ou pela ciência, de fato existe “uma química” nesse dia, quando várias pessoas não trabalham. Acho interessante, compreensível e bonito a devoção de indivíduos chamados José que nessa data acende uma pequena fogueira à porta de casa, agradecem ao pai de Jesus e renovam seus pedidos, redobrando as esperanças.

A nação nordestina acolheu muito bem esse nome do esposo de Maria, sendo esse santo, talvez o mais festejado de todos.

Por aqui pelas Alagoas, a própria ciência já disse que o inverno será regular. Hoje São José estará de plantão, com certeza!

SENADOR

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de março 2015 

Crônica Nº 1.389

Foto: Portal Maltanet

Foto: Portal Maltanet

Pelas calçadas ruas de Senador Rui Palmeira, não se tem como não se lançar um olhar crítico à falta de interesse e estratégia desenvolvimentista da cidade polo de Santana do Ipanema, na época. A inércia, o sono eterno, o acomodamento umbilical, deixaram escapar a oportunidade de asfaltar o município de Senador a Santana do Ipanema, pela grande região de Olho d’Água do Amaro, um dos trechos da zona rural mais rico de Santana. O sertão continua assim, com um desinteresse generalizado pelo desenvolvimento coletivo, com os dirigentes encastelados nos seus próprios feudos. Um sertão enfraquecido politicamente que a única coisa que reivindica, mesmo assim no individual, é o carro-pipa quando o homem do campo já não aguenta mais.

Senador é um município que pertenceu a Santana do Ipanema e tem uma área, aproximada de 359,667 km2. Originou-se de uma fábrica de corda de caroá, matéria-prima abundante naquele momento, típica do semiárido nordestino. A fábrica foi implantada por Antônio Afonso de Melo, vindo de Palmeira dos Índios, em torno de 1940. Com a instalação da fábrica, o lugar passou a ser chamado de Usina. No momento havia apenas alguns casebres de taipa pertencentes aos funcionários da fábrica. Cinco anos depois, foi instalado um alambique para produção e venda de cachaça, pelo cidadão José Rodrigues Fontes.

A característica principal desse futuro município foi a sua feira-livre iniciada mais ou menos em 1943 que se expandiu e, nos anos 60 atingiu o clímax, rivalizando com a feira da sede, cujo carro-chefe era o negócio do feijão. Inúmeras carretas do país inteiro movimentavam a grande, pujante e crescente feira do lugar, cuja denominação já era de Riacho Grande.

Emancipado de Santana do Ipanema com o novo título de Senador Rui Palmeira, o município ganhou asfalto, por outro trecho, deixando Olho d’Água do Amaro, Campo de Aviação, Várzea da Ema, João Gomes e inúmeros outros sítios santanenses “a ver navios”, isto é, poeira. O intercâmbio intensivo com esse município que despejava dinheiro em Santana foi canalizado para outras cidades beneficiadas pelo asfalto. Mais uma vez a inércia venceu a boa vontade.

A propósito, quem nasce na progressista cidade do Alto Sertão alagoano é conhecido como rui-palmeirense. Por lá vai passando o Canal do Sertão que até nisso Santana perdeu.

De Frente com EVERTON LACERDA o mais novo escritor Santanense.

DSC_0078EVERTON LACERDA, Santanense, Presidente do Conselho Municipal de Juventude de Santana do Ipanema, Estudante de Psicologia da UFAL onde o mesmo acaba de lançar o seu livro no dia 13 de março de 2015, na Câmara Municipal de Vereadores. Onde o mesmo ira falar um pouco da sua carreira:

CELEBRIDADE IN FOCO – Como surgiu o interesse em ser escritor?

EVERTON LACERDA – Durante minha infância sempre me interessei por livros de poesias. Comecei a escrever com 14 anos e com o passar do tempo fui acumulando algumas, até ter a ideia de publicar um livro. Do modo de observar a vida, a natureza e o momento, surgiram as minhas reflexões.

CELEBRIDADE IN FOCO – Qual é a expectativa para o seu livro?

EVERTON LACERDA – Sejam de modo otimista ou não, e de cada interpretação que o leitor faz, meu primeiro livro é algo que me faz desprender de qualquer preconceito ou limitação. Pois ele surge na fase mais aprimorada da minha vida, chamada de adolescência.

CELEBRIDADE IN FOCO – Como você está depois do sucesso do lançamento, e também ciente que daqui para frente, você estará na lista dos escritores da nossa cidade, e do Brasil?

EVERTON LACERDA – Me sinto aliviado e satisfeito. Só tenho a agradecer a todos que me apoiaram durante esses dois anos de trabalho que tive para publicá-lo. Não foi fácil, mas quem disse que o que seria?

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Fotos Maltanet.

VERGONHA NA CARA

Foto: Google Imagens

Foto: Google Imagens

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de março de 2015

Crônica Nº 1.388

Na minha terra, o Tribunal do Júri funcionava no antigo “sobrado do meio da rua”. Um sujeito fora a julgamento porque matara outro de uma surra. Com o prédio de 1º andar lotado, a defesa feita pelo Dr. João Yoyô Filho (depois juiz) argumentava que o réu não havia matado a vítima de uma pisa. A sova havia sido aplicada apenas com um simples cipozinho de catingueira (árvore nativa da caatinga). Isso foi bastante para que o funcionário do Banco do Brasil, João Farias, de pé junto a mim, na plateia, falasse para a turma de trás: “Você já viu catingueira dá cipó, seu coisa!…”.

O Brasil fica estarrecido quando um citado como suspeito de corrupção ataca a autoridade que o aponta a ser investigado. Foi o caso do ilustre presidente da Câmara, representante do povo Eduardo Cunha. O mesmo homem que requisita o meu dinheiro e o do povo para passear com a esposa por onde quiser. Uma imoralidade sem tamanho. O povo é quem precisa do salário de Cunha e suas mordomias, para passear. Um homem de bem, quando está para ser investigado afirma“Sim senhor, pois não, como posso ajudar nessa investigação?”, principalmente se for homem público. O arrogante parlamentar, com a mesma empáfia de Chavez, chama de piada e continua a debochar do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot M. de Barros. Onde existe isso no mundo? E agora, com a maior cara de pau, afirma que não têm corruptos no Legislativo. Uma desmoralização ao povo, às autoridades e ao Brasil! E ainda é aplaudido por meia dúzia de bonecos iguais a ele. Uma cuspida na cara de todos.

Ontem na televisão, em entrevista, o senhor João Pedro Stédile, coordenador do movimento dos trabalhadores sem terra, manda que o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar (Mendes) tenha vergonha na cara. Vejam só! Um cabrinha qualquer mandar um Ministro ter vergonha na cara. É ou não é fim de mundo!?

As autoridades não se respeitam mais e a cúpula da Justiça parece temer prender alguém por desacato à autoridade. É uma falta de respeito generalizada entre deputados e senadores, ansiosos por outro 1964.

Acho mesmo que o que está faltando para deputados e senadores safados é um Lampião virado na peste e um simples cipozinho de catingueira.

Handebol Santanese no top' O Jovem santanense Davyd Kaio Simões, campeão alagoano

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O Jovem santanense Davyd Kaio Simões, campeão alagoano 2014 no handebol cadete masculino, 15 anos, atleta do Ipanema atlético Club de handebol, estudante do Instituto Federal de Alagoas campus-Palmeira dos índios, foi eleito o melhor Jogador de handebol do ano e do estado de Alagoas 2014 na categoria cadete masculino no último sábado (28 de fevereiro) a equipe campeã alagoana foi a capital alagoana receber a premiação de campeão alagoano e a premiação individual do atleta Davyd Kaio.

Celebridade Im Foco: pergunta ao Davyd KaioQual a sensação de receber esse título pra sua carreira como jogador de handebol ? É uma sensação espetacular, você sentir que todo o esforço que você fez desde sempre está sendo recompensado e reconhecido. Eu nem imagino a quantidade de atletas que também mereciam esse titulo, mas eu fui eleito… É uma coisa realmente maravilhosa.

Celebridade Im Foco: Como você lida com a questão do preconceito nesse esporte? Bom, eu procuro dar valor as minhas opiniões e a opinião daqueles que nos incentivam.

Davyd Kaio Simões: Eu sei do processo histórico do Brasil de que só futebol é esporte de homem, mas essas pessoas têm que perceber que só porque um homem prefere um esporte que é jogado com as mãos não quer dizer que a masculinidade dele é maior ou menor que a de outros homens. Eu sei que realmente nesse esporte existe um bom número de homosexuais, mas não se deve generalizar nada. Pra mim preconceito é uma coisa de pessoas ignorantes… Celebridade Im Foco:. Como foi o início da prática desse esporte na sua vida?

Davyd Kaio Simões: Eu comecei a praticar esse esporte quando eu fui para o sexto ano do ensino fundamental. Pra mim foi maravilhoso começar a praticar o handebol, me apaixonei pelo esporte no mesmo momento. No começo sempre têm esse preconceito em relação a esse esporte, pra mim veio de pessoas que conviviam a todo momento comigo, muitos colegas e até amigos… Mas três coisas me incentivaram a continuar, primeiro foi minha família sempre me incentivando sempre, segundo foram os meus verdadeiros amigos, e a terceira foi em ver a equipe mais velha que jogava pelo colégio. 

Davyd Kaio Simões: Eu os achava espetaculares, era incrível vê-los jogando.

Celebridade Im Foco:. O que você diria a os jovens que ainda não prática esse esporte ?

Davyd Kaio Simões: Que vão para algum treino, nem que seja por experiência. O handebol é um esporte maravilhoso em que você aprende coisas que vão servir para toda a sua vida. Todas as pessoas que eu conheço que também jogam o handebol são realmente apaixonadas por ele, dá muito prazer praticar esse esporte.

Celebridade Im Foco:. Quais são os seus agradecimentos por esse título?

Davyd Kaio Simões: Os meus maiores agradecimentos vão para a minha familia, ela é a minha base pra tudo, se não fosse a minha mãe eu não seria nada. Depois os meus técnicos Edgar e Daniel que me ajudaram e ajudam a tornar o meu handebol, e o handebol de Santana a ser cada dia mais importante, ao nosso coordenador Edmilson (Dindo), a todos os meus amigos e companheiros de equipe, a minha namorada Claudielly pela força e apoio de todos os dias e a todas as pessoas que nos ajudam a tornar o handebol de santana do Ipanema cada dia mais bem visto e notado. Agradeço também à federação alagoana de handebol por ter me escolhido como melhor jogador do ano. Pergunto ao Edgar que é um dos técnicos da equipe

Celebridade Im Foco: Qual á importância dessa premiação?

Edgar Silva: Fico muito feliz por vê que cada dia mais nossa equipe está crescendo e se destacando no handebol, feliz por ter cido campeão alagoano e pela premiação individual do Davyd, pois nossa cidade numca tinha cido campeã alagoana nessa categoria e nem tinha recebido essa premiação individual, E tudo muito nosso e maravilhoso pra gente eu e meu amigo Daniel que juntos abraçamos essa equipe e estamos feliz não por uma equipe e sim por ser uma família, saliento e parabenizo ao professor Edmilson (dindo) e também a equipe sub-25 feminina por ter cido vice-campeã do alagoano e a equipe sub-25 masculino pelo terceiro lugar no alagoano. Nossas equipes mostraram resultado de um trabalho bem feito. O que nos deixa e a falta de apoio pois, um trabalho belíssimo desse e pra ser visto e apoiado. O handebol não E meu, Não E seu, o handebol e nosso. (Prof¤ kley) Comissão técnica: Técnico: Daniel Santos Técnico: Edgar Silva Coordenador do Club : Edmilson Pereira da silva (dindo).

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SANTANA, MIRANTES E CONHECIMENTO

Mirante do Cruzeiro ( Foto: Clerisvaldo)

Mirante do Cruzeiro ( Foto: Clerisvaldo)

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de março de 2015 

Crônica Nº 1387

Conhecemos várias cidades planas, em Alagoas, como Arapiraca, Pão de Açúcar, São José da Tapera, Ouro Branco e outras mais. Não podemos negar, porém, que Santana do Ipanema, seja totalmente assim. É uma cidade ladeirosa, repleta de patamares para o norte e para o sul a partir da calha do rio Ipanema. Como tudo tem suas vantagens e desvantagens, Santana possui inúmeros mirantes naturais, perto de si e mais distante que contemplam tanto o o núcleo urbano quanto as cercanias. Próximos a nós temos os serrotes do Gonçalinho, Cruzeiro, Pintado, Pelado, e serras Aguda e Remetedeira. Um pouco mais distantes, as serras do Poço, Camonga e Macacos. Quantos já subiram esses montes para conhecê-los e apreciar os cenários? 

Legítimo e cultural são, portanto, as caminhadas que grupos santanenses que moram fora, promovem periodicamente. Com objetivos de juntar velhos amigos, beber, brincar e caminhar, alguns vão conhecendo lugares do seu município onde nunca estiveram antes. 

Como já passei da fase de caminhadas longas, ainda penso num pequeno grupo, em um jipe antigo e bom a percorrer a zona rural do município sempre aos domingos, tanto as partes serranas, quanto as planuras. 

Apaixonado pela caatinga descubro imenso prazer em sair abastecido e parar em qualquer sombra do campo a se deliciar com a natureza. Quantas ruas de Santana você conhece? Quantos sítios do município? Quantos mirantes? 

O conhecimento deveria partir da iniciativa escola. Uma programação que fizesse com que mais tarde o cidadão afirmasse: “Conheço minha cidade, meu município completo, meu estado todo”. Assim o homem está preparado para conhecer sua grande Região Geográfica e seu País para poder partir para o mundo. Ninguém ama o que não conhece.

Uma caminhada no momento, contudo, com a altíssima temperatura desse fim de verão, não anima a ninguém. Além disso, as estradas, trilhas e caminhos não estão de confiança. A droga, os bandidos em motos estão nos quadrantes do sertão, onde ninguém mais deve andar sozinho.

As visitas de conhecimentos e lazer, agora são ameaçadas pela insegurança dessa nova geração dos desmantelos.

Roubaram mais uma manifestação

No dia 15 de março de 2015, aconteceu mais uma série de manifestações nas ruas de algumas capitais e outras cidades do Brasil. Em suma, pelo que li em alguns noticiários, a ideia era protestar contra a corrupção e indignação com o governo atual da Presidente reeleita Dilma Rousseff. A maioria dos protestantes tinham sim, esse foco, porém, o que também se viu foram algumas ideias bizarras de protesto. 

Pessoas com cartazes que pediam uma intervenção militar, isso mesmo, indivíduos livres usufruindo da democracia, “protestando” à favor da retirada dos seus DIREITO de protestar! No mínimo, para evitar ser grosseiro, essas pessoas faltaram às aulas de geopolítica e história do Brasil. E o que mais parece confuso é o fato de algumas pessoas que viveram o período da Ditadura estarem estarem envolvidos com o tal pedido de intervenção militar. 

Para resumir o que significa uma intervenção militar, pode-se dizer que seria o fim da democracia. Ou seja, o fim do direito ao voto, o fim do Ministério Público (o direito do povo de fiscalizar e auditar e obras públicas, que seriam realizadas por militares), o fim do direito de questionar erros do governo, o fim do direito de ir às ruas. Enfim, manifestar-se é preciso, mas manifestar-se pedindo o fim do direito de manifestar-se parece um tanto contraditório. 

É necessário estar atento aos articuladores infiltrados nas manifestações com intenções tendenciosas, que usam o povo como massa de manobra para ofuscar o verdadeiro sentido da manifestação, povo esse que tem todo espaço para pesquisar sobre os reais motivos de ir para rua, mas não o fazem. Já vimos isso nas manifestações de 2013, iclusive postei um texto sobre isso, clique aqui para ler. 

Quem tem que ir para “fora” não é o político do partido A ou o político do partido B, não é o político de esquerda ou de direita. E sim, o político corrupto de qualquer partido. E vamos combinar que no Brasil tem uma lista tão longa quanto a BR 101. E sim, sou à favor de qualquer manifestação do povo brasileiro.

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