AINDA O RIO IPANEMA

RIO IPANEMA E A ETERNA FESTA DOS URUBUS (Foto: Sergio Campos / Alagoas na Net / Arquivo)

Não custa nada repetir trecho de crônica do ano velho. O cidadão chamado Toinho, morador da Rua Professor Enéas, era exímio pescador de mandim a anzol. Eu diria mesmo que ele era absoluto. Descia para o Poço dos Homens, no rio Ipanema e, indiferente aos banhistas ou a outros pescadores de anzol e tarrafa, acomodava-se nas pedras do “estreitinho” (o poço era dividido em Estreitinho e Largo) onde iniciava sua tarefa.

Mandim era um peixe difícil de ser fisgado a anzol, mas Toinho era especialista, atesta meu tempo de rapazote. Discretamente fazia o prato do dia, não se demorava e saía para casa. Toinho era baterista na época dos grandes bailes de Santana do Ipanema, no Tênis Clube Santanense e no clube AABB – Associação Atlética Banco do Brasil. Como o tempo muda, Toinho passou a ser consertador de máquinas simples e fogão quando passou a ser conhecido como: Toinho das Máquinas.

Pois bem, em rio com trecho urbano infernalmente poluído, mais de trinta famílias vivia (talvez ainda vivam) da pesca miúda, matadora de fome da pobreza. Foi Toinho quem descobriu que os peixes pescados por ele, estavam doentes de câncer ou coisa parecida. E indicava protuberâncias feias formadas no lombo desses animais.

Abandonou de vez a pesca no rio Ipanema. Porém, todos os dias você vê pessoas pescando nos poços imundos, de anzol, de tarrafa, pequenas redes e manualmente futucando as locas. É a parte invisível do rio que as autoridades teimam em não vê.

Como despoluir o rio Ipanema? São duas as alternativas. A CASAL, responsável pelo saneamento tem obrigação de concluir os serviços de coletas de esgotos. Segunda, a prefeitura tem que fazer um projeto fazendo um levantamento de casas sem fossas em Santana. Todos os dejetos de casas sem fossas descem diretamente para o rio Ipanema ou através dos riachos Camoxinga e Salgadinho.

Depois ela própria ajudar na construção de banheiros minimamente decentes. Em seguida monitorar todos os bairros, inclusive o Comércio, grande poluidor de lixo doméstico e até industrial. Somente depois de tudo isso, usar sua estrutura para limpar às margens do Panema, da Barragem à Rua da Praia. Verba federal não falta, faça e apresente o projeto.

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de janeiro de 2017

Crônica 1.820 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

O RIO DOS ANALFAS

Ponte da barragem em uma das suas cheias (Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net)

A poluição do rio Ipanema pela margem esquerda tem início na primeira rua que desce até ele, vinda do Lajeiro Grande, passando pela antiga fazenda de Isaías Rego até o Poço Grande.  A descida dos esgotos é perene. Depois inicia pelas casas que ficam defrontes ao Matadouro e vai até a Rua da Praia.

Além disso, o Ipanema recebe todo o lixo caseiro e esgotos a partir da ponte do Colégio Estadual, onde dezenas e dezenas de casas, despejam seus dejetos diretamente no riacho Camoxinga, que desaguam no rio Ipanema. A margem direita precisa ser estudada, mas existem várias pocilgas tanto na margem esquerda quanto na margem direita, despejando no Ipanema, algumas delas usando longas encanações.

Várias casas comerciais descartam o lixo diretamente no rio Ipanema, na calada da noite. É uma vergonha o que acontece no trecho urbano do rio completamente indefeso. Não se vê um só representante do povo gritar pelo rio Ipanema, nem no Legislativo e nem no Executivo.

A sociedade organizada cruza os braços e bate as mãos como se o problema não fosse da sua competência. Em pleno comércio, as casas da Ponte Padre Bulhões, despejam suas latrinas para o rio. Nem IMA, nem IBAMA, nem AGRIPA, nem CASAL, nem Câmara e nem Prefeitura chegam juntos para resolver definitivamente o problema que estar encravado em pleno centro da cidade.

Cerca de três quilômetros de rio daria uma orla humanizada cheias de atrações e comércio relativos ao lazer, com novos empregos, novas paisagens e atrações tanto diurnas quanto noturnas. O leito do rio Ipanema limpo, poderia se tornar a grande área de divertimentos para os diversos bairros que o cercam com vários campos de futebol, como foi no passado. Mas a apatia das autoridades e a dormideira social tornam o projeto de grande futuro sem futuro algum, porque os olhares são curtos, não passam da proeminência do bucho e morre no umbigo.

Talvez muitos tenham razão em dizer que continuamos sendo um município que anda a reboque e pegue a venda da ignorância dos nossos contínuos dirigentes para colocá-las também na cara dos futuristas.

Amanhã mostraremos a solução.

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de janeiro de 2018

Crônica 1819 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

MALABARISMO NA SERRA

Serra da Camonga em Santana do Ipanema (Foto: Divulgação)

Para quem estuda o relevo serrano do Sertão ou simplesmente gosta de mirar os montes, suas formas, suas altitudes, suas imponências, temos muito que apresentar no semiárido: Serra da Onça (ponto culminante de Alagoas), serra do Parafuso, Porteiras, Jurema, Lagoa de Santa Cruz, Sabonete, Caiçara, Poço, Tapera, Xitroá, Gavião, Camonga, Gugi, Macacos, Remetedeira, Brecha, Cavalos, Lagoa e dezenas de outras, cujos cimos pagam uma boa semana de férias.

Na serra do Parafuso estuda-se a instalação de usina eólica para aproveitamento dos ventos do lugar. Serra da Jurema foi onde nasceu o cangaceiro Corisco. Lagoa da Santa Cruz e Sabonete, contam aventuras de Lampião. Serra da Remetedeira foi onde nasceu o cangaceiro Gato Bravo. E a serra da Camonga, em Santana do Ipanema volta a ocupar a mídia.

Localizada a cerca de 2 km de Santana, a serra da Camonga possui lombo comprido que finaliza com uma ampla cabeça rochosa e que olha do alto para a cidade. Esse paredão rochoso que forma o precipício parece mulher sentada no trono de granito que faz lembrar as histórias de reinos encantados. Foi por isso que lhe coloquei o apelido de “A Baronesa”.

Ultimamente a serra foi descoberta para a prática do montanhismo, ou seja, a caminhada no cimo e a escalada na cabeça. Contam os mais velhos que um vaqueiro perseguindo uma rês, caiu naquele penhasco. Uma cruz foi fincada em cima e o trecho ficou mal-assombrado até hoje.

Tínhamos uma fazenda nas faldas da serra, lado direito. A família Brandão, possuía fazenda ou chácara no topo. O saudoso professor Ernande Brandão, levava colegas para visitas ao cimo e, entusiasmado, falava das fruteiras e belezas do lugar.

Lá de cima avista-se boa parte do Sertão com destaque para o açude do Bode, pertinho da cidade e formado pelo riacho do mesmo nome, cujas nascentes estão no Maciço de Santana do Ipanema, da qual faz parte a citada serra.

Desejamos sucesso ao grupo de rapazes que praticam o esporte de montanhas. Com as reportagens feitas, também a cidade é divulgada, muito embora com nariz virado para o lado oposto ao turismo.

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de janeiro de 2018

Crônica 1.818 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

REGISTRE A PATENTE

A discussão sobre o caso foi interrompida em junho no STF (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Estão completamente defasadas as formas de governar dos prefeitos brasileiros, em maioria. A ambição desmedida (vejam os jornais) perpetua o reinado dos coronéis que se preocupam apenas em abastecer os seus próprios paióis. Não fazem absolutamente nada pelo futuro dos seus municípios e, quando muito, calça uma rua, um beco e logo corre a colocar o nome da rua de um parente.

Muitos não querem mais educar os filhos para as profissões diversas do mercado, mas apenas para o dinheiro fácil que é a política. E na falta de filho, coloca a filha, na falta de filhos e filhas, coloca a empregada, a rapariga, a peste, contanto que a minação do dinheiro público mine no seu desgraçado bolso. Ainda bem que alguns se salvam etransformam o seu município em grande competidor do porvir.

A eterna ambição de cada qual deixa o município em situação caótica na Saúde, na Educação, na limpeza urbana, na falta de planejamento. Ruas e mais ruas que mais parecem latrinas com esgotos a céu aberto. O mato toma conta do calçamento que não presta nem para cavalo.

Não se encontra uma lixeira nas ruas, faltam placas de sinalização, poda de árvores e pinturas, novos lugares de escoamento do trânsito e tantas outras coisas que desanima qualquer filho da terra. Quando se diz que o povo não sabe votar é apenas meia verdade. O rico honesto não quer ser candidato. O pobre honesto não pode se candidatar porque bandidos não deixam. O mais ou menos chega lá e se corrompe, vai carregar o andor do padroeiro, naturalmente pensando que o santo compactua com sua desgraçada atitude.

Quando o eleitor olha para um lado e para o outro, não encontra candidato do seu agrado e se ver garroteado para votar em um dos viciados que ele mesmo conhece muito bem. E esse ciclo do mal vai se perpetuando até não se sabe quando, pois se acusa, se prende e se solta no outro dia. E depois de tal tornozeleira que o diabo inventou, só fica na prisão o ladrão de bodega, o assaltante de beco, o larápio de galinhas.

Mesmo que viesse uma nova ditadura militar, seria para cometer os mesmos erros, muito embora espanasse ratazanas para todos os lugares. Mas quando voltassem à condição civil, novos ratos entrariam na competição pelo queijo fácil do erário público, pelos séculos e séculos sem fim.

Quem tiver como salvar o Brasil dos políticos ladrões, registre a patente.

Clerisvaldo B. Chagas, 5 de janeiro de 2018

Crônica 1.816 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

BOM JESUS EM PÃO DE AÇÚCAR

Foto: IBGE Cidades

 

Segundo divulgação, a festa tradicional de Bom Jesus dos Navegantes que acontece praticamente em todos os municípios do baixo são Francisco, terá nova edição em Pão de Açúcar. Os festejos estão previstos entre 10 e 14 com várias atrações como sempre acontece.

As apresentações serão culturais, religiosas e espetáculos com bandas conhecidas. Haverá carreata, banda de pífanos, fogos de artifícios, coco de roda, chegança, dança das peneiras, corrida de jegue, quebra pote, corrida de saco, corrida de canoas, procissão fluvial e missa de encerramento. Estas são apenas algumas das inúmeras atrações da festa.

Faz bastante tempo que estive por ali contemplando pela primeira vez a Festa de Bom Jesus dos Navegantes. Estava acompanhado do amigo de Santana, negão Zé Lima, de saudosa memória, quando fomos apreciar do alto do Cristo Redentor a procissão fluvial. Um verdadeiro colírio para qualquer pessoa a paisagem deslumbrante do rio São Francisco.

As embarcações conduzindo a imagem do Bom Jesus complementava o cenário espetacular. Mas enquanto eu me deleitava com o cenário sertanejo, meu amigo parecia distante da realidade e delirava acordado, lembrando e falando constantemente sobre os belíssimos olhos de Zilma, segundo ele. Estava apaixonado até a alma pela moça de Santana, cujos olhos verdes não lhes deixavam em paz um só momento.

Mas subindo o morro do Cristo ou não, a Festa do Bom Jesus dos Navegantes, em Pão de Açúcar, não fica esquecida facilmente. E para o visitante que chega sem muitos compromissos, pode ficar após a festa por alguns dias para descobrir tantas coisas passeando por ruas, avenidas, rio e trilhas inesquecíveis. A cidade é plana e agradável com muitas histórias em cada esquina.

Antiga Jaciobá (espelho da lua), terra de músicos e intelectuais, inicia-se com o pão de açúcar, morro parecido com forma de fazer açúcar. Querendo chegar ao rio, pode ser através de Santana do Ipanema, passando por Olho d’Água das Flores e Palestina, por uma paisagem cem por cento sertaneja e encantadora.

Bom Jesus dos Navegantes lhe aguarda.

Clerisvaldo B. Chagas, 4 de janeiro de 2018

Crônica 1816 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

NOS TEMPOS DOS ARMAZÉNS

Carro de boi na procissão de Senhora Sant’Ana (Foto: Jean Souza / Alagoas na Net)

Vendo um carro de boi, no trajeto Palmeira dos Índios – Santana do Ipanema vem à lembrança dos tempos em que o Sertão fervilhava desse tipo de transporte. Eram eles os distribuidores de mercadorias campo/cidade e vice-versa. Na cidade de Santana, o ponto dos carreiros era o Largo do Juá, no leito seco do rio Ipanema.

Ali se aglomeravam centenas de carros de boi que ficavam aguardando as compras das feiras dos sábados e dos armazéns. Os bois na espera eram alimentados pela palma forrageira trazida nos próprios carros. Chegavam cedo. Os carreiros andavam pela feira com o currião, o facão e, na maior com chapéu de couro.

Muitas mercadorias eram compradas em armazéns de secos e molhados. Lembro-me do armazém do senhor Marinho Rodrigues, talvez o mais sortido de todos que vendia desde a ximbra de menino brincar até o arame farpado, passando pelo charque, bacalhau, querosene, munição, bolachas, sal, açúcar e tantas outras coisas que fica até difícil enumerar.

Seu Marinho negociava no chamado “prédio do meio da rua”, tendo defronte a Casa Ideal, sapataria de luxo do senhor Marinheiro. No balcão, Seu Marinho contava com a esposa Dona Prazerinha e o cunhado Reguinho, ele mesmo e mais alguns empregados. Reguinho também possuía a habilidade de trançar palhinhas em cadeira, moda da época.

Seu Marinho havia vindo da zona rural, devido a uma visita de cangaceiros à sua casa. Na ocasião houve fuga e tentativa, tensão, saque e desentendimento entre os cangaceiros Craúna e Cajueiro até a chegada do chefe, Lampião. Dessa família saiu o primeiro médico filho do município, Dr, Clodolfo Rodrigues de Melo também pioneiro em clinicar na cidade.

Clodolfo hoje tem seu nome reconhecido no Hospital de Santana do Ipanema. O progresso foi aos poucos entregando os serviços do carro de boi ao caminhão. A partir da gestão do prefeito Ulisses Silva que substituiu o calçamento bruto da cidade por paralelepípedos, carro de boi foi proibido de entrar na urbe. Por outro lado os armazéns foram substituídos por mercearias e, posteriormente, mercadões e outros palavreados.

Clerisvaldo B. Chagas, 3 de janeiro de 2018

Crônica 1.815 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

REIS MAGOS FAZEM A FESTA

Ilustração (Foto: Reprodução / Pixabay / OpenClipart-Vectors)

No Médio Sertão Alagoano, uma cidade conserva a tradição de homenagear os três Reis Magos, aqueles que vieram do Oriente para louvar e presentear o Menino Jesus. Eles foram citados apenas no Evangelho segundo Mateus.

Mesmo sem comprovações do número exato de reis magos, suas verdadeiras atividades e seus nomes, a tradição dá como três e que teriam sido Belchior, Baltasar e Gaspar com os presentes ouro, incenso e mirra. É muito interessante o relato bíblico que deixa um grande espaço para eternas pesquisas sobre o acontecimento. Mas independente das exatidões do fato, a Cristandade não esquece a visita feita por aqueles estrangeiros ao menino recém-nascido.

É assim que o município de Poço das Trincheiras, emancipado de Santana do Ipanema em 1958 e tendo como padroeiro São Sebastião, comemora a visita dos Reis Magos. A cidade se agita com os pocenses recebendo milhares de visitas do Sertão de Alagoas e de Pernambuco, durante dois dias de intenso e lendário festejo.

Para 2018, a chamada Festa de Santos Reis, já foi divulgada através das redes sociais e que será realizada nos dias seis e sete de janeiro.

Segundo o que se sabe, no dia seis, a parte profana terá início às doze horas com encontro de paredões no Campo Esportivo São Jorge. E as vinte e duas horas, haverá baile no Ginásio de Esportes com as bandas Nostalgia e Mistura Hits. No dia sete, às 12 horas, haverá Gincana Moto Ciclística na Praça Padre Cícero. Às vinte e uma horas, show de Avine Vinny, Israel Novaes e Luan Estilizado. Não conseguimos a programação religiosa.

Está aí, portanto, mais um motivo para uma visita ao Sertão, com o embalo do município de Poço das Trincheiras. A sede do Poço fica bem perto de Santana do Ipanema, e tem acesso asfáltico até a BR-316. O lugar com pouco mais de 13.000 habitantes, possui um núcleo limpo, alegre e ensolarado. A cidade é plana assim como a maior parte do município, mas resguardada a leste pela imponente serra do Poço com 500 metros de altitude e outras que compõem o relevo e a beleza sertaneja.

Clerisvaldo B. Chagas, 2 de janeiro de 2018

Crônica 1814 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

ANO NOVO EM MACEIÓ

Foto: Alagoas 24 Horas

Gostando muito de corrida de rua, não costumo perder a Maratona de São Silvestre. Enquanto a noite não chega, vamos passando o tempo diante da tela para vê que bicho dá. Mas a decepção com os brasileiros continua e ficamos de boca aberta com os atletas das avenidas.

Enquanto isso os africanos continuam montados nos troféus das edições paulistanas. Sem mais desculpas para os do nosso País, fala-se da genética como motivo das sucessivas vitórias. Os homens daquele continente estariam para o mundo das corridas, assim como o Brasil está para o futebol.

E sem nenhuma saída ainda na vitrina, o jeito é adotar e aplaudir atletas de ambos os sexos da Mãe África. Não se pode negar a elegância e a firmeza que movem homens e mulheres do Continente Negro na Corrida de São Silvestre.

Mas deixando a famosa corrida de lado, vamos apreciando a grande movimentação de pessoas na orla de Maceió, notadamente nas praias de Pajuçara, Jatiúca, Ponta Verde e Cruz das Almas. A decoração do Natal ainda permanece aliada à beleza da região praieira, onde turistas do Brasil inteiro comemoram tudo nas alvas areias maceioenses.

Entrevistas acontecem e os visitantes vão falando do lugar de origem e dizendo dos encantos das Alagoas. Gente de Goiás, Minas, Rio Grande do Sul e até mesmo do Rio de Janeiro aglomera-se no colorido das avenidas consolidando de vez Maceió na cabeça do turismo brasileiro.

E na virada do ano, chega a vibração geral como se todas as frustrações da vida tivesse ficado em 2017. Barulho de foguetório preenche toda Maceió com show nos céus de espocar de foguetes bailando com o som musical. A capital comemora por todos os lugares e a luminosidade com música e zoada acontecem na enseada da Pajuçara, no Alagoinhas e em outros três pontos do Bairro da Ponta Verde.

Mas também há essa mesma vibração no Bairro Benedito Bentes e no Mirante do Bairro Jacintinho. É a chegada triunfante do ano 2018 trazendo novas esperanças para os habitantes da Terra e, particularmente, para a nossa guerreira Alagoas de tantas e tantas batalhas pelo porvir.

Clerisvaldo B. Chagas, 1 de janeiro de 2018

Crônica 1.813 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

PALEONTOLOGIA

Maravilha é a cidade dos dinossauros no Sertão de Alagoas (Foto: Gutemberg Lima)

Com o meu neto Davi, de seis anos, querendo a todo custo ser paleontólogo, fomos ver a dificuldade no Brasil de se chegar ao objetivo. Um sonho de criança pode ser permanente até tornar-se realidade ou sofrer desvio de percurso por algo mais interessante na medida do crescimento. Mas assim como eu, que queria ser geólogo, pela dificuldade de encontrar o curso por perto, fui desviado para a Geografia licenciada, penso no meu neto.

Enfrentei cursos de Geografia que não saiam de sala de aula e fui me formando em aulas solitárias de campo, por minha própria conta. Posso dizer sem vaidade alguma, mas com orgulho, que me tornei um campeão. Mas é preciso que se tenha pelo menos um curso prático e seguro de Geologia para maior segurança.

Meu neto Davi, conhece todos os tipos de dinossauros e suas características e ao perguntarmos o que ele quer ser quando crescer, ele responde sem pestanejar: “Quero ser paleontólogo”.

Paleontologia (do grego palaiós = antigo + óntos = ser + logos = estudo) é a especialidade da Biologia que estuda a vida do passado da Terra e o seu desenvolvimento ao longo do tempo geológico, bem como os processos de integração da informação biológica no registro geológico, isto é, a formação dos fósseis.

Ao optar por esse ramo da Biologia, no Brasil você é chamado de paleontólogo. Sua solidificação nos estudos dos animais e plantas de tempos remotos e os fósseis de dinossauros precisa muito não só da Biologia e seus outros ramos, mas também da Geologia e da Geografia.

O primeiro neto, Guilherme, 13 anos, não sabe ainda qual profissão abraçar, mas é bom em Geografia e Matemática. E por falta de testes vocacionais nas escolas e de tantas profissões novas que estão surgindo em todas as áreas de estudos, somente o próprio estudante tentará desvendar o que vem reservado para exercer o seu papel no mundo. Mas o Brasil sendo tão grande em extensão territorial deveria ser muito mais abrangente na distribuição de cursos pelas Cinco Grandes Regiões Geográficas, mais eficiente no Ensino e mais seguro nas formações profissionais dos seus filhos.

Deus abençoe os nossos… E os dos outros.

Clerisvaldo B. Chagas, 29 de dezembro

Crônica 1.812 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

BEBIDA E DIREÇÃO: O RESULTADO PODE SER CONDENAÇÃO!

Foto: USP Imagens

Recentemente foi aprovada a Lei 13.536 de 19 de dezembro de 2017, na qual alterou artigos do Código de Trânsito Brasileiro, buscando tornar mais rigorosas as penas para condutores que cometerem crimes na direção de veículos.

Após edição da legislação, o que se viu na internet e nas redes sociais foram noticiários e informações, em sua maioria, inverídicas e desconexas, que divergiam das reais implicações legais que a norma atual poderá trazer.

A partir desse cenário de contradições e incertezas, senti a necessidade de trazer aos leitores algumas considerações sobre os efeitos concretos das atuais modificações nas normas de Trânsito.

De forma direta e objetiva, essas alterações ocorreram na parte criminal do Código de Trânsito Brasileiro, ou seja, as penas ficarão mais rigorosas.

Agora, quem praticar homicídio culposo, na direção de veículo, desde que esteja sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que cause dependência, poderá ter pena de reclusão de 5 (cinco) a 8 (oito) anos, e suspensão ou proibição do direito de dirigir.

Outro aspecto relevante que merece esclarecimento está relacionado à prática de lesão corporal culposa de natureza grave ou gravíssima pelo agente, na direção de veículo automotor.

Aqui também houve mudança severa, a pena para esse tipo de crime deve variar de 2 (dois) a 5 (cinco) anos de reclusão, desde que fique caracterizado que o condutor estava com a capacidade psicomotora alterada em virtude da influencia de álcool ou de outra substância psicoativa  que determine dependência.

EXISTE A POSSIBILIDADE DO PAGAMENTO DE FIANÇA PARA ESSES TIPOS DE CRIME?

Não em sede policial!

Com a ampliação da pena, o condutor que praticar tanto o homicídio culposo, quanto a lesão corporal culposa e estando presentes os requisitos que reduzem a capacidade psicomotora, não deve ser beneficiado com o arbitramento de fiança pela autoridade policial, devendo ser tratado somente em juízo.

Importante ainda salientar que as modificações aqui tratadas só devem entrar em vigor a partir de abril de 2018.

Persistindo alguma dúvida procure um advogado de sua confiança!

“No mais, encerro este último post de 2017 desejando a todos os amigos leitores um venturoso ano de 2018 com muitas realizações.”