18 Maio

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ALERTAS PROFESSORES DE GEOGRAFIA

A ZONA RURAL SERÁ ESQUADRINHADA (FOTO: B. CHAGAS)

Com os livros “230”, “Ipanema um rio macho”, “Negros em Santana”, Geografia de Santana”, O boi, a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema”, “Conhecimentos gerais de Santana do Ipanema”, resgatamos quase tudo o que a nossa terra tinha direito. E mesmo com nove livros prontos para publicações, estamos mexendo ainda na inquietação. Iniciamos até como lazer, um trabalho de Geografia que resgatará também a zona rural do nosso município.

Trata-se de uma tarefa inédita para e com os professores de Geografia direcionada às escolas, população em geral, autoconhecimento/estágio em que todos os mais de cem sítios serão visitados, mostrados e valorizados. Um documentário que terá assinatura de todos os professores de Geografia participantes. Não temos conhecimento do que o que planejamos tenha sido realizado em nenhum município do Brasil.

Já estamos trabalhando nas pesquisas de gabinete e estaremos no campo, após as chuvas invernais. É um pequeno grupo disposto a passar vários domingos percorrendo as 11 regiões rurais, classificadas por nós e que serão estudadas: Um geógrafo, um historiador, um guia, um motorista e talvez um fotógrafo. Após essa segunda fase, entrariam todos os professores de Geografia de Santana, que quisessem nos acompanhar. Não vamos apresentar ainda o pulo do gato. Mas é preciso transporte, gasolina, alimentação, GPS, máquina fotográficas, filmadoras e mais. Dificilmente se arranja essas coisas com as autoridades. Nesse caso, os professores reunidos dirão como fazer.

Enquanto caem as chuvas, vamos trabalhando, preenchendo o corpo do projeto até onde for possível. Deveremos ganhar o apoio da Escola Professora Helena Braga das Chagas, onde a maioria trabalha e, fora de expediente comanda as ações. Brevemente estaremos convidando os professores de Geografia para conhecer as nossas ideias. Mesmo assim, estamos todos os dias na referida escola no turno matutino onde poderemos ouvir e fornecer sugestões.

Ontem mesmo durante uma entrevista, recebemos importantes informações de um dos mais de cem lugares rurais: Lagoa do João Gomes e do próprio riacho João Gomes. VEM CONOSCO!

 

Clerisvaldo B. Chagas, 18 de maio de 2018

Crônica 1.903- Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

17 Maio

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EUCALIPTO: INÍCIO DE PRINCIPADO

Eucaliptos em Alagoas (Foto: Agendaa.com)

Com as sucessivas crises canavieiras, desde o início da sua história em Alagoas, aos poucos vai mudando a paisagem na antiga Zona da Mata. Os algodoais sertanejos que concorreram com a cana-de-açúcar e venceu, entrou em crise e sumiu levando consigo as indústrias fabris do estado.

A cana vem sofrendo queda na produção, fechamento de usinas e perdas territoriais de plantio. É nesse cenário que – entre outras alternativas para os canaviais – surgiu e se expande o Eucalyptus globulus labill, simplesmente eucalipto. São produtores pequenos, médios e grandes que estão produzindo madeira em lugar da cana. Inicialmente indicado para lugares altos e difíceis, o eucalipto disparou na aceitação. O próprio viajante já pode constatar a mudança do panorama quando o asfalto é ladeado pela Eucaliptocultura.

Há aproximadamente 8 oitos teve início essa alternativa e que nos últimos tempos saltou de 900 hectares para 15 mil hectares e continua em expansão. A necessidade crescente de madeira no mundo mostra boa perspectiva no negócio. Madeira boa, legalizada que atende o comércio de móveis, lenha, artesanato, medicinal e tantos outros, pois do eucalipto tudo se aproveita. Isso vem aliviar a derrubada clandestina da floresta tropical, da caatinga, manguezais e mesmo de alguma reserva da vegetação agreste.

Dizem que são 730 espécies de eucaliptos no mundo, sendo 20 delas comerciais. Seu cheiro e propriedades são usados como desinfetantes e remédios contra gripe e sinusite.

Importantes e famosas fábricas nacionais estão se instalando em Alagoas tendo em vista a matéria-prima ao alcance da mão. Estão surgindo inúmeros negócios por causa da madeira e, já se vende clones para plantio do auspicioso cultivo. Nessa velocidade e aceitação, só o tempo dirá se Alagoas deixará de ser conhecida pelos seus verdes canaviais e será a terra dos eucaliptos, cujos detalhes técnicos e derrubadas de mitos, deixamos de apresentar.

E se a cana-de-açúcar era rainha em Alagoas, chegou o príncipe eucalipto na Terrinha.

Clerisvaldo B. Chagas, 17 de maio de 2018

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.903

16 Maio

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PROFESSORES – RELEVO – PROFESSORES

Relevo santanense (Foto: Clerisvaldo B. Chagas)

Tivemos três importantes fases de classificação do Relevo Brasileiro. A primeira com o professor Aroldo de Azevedo (década de 1940), falecido em 1969. A segunda classificação do Relevo Brasileiro, surgiu com o extraordinário geógrafo, Aziz Ab’Saber, em 1962, que ampliou a classificação primeira de Aroldo Azevedo. A terceira classificação do Relevo Brasileiro é a chamada Classificação de Jurandy Ross, professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo, com uma proposta em 1989. Essa proposta foi baseada no Projeto Radam e Radam Brasil, que teve a participação do ilustre professor. Podemos dizer que a sequência foi um aperfeiçoamento quando usamos atualmente a Classificação de Jurandy Ross em nossos livros de Geografia.

Aroldo Azevedo estabeleceu as formas de planície e planalto com o critério altimetria, estabelecendo o limite de 200 metros para diferenciar uma forma de outra. Já Aziz Ab’Saber, usou o critério morfoclimático, que explica as formas de relevo pela ação do clima. Aziz ampliou a classificação de Azevedo, acrescentando novas unidades ao relevo brasileiro.  Para ele, planalto é onde predomina agentes de erosão. Planície seria a superfície com maior deposição de que a erosão. Reunindo as principais características do relevo e do clima mais vegetação e hidrografia chamou de “Domínios Morfológicos Brasileiros”.

Com o solo brasileiro detalhado pelo Projeto Radam e Radambrasil, a classificação do professor Jurandy Ross se fez necessária na proposta de 1989, com muito mais detalhes. Por ela, temos no Brasil, 11 planaltos de quatro tipos; 6 planícies de dois tipos  e 11 depressões de três tipos;  sendo ao todos 28 unidades.

Nós, do Sertão alagoano, estamos na “Depressão sertaneja e do São Francisco”.

Os detalhes de cada uma dessas unidades, não cabem em apenas um crônica.

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de maio de 2018

Crônica 1.902 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

15 Maio

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TURISMO NO TATUAMUNHA

Rio Tutuamunha (Foto: Viagem que Sonhamos)

Quando se fala em turismo o litoral norte de Alagoas se apresenta com Maragogi. Existem muitos outros municípios de praias belas e desertas ainda sem estrutura para tanto. Mas há cerca de nove anos, vem acontecendo um turismo silencioso e sustentável naquela região através do rio Tatuamunha que divide os municípios de São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras.

Ali está localizado um dos santuários do peixe-boi marinho com trechos protegidos pelo ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Dez mil pessoas por ano passeiam pelas águas tranquilas do Tatuamunha com turismo controlado. Mais de vinte jangadeiros conduzem os turistas em jangadas, com varas. Somente 10 deles podem entrar no rio de cada vez, durante o dia, em que uma jangada conduz apenas 10 turistas, o que dá 70 turistas/dia.

Mais de 100 famílias vivem desse turismo, direta ou indiretamente. O visitante pode apreciar o Santuário do Peixe-boi, o mangue, o rio, a fauna e a flora do trecho estabelecido. O trajeto ida e volta dura em torno de 3 horas com dois remadores e algumas paradas para observação. É bom lembrar, entretanto, que nem tudo são flores. Existem vários problemas como esgotos das margens, lixo e desmatamento.

Ali perto, tenta-se o turismo também através do rio Manguaba – o mais importantes daquelas bandas – e que nasce no pé da serra do Lino. O rio Manguaba já foi escoadouro da produção de açúcar dos antigos engenhos da região, inclusive de Porto Calvo. Vestígios de velhas batalhas entre espanhóis e holandeses acontecidas naquela área, estão sendo apontadas também como motivadoras dessa nova fonte de renda.

Como vimos, todas as regiões brasileiras estão despertando para a grande indústria sem chaminé. E se Alagoas chega a ser o destino mais procurado do Brasil para o turismo, a periferia dos principais centros também quer pegar nas “verdinhas”, no euro ou mesmo no “peixe” brasileiro.

Do litoral ao sertão o potencial é enorme, muito embora algumas autoridades adormeçam na esperança de que tudo cairá do céu.

Fazer o que, criatura?

Clerisvaldo B. Chagas, 15 de maio de 2018

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1901

14 Maio

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AGRADECENDO A DEUS E AOS SITES

Hoje completamos 1900 crônicas (Foto: Ilustração)

Estamos agradecendo a Deus e aos Sites que reproduzem nossas crônicas em mais um centenário do nosso trabalho na Internet. Iniciamos pelo Site “Santana Oxente”, a convite do seu proprietário, o professor Valter (o Valtinho). E essa parceria ainda hoje tem sido fiel e dando bons frutos. O convite foi feito em uma ocasião em que nos encontramos no Colégio Divino Mestre, em Santana do Ipanema. Atualmente, com apresentação moderníssima, o Site “Santana Oxente”, hospeda nosso blog e dá destaque ao trabalho. A qualquer momento irei visitar o lugar e o parceiro a quem devotamos consideração e respeito.

Além do “Santana Oxente”, temos o Site “Alagoas Na Net”, com os nossos trabalhos das segundas as sextas, na crônica do dia. Ali um talento jovem comanda a máquina de notícias na pessoa do jornalista Lucas Malta, também em Santana.

Nossas crônicas estão sempre no Site do “Blog do Mendes & Mendes”, insigne personagem de Mossoró, no Rio Grande do Norte, com seus gigantescos e relevantes serviços prestados ao Nordeste e ao Brasil.

São encontradas ainda no “Face” e no blog “Clerisvaldobchagas. Blogspot.com”.

As crônicas foram iniciadas como ocupação para matar a ociosidade entre a publicação de um livro e outro. O nome artístico utilizado nos livros, também segue nas crônicas como “Clerisvaldo B. Chagas”, (Braga), em homenagem ao escritor palmeirense Luís B. Torres, primeiro a reconhecer o nosso trabalho.

Aqui o Sertão nordestino vem sendo esquadrinhado e, trazidos ao nosso palco, os mais diversos temas do mundo. Sendo a crônica o gênero literário mais curto, encaixa-se no jornalismo onde entramos mais como Educação e Cultura.

Hoje estamos na edição 1.900, fruto de árdua tarefa que se equilibra entre a inspiração e a sua falta. É um aniversário que merece um bolo, uma aguardente, um grito retumbante ou um simples cafezinho como gosta o autor.

Ê “véi”… Vamos montar o cavalinho e prosseguir jornada.

Clerisvaldo B. Chagas, 14 de maio de 2018

Crônica 1,900 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

11 Maio

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LENDO E REVIVENDO O SERTÃO FOLCLÓRICO

Guerreiro (Foto: Agência Alagoas)

Estamos vivendo o momento em que anualmente as escolas sertanejas se preparam para o lazer regional de Santo Antônio, São João e São Pedro. Quase todo esse trabalho é em cima dos grupos folclóricos que ainda continuam furando o tempo: a dança de quadrilha e o coco de roda. As perseguições policiais, o descaso dos governantes, a chegada da televisão e outros lazeres modernos extinguiram inúmeras modalidades folclóricas como as “negras da costa”, o “quilombo”, “reisado”, “guerreiro”, “tapagem de casa” e bem muitas outras manifestações populares. Brava gente do Sertão que mesmo tendo passado tanto vexame, não abre mão do que lhe resta. Veja abaixo o que diz Tadeu Rocha, no seu Modernismo & Regionalismo”, em 1966:

“Nos municípios do interior, as próprias autoridades se encarregavam de proibir certas manifestações folclóricas, como as “sentinelas” aos defuntos nas pontas de ruas, os “reisados” e os “quilombos”. Lá em Santana do Ipanema, um delegado de polícia, bacharel pela Faculdade de Direito do Recife, perseguiu duramente os reisados e mandou espancar os “Mateus”, “Doutores”, “Jaraguás” e outras personagens. E um delegado regional, também formado em Ciências Jurídicas e Sociais, acabou com as “sentinelas” da cidade, com os seus “benditos” e as suas “excelências” porque perturbavam o sono dos homens de bem”.

Depois da célebre escola folclórica nascida em Viçosa e em seguida levada a Maceió, não foram muitos os seguidores de Théo Brandão – tão admirado pela minha mãe, professora Helena Braga. Mas foi construída uma literatura alagoana em cima do folclore da província. No Sertão ninguém se dedicou a essa vertente literária. Mas podemos ver nos cinco romances de Clerisvaldo B. (Braga) Chagas, do ciclo do cangaço, o folclore diluído em suas páginas. De qualquer maneira, o que pode ser feito no Sertão de Alagoas, será realizado geralmente pelas escolas públicas e particulares no período junino.

E se hoje as nossas tradições estão encolhidas, vamos relembrar o ditado sertanejo: “Do saco perdido, a embira”.

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de mais de 2018

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1.899

10 Maio

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A PRESTIGIADA MENTE DOS CIENTISTAS

Plantação no deserto é plano de norueguês (Foto: Paulo Rios /Arquivo Secom / Ilustração)

Neste velho mundo misturado uns se dirigem para o fim do planeta, enquanto outros ainda procuram soluções para a humanidade.

Todos os anos uma área de terra do tamanho do estado de São Paulo, se converte em deserto, no mundo. Além dos desertos já existentes, outros vão surgindo engolindo as terras férteis e gerando a fome.

Mas o cientista norueguês Kristian Morten Olisen, inventou nos seus estudos uma maneira de fertilizar os desertos. Para isso entrou em parceria com o fazendeiro no deserto dos Emirados Árabes, Faisal Mohammed Al Shimmari, num projeto para testar o seu invento. É um lugar onde a temperatura pode facilmente chegar aos 50 graus. Nessa região, os fazendeiros costumam trazer água em navios para tentar a lavoura normal. A dificuldade de se plantar no deserto leva os Emirados a importar cerca de 80% da sua alimentação.

A técnica de Olisen, que vem sendo desenvolvida desde 2005, consiste em recobrir a areia com partículas de argila líquida. Esta argila faz unir os grãos de areia fazendo com que ela adquira a virtude de reter água. Assim, o solo pobre e degradado pode se tornar fértil em apenas 7 horas.

Pelo sucesso obtido, a tendência da tecnologia é espalhar-se pelo mundo, fertilizando terras áridas e acabando com a fome.

“A tecnologia chamada ‘Liquid Nanoday’ (nanoargila) está sendo desenvolvida desde 2005”

“O tratamento recobre as partículas de areia com argila e muda completamente suas propriedades físicas, permitindo que a areia retenha a água”, diz Olisen.

‘É um processo, que segundo o cientista não necessita do uso de nenhum agente químico’. “Podemos transformar os solos arenosos de baixa qualidade em terras agrícolas de alto rendimento em sete horas”

 “Simplesmente misturamos argila natural na água que colocamos sobre a areia e criamos uma capa de meio metro no solo que converte a areia em terra fértil”, explica Ole Morten Olesen, filho de Kristian e diretor de operações da empresa Desert Control, fundada por seu pai para vender a tecnologia.

Clerisvaldo B. Chagas, 10 de maio de 2018

Crônica 1.898 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

09 Maio

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GRACILIANO RAMOS E O PADRE BULHÕES

Busto do padre Bulhões. (Foto: B. Chagas, livro 230).

Apresentamos mais uma vez segredo literário escondido, uma vez que livros importantes santanenses, não são reeditados. Representam relíquias e poucos sabem da existência daquela edição ou daquela outra que foi editado para gerações passadas.

O texto abaixo é comentário sobre o romance de Graciliano Ramos, “Caetés”, cuja identificação completa, acha-se no final. Temos mais uma vez como público alvo, professores de Português – Literatura, universitários e pesquisadores em geral.

A preguiça pela leitura leva o jovem apenas a clicar na foto e, o texto que se dane! É a perpetuação do analfabetismo pela cibernética Mesmo assim, vejamos:

 “Se José Lins do Rêgo romanceava o mais importante gênero de vida adotado na mata costeira nordestina, Graciliano Ramos retratava, nos seus livros, a terra e o homem do agreste e sertão da nossa região geográfica. O cenário de “Caetés” é a cidade de Palmeira dos Índios, antes que lá chegassem os trilhos da “Great Western” e se multiplicassem os caminhões, que hoje levam do Recife e Maceió a civilização e as doenças, o progresso e a miséria. O escritor inspirou-se na vida municipal do sertão alagoano, a fim de criar as suas personagens. Por isso mesmo é que o Pe. Atanásio, tanto representa o Vigário Francisco Macedo, de Palmeira dos Índios, como o Vigário José Bulhões, de Santana do Ipanema. Os políticos de “Caetés” são os mesmos de Palmeira, Pão de Açúcar ou Água Branca. João Valério era guarda-livros da firma Teixeira & Irmão, como poderia sê-lo de Tertuliano Nepomuceno, em Santana, ou de Antônio Rodrigues, em Mata Grande. Aliás, foi um guarda-livros de Santana do Ipanema, meu fraternal amigo o poeta Valdemar Lima, quem primeiro me falou em “Caetés”, nas férias escolares de 1930 para 1931. O romance foi escrito em Palmeira, retocado em Maceió e publicado no Rio. Para o grande público o livro surgiu em 1933, mas fazia três anos que os seus originais passavam de mão em mão, entre os jovens intelectuais da capital de Alagoas”.

ROCHA, Tadeu. Modernismo & Regionalismo. Oficial, Maceió, 1964. 2a Ed. Págs. 84-85.

Clerisvaldo B. Chagas, 9 de maio de 2018

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica 1897

08 Maio

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OS CAMINHOS DA SANTANA LITERÁRIA

MATA VERDE, EM SANTANA. FOTO: (B. CHAGAS)

Para os planos terrenos os caminhos são muitos e diversos. Entre eles têm os que procuram riqueza na política, os que deliram com o ouro das minas, os que vibram com o fuzil diante dos cofres bancários e os que se realizam através das esmeraldas literárias. Dentro do último padrão, regionalizando para o nosso pequeno mundo santanense, temos também as cortinas grenás dos que almejam decifrar o além dos cortináveis. E assim vamos encontrando tesouros sagrados imperceptíveis ao humano comum e dadivosos aos pesquisadores natos. E o pesquisador autêntico e perspicaz não é o da fartura disponível, mas sim das invisíveis entrelinhas que alinhavadas com paciência e intelecto, edificam o todo, o resultado da exaustiva busca com a coroação e os lauréis.

Assim apontamos as trilhas para os que procuram a história e a literatura da terra. Escritos como hieróglifos que nos transportam para o último período de Vila em que nasceram os nossos primeiros escritores, muito embora os seus frutos em livros tenham brotados somente a partir da Santana cidade da década 1940. E na busca das esmeraldas acima, estão “Fruta de palma”, “Modernismo e realismo”, “Santana do Ipanema conta sua história” ou mesmo “Vim para ficar”, leituras imprescindíveis aos momentos de compreensão dos nossos primeiros 40 anos como cidade.  Seus autores, pela ordem, são Oscar Silva, Tadeu Rocha, Floro e Darci Araújo e Floro Araújo.

Em “Fruta de palma”, livro de crônicas rudes e sertanejas, o autor fala sobre fatos e pessoas de Santana. É um bom auxiliar variado para se encontrar o que se procura no geral de cada crônica ou em frases soltas que servem de pistas importantes. “Modernismo e Realismo” é profundo sobre literatura nordestina, alagoana e santanense. Professor de história e português não pode ignorá-lo. “Santana do Ipanema conta sua história”, puxa mais para a parte sociológica. Apesar de alguns erros como datas e alguns fatos, não compromete o todo, visto pela ótica dos autores. Não deixa de ser uma obra relevante para a história local. E “Vim para ficar”, narrativa pessoal do autor – talvez seja a melhor das suas obras – onde se acha algumas rápidas informações embutidas sobre a cidade que auxilia bem as pesquisas.

Melhores informações pelo contato: clerisvaldodaschagas@gmail.com.

Clerisvaldo B. Chagas, 8 de maio de 2018

Crônica 1.896 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

07 Maio

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FEIRÃO DE LIVROS

Burrinho usado no programa Livros Andantes, no interior de Pernambuco (Foto: Divulgação)

No período 1956-60, o mesmo prefeito que construiu a rodagem Carneiros – Riacho Grande, a Praça das Coordenadas, o Museu Histórico e de Artes, Dr. Hélio da Rocha Cabral de Vasconcelos, promoveu também a primeira feira de livros do município de Santana do Ipanema.

Lembro-me ainda dos livros, espalhados defronte a Igrejinha de Nossa Senhora Assunção e adjacências, inclusive, do outro lado da rua e na esquina da bodega do Seu Oséias. Não recordo, porém, da finalidade e dos critérios.

Tempos depois, nós, os alunos do então Ginásio Santana, promovemos a nossa. Não havia autores presentes. A finalidade talvez fosse arrecadar fundos para realizar excursões, estimular a leitura e fortalecer o intercâmbio livresco.

Cada aluno trouxe um ou mais livros, para trocar ou vender. A obra já  chegava à feira com o preço estipulado pelo aluno dono. E como o primeiro evento, também espalhamos os livros na frente e em ambos os lados da mesma igrejinha/monumento.

Havia muitas edições antigas, mas que agradaram aos estudantes do Ginásio, a outros estudantes e ao povo em geral que prestigiava maciçamente a iniciativa ginasiana. Tanto o livro mais novo quanto o livro mais velho, tinham uma variação de preço pequena, sendo tudo barato e ao alcance de qualquer pessoa. Bem certo era que havia alguns professores por perto, mas a empolgação toda era dos alunos que negociavam suas relíquias comprando, vendendo, trocando como velhos feirantes.

Vendo, então, o exposto acima e sabendo que não são muitos os adeptos da leitura, vamos a uma proposta. Uma feira de livro gigantesca com todas as escolas do município. Cada aluno levaria seu livro ou livros para cadastrar e vender. Como a finalidade seria apenas estimular a leitura, cada livro seria vendido a um real ou coisa parecida numa tabela de preço máximo que não passaria de três reais. Todas as espécies de livros menos os nocivos à juventude poderiam ser apresentados recebendo etiqueta do preço. Os detalhes do comando da feira seriam imaginados na segunda fase.

Topa, compadre, a trabalheira?

Entendo

Clerisvaldo B. Chagas, 7 de maio de 2018

Crônica 1.895 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano