O humanismo econômico de padre Lebret

Por Marcus Eduardo de Oliveira

Louis-Joseph Lebret (1897-1966), ou simplesmente, padre Lebret, como era conhecido esse dominicano, foi daquelas poucas pessoas que “desembarcaram” nesse mundo com uma missão ímpar: promover a aproximação entre o pensamento cristão vinculado à ação econômica voltada exclusivamente para a promoção de uma sociedade mais fraterna e menos injusta.

De forma apurada, padre Lebret teve uma visão humanista da economia, uma visão diferenciada na maneira de se pensar a economia pelas lentes do social.

Nascido a 26 de junho de 1897, em Minihic-sur-Rance, na Bretanha, Lebret conseguiu ao longo do tempo em que viveu – 69 anos – criar e consolidar um pensamento social cristão ressaltando a importância da construção de uma civilização mais solidária. Nunca se esqueceu de que as bases principais dessa premissa repousam no respeito em primeiro lugar ao ser humano, vendo-o como um ser capaz de agir em prol do estabelecimento de um mundo mais justo, e não somente “encarnado” na pele de consumidor, tão ao gosto capitalista que apregoa um tipo de economia que apenas valoriza a posse material, e não o ser humano.

Desse modo, a vida de Lebret, enquanto teólogo de ação e pensador social, esteve diretamente entrelaçada em dois movimentos criados e estruturados para dinamizar uma cultura econômica e social mais fraternal. Cultura essa que, infelizmente, nos dias de hoje, tem regredido na escala de valores, afastando-se assim daquilo que se convenciona chamar de prática do bom-senso. Os movimentos em questão são: i) a revista “Économie et Humanisme”; e ii) o “Movimento dos Economistas Cristãos”.

Ambos os movimentos, a partir do início dos anos 1940, fizeram com que Lebret concebesse uma nova visão da economia em função do ser humano, orientando-a para a satisfação das necessidades e das aspirações de cada um comprometidos com um sistema econômico capaz de priorizar as pessoas, e não o mercado e suas mercadorias. Com esses “movimentos”, pautados no método “ver, julgar e agir”, Lebret viabilizou projetos de desenvolvimento e valorização das relações humanas sob as bases da tradição cristã.

É interessante pontuar, a esse respeito, que esses dois “movimentos” marcaram sistematicamente o posicionamento religioso e econômico de uma pessoa que devotou parte considerável de sua vida para desmitificar o deus-mercado e valorizar o ser humano desprovido de recursos. Como bem aponta Manuela Silva num brilhante texto em homenagem a Lebret: (…) “Esses dois projetos estão interligados por um denominador comum – o conceito de economia humana, uma economia posta ao serviço das pessoas e dos povos, de todas as pessoas e de todos os povos. É um conceito de inspiração cristã que tem atravessado os documentos do magistério da Igreja e tem a sua consagração na Carta encíclica Populorum Progessio”.

Padre Lebret, indiscutivelmente, sempre foi um homem de ação. Foi ainda um pensador incomodado com as injustiças socioeconômicas que sempre fizeram com que a exclusão de muitos fosse algo inaceitável num mundo que caminhava a passos largos para a conquista tecnológica, mas que era, ao mesmo tempo, por forças mercantis, incapaz de acabar com o problema da fome e da miséria humanas.

Em 1958, chamado a contribuir para o esclarecimento das causas do subdesenvolvimento em algumas partes do mundo, Lebret, junto a um grupo de intelectuais, fundou o IRFED (Institut de Recherche et Formation em vue du Développement), transformado depois em Centre Développment et Civilisations – Lebret-IRFED, com a missão de oferecer assistência técnica no desenvolvimento dos países considerados atrasados, formando, para tanto, quadros cristãos empenhados na ação humana.

Assim, em rápidas palavras, os conceitos, as ações, o modo de ser, agir e pensar e, acima de tudo, o exemplo de vida deixado por Padre Lebret deveriam, para o bem de uma disciplina que pretende também ser vista como uma espécie de “auxiliadora” para a busca da promoção social, ser ensinados em todos os cursos superiores de ciências econômicas. De modo geral, não é exagerado afirmar que os futuros economistas necessitam “respirar” os ideais de Padre Lebret. Acontecendo isso, a economia humana saberá agradecer essa prática.

Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo. Mestre pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em Política Internacional pela FESP-SP.

 

Entrevista Exclusiva com Mister Brasil Turismo Teen 2012 – Maurício Agra

Foto Maurício Agra

CELEBRIDADE IN FOCO: Com apenas 16 anos de idade o jovem MAURÍCIO AGRA, natural de São José da Tapera-AL, estudante do 2º ano do ensino médio do Colégio Divino Mestre em Santana do Ipanema-AL é o Mister Brasil Turismo teen 2012, onde irá representar o estado de alagoas e o Brasil durante um ano no país a fora.

CELEBRIDADE IN FOCO: Como surgiu essa vontade de você ser mister?

MAURICIO AGRA – Bem, tudo começou sempre com uma brincadeira, não tinha levado a sério. Mas, foi a partir de um concurso, do Mister Alagoas, que eu tirei uma boa colocação, que eu comecei a ter uma nova visão. E comecei a levar um pouco mais a sério também.

CELEBRIDADE IN FOCO: Antes de você virá mister, você já trabalhava como modelo?

MAURICIO AGRA – Não, nem pensava nisso.

CELEBRIDADE IN FOCO: Sabe que hoje as dificuldades para serem modelos são grandes, por ser um sonho de muitos jovens. Qual é o conselho que daria para um jovem que busca esse sonho?

MAURICIO AGRA – Acreditar sempre em si, nunca desistir dos seus ideais, e buscar aproveitar todas as oportunidades.

CELEBRIDADE IN FOCO: Você se considera um jovem bonito?

 MAURICIO AGRA – (risos) eu sempre brinco com minhas amigas dizendo que não, mas eu me considero sim.

 CELEBRIDADE IN FOCO: Queria que você falasse um pouco, pois hoje você está famoso, sabemos que é um título muito importante.

 MAURICIO AGRA – Eu não me importo com isso de ser famoso, é bom mas, há seu lado positivo e seu lado negativo.

CELEBRIDADE IN FOCO: Suas considerações finais:

MAURICIO AGRA – Queria agradecer a todos que me incentivaram. Foi necessário o incentivo deles, e principalmente da minha família para eu ter chegado até aqui, e para eu ter planos na área da moda para o futuro. Agradeço a todos que me apoiaram, a minha agência, Chinna Model, e aos meus amigos, Éverton, Júlio e Matheus Damasceno, meus pais. E a todos que depositaram a confiança em mim. E estarei cumprindo o meu dever, como Mister Teen Brasil Turismo. Estarei sendo o garoto que reconhece o que fazem por ele, e que procura fazer algo, que há reconhecimento.

CELEBRIDADE IN FOCO: Uma frase:

MAURÍCIO AGRA: Feliz aquele que não se preocupa com a opinião dos outros.

Vestibulada

Colegas de todas as lembranças

Ilustração do colega Roberto Alves

Ao longo da minha vida, tive a oportunidade de morar em várias cidades e esse negócio de mudar de um lugar para o outro, com certeza, gerou alguns desconfortos, mas se tem uma coisa que essa trajetória de vida me proporcionou e que eu acho muito bom, são boas lembranças de todos os lugares em que vivi. Quando eu tinha apenas dez anos de idade fui morar em Recife, isso eu já contei. Morei na capital pernambucana os dez anos seguintes e seria ingênuo da parte de qualquer um sugerir que tão demorada estada não deixasse grandes marcas. Eu saí de uma cidadezinha do interior de Alagoas e fui estudar numa das maiores cidades do Brasil. As diferenças urbanísticas, tecnológicas e culturais com certeza me impressionaram profundamente, mas, dentre as melhores lembranças que trago daquele tempo, se destaca as amizades que firmei ao longo de sete anos estudando no Colégio Nóbrega, bem ali na Boa Vista, entre a Rua Oliveira Lima e a Rua do Príncipe, tendo como vizinho, do outro lado desta rua, a Universidade Católica de Pernambuco.

No meu primeiro dia de aula, mamãe me levou para o colégio segurando minha mão. Identificou qual a minha sala e lá me deixou, não sem antes se assegurar que eu sabia fazer o caminho de volta pra casa, tarefa por demais fácil, afinal de contas morávamos num apartamento a poucos quarteirões da escola, difícil foi mamãe se sentir tranquila, sabendo que eu tinha que atravessar algumas ruas movimentadas sem a sua presença sempre diligente. Assisti às primeiras aulas e, na hora do recreio, me misturei à criançada no pátio do colégio tentando entender a sistemática daquele novo mundo. Confesso que achei muito estranho ver a meninada se acotovelando no balcão da cantina num verdadeiro emaranhado de braços, cada um tentando ser o primeiro a ser atendido. Nesse momento me senti confortável por ter trazido um bom lanche que mamãe me fizera antes de sair de casa. Enquanto comia, vi passar dois meninos que eu identifiquei como membros da minha turma. Cheguei perto, puxei conversa e a aceitação daqueles garotos foi o marco do primeiro vínculo de amizade que firmei nas terras pernambucanas. Seus nomes: Geraldo e Jaime.

Expressar uma convivência de sete anos no mesmo colégio e na mesma turma seria uma ousadia que eu não me atrevo a tentar. Ao longo deste tempo às vezes a gente brincava e algumas vezes a gente brigava, mas jamais algo sério, só coisa de criança. Seguimos nossa vida estudando, tirando onda com a cara de um e de outro e fazendo planos para o futuro. Geraldo foi um dos caras mais talentosos que conheci na vida. Bom estudante, inteligente, dotado de uma perspicácia fenomenal. Estudava no Conservatório Pernambucano de Música e tocava violão magistralmente. Eu não tenho qualquer formação musical, mas confesso que, dos músicos que conheci pessoalmente, Geraldo foi o melhor violonista que tive oportunidade de ouvir. Jaime já era mais comedido, característica que conserva até os dias de hoje. Praticante dedicado de caratê absorveu desta arte marcial não apenas os movimentos e golpes, mas acima de tudo os seus ensinamentos de respeito, disciplina, compaixão e ética, dentre outros.

Os anos foram passando e o meu círculo de amizades só aumentou, até que chegou o ano de 1979, o nosso último ano no Nóbrega. Deixar o colégio e ingressar na universidade era o grande objetivo de todos, mas essa tão desejada conquista significava também a perda do nosso saudável convívio e foi exatamente a combinação dos sentimentos de conquista e perda que gerou na Turma A um forte laço de união, o que fez o ano de 1979, um dos melhores anos da minha vida. Visando a aprovação no exame vestibular, estudávamos com afinco, pois naquela ocasião não se tratava apenas de aprovação no ano letivo, mas sim a obtenção de conhecimentos fundamentais na disputa pelas poucas vagas nas universidades pernambucanas. Mas, apesar da nossa dedicação, sempre que sobrava um tempinho aproveitávamos para nos confraternizar. Excetuando-se os finais de semana que antecediam as semanas de prova, tornou-se comum naquele ano, nos encontrarmos aos sábados ou domingos sob as mais diferentes desculpas. Às vezes era o aniversário de um, outras vezes era um almoço oferecido por um pai de algum colega e quando esse encontro se dava nas noites de sábado a nossa diversão era tomar uma bebida e ouvir Geraldo tocar violão.

Naquele tempo ainda vivíamos o período do regime militar e as músicas que estavam em moda eram as músicas de protesto, expressão brasileira do movimento mundial de folk music. Chico Buarque de Holanda era o mais conhecido artista deste estilo musical, mas as suas músicas refinadas exigiam dos seus seguidores técnica apurada para a sua execução e Geraldo as tocava como ninguém. Mas não era apenas nos finais de semana que nosso colega se tornava o centro das atenções. Nos dias de aula, na hora do intervalo, Geraldo com seu humor inteligente aglutinava os colegas ao seu redor com a garantia de boas risadas. Sempre tirando onda com a cara de alguém, trazia na mente um repertório infindável de piadas e histórias engraçadas e, dessa maneira, ele se tornou “O Cara” da Turma A. No auge desse período Geraldo surpreendeu a turma com uma genial poesia ao estilo das emboladas, estilo musical típico do nordeste brasileiro.

A embolada é uma arte caracterizada pela cantoria de músicas improvisadas de métrica perfeita, sendo cantada por dois cantadores que fazem versos de improviso. É comum neste estilo, como em outras modalidades musicais do nordeste, a disputa entre os poetas, onde cada um procura se mostrar melhor que o outro. Mas também é comum que estes usem suas habilidades para exaltar um personagem ou mesmo contar uma história. Ao contrário dos repentistas, os emboladores não usam a viola e sim o pandeiro para marcar o ritmo frenético de suas cantorias. Estilo musical praticado por artistas anônimos em praças e lugares públicos, a embolada atravessou as fronteiras regionais, de modo que também pode ser encontrada em algumas cidades de outras regiões, particularmente aquelas que têm uma representativa comunidade de origem nordestina. Apesar do seu aspecto de arte de rua, sem espaço nas grandes mídias, em 1993 a embolada emplacou um sucesso nacional com a música “Ladrão besta e o sabido”, obra da grande dupla de emboladores recifenses Caju e Castanha.

Pois bem, foi exatamente inspirado nessa arte popular que Geraldo compôs a primeira e provavelmente a única, “embolada de breque” da história. Ao estilo do samba-de-breque, sua declamação incluía, em determinados pontos da obra, pequenas frases que fugiam à cadência da embolada, mas dava-lhe uma graça e um charme bastante peculiar. Em alusão ao exame vestibular que se aproximava, Geraldo denominou-a de “Vestibulada” e sempre que a declamava os risos eram inevitáveis. O sucesso da “Vestibulada” foi tamanho que a turma se mobilizou e conseguiu imprimir a poesia no mesmo formato dos folhetos da literatura de cordel.

Há uns dias, remexendo numas coisas velhas, encontrei muito bem preservado o meu exemplar da “Vestibulada”. Peguei o velho folheto, reli suas páginas de um papel que já começa a amarelar, dei boas risadas e me lembrei dos meus tempos de colégio, da minha adolescência, me lembrei de Recife e dos meus velhos amigos e que saudade boa me deu. Lembrei-me de Geraldo que soube, formou-se em Direito e hoje é um conceituado professor das Ciências Jurídicas. No próximo dia 01 de dezembro irei novamente às terras mamelucas da “Veneza Brasileira”, vou participar do encontro anual dos colegas da Turma A. Lá vou encontrar Arnaldo, Bilu, Jonas, Maguila, Otaviano, Pontual e Riba que já confirmaram presença. Geraldo nunca compareceu, coisas do jogo da vida, mas eu continuo apostando que um dia vou reencontrá-lo, porque se “a vida também é um jogo”, “o bom jogador não se deixa abater”. Quem também confirmou presença foi Jaime que se dedicou com sucesso à atividade comercial e, de quebra, presenteia a todos nós com belos exemplos de cidadania e amor ao próximo, mas isso é outra história… Uma bela história.

Sempre que escrevo acalento o desejo de poder reencontrar cada um daqueles que tive a oportunidade de conhecer e conviver nas mais diversas paragens desse grande país. Aqui me despeço mandando a todos um grande abraço, aguardando a oportunidade de poder reencontrá-los e poder ouvir de cada um sua própria história.

Saúde, luz e paz

Virgílio Agra

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Um menino da Camoxinga

O menino da Camoxinga, ainda mora no meu imaginário. Morar mesmo morava na Camoxinga. A casa ficava além da ponte e do riacho que dividia Santana do Ipanema ao meio. Na ladeira do Cemitério Santa Sofia. Num tempo, tão lá atrás, que nem havia calçamento de paralelepípedo, ladrilhando as ruas, afastadas. E tão pouco era o número de casas, que de cá do Monumento, dava pra ver o alto. E apontando dizia: -A casa que eu moro é aquela, amarela! Tá vendo? Nossos olhos iam pra lá. Um aceno de cabeça pra confirmar. Apenas confirmar, pois era muito provável que nem estivéssemos enxergando a tal casa amarela. E tendo certeza da dúvida, ele fazia questão de descrever como era: -Tem uma área na frente, um portão de ferro, muitas plantas! Com um pouco mais de atenção, talvez desse pra ver, sua mãe, cultivando uma nesga de húmus, que chamava de jardim. E haveria de debulhar um rosário de imprecações, se a bola traquina, dos meninos, fosse esbarrar nas suas plantinhas queridas, velhas amigas com que conversava toda manhã.

Às vezes fico pensando se tenha existido de verdade, o menino da Camoxinga. Se não teria sido apenas fruto da imaginação. Mas era tudo tão real. Porque meninos são seres de mente muito fértil, capazes de inventar histórias, inverossímeis, inimagináveis. E menino, era o que a gente nunca devia deixar de ser. Mesmo que o tempo se encarregasse de naufragar, lá bem dentro do corpo aumentado, a frívola, a mágica energia dos verdes anos.

Luiz André era um menino diferente. Jamais entenderei porque, seria necessário gastar quatro decanos de calendários, separando-nos tempo e espaço, pra chegar a tal constatação. Diferentes uns dos outros todos somos. Mas não seria dessa diferença, a que me refiro. Luiz André era um menino azul. Não que trouxesse o anil na tez. Azul cobalto era sua alma, e isso brotava no oceano dos seus olhos. Transparecia no piano do seu sorriso marinho. E mesmo o azul do céu, a brisa vespertina, vinha intrometer-se em seu cabelo liso em desalinho. E de tanto vê-lo trajado no brim da farda do Grupo Escolar Padre Francisco Correia, ficou assim, um menino Azul Cecília Meireles. E numa daquelas magníficas tardes, depois que a gente saía da escola, esteve a contar-me mais uma de suas inúmeras histórias fantásticas, que tanto me fascinavam.

Sentados a um dos bancos da praça, remexendo no que restara dos nossos lanches do recreio. A sua lancheira azul, em alto relevo trazia o desenho do capitão América. A minha, o Homem de Ferro. Observando outros meninos fazendo estripulias nos brinquedos do parque da praça, calmamente disse: -A minha casa é mal-assombrada. Estávamos no final de outubro daquele ano, e remendou: -Por esses dias fica ainda mais mal-assombrada! –Como assim? Quis saber. Com a proximidade do dia de finados, o Cemitério Santa Sofia ficava muito movimentado, o povo ia limpar e ornamentar as catacumbas. As almas dos defuntos, que não tinham ido pro céu, ou pra lugar algum, surtavam. Incomodadas com a presença de tanta gente barulhenta acabavam por vagar pelas redondezas. Iam perturbar a vizinhança. Derrubavam panelas na cozinha, quebravam pratos na pia. À noite acendiam as luzes dos quartos. Abriam torneiras da pia do tanquinho, do chuveiro. Ligavam ventiladores e o liquidificador. Espalhavam discos pelo chão, punha a vitrola pra tocar. O gato coitado, eles conseguem ver esses espíritos desencarnados, era o primeiro a desaparecer naqueles dias, pois não o deixava em paz. Também o cachorro lá no quintal, latia freneticamente e uivava de modo sombrio. Era como se chorando dissesse: –Socorram-me! Eles estão me perturbando! O próprio André presenciara, numa das vezes que fora acalmar o cão, de lá do breu do quintal, atiraram-lhe uma manga verde, sem que houvesse possibilidade alguma dum ser vivente ter feito aquilo. E os galhos da mangueira balançaram violentamente, ainda que não houvesse o menor resquício de ventania, na noite quente abafada.

Teve uma vez que estava dormindo, e acordou com alguém lhe chamando, pelo nome. Era voz de um menino. Procurou embaixo da cama, não estava. Revistou os cantos, nada. Abriu o guarda-roupas, encontrou. Um menino bem afeiçoado, bonito. De cócoras todo molhado, a roupa colada ao corpo, tremia de frio. Os cabelos castanhos, lisos, molhados, escorridos na testa. Os olhos grandes, de longos cílios, pareciam ainda maiores, arregalados. Disse que tinha medo. Medo de um homem muito mal que queria lhe fazer algo muito ruim. Disposto a ouvi-lo, sentou-se ao seu lado. Ouviu dele que o homem mal era seu tio, que havia perdido os pais, num acidente de carro. Por isso foi morar no sítio, com o irmão de seu pai, mas a esposa não gostava dele, lhe batia chamava-o de afeminado. Um dia o tio, que era alcoólatra, encontrou-o a buscar água no açude, arrastou-o pro mato, e abusou sexualmente dele. Pra ter certeza que não contaria a sua esposa, afogou-o. Também pra parecer que tinha sido ele mesmo que se afogara. André e Augusto ficaram amigos, e combinaram uma vez por ano se encontrarem. Dia de finados, seria o dia.

Muitas outras histórias seriam compartilhadas, bem como, muitos outros momentos bons. Nos banhos do rio Ipanema. Tantas foram as vezes que foram juntos a uma tropa de meninos, na maior algazarra, rumos pra além da Maniçoba. A um lugar chamado “Escondidinho”. Chegavam ao início da manhã. Escalavam rochedos pra se atirar perigosamente no turbilhão das águas bravias. Desafiando todas as leis do universo, o mundo era daqueles meninos. E se o gasto energético ocasionava a fome, saiam à cata dos frutos dos umbuzeiros, tubérculos, frutos e mesmo folhas. Ao aproximar-se a hora de deixar o “velho” amigo ficavam todos nus. Estendiam os calções para enxugar ao sol. E pareciam um bando de índios. E ficavam excitados e masturbavam-se por puro prazer, sem mesmo recorrer à visão de uma vulva feminina. Uma versão da Terra dos Meninos Pelados, nua, crua, sem poesia, longe de Quebrangulo, distante do sonho de Graciliano Ramos.

André convidava-me a fazer determinadas estripulias que sozinho jamais teria coragem de fazer. Roubar uvas no pomar de Doutor Clodolfo, desfrutar os mamões do terreno baldio do Grupo Escolar. Tirar tamarindo, escalando o muro do quintal de Dona Marina Marques. Surrupiar amendoim, um pouco de fubá e farinha de mandioca, dos mangaieiros, no meio da feira. Tomar banho no proibido, açude de Seu João Augustinho, ou na piscina da chácara de Doutor Aderval Tenório. Tentar entrar no circo por baixo da lona, sem pagar. Acompanhar o palhaço no meio da rua, anunciando o espetáculo, pra ganhar um ingresso. Tentar entrar no cine Alvorada, num dia de filme impróprio para menores. Um dia compramos uma garrafa de vinho de jurubeba, meio quilo de salame e alguns pães. E fomos pescar pitu no riacho do bode. Cheguei tarde e levei uma sova de meu pai por isso. Acabei aprendendo a usar o menino da Camoxinga como subterfúgio, atribuindo a ele, as coisas erradas que fazia e eram descobertas. Dizia: -Foi o menino da Camoxinga! Um menino que simplesmente nunca passaria de fruto do meu fértil imaginário.

Fábio Campos

Entrevista exclusiva com a Miss Alagoas 2012 – Marina Rijo

foto/terra.comSábado dia 10 de novembro de 2012 – Tênis Clube Santanense – S do Ipanema_AL.

CELEBRIDADE IN FOCO: Com apenas 18 anos de idade a jovem MARINA RIJO, venceu o Miss Alagoas 2012, onde irá representar o Estado de Alagoas durante um ano.

CELEBRIDADE IN FOCO: Marina, Como surgiu essa vontade de  ser modelo?

MARINA RIJO – Desde criança tive uma paixão, e também por ser alta, uma profissão que gosto muito.

CELEBRIDADE IN FOCO: Marina, Antes de você se eleger Miss Alagoas já trabalhava como modelo?

MARINA RIJO – Sim, há 03(três) anos.

CELEBRIDADE IN FOCO: Marina, sabe que hoje as dificuldades para ser modelo são grandes, por ser um sonho de muitas meninas.  Qual é o conselho que deixaria aqui para as jovens que buscam realizar este sonho?

MARINA RIJO – Primeiramente se for um sonho nunca desistir, sempre se esforçar na profissão, que como qualquer outra, deve ser levada com serenidade e com responsabilidade.

CELEBRIDADE IN FOCO: Você se considera a jovem mais linda do Estado de Alagoas?

MARINA RIJO – Não necessariamente, eu apenas tenho o prazer imenso de poder representar a beleza feminina do meu Estado.

CELEBRIDADE IN FOCO: Como você se sente hoje depois de se tornar a mais bela jovem de Alagoas?

MARINA RIJA – Muito feliz, bastante realizada, pois é um titulo muito bonito, prometo sempre levar comigo ao resto da minha vida.

CELEBRIDADE IN FOCO: Queria que você falasse um pouco da vida de Miss, e qual o seu objetivo depois que deixar de ser a Miss Alagoas 2012?

MARINA RIJO – A carreira de Miss não é fácil, ao contrario dos que muitos pensam deve ser levada com responsabilidade, afinal é o nome do estado que levamos quando nos elegemos uma miss.

O meu objetivo futuro é entrar numa faculdade de medicina, e também continuar na profissão de modelo.

CELEBRIDADE IN FOCO: Suas considerações finais:

MARINA RIJO – Amei a entrevista e também a todos dessa cidade de Santana do Ipanema, pela acolhida no evento. À produção fica meus parabéns, e os participantes que abrilhantaram esse evento. Obrigado pela receptividade.

CELEBRIDADE IN FOCO: Uma frase:

MARINA RIJO– Nunca deixe que lhe digam que não, deve se acreditar nos seus sonhos

Uma justa homenagem prestada ao Dr. Floriano Salgueiro Silva, pelo Rotary Club de Santana do Ipanema

prefeitura.ascomsi

Foi inaugurada na manhã desta quarta-feira 21/11, a Praça Dr. Floriano Salgueiro Silva, morto no mês de fevereiro do corrente ano por um acidente automobilístico. Floriano é irmão da prefeita do município de Santana do Ipanema – Drª Renilde Silva Bulhões Barros – a solenidade foi acompanhada pelo Governador do Rotary Clube Messias Peixoto, o presidente local da instituição José Malta Fontes Neto, Dr. Emílio Silva, vereadores, demais autoridades e rotarianos. A praça fica no marco construído para homenagear os 50 anos da instalação da instituição no município e personagens ilustres foram lembrados pelos presentes, a exemplo do Sr. Domicio Silva (pai da prefeita) e o homenageado Floriano Salgueiro pela dedicação e presteza dos seus trabalhos. Em seu discurso o Governador Peixoto, relembrou os trabalhos e a dedicação pelo Clube desempenhado por Floriano, e seguiu falando do seu currículo e disposição de sempre servir, lema dos rotarianos. A prefeita Renilde Bulhões, tratou de tece considerações e zelo pelo nome do irmão ora homenageado, falando das suas qualidades juntos aos familiares e amigos. Emocionada a prefeita disse da perda irreparável sofrida pelo triste desaparecimento mas compreendendo os desígnio de Deus, ficava ali uma justa homenagem prestada ao Dr. Floriano, que também serviu a municipalidade quando foi Chefe do Departamento Agropecuário do Município. Agradeceu a todos os envolvidos na homenagem, aos vereadores por aprovar o Projeto de Lei, e, sobretudo os “rotarianos” pela lembrança de Homenagear com o Marco de meio século de história, deixando assim imortalizado o nome do Dr. Floriano Salgueiro Silva.

Reportagem da http://www.facebook.com/prefeitura.ascomsi.

Reunião festiva do Rotary Club de Santana do Ipanema

Crédito www.maltanet.com.br

Na noite da última quarta-feira (14), Os dirigentes e sócios do Rotary Club de Santana do Ipanema, recebeu com uma reunião festiva, no Tênis Clube Santanense, e também a visita oficial do  Governador do Rotary Internacional, distrito 4.390 Manoel Messias Peixoto, para a visita oficial.

Na oportunidade estiveram os rotarianos locais convidados especiais do clube representando os diversos segmentos de nossa sociedade: Lions Club, Clube da Melhor Idade Nova Vida, Loja Maçônica Amor a Verdade, Tênis Club, Hospital Dr. Clodolfo Rodrigues.

Aconteceu o também o tradicional jantar festivo, animado pelos santanenses Luiz Neto(violão) e Daniela (voz).

Um navio, o rei, o país do monumento

Era uma vez um gigante. Não um gigante como aquele da história de João e o pé de feijão. Porque pra eles existirem, só dependem do ponto de vista de quem vê. Pra nós, meninos moradores da Praça do Monumento, do início da década de setenta, Zé Reis se nos aparentava um gigante. Tronco minotáurico, braços colossais. A cabeça como que implantada em cima duma montanha de músculos, e um rosto talhado na pedra. Os olhos enterrados rente as espessas sobrancelhas, e a bocarra como que cortada a faca. Assim era Zé Reis.

O Rei Teria surgido no Condado do Monumento, assim de um jeito muito semelhante à Gulliver quando surgiu na ilha de Lillipute. De uma terra distante, sem experimentar o naufrágio, em seu navio, teria chegado. Alvissareiros, os ventos noroeste fizeram com que conseguisse aportar com certa tranquilidade, no país do Monumento. Porque pra aqueles moleques, a Praça do Monumento, era um país. Menor que o Principado de Mônaco, porém igualmente rico. Tanto quanto o Vaticano. Não tinha ali a Capela Cistina, porém ao centro ostentava-se a Igreja de Nossa Senhora Assunção. O ouro espalhado no leito do Largo, pra quem quisesse pegar, era só estender a mão e tocá-lo. Sentir seu calor, sua luz, incandescente chegado do Leste nas primeiras horas, o sol se derramando. À esquina a casa de Seu Artur e a bodega de Seu Ozéias, delimitava o Norte do mais novo reinado que já se vira. A fileira de casas recuada por trás do quiosque “O Pinguim”, o limite a Nordeste. O consultório odontológico de Dr. Adelson olhando pro Grupo Escolar Padre Francisco Correia acessava o Leste. Ao mesmo quarteirão, ficava o oitão do velho educandário, o Ginásio Santana, juntamente com o Tênis Club Santanense apontavam e delimitavam o Sul do menor país do mundo. Seus citadinos, os moleques da praça, exerciam sua cidadania digladiando-se em constantes guerras. Havia quase todas as noites a Batalha pelas Bandeiras. Os meninos e suas clãs a tudo disputavam. Pela conquista das bandeiras, azul e encarnada se sucediam infinitos combates. A batalha com caroço de mamonas e a batalha das balas de barro de louça. Seguidores do Ipiranga e do Ipanema. A busca ao ouro (Ourobusca). A conquista do garrafão. A Revolta dos Queimados.

O Navio Aportado à praça era o símbolo da conquista do território ocupado: o País do Monumento. A nau concebida e construída das mãos do rei, com esmero a fez. De madeira nobre seu casco revestido, em latão e zinco hermeticamente calafetado. Azul de colbato, branco e vermelho carmim, em cores vivas, luzidia a couraça do monstro náutico. Imponência culminando a bandeira dizia “Liberdade, Fraternidade, Igualdade” no alto do mastro a observar o horizonte. Escotilhas blindadas com acabamento de vitrais. Botes salva-vidas, encordoamento de arremesso. Possante timão envernizado, adiante do painel de controle a casa de máquinas. Antenas e sonares, radares e campainha de alarme. Um soldado de chumbo fixado à proa e mais dois guardiães das pás da hélice arrematando a popa. A estibordo e a bombordo, gradil e parapeito caprichosamente arrematado por boias salva-vidas. Admoestação a lua, ofuscando a noite opulência de luzes da nave nauta. Afronta inconcebível! Se ia o monarca a outros países, singrava os ares a imensa nau, pelo próprio rei timoneada. Os moleques do país do Monumento jamais aceitariam pacificamente aquela ocupação. Um decreto foi baixado “ninguém podia aproximar-se do navio, salvo exceções se na companhia do imperador”. Decerto nisso residia os segredos da conquista territorial. As mentes febris dos meninos maquinavam e maquinavam planos. O rei invasor não perdia por esperar.

O País O dia sete de setembro. Parada militar pra marcar o dia da Independência do país. Mas que independência? Se ainda havia o rei mandando no povo? Zé Reis punha vestes de fuzileiro naval para passar em vista as tropas de guerrilheiros da Corte. Fazia uma trança com o cabelo, ficava parecendo um cavalheiro de infantaria, da guarda do palácio da condessa Beatriz. O rei também garbosamente desfilava. Constituía-se de arcos medievais a entrada do Palace Hotel da Condessa Beatriz uma pequena saleta, o hall. Adiante do lado direito os quartos dos hóspedes. Do lado oposto as janelas. Indo adiante a cozinha, ornada de belas mesas, naturezas mortas nas paredes, compostas de avelãs, uvas, damascos, vinho tinto em garrafões de palhinha trançada, obras por Zezinho assinaladas. A hospedaria de esquina acessava a Alameda Rotary que acessava outro país, a ilha de Liliputas. Ali liliputanos viviam sob o regime da anarquia. Vida aventureira, cassinos: jogos de cartas, gamão, xadrez. Libertinagem, mulheres. Dada início a década de sessenta, os liliputianos santanenses que já haviam crescido se organizaram e criaram “Os I Jogos de Inverno” que ganhou o simpático de apelido de Festa da Juventude.

O Combate Os meninos se organizaram “Fora o Rei com seu Navio!”. Era o grito de ordem. Bombas de cordão atiradas a Arca, na campanha de São João. A Companhia de Jesus apoiava a Corte. O ataque não surtira o efeito desejado. Permanecia o reinado. Os negros que levavam os dejetos dos senhores feudais pra lugares ermos, estavam do lado dos meninos, e na calada da noite catapultaram fezes a nau. Duro golpe! A fedentina emporcalhou o país, mesmo assim o monarca resistiu bravamente. Numa tarde que o rei saiu a passear, os meninos colocaram um pé de fícus sobre o navio para que seus galhos ferissem o casco. Lançaram mão de sua âncora pondo a deriva, no leito da rua. Acionaram-lhe a campainha de alerta, provocando alarido. Foi golpe fatal. Finalmente o rei combalido. Dando-se por vencido abandonou o país.

O Reencontro Quase metade de século já havia se passado. Fui encontrar o rei deportado, no degredo. Cumprimentei-o. Humilde prestava serviços na prisão de Alcatraz. Na terra dos Cavalos inteligentes, que faz fronteira com o país das Liliputas. Apenas contemplei seu rosto e encheu-se de um sorriso, reconheceu-me. Apertou-me a mão, e o coração. A pronúncia de Seu nome José Paulo Soares Morais e deu-se em água meus olhos. Decidi seguir minha jornada, intencionava encontrar-me com o rei. Não havia mais rei, nem gigante era mais.

Por Fábio Campos

Entrevista com o Empresário Santanense Josinaldo Soares

O Empreendedor de sucesso de Santana do Ipanema, o empresário Josinaldo Soares concedeu uma entrevista exclusiva a nossa coluna Celebridade In Foco.

JOSINALDO SOARES– Graduado em Pedagogia e pós graduado em gestão empresarial, empresário de sucesso no  ramo de móveis e eletros e também supermercado em Santana do Ipanema – AL, proprietário do Grupo Jota Soares, atualmente é presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Santana do Ipanema, vice-presidente da Associação Comercial de Santana do Ipanema, presidente eleito do Rotary Club de Santana do Ipanema ano rotário 2013/2014, presidente do conselho fiscal da FEDERALAGOAS, membro do conselho municipal de saúde e membro do conselho gestor do HCRM – Hospital Clodolfo Rodrigues de Melo, atua no seguimento do terceiro setor com destaque no município de Santana do Ipanema e também no estado de Alagoas, onde foi por 2 mandatos presidente da Associação Comercial de Santana do Ipanema e também por 2 mandatos vice-presidente da FEDERALAGOAS – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas.

CELEBRIDADE IN FOCO: Como você ver o sucesso do seu trabalho desenvolvido, sendo visto como uma das pessoas empreendedoras e de sucesso de Santana do Ipanema?

JOSINALDO SOARES : Vejo com muita alegria e felicidade, pois é muito importante para todos aqueles que desenvolvem um trabalho, especialmente social, que alcance o reconhecimento e o respeito daqueles que estão inseridos em todo o processo de cada instituição que faço parte, assim como agradeço a DEUS pela força de vontade de realizar e de me proporcionar estas oportunidades, tal qual me cercar de pessoas que abraçam as minhas ideais e assim juntos fazermos delas um sucesso.

CELEBRIDADE IN FOCO: Você se destacou na liderança desde muito jovem, ainda em sua carreira estudantil, seja como representante de turma, diretório acadêmico e outros, a pouca idade em alguns momentos lhe atrapalhou em alguma coisa, uma vez que você foi o mais jovem presidente da Associação Comercial de Santana do Ipanema e fez com que ela se tornasse a mais visível das Associações comerciais do estado de Alagoas ?

JOSINALDO SOARES: Verdade que em alguns momentos a juventude gerava um pouco de desconfiança, afinal algumas ações da juventude são levadas pelo impulso, no entanto sempre levei minha vida muito pelo lado profissional, tracei metas e busquei sempre as alcançar, sempre fui motivado pelas metas e pelo desejo de superar obstáculos, além é claro da visão de algumas pessoas que não acreditavam ou ainda torciam de forma contrária, para isso nada além de muito trabalho e determinação, para assim conseguir alcançar o apoio das demais pessoas e assim gerar a credibilidade que consegui obter hoje.

CELEBRIDADE IN FOCO: Você começou a trabalhar muito cedo e iniciou sua vida empresarial ainda jovem, qual foi a sua maior dificuldade?

JOSINALDO SOARES: Sem sombra de dúvidas a questão financeira foi um grande fator de dificuldade, uma vez que as instituições financeiras não disponibilizavam crédito para empresas iniciantes, hoje já temos um cenário um pouco diferente, mas não muito; assim como conseguir crédito dos fornecedores também não seja uma tarefa muito fácil, portanto ainda existem os processos de gestão que vão surgindo e se aprimorando ao longo dos anos.

CELEBRIDADE IN FOCO: Hoje vemos você um empresário de sucesso e respeito, mas acredito que nem sempre foi assim, como iniciou a sua carreira profissional?

 JOSINALDO SOARES: Realmente, hoje tenho 31 anos, mas posso dizer que tenho 22 anos de trabalho, pois comecei ainda criança, seja ajudando meus pais em sua loja, ou ainda em feira municipal, tive uma passagem pelo mercado municipal de cereais, fui recenseador do IBGE, alfabetizador do projeto Alfabetização Solidária do governo federal, trabalhei em diversos setores de supermercado e ainda representante do Martins Distribuidor que é a maior distribuidora de produtos da América Latina, o qual fui diversas vezes premiado e que contribuiu para eu chegar ao patamar de empresário, pois muito ofertou conhecimentos para a minha formação empresarial.

CELEBRIDADE IN FOCO: Deixe um recado para as pessoas que sonham em um dia ser um empreendedor:

JOSINALDO SOARES: Inicialmente digo que acredite no seu sonho, pois você é do tamanho dele, sei que inúmeras vezes encontraremos no caminho obstáculos que nos fazem temer ou querer desistir, mas persista, acredite, trabalhe, lute e dedique-se naquilo que você deseja, daí é com fé em DEUS e coragem, que aparecerão pessoas/anjos no teu caminho a te acompanhar e ajudar a realizar os seus sonhos, pois um sonho que se sonha só, é um sonho, mas um sonho que se sonha junto, é uma realidade.

O Socialismo Além das Fronteiras Políticas

A vontade que o homem tem de descobrir, aperfeiçoar e criar é a mesma vontade que sente de posicionar-se melhor do que seu próximo ter melhores condições ser diferente e, em consequência disso, ocorre o egoísmo. Egoísmo esse que pode ser aderido em uma pessoa sem sua própria percepção, sem ser aceito por ele. Egoísmo imposto pela sociedade consumista. Ninguém é desconhecedor do bem e do mal, ou seja, revoltar-se sobre os fatos é algo que todos podem fazer, e muitos fazem.

A luta contra o Consumismo Exagerado é fato (Defendido por mim) constante em todo o mundo não apenas na área da política, mas pela reforma social que o mundo precisa a “Sustentabilidade”, a “Economia Verde”.

Mas revoltas e atos de repúdio são insuficientes, é necessário – entre outras coisas – ação que influenciem as pessoas que ignoram tudo isso. Ser contra o Consumismo não é ser a favor da idade da pedra, e sim, ser a favor de uma distribuição de renda igualitária, de uma qualidade de vida para todos, é ser a favor da Dignidade humana, dar condições mínimas de sobrevivência.

O ensino público é vilipendiado, os presidiários são desprezados, essas são as duas classes extremas da nossa sociedade, o ensino público que trará novos profissionais e os presidiários que após o comprimento da pena voltarão para a sociedade, mas como garantir que os estudantes serão novos profissionais? E como os ex-detentos serão novos cidadãos, sobretudo, de bem? A discussão é extensa e complexa, porem, se analisar a raiz do fato, percebe-se que tudo depende de uma gestão de qualidade, uma política honesta, honestidade no Brasil? Outra discussão complexa e extensa, que ironicamente, depende da qualidade do ensino.

Implantar uma reforma seja política, agrária, etc, exige esforço principalmente da sociedade civil organizada, disposta a encarar anos – diria décadas – de muitos movimentos grevistas e revolucionários. Seria mais prático implantar uma Ditadura Militar? Um Radicalismo Esquerdista? Impossível no Brasil ou em qualquer outro país no século XXI. A influência Norte-Americana no mundo é árdua e crescente.

Multiplicar os Pensadores e Educadores formais e informais seria a melhor forma de garantir, no mínimo, uma tentativa de mudança mais breve. mudança que (repetindo) começa nas ações reivindicadoras, protestantes e que contestam a insanidade e indisciplina política.