Exagerado consumo e degradação ambiental

Os recentes dados acerca do consumo de bens e serviços em escala mundial não deixam dúvidas quanto as inaceitáveis diferenças entre os mais ricos e os mais pobres. Simplesmente, 80% do consumo privado mundial é abocanhado por 20% da população mundial residente nos países mais ricos, o que faz “sobrar” para 80% da população (5,6 milhões de pessoas), residente nos países mais pobres e em vias de desenvolvimento, apenas 20% da produção mundial. Apenas os EUA, com 5% da população mundial (350 milhões de habitantes) consomem 40% dos recursos disponíveis, o que permite concluir que se a parcela que sobra da humanidade desejar, por exemplo, consumir no mesmo nível dos estadunidenses seriam necessários mais quatro planetas Terra.

Consumo em larga escala é sinônimo de degradação dos ecossistemas naturais; mais produção é resultado, claro e evidente, de mais poluição, de mais lixo (descarte) e de menos ambiente preservado, o que compromete, sobremaneira, a qualidade de vida de todos.

Etimologicamente, a palavra “consumir” significa “esgotar”; não há como escapar dessa premissa. Enquanto os mais ricos exageram no consumo, os mais pobres sofrem de perto, e em primeiro plano, as consequências do desequilíbrio ambiental. Nos últimos 30 anos, o consumo mundial de bens cresceu numa média anual de 2,3%; em alguns países do leste asiático essa taxa supera o patamar de 6%.

Stephen Pacala, ecologista da Universidade Princeton, aponta que as 500 milhões de pessoas mais ricas do mundo (aproximadamente 7% da população mundial) são atualmente responsáveis por 50% das emissões globais de dióxido de carbono, enquanto os 3 bilhões mais pobres são responsáveis por apenas 6%.

De acordo com o Worldwatch Institute (Relatório “O Estado do Mundo”), em 2008 foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de telefones celulares. O consumo da humanidade em bens e serviços em 1960 atingiu o equivalente a US$ 4,9 trilhões (dólares de 2008); em 1996, chegou a US$ 23,9 trilhões e, dez anos depois, atingia mais de US$ 30 trilhões.

Na França, a média do consumo de proteínas é de 115 gramas/dia, ao passo que em Moçambique é de apenas 32 gramas. Cada cidadão dos Estados Unidos, na média, consome 120 quilos de carnes ao ano (10 quilos por mês), enquanto um angolano consome 24 quilos/ano, (2 quilos/mês). Os 350 milhões de estadunidenses comem 9 bilhões de aves todos os anos. Na Ásia inteira, com 3,5 bilhões de pessoas, consome-se 16 bilhões/ano. Há 150 carros para cada mil habitantes na China, enquanto nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) essa relação é de 750, e na Índia, apenas 35.

De um lado, cresce exageradamente o consumo e a dilapidação de todo o patrimônio natural (diminuição das florestas e de toda a biodiversidade; à disponibilidade da água potável que era de 17.000 metros cúbicos per capita em 1950 hoje atinge 7.000 metros cúbicos) do outro, disparam os índices de desigualdade social, tornando mais crônico ainda o modo de viver dos mais pobres e carentes. Pelo lado dessa camada populacional, mais de 50% não dispõem de infraestrutura higiênica, 1/3 não tem água potável, 1/4 não mora num local em condições decentes, 1/5 desconhece qualquer tipo de acesso aos serviços médicos e sanitários. Oitenta e dois por cento da população da Índia, 65% da população da Indonésia, 55% da chinesa e 17% da brasileira ganham menos de U$$ 2/dia, segundo dados do estudo Sustainable Consumption: A Global Status Report, produzido pela United Nations Environment Programme (2002).

De acordo com estudos divulgados pela United Nations Development Programme os cinco países mais ricos, pelo tradicional indicador PIB, (EUA, China, Japão, Alemanha e França) consomem 45% das proteínas disponíveis, 58% da energia, 84% do papel, 14% das linhas telefônicas, enquanto os cinco países mais pobres (Zimbábue, Chade, Burundi, Libéria e Guiné-Bissau) consomem 5% das proteínas, 4% de energia, 1,1% do papel e 1,5% das linhas telefônicas.

Os gastos com cosméticos ao ano somente nos EUA chegam a importância de US$ 8 bilhões. A Europa gasta com cigarros, também ao ano, mais de US$ 50 bilhões e mais US$ 105 bilhões são dispendidos em bebidas alcoólicas  O consumo de armas e equipamentos bélicos no mundo gira, ao ano, próximo de US$ 780 bilhões, enquanto apenas US$ 9 bilhões seriam suficientes para levar água e saneamento básico para toda a população mundial. Se houvesse seriedade e compromisso ético por parte dos “administradores do mundo” – e não precisamos aqui dar nome aos bois -, apenas US$ 6 bilhões seriam suficientes para custear o ensino básico para todas as crianças do mundo.

(*) Economista, professor e especialista em Política Internacional.

prof.marcuseduardo@bol.com.br

Nathan Cristhiano – Santanense foi Conselheiro Tutelar e hoje Chefe de Gabinete do Prefeito de Santana do Ipanema. Coordenador da Comissão Preparatória da Conferência.

Participa do Seminário é preparatório para a Conferência Municipal das Cidades com demais representantes do município de Santana do Ipanema-AL, presente no último dia 05 de fevereiro de 2013 em Maceió-AL – juntamente com Edilson Barbosa Secretário da Comissão Preparatória, e os membros da Comissão – Ivaldo Cardoso e Dayana Fontes, Representantes da Associação Comercial de Santana do Ipanema

A Secretaria de Estado da Articulação Social (Seas) coordenou nesta terça-feira (5), no Palácio República dos Palmares, o seminário de preparação para a 5ª Conferência Estadual das Cidades, que ocorrerá nos dias 12 e 13. de agosto. O evento também é preparatório à Conferência Nacional, em Brasília, em novembro deste ano.

O encontro reuniu representantes da sociedade civil, prefeituras, do governo e da representante do Conselho Nacional de Cidades do governo federal, Vitória Buarque. Ela apresentou um painel com o objetivo de traçar metas e orientar os participantes sobre as discussões em torno do tema deste ano que será “Quem muda a cidade somos nós: reforma urbana já”.

A 5ª Conferência Estadual e Nacional tratarão de assuntos como mobilidade urbana, habitação e saneamento básico.

Logomarca da Conferência

O seminário preparatório para as conferências contou com representantes de associações, sindicatos de trabalhadores, acadêmicos, estudantes, movimentos populares, entre outras instituições da sociedade civil.

Secretário Estadual de Articulação - Claudenor Araújo

Equipe de Santana do Ipanema-AL

Apresentação Cultural

 

Especial de Carnaval “Baile à fantasia do Clube da Melhor Idade”

Nesta edição foi uma das festas mais concorridas do carnaval Santanense no último Sábado (2º de fevereiro). Como nos velhos tempos, o “Clube da melhor Idade Nova Vida” leva seu baile à fantasia, a partir das 23h, no Tênis Clube Santanense Aqui em Santana do Ipanema-AL, com muito brilho e aminação.

Clube da Melhor Idade

Meninas da Loja Josy Boutique

Miria Lane e amigos

Enfermeira Carol Bulhões e Amiga

Presidente da AABB Sebastião Malta e Maria

Secretária Municipal de Educação e 1ª Dama Renalda Martins, Assessora, Nathan Chefe de Gabinete e Esposa

Advogado Ubiratan Dantas, A Vereadora Doura e família

Vera Márcia, Enfermeiro Eder Duarte e família

Chefe do INSS - Selma Campos e família

Kal e esposa

Jerbásio, Evinha

Reminho e namorada

O médico Dilson Onofre e amigo

Empresário Ninho e esposa

Turma animada

Caio Rodrigues e namorada

Dra Edna e família

Ale e esposo

Enfermeira Joyce, namorado  e amigos

Dra Kátia Bulhões e Bel em Direito Ormanzinho Filho

Amigos com Cleops Malta

Capitão do Bombeiros e namorada

amigos

Elaine Paula e amigas

Karine Nobre e amiga

Maria Ehelan e Nega

Vanildo Nobre e Zélia

Amigos

Amiga

Nathan, Dudu e amigo

Amigas

Dentista Elysson, Esposa e Enfermeira Paula

Presidente do CMDCA - Évio Carvalho e amigo

Dr Orman Gaia e amigos

Tânia e Deda

Rosiane Bastos e família

Rotariano e Esposa Nazaré

Arly cardoso e esposa

Kaleane Campos e esposo

Amigos

Dr Paulo Fernando e namorada

Amigos

Amigos

com amigas

Amigos

Família Ferreira

Empresário Iury Pinto e esposa

Primeira Dama com amigas

Dênis Marques e Mércia

Empresária Josineide Machado e esposo

Marinete Cabral

Jeno Oliveira e namorada

Prof Fábio Campos e esposa

Empresário Francisco Lemos e família

amigos

Advogado João Neto e esposa Dinha

Dr Everaldo e esposa

Ana Isabel e família

Dr Marcos Davi esposa e amigos

Amigos

 

Ricardo Assessor de Inprensa da PMSI e amigos

 

Daniel e André

Ricardo e família

Na contramão das atitudes sustentáveis: a obsolescência programada

Obsolescência programada é um conceito que preconiza diminuir a vida útil de um produto para “forçar” o consumo de versões mais recentes ou modernas, estimulando assim o consumismo, descartando, com isso, o conserto. Esse termo é originário do processo de “descartalização” criado a partir da década de 1930 por algumas economias capitalistas europeias no intuito de movimentar a “máquina econômica” com mais produção, uma vez que o estoque de produtos que se encontrava totalmente parado nas fábricas e, principalmente, nos portos, devido à Grande Depressão Econômica de 1929, fez travar o giro da economia.

O produto mais ilustrativo dessa prática (e dessa época) foi a lâmpada. Nos anos 1920, uma simples lâmpada durava mais de 2500 horas. Percebendo, nesse caso, que as vendas seriam bem menores dada a elevada durabilidade do produto, os fabricantes rapidamente trataram de dar uma vida útil bem baixa a esse produto. Pouco tempo depois, o ciclo de vida desse produto caia para menos de 1000 horas.

De acordo com o documentário The Lightbulb Conspiracy (A Conspiração da Lâmpada) dirigido por Cosima Dannoritzer, fabricantes de lâmpadas se reuniram para definir padrões de produção que aumentariam o consumo. Empresas de variados segmentos produtivos descartaram projetos cujo foco era a durabilidade; designers criaram (e ainda criam; vide os celulares e os notebooks, por exemplo) produtos que ficariam defasados em curto espaço de tempo e chips foram colocados em impressoras para contar o número de impressões, dimimuindo-as para pouco tempo. Aos poucos, além das lâmpadas e impressoras outros produtos foram ganhando essa mesma tendência; em especial, os eletroeletrônicos e suas múltiplas versões e a indústria de confecção que “força” uma nova moda e tendência (incluindo estilos e, principalmente, cores de roupas) a cada estação do ano.

Na verdade, a prática da obsolescência programada (proposital curta vida útil) se configura numa maquiavélica estratégia de mercado, tendo em vista que em alguns casos o conserto, propositadamente, é mais caro, o que inevitavelmente faz com que os consumidores não tenham alternativas, a não ser partir para uma nova compra. Isso nada mais é do que uma manipulação das indústrias em prol do ato de consumir. Em outras palavras, é andar na contramão das atitudes sustentáveis, enaltecendo assim um profundo desrespeito das indústrias para com os consumidores, com o planeta e com a natureza.

Na prática, alguns segmentos produtivos que ainda adotam esse procedimento incorrem na “necessidade” de forçar mais produção e, portanto, mais poluição, tanto no ato da produção quanto no descarte. É a economia que não quer parar de crescer, trazendo em seu rastro dilapidação ambiental. Essa prática nada recomendável embute um desajuste sobre a atividade econômica que resvala sobremaneira na capacidade do planeta em suportar produções em escalas cada vez mais alucinantes. Nesse pormenor, é importante lembrar que a humanidade já está consumindo 30% a mais do que o planeta é capaz de repor e é preciso que haja uma redução em até 40% nas emissões de gases de efeito estufa para que a temperatura não suba mais do que 2º C. O forte apelo ao consumo se concentra basicamente nas mãos de 20% da humanidade que “engole” 80% de tudo o que é produzido no planeta, demandando recursos naturais que a natureza não é capaz de prover. Lamentavelmente, a obsolescência programada tem contribuído muito para isso.

(*) Economista e professor. Mestre pela USP em Integração da América Latina.

prof.marcuseduardo@bol.com.br

ESPECIAL DE CARNAVAL “Bloco Santana dos Meus Amores”

Cobertura completa no “BLOCO SANTANA DOS MEUS AMORES”  – Onde abriu o Carnaval de Santana do Ipanema, no último dia 26 de janeiro de 2013 – Percorrendo diversas ruas de nossa cidade, dando maior brilho ao Carnaval, com arrastão de mulheres, trio elétrico e com muita animação. O Bloco com exclusividade só para mulheres.

Andréia e a Organizadora do Bloco Santana dos meus amores – Rosiane Bastos

Chiara, Vanda e Andréia

Turma Mara Isadora, Andréia, Ellen, Vanda e Eurides

Chiara e Evânia funcionária da ESSE/UNEAL

Eu com Neidinha – Zootecninista

Chiara e Rosiane Bastos

Luana Queiroz – Trabalha no INSS – Santana com Amigas

Rosiane Bastos com amiga – Professoras Lúcia Barbosa, Edivânia Amaral e Namcy Melo

Eu, Juliana Alencar Fisio, Jovem Jeane e amiga

Edilene Barbosa, Marinete Cabral e Jicélia – do CLube da Melhor Idade

Eu e Ilcleber estudante de Direito e sua mãe

Cleudson Nobre e Tatiana

Nossa querida Ex-vereadora Eliana e amigos

Nancy Melo, Vereadora Dora e Terezinha Carvalho

Luana do INSS, Carleane e seu esposo

Enfermeira Joyce Aquino e namorado

Dedinha, Simone e amigas

Eu e minha amiga Enfermeira Jacqueline

Presidente do CMDCA – Évio Carvalho e amigos

Isadora Amaral e sua mãe Edivânia

Minha querida Professora Maria José – Baé

Enfermeira Sibele Arroxelas e a Psicologa Ana Paula F. Queiroz

Poliana e amigas

Vereadora Dora de Ubiratan

Betinho e amigas

Serginho Cavalcante e amigo

Daniela, Viviane, Everton , Túlio, Jr Meirica, Jr Gu e amigos

Eu, Rosiane Bastos, esposo Edivan da EMATER e amigo

Toninho Dentista, Normanda, filhos e esposo e Mércia Lúcia

Galera Taninha, Andréia, Eu e amigos

Rosiane Bastos e amiga

Aninha Monteiro, Eunice do Hospital e Maria Helena

Josineide machado, esposo e Telma Tavares

Miria Lane e Lucineide Araújo

Clara, Professora Kaka Santana, Eu e a Enfermeira Adriana Damasceno

Procurador Jurídico da Prefeitura Paulo Fernando e namorada

Família Queiroz e Ferreira

Iran do Ferrageiro e Vanda

Enfermeiro Gilson Lopes e amigas

Rosiane Bastos e amigas

Eu com amigos

Daniela e amigos

Lucineide Araújo e amigos

Sibele Arroxelas e amigas

Eu, Joseane Soares – Josy Boutique e filha

Foto acima Eu Mist Willys, Bruno Bezerra e amigos / foto Rosiane, Dinha e amigas

Galera no Bloco Santana dos Meus Amores

Reminho, Namorada e amiga

Eliana e Aricleo

Eliana e amiga

Terezinha carvalho e amigas

Terezinha Carvalho e amigas

Terezinha Carvalho, Baé e amigas

 

Entrevista com ROSIANE BASTOS Organizadora do “Bloco Santana do Meus Amores”

ROSIANE BASTOS – Santanense criadora e organizadora do “BLOCO SANTANA DOS MEUS AMORES” Onde abre o Carnaval de Santana do Ipanema. Visando dar maior brilho ao Carnaval de nossa cidade, onde desfilam pelas principais ruas de Santana do Ipanema, com arrastão de mulheres, trio elétrico e com muita animação todos os anos. O Bloco com exclusividade só para mulheres, onde elas participam vestidas de ABADÁ.

CELEBRIDADE IN FOCO: Como surgiu o Bloco Santana dos Meus Amores, e porque é um bloco com exclusividade só para mulheres?

ROSIANE BASTOS: Na verdade sempre tive esse sonho de fazer um bloco só para mulheres. No ano de 2010 convidei algumas santanenses para fazer um bloco e como elas ficaram interessadas, daí venho o interesse e formar-lo, com trabalho e dedicação foi formado, e hoje vem fazendo um grande sucesso em nossa cidade.

CELEBRIDADE IN FOCO: No início como foi? Pois moramos em uma cidade que não temos apoio, principalmente nestes projetos. Sabemos que para organizarmos um bloco tão grande que é o “Santana dos meus amores” onde precisamos de apoio tanto da Prefeitura, como do comércio e da própria sociedade, onde na maioria não acreditam, como foi para você torná-lo sucesso?

ROSIANE BASTOS: (RISOS) Realmente como sempre tive o sonho de criar esse bloco, numa festa da juventude, comentando com santanenses que moram em outras cidades, tive o prazer de ser incentivada daí venho à realização do mesmo, onde comecei com 250 mulheres, no próximo com 300 mulheres e esse ano quero levar as ruas de nossa cidade mais de 600 mulheres.

CELEBRIDADE IN FOCO: qual a sua expectativa para 2013, o que o bloco tem oferecer as mulheres que participam dele?

ROSIANE BASTOS: A minha expectativa é boa, neste ano temos o nosso tradicional picolé de cachaça, trio elétrico, orquestra e muita animação, porque já temos um público de mulheres santanenses e outras amigas de estados vizinhos como: Pernambuco e Sergipe e de outras cidades alagoanas como Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Poço das Trincheiras, Olho D’água das Flores.

CELEBRIDADE IN FOCO: Observemos que todos os anos têm crescido bastante o bloco, e os homens não podem participar, porque não fazer um bloco para todos?

ROSIANE BASTOS: No momento não queremos homens, e sim continuamos só com mulheres, pois sabemos que homem dá um pouco de trabalho e não temos interesse.

CELEBRIDADE IN FOCO: Vejo que neste bloco ter uma característica de um bloco com discriminação, pois os homens santanenses se comportam muito bem e gostam de participar de carnavais, festas de nossa cidade, mais todos os anos uma multidão de homens acompanham fora das cordas, o que você acha disso?

ROSIANE BASTOS: (RISO) Não estamos discriminando, apenas é um bloco só para mulheres, e não queremos abrir para todo o público, desde criação até hoje foi só para mulheres e continuará. Mais sempre temos a presença de homens fora das cortas animando mais sem nenhuma responsabilidade nossa.

CELEBRIDADE IN FOCO: Tenho visto a presença de crianças no bloco, como é feito essa permissão?

ROSIANE BASTOS: As crianças que vão ao bloco só serão permitidas na companhia da mãe, e não temos nenhuma responsabilidade do que venha acontecer com as mesmas.

CELEBRIDADE IN FOCO: Considerações finais.

ROSIANE BASTOS: Agradeço a Coluna Celebridade In Foco pela entrevista, pois a coluna vem fazendo sucesso a cada entrevista, a minha família, meu esposo Edivan, meu filho e minhas filhas, e a todas as mulheres que abrilhantam o Bloco Santana dos Meus Amores.

 

Mais um médico santanense Rendreson Damasceno Ferreira

Rendreson Damasceno Ferreira, natural de Santana do Ipanema-AL, formado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL, e agora em medicina pela Faculdades Integraas Aparício Carvalho – FIMCA, no estado de Rondônia.

CELEBRIDADE IN FOCO: Como surgiu essa vontade de você ser médico, sabemos que em Alagoas é muito competitivo, e que só existem apenas duas instituições que oferece o curso de medicina?

RENDRESON DAMASCENO: Desde criança tinha a vontade de ser um médico, quando terminei meu ensino médio fui morar em Maceió, e fazer vestibular, onde fui aprovado no curso de Fisioterapia, chegando a concluir no ano de 2006, como nunca foi meu sonho, foi para Rondônia prestar vestibular para medicina, graças a Deus fui aprovado, daí comecei a realizar meu sonho e hoje estou aqui formado em medicina

CELEBRIDADE IN FOCO: O que significa hoje você está formado em médico?

RENDRESON DAMASCENO: Para mim é muito importante, hoje ser mais um médico filho de Santana do Ipanema, com muito esforço e dedicação, ter concluindo o curso de medicina, mais para eu conseguir me formar e chegar a realizar esse sonho foi por causa do apoio da minha família, principalmente da minha querida mãe JONADIR DAMASCENO FERREIRA, que sempre acreditou e incentivou na realização do mesmo.

CELEBRIDADE IN FOCO: Sabe que hoje as dificuldades para serem médicos, são grandes, e por ser um curso mais concorrido no Brasil. Qual é o conselho que daria para um jovem que busca esse sonho?

RENDRESON DAMASCENO: Estudar, dedicar e nunca desistir dos seus sonhos.

CELEBRIDADE IN FOCO: Depois que você se tornou um médico, o que mudou na sua vida? e o que pretende fazer no futuro?

RENDRESON DAMASCENO: (RISOS) primeiro ter mais responsabilidade por ser uma profissão muito importante, digo todas são importantes, mais a de médico e mais por cuidar de VIDAS, e está sempre em busca de especialização, para atender com mais qualidades aos que procuram.

CELEBRIDADE IN FOCO: Suas considerações finais:

RENDRESON DAMASCENO: Sempre acreditar em nossos sonhos, pois para ter sucesso e preciso ter fé em Deus!

 

Somos seres dependentes da natureza

Não estamos meramente na Terra; antes disso, somos a Terra. Não ocupamos a natureza como meros participantes; somos a própria natureza, feitos de poeira das estrelas. Todo o material de que nós somos feitos (exceto hidrogênio e parte do hélio) foram manufaturados nas estrelas que morreram antes do sistema solar se formar. Portanto, nada mais somos do que produto das estrelas. Nas palavras do astrônomo Carl Sagan (1934 – 1996), somos “poeira das estrelas”.

Dependemos da natureza, das terras, da água, do ar, do sol, da chuva, das abelhas (sem elas não haveria alimentos), do fitoplâncton (algas microscópicas unicelulares responsáveis por 98% do oxigênio presente na atmosfera. O oxigênio produzido por estas microalgas através da fotossíntese é o mesmo oxigênio que respiramos na atmosfera, já que há troca de gases entre a água e o ar, daí a importância destas microalgas para a vida no nosso planeta) e dependemos muito das estrelas. Isso tudo não é prosa nem verso; é fato! São as estrelas com sua capacidade ímpar de brilhar que geram energia fundindo hidrogênio em hélio e, dessa combinação, permite-se aflorar o nitrogênio, o oxigênio, o carbono, o ferro que se localizam nos aminoácidos (unidades químicas que compõem as proteínas) e nas proteínas (que formam os músculos, os ligamentos, os tendões, as glândulas, enfim, que permitem o crescimento ósseo). Sem isso, a vida não seria possível. Somos, por consequência, a própria natureza ainda por razões filológicas. Não por acaso, somos originários do Adão bíblico (em hebraico, Adam significa “Filho da Terra”), ainda que isso seja puramente uma metáfora. Somos natureza ainda quando nos damos conta de que pelo aspecto filológico as palavras homem/humano vem de “húmus”, cujo significado é “terra fértil”.

Apenas por esse aspecto, cuidar da natureza é, antes de tudo, cuidar da vida em seu sentido mais literal possível. Lamentavelmente, para atender as solicitações do mercado de consumo, a atividade econômica, em especial, tem patrocinado a mais severa destruição das teias da natureza que conformam a capacidade de sustentação da vida. Destruir a natureza em troca dos apelos da voracidade do consumo de bens é, antes disso, destruir a própria vida em seu conjunto. O mercado, assim como toda a economia, e a nossa sobrevivência dependem do conjunto dos recursos naturais. A economia, enquanto atividade produtiva é apenas um subproduto do ambiente natural e depende escandalosamente dos mais variados recursos que a natureza emana. É importante salientar que nós, como todos os seres vivos, somos partes e não o todo desse ambiente natural que contempla essa riqueza chamada “viver”.

As demandas humanas se vinculam à capacidade da terra, contudo, essa é a conta que não fecha. “Em 1961, precisávamos de metade da Terra para atender às demandas humanas. Em 1981, empatávamos: precisávamos de uma Terra inteira. Em 1995, ultrapassamos em 10% sua capacidade de reposição, mas era ainda suportável”, quem diz isso é Leonardo Boff.

Em relação a isso, parece não haver dúvidas de que estamos falando de uma perspectiva que envolve essencialmente a manutenção da vida pelos íntimos laços que temos para com a Mãe Terra. Nesse pormenor, é oportuno resgatarmos a argumentação do educador canadense Herbert M. McLuhan (1911-1980): “Na espaçonave Terra não há passageiros. Todos somos tripulantes”.

A economia sendo um espaço de conhecimento das ciências humanas não pode prescindir em ajudar na disseminação de um discurso em prol da vida, e não a favor do deus mercado como tem sido freqüente desde o surgimento da Escola Clássica no século XVIII. Pelas lentes das ciências econômicas, discutir desenvolvimento econômico, confundindo-o com crescimento é o mais absurdo dos equívocos, pois a economia tradicional nos leva a pensar apenas em aspectos quantitativos, e não nos qualitativos. Por isso, para abastecer as prateleiras do mercado de consumo patrocina-se a destruição dos recursos naturais sem piedade. Perceber a economia apenas pela quantidade de coisas produzidas é um erro abissal que somente tem feito provocar ainda mais a cultura do desperdício e da falta de parcimônia em matéria de regular a atividade produtiva, ao passo que isso tudo aprofunda o consumismo, essa chaga do sistema capitalista que põe as teias da vida, da Mãe Natureza, sob o constante risco da dilapidação completa.

(*) Professor de economia. Especialista em Política Internacional e Mestre em Integração da América Latina (USP).

Urubus e carcarás aguardam o momento certo para o bote

(Foto: Arquivo Google)

Tem sido comum e quase uma praxe observar as figuras chamadas “carimbadas”, as quais se acham oniscientes e parecem onipresentes, pois aparecem em todas as administrações, como num passe de mágica.

Não importa quem essa figura tenha defendido nas últimas eleições, mas ao final lá está ela, novamente, se lambuzando nas benesses do poder, com a velha desculpa de que: “agora o palanque acabou”.

São verdadeiros artistas, na arte de representar, daqueles de causar inveja aos grandes protagonistas das novelas globais, quiçá Christopher Lee, o eterno intérprete de o Conde Drácula.

Muito se comenta sobre a cara de pau dos políticos, no entanto se esquece dos eleitores sem pudor. E da mesma forma que certos políticos acabam convencendo os eleitores de que não foi bem aquilo que ele quis dizer durante o período eleitoral, esses eleitores acabam usando da mesma artimanha para convencer e persuadir os políticos eleitos.

Não é preciso muita sapiência para identificar esses apaniguados “urubus e carcarás administrativos”. Em geral são puxa-sacos, dedos-duros e traidores. No momento em que seu chefe passa à condição de ex essa desprezível figura é a primeira a pular fora, tipo aquela velha história dos ratos, os primeiros a abandonarem o convés no momento do naufrágio.

Os urubus e carcarás administrativos são, em sua maioria de classes mais abastadas, entre a média e a alta, apesar de existirem os de menor poder aquisitivo. Quando estão desempenhado funções de baixo escalão os seus chefes são semideuses e pessoas hiper-competentes. Entre muitos exemplos de bajulações, esses nauseabundos chegam a fazer as compras dos seus comandados mesmo sem ser a sua função, escolher os seus perfumes e até a trocar as fraudas de seus filhos.

Quando o carcará se encontra numa função de destaque, é comum trocar as pessoas competentes pelas bajuladoras, além de pisotear e humilhar as de menos poder aquisitivo.

Ao longo da história política mundial se verificou que poucos governantes deram uma maior atenção a esse fato, no entanto poucos sobreviveram por muito tempo quando agiram de forma a beneficiar mais os adversários do que os aliados, mesmo admitindo que existam aliados traidores. E nesse caso não pode haver maior aliado de um governante posto pelo povo do que o próprio povo.

Santana do Ipanema tem demonstrado possuir um histórico de resistência política, ainda que desorganizada. Revelando assim ter uma célula de independência. Nas vezes em que agiu dessa forma teve uma maciça participação popular. E mesmo quando os governantes não atenderam aos seus anseios, a classe popular desta cidade sertaneja voltou a agir contra a opressão e a ostentação de poder, demonstrando a sua insatisfação.

Toda revolução requer tempo, paciência, além de trazer bastante sofrimento para a população, especialmente a mais pobre. Pois ela tem consciência da sua importância na hora de eleger e defender o seu administrador, e continua acreditando que agindo dessa forma, um dia, algo vai mudar para melhor.

Por outro lado, a classe dominante, em menor número, acaba abarcando a maior fatia do bolo.

A Revolução Francesa ainda pode ser vista como um dos maiores exemplos de insatisfação popular de todos os tempos, onde rei, rainha e vassalos foram guilhotinados. O problema foi que, durante muitos anos, após a revolução, a burguesia, que tinha um maior poderio aquisitivo, acabou não beneficiando os trabalhadores, os quais tiveram que continuar lutando e adquirindo as suas conquistas.

Exemplo ainda maior do que o da Revolução Francesa aconteceu na pequena ilha de Cuba. A poucos quilômetros do país mais poderoso do mundo, Cuba deu exemplo ao mundo de como o povo unido pode vencer os seus opressores, por mais poderosos que pareçam. Onde um grupo de pouco mais de oitenta guerrilheiros conseguiu derrubar um governo corrupto e tirano.

Mas, numa análise mais profunda vamos verificar que, para que isso desse certo o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, contou com o apoio do povo oprimido, que de uma forma ou de outra lhe deu ampla ajuda, e depois desta importante conquista os cubanos contaram com o apoio da então União Soviética, dando-lhe suporte para evitar uma possível invasão dos Estados Unidos.

A pergunta é: por que ainda hoje, mesmo sendo um país pobre, o povo cubano reverencia e dá apoio aos seus heróis, liderados por Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto Che Guevara?

Para conquistar o apoio popular, os guerrilheiros que lutaram pela liberdade de Cuba prometeram, durante a campanha, que fariam uma ampla reforma agrária, que o povo teria educação e saúde de qualidade, além de outros benefícios, desfrutados apenas naquele momento por uma minoria. A resposta é simples: a promessa foi cumprida e o povo beneficiado, mesmo com uma das mais covardes atitudes imposta a um país, que é o bloqueio econômico liderado pelos Estados Unidos, que ainda hoje vigora.

Sem luta não há vitória e sem participação popular não há conquista verdadeira e o que resta é a opressão.

Como sugestão de reflexão segue abaixo a música Capim Guiné, de Raul Seixas. Dá pra ter uma ideia do que seja lutar pelo social e depois se ver obrigado a ser atropelado pelos urubus e carcarás.

Capim Guiné

 

Plantei um sítio

No sertão de Piritiba

Dois pés de guataiba

Caju, manga e cajá

 

Peguei na enxada

Como pega um catingueiro

Fiz acero, botei fogo

“Vá ver como é que tá”

 

Tem abacate, jenipapo

E bananeira

Milho verde, macaxeira

Como diz no Ceará

 

Cebola, coentro

Andu, feijão-de-corda

Vinte porco na engorda

Até o gado no currá

 

Com muita raça

Fiz tudo aqui sozinho

Nem um pé de passarinho

Veio a terra semeá

 

Agora veja

Cumpadi, a safadeza

Cumeçô a marvadeza

Todo bicho vem prá cá

 

Num planto capim-guiné

Pra boi abaná rabo

Eu tô virado no diabo

Eu tô retado cum você

 

Tá vendo tudo

E fica aí parado

Cum cara de viado

Que viu caxinguelê

 

Suçuarana só fez perversidade

Pardal foi pra cidade

Piruá minha saqüé

Qüé! Qüé!

 

Dona raposa

Só vive na mardade

Me faça a caridade

Se vire e dê no pé

 

Sagüi trepado

No pé da goiabeira

Sariguê na macaxeira

Tem inté tamanduá…

 

Minhas galinha

Já num fica mais parada

E o galo de madrugada

Tem medo de cantá.

A vida é bela

O sol iluminando, e acendendo as cores das coisas. O céu, infinitamente azul, as folhas das árvores esplendorosamente verde, o passarinho cantando docemente, muito além do fio de alta tensão. Pense nossa história como se ouvisse música. Uma bela canção, chamada vida. Como que embalados por uma melodia cotidiana, vamos contar dum tempo, especial. Início dos anos sessenta na cidade de Santana do Ipanema. É preciso que recordemos que à época, estávamos a apenas uma dezena e meia de anos, do término da Segunda Guerra Mundial. O mundo se recuperava fisicamente, dos horrores da guerra. Recuperava-se ainda mais, emocionalmente. Talvez por conta disso, as pessoas estivessem ainda mais sensíveis, mais humanas. Depois duma tragédia. As coisas adquirem novo sentido, novo significado. Santana, era parte desse mundo ressurgido das cinzas.

Um oceano inteirinho, milhares de quilômetros de espaço aéreo, centenas de quilômetros de estradas de rodagem e outro tanto de pistas asfaltadas, separava os sertões das Alagoas donde ocorreram os fronts de combates, os pelotões em ordem de batalha, as trincheiras, dos combates sangrentos. No entanto tudo isto estava muito presente, em nós. Como nuvem sombria, pairava sobre as mentes, sobre as ações. Ainda que cem décadas se passassem, não seriam suficientes para cicatrizar, as feridas de uma guerra mundial. Ainda mais que vivíamos, a espelho do resto do mundo, sob um sistema totalitário, o regime militar.

A escola copiava o sistema vigente. A farda, a disciplina, o amor a pátria. Cantar o hino nacional antes de adentrar as aulas. Ter respeito aos símbolos nacionais, a bandeira, o brasão da república. Todo soldado era símbolo de dedicação, honradez e disciplina. Na semana da pátria um militar era convidado à escola para instruir os estudantes como deviam se comportar por ocasião do desfile cívico. Nas casas vivia-se o modelo patriarcal de viver. O pai era a figura central da família, a ele se devia todo respeito. A mãe era símbolo de amor, de dedicação a sua prole. A mulher ao se casar, no mais das vezes renunciava de qualquer ideal puramente seu, para dedicar-se exclusivamente a família.

A vida é bela, se nobres são os ideais. Tecnologia de ponta era máquina de costura Singer, onde em casa, se fazia as roupas. Um rádio receptor anunciando o “Repórter Esso”. Uma geladeira arredondada nas curvas de puxador engraçado, com um pinguim capitaneando por cima. Televisão em preto e branco era pra poucos. O melhor programa para a tarde, era ir até a casa da vizinha, conversar, falar da saúde dos filhos, de uma receita de bolo, um remédio caseiro, pra tosse, óleo de rícino e mastruz com leite pros vermes, banho de Samba Caitá pra cicatrizar mais rápido as brotoejas e o sarampo. Rever cartas à muito guardadas, amarradas com fita de filó, cheirando a Colônia de Alfazema. A vitrola ABC “a voz de ouro”, tocando Dalva de Oliveira.

“Vê estão voltando as flores

Vê nesta manhã tão linda

Vê o sol iluminando

Vê há esperança ainda”

Sobre a cristaleira a compota com doce de goiaba em calda, semeado de cravos da Índia. Peças de porcelana esmaltada com desenhos que lembram a aristocrática corte francesa de Luiz XV. Na parede o retrato do pai a cryon. Biscuit na copa e a “Santa Ceia” na cozinha. Um cena bucólica da caça a raposa ao estilo inglês. O álbum de fotografias com capa dura, plastificada, com gravura de um buquê de rosas vermelhas sobre um lenço violeta. Ao ser aberto acabava deixando cair uma foto velha desbotada, em preto e branco, picotada nas bordas, largada das cantoneiras. Uma bela moça com cabelo em coque olhava sabe Deus pra onde, talvez pro futuro, pois sorria. No verso escrito a lápis grafite: “Cara irmã! Guarde esta lembrança que lhe dou com muito carinho. Daquela que muito te ama! Ass. Maura 12.12.63”. Noutras fotos várias moças pousam num lugar público, uma praça talvez. Vestido tubinho, um lenço entrelaçado no queixo, óculos de grandes lentes escuras, bolsa de mão a tiracolo, laquê no cabelo. Lembravam Jacqueline Kennedy, ao fundo um aero willys conversível, rabo de peixe .

Uma lata de biscoitos lembrança do natal passado, contendo sucrilhos caprichosamente feito de nata e manteiga, sobre a mesa. Os homens iam ao passeio matinal vestindo calças justas, de tecido, camisa tergal e volta-ao-mundo, no cabelo muita brilhantina pra imitar Elvis Presley. Papai ficava na cadeira de palhinha, folheando a revista Seleções de Reader’s Digest, o Almanaque da Fé, a Revista “O Cruzeiro”, sempre lia em alta voz, a coluna do Davi Nasser. As propagandas eram desenhos e mostravam pessoas felizes com suas famílias: Toddy, Arrozina e Maizena, sabonete Phebo Life Buoy, Creme Dental Kolynos, as pílulas da vida do Dr. Scholl, pomada Minâncora e Biotônico Fontoura. E o mundo, do pós-guerra se dividira em dois blocos, o Brasil ficou do lado dos norteamericanos. O presidente John Fitzgerald Kennedy combatia duramente o governo de Fidel Castro, na Ilha de Cuba, porque era comunista. Comunismo chegou pra nós como símbolo de anarquia. Seus simpatizantes eram perseguidos com mão de ferro. Versos considerados subversivos eram recitados às escondidas nos porões das reuniões secretas dos dissidentes políticos:

“Cuba sy! Cuba sy!

As fileiras americanas

Fidel Castro é comunista

Até disse que Batista

Matou vinte mil cubanos!”

A casa de Felício era vizinho a Bodega de Seu Ozéias. A gente estudava no Grupo Escolar Padre Francisco Correia. Um dia chamou-nos para mostrar mais um de seus inventos. Pois ele se considerava um cientista. Apelidavam-no cientista maluco. Era apenas um menino. Numa sala escura, fez passar o feixe de luz de uma lanterna através de um orifício numa caixa de sapatos, onde previamente havia inserido uma lâmpada de bulbo, cheia d’água. Interpondo um pedaço de película cinematográfica à luz e ao bulbo, projetou sobre a parede uma imagem gigantesca! Eureca! Felício reinventou o cinema.