2º Churrasco Fura Olho – Festa VIP durante a 51º Festa da Juventude

2º Churrasco Fura Olho – Festa VIP durante a 51º Festa da Juventude fura olho Depois do sucesso da primeira edição do Churrasco Fura Olho, uma nova e maior edição foi preparada para a 51ª Festa da Juventude. Segundo os organizadores Felipe Azevedo e Túlio Bastos foi  feito uma grande estrutura para melhor, atender os convidados, com animação da  Banda de Pagode Plenitude e do Paredão SS. Para complementar a festa foi servidos petiscos de churrasco e feijoada até durar todo o estoque. Para este ano contratamos tendas, segurança particular, banheiros químicos e disponibilizaremos um bar para compras de bebidas, tudo isso pensando em garantir conforto e segurança para todos os participantes, afirmou o organizador Felipe Azevedo. O nome do evento surgiu em meio a furadas de olho (ficar com a paquera ou ficante do amigo), em uma festa de aniversário no dia 17 de Janeiro de 2009. Na oportunidade estavam presentes os amigos de farras e de vida Danylo Bezerra, Felipe Azevedo, Pablo Ramon, Rodrigo Vilela e Túlio Bastos, que a partir daquele dia passaram a compor a equipe, hoje referência em todo o estado de Alagoas. Já o churrasco Fura Olho, surgiu no 2012 com o intuito de reunir os membros da equipe, que no corrente ano já contava com um número superior a 30 participantes, e juntar seus amigos que vinham das cidades vizinhas prestigiar a tradicional Festa da Juventude.

Lampião em Palmeira dos Índios

Clerisvaldo B. Chagas, 11 de julho de 2013.

Crônica Nº 1047

Na tarde da última quarta-feira, eu e o professor Marcello Fausto, chega-mos a Palmeira dos Índios para auspiciosa missão. Fomos recebidos cordial-mente pelo professor de História, Wellington Lopes de Albuquerque, que logo nos proporcionou ligeira incursão pelos pontos turísticos da cidade, inclusive o Cristo do Goiti. Tivemos o privilégio de contemplarmos os arredores dos 700 metros de altitude na belíssima paisagem que o relevo serrano nos oferece. Após significativo descanso e preparativos, estávamos nós “enfrentando” a seleta plateia acadêmica da UNEAL, Campus III, sob a batuta do festejado pro-fessor Wellington. Lançamos o livro “Lampião em Alagoas” e partimos para uma palestra e mesa redonda com o tema: “O cangaço lampiônico nas plagas alagoanas”. Auditório lotado com acadêmicos da região, alguns professores e balaios de perguntas inteligentes, nos levaram à ocasião agradabilíssima. Mitos do Nordeste como Lampião, Padre Cícero, Frei Damião, Luiz Gonzaga, Sinhô Pereira e outros, foram amplamente citados. Passamos pelo geral sobre Virgolino, suas estripulias, organização de volantes, até desembocarmos no riacho da grota dos Angicos.

O livro “Lampião em Alagoas” – que também será lançado em outras ci-dades – é esclarecedor, interrogativo, equilibrado e polêmico como todos os livros sobre o cangaço. Várias passagens inéditas foram apresentadas, estimu-lando a pesquisa em História, Geografia e Sociologia, notadamente. Com a gentileza e desdobramentos do anfitrião, professor Wellington Lopes, quanto pela qualidade do evento, educação e maturidade dos presentes, surgiu im-pressão de retorno dos autores para outros temas relíquias do Nordeste. O Cristo do Goiti (derivado de oiti, oitizeiro), com certeza abençoou a nossa jor-nada até os seus pés, iluminando o evento que se aproximava com o pano molhado da noite.

Pela manhã retornamos da Terra dos Xucurus, de Graciliano, Luiz B. Tor-res, Adalberon Cavalcante Lins, Valdemar de Sousa Lima, para Santana do Ipanema, agradecendo a todos os que fazem a UNEAL, Campus III. Acho que bem deixamos LAMPIÃO EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS.

Por uma sociedade de sustentação de toda a vida

Prof-Marcus OliveiraMarcus Eduardo de Oliveira

A dinâmica do modo de produção capitalista, em sua íntima relação com a economia, centrada numa visão egoísta (pois privilegia a acumulação individual) e antropocêntrica, na qual o homem pode tudo, inclusive sobrepujar às leis da natureza, produziu um tipo de crescimento econômico dilapidador dos sistemas ecológicos da Terra, da biodiversidade, agredindo os principais serviços ecossistêmicos (água limpa, ar puro, regulação do clima, polinização das flores, semeação do solo, fotossíntese etc).

O que poderia ser um crescimento agregador, não fosse à voracidade mercadológica, consubstanciou-se num tipo de economia que, via sistema de preços, transformou absolutamente tudo em mercadoria (incluindo a vida humana, com o tráfico de pessoas e de órgãos humanos). Resultou disso um foco de tensão dicotômico entre “crescer” (sistema econômico) e “preservar o meio ambiente” (sistema ecológico).

Como a ordem que impera no mercado de consumo recomenda sistematicamente políticas de crescimento econômico exponencial, preservar o meio ambiente e a biota (conjunto de seres animais e vegetais de uma região) acabou se transfigurando numa condição que foi relegada a escanteio, de pouca relevância.

Na atualidade, a consequência disso é o severo desastre ambiental: um planeta doente, uma Terra cansada, uma economia socialmente desequilibrada, cujo retrato desse descaso ecológico/econômico se expressa na morte de espécies (uma espécie desaparece por dia), na pobreza e fome crônicas que acomete quase 1 bilhão de estômagos vazios e bocas esfaimadas (14% da população mundial) e na desertificação e desflorestamento (já foram destruídas mais de 40% das florestas tropicais).

Se a tentativa era melhorar o mundo via crescimento econômico, o que presenciamos no transcorrer dos dias é uma piora acentuada do espaço que habitamos: lixo radioativo, chuva ácida, poluição urbana, maré vermelha, excesso de dióxido de carbono (a cada minuto, 10 mil toneladas são lançadas na atmosfera) são alguns dos “elementos” de nosso atual convívio. O fato concreto é que o “homem-econômico”, no afã em saciar sua sede de consumo, estreitou relações e se entregou abertamente ao modo de produção em larga escala ora vigente nas economias de ponta, esquecendo-se, contudo, que ao patrocinar esse superconsumo abastecido por uma superprodução de mercadorias artificiais (na maioria das vezes fúteis) somente fez arrebentar os mais elementares serviços ecossistêmicos, comprometendo, sobremaneira, os processos naturais que sustentam a vida.

Isso explica, ipsis litteris, o posicionamento crítico de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU que, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos (2011), chamou esse modelo aqui descrito de “pacto de suicídio global”.

De fato, estamos todos propensos a esse “suicídio global” uma vez que, dentro da espaço nave Terra, somos todos pilotos e passageiros ao mesmo tempo, já que estamos “inseridos” na natureza. Leonardo Boff, a esse respeito, assevera que “no universo e na natureza, em todas as circunstâncias, tudo tem a ver com tudo, afinal, somos todos feitos do mesmo pó cósmico que se originou com a explosão das grandes estrelas vermelhas”.

Da terra tiramos nosso sustento e à terra devolvemos dejetos do processo produtivo (resíduo, poluição, matéria dissipada). É assim que age o sistema econômico: usa e explora os limitados recursos naturais (input) e devolve lixo (output) à natureza. Quanto mais crescimento (econômico), maior é a agressão (ecológica). Assim, aumenta a tensão entre essas correntes. Esse processo é tão agressivo que, de acordo com estudos recentes, 60% dos serviços ecossistêmicos estão degradados. Por isso crescer economicamente é sinônimo de poluir assoberbadamente.

Dito de outra maneira, produzir é também sinônimo de destruir. Não por acaso, a etimologia da palavra “consumir” (a razão de ser da produção) significa “destruir”.

Lamentavelmente, as economias modernas têm aperfeiçoado os mecanismos dessa destruição, esgotando em várias frentes o patrimônio natural (biomassa das florestas, solo arável, disponibilidade de água etc).

Na Carta da Terra, um dos mais importantes e sérios documentos elaborados pela inteligência humana, lê-se que “os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosse entre ricos e pobres está aumentando”.

No visor do relógio econômico, os ponteiros marcam um crescimento destruidor da natureza, cuja poluição e depleção dos recursos naturais talvez sejam as faces mais evidentes. É chegada a hora, portanto, de frear esse processo.

Dado o pouco espaço aqui para uma contextualização mais aprofundada, o que dissemos fica apenas para efeito da seguinte reflexão: até quando esse tipo de crescimento econômico que provoca mortes e destruição continuará vigorando? Será que, como bem pontuou o filósofo Sigmund Kwaloy, não está na hora de promover-se a passagem de uma sociedade de crescimento industrial para uma sociedade de sustentação de toda a vida?

Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor, com mestrado pela (USP)

CAMPEÃO DE QUE?

Família - 1943Colegas de todas as facas

Há algumas semanas o presidente do Supremo Tribunal Federal disse durante uma palestra para estudantes que “nós (os filhos desta pátria mãe gentil) temos partidos de mentirinha”. Durante vários dias a notícia foi amplamente divulgada na imprensa, entrevistas com parlamentares foram realizadas, cientistas políticos fizeram análises quase que freudianas sobre o acontecido e eu, assistindo a tudo isso, tinha uma única pergunta na mente: Porque tanta polêmica sobre uma verdade tão antiga.

Pode parecer coincidência, mas eis que na mesma cadeira em que assisti a reportagem sobre a declaração do ministro, estava debruçado sobre um livro de crônicas de Olavo Bilac, presente do meu primo Gaspar Guimarães, com apenas 899 páginas, quando de repente leio um texto do ano de 1890 em que o autor questiona as ações contra a liberdade religiosa empreendidas pelo recém instituído governo republicano. Frisando que a república foi proclamada sob o pretexto de liberdade que supostamente o regime monárquico não proporcionava, o grande poeta e jornalista brasileiro finalizou sua crônica fazendo alusão à Guerra do Paraguai, em que o governo brasileiro, na época uma monarquia, arrasou o país vizinho proclamando o discurso da liberdade.

O texto de Bilac dizia assim:

“Tenho na minha modesta panóplia uma faca paraguaia. Valente lâmina! Deu-ma um velho militar que a trouxe do Paraguai em 70. Na folha há a seguinte inscrição: Libertá! – e o velho militar dizia-me sempre: “Todas as facas no Paraguai têm essa inscrição; veja você que diabo de divisa foi arranjar um povo sem liberdade!”

Agora, que todas as bocas e todos os jornais, depois de 15 de novembro, andam cheios aqui dessa palavra – liberdade – eu começo a desconfiar de que o Brasil está se parecendo muito com uma faca paraguaia.”

O descompasso entre o discurso, ações e intenções da classe política deste grande país é tão antigo quanto sua própria existência e tentar descobrir uma solução é algo tão difícil quanto caminhar num terreno movediço. É por isso que eu prefiro me deter nos aspectos mais pitorescos que tal prática nos proporciona e vocês hão de convir que é bem menos doloroso.

Refletindo sobre a declaração do presidente do STF, veio à memória a figura do meu avô Gaspar Wanderley, figura marcante da minha infância. Gaspar era um homem de baixa estatura e franzino, mas de atitudes dignas de um gigante. Como era comum naquele tempo tirava o seu sustento da agricultura e da criação de gado, mas também mantinha no compartimento da frente de sua casa uma pequena mercearia, uma “venda” como era chamada. Na venda de Gaspar tinha alimentos como milho, farinha e feijão, além de ferrolhos, dobradiças, pregos e parafusos. Tinha também uma seção de “fiteiro” onde se encontrava sabonete, perfume e brilhantina Glostora e outra de armarinho onde se encontravam lenços, meias e outras peças de uso pessoal. No conceito de hoje tinha o sortimento equivalente a um mercadinho, mas o atendimento era no balcão onde, além de confeitos e uma diversidade de pastilhas, também se vendia cachaça, vinho de jurubeba e Genebra ou Zinebra uma espécie de cachaça composta com zimbro. Bebida originária dos Países Baixos, a Zinebra foi muito difundida no nordeste brasileiro, mas hoje em dia é raramente encontrada. Tinha um alto teor alcoólico e trazia a fama de ser medicinal. Mamãe me contou que muita gente comprava a bebida para misturar com cebola e tomar como um remédio para dores de barriga. Ela e minhas tias Gasparina, Auxiliadora e Olávia ajudavam na “venda” e cada uma tinha uma gavetinha onde eram colocados os pagamentos das vendas efetuadas por cada uma delas. Ao final da semana Vovô contava o apurado de cada uma e lhes pagava alguns tostões pelo serviço realizado. Naquele tempo o trabalho dignificava e educava, hoje em dia… Os conceitos são outros.

Percebendo a concentração de pessoas durante as festas de reis e de São Sebastião, em sociedade com Manoel de Sulia, até hoje vivo lá pras bandas da cidade do Recife, Vovô construiu um carrossel de madeira que naquela época era chamado de “curre” e isso eu já contei para vocês. O curre de Gaspar era armado na rua em frente à sua casa e tanto gerava uma renda extra no período das festas como também atraia a freguesia para sua “venda”. Na década de 50, Vovô deu uma lição de empreendedorismo e ousadia quando resolveu comprar uma caldeira a lenha para a geração de energia, sendo portanto o pioneiro da eletrificação de Poço das Trincheiras no tempo em que a localidade era apenas um distrito do município de Santana do Ipanema.

Com o temperamento que tinha não deu em outra, um dia, finalmente, ele entrou para a política. Naquele tempo as disputas muitas vezes eram resolvidas na bala, mas uma boa combinação entre um discurso afiado e algumas precauções permitiu que ele atravessasse esta etapa da vida sem que seu nome fosse associado a ações de violência. Foi desse tempo uma história que me foi contada várias vezes por Aderval Wanderley Tenório, homem de grande inteligência e exímio advogado. Aderval ingressou na política e rapidamente galgou o posto de deputado estadual. Objetivando garantir o seu espaço político procurou estabelecer uma boa rede de aliados e, ciente das disputas existentes no Poço das Trincheiras procurou o apoio do meu avô. Naquele tempo, devido a precariedade do aparelho de estado, cargos públicos que hoje são acessíveis apenas através de concurso eram preenchidos por cidadãos comuns, mas que demonstravam aptidão para a respectiva função, podendo ser indicados pelos membros da comunidade ou então pelo próprio governador do estado. Eu sei que a coisa não funcionava tão bem como se gostaria, mas foi nesse contexto que Aderval conseguiu para Gaspar o cargo de Delegado de Polícia do Distrito de Poço das Trincheiras. A ideia era conter o poderio dos adversários e ressaltar a imagem de uma gestão séria e enérgica.

Uma vez empossado, o novo delegado começou a mostrar serviço. Tudo ia bem até que, um dia, um indivíduo aprontou algumas e entrou na sua mira para uma estadia no xilindró. Não sei exatamente que tipo de infração o sujeito cometeu, o certo é que, percebendo que não seria possível escapar das garras da lei sua mãe resolveu procurar Aderval. Com uma conversa melosa e uma convincente promessa de fidelidade eleitoral a mulher conseguiu que ele aceitasse intervir no caso para que o cabra não passasse uns dias vendo o sol nascer quadrado. O deputado escreveu um bilhete e orientou-a que apresentasse o rapaz à delegacia e entregasse o bilhete ao delegado. Confiante no peso político do seu “padrinho” a mulher fez exatamente como lhe fora recomendado. Retornando ao Poço das Trincheiras, pegou o filho pela mão e foi à delegacia. Quando Gaspar viu o sujeito já ia mandando que o detivessem quando a mulher então mostrou-lhe o bilhete que começava dizendo “Caro primo Gaspar”, passava por uma recomendação de condescendência e terminava com a assinatura “Do Aderval”. O delegado leu a mensagem, leu mais uma vez, olhou bem para o papel, olhou para a cara do sujeito e, dirigindo-se ao policial que estava a postos, ordenou:

– Prenda esse vagabundo agora mesmo.

Não deu em outra, o cabra foi para detrás das grades e o delegado foi exonerado poucos dias depois.

Com atitudes incompatíveis com a expectativa do seu partido político e perseguido pelos seus adversários a carreira política de Gaspar Wanderley foi um verdadeiro desastre. Ironicamente, as duas únicas coisas que ele obteve desse período da sua vida têm valores completamente opostos: a derrocada financeira e o respeito de muitos dos seus adversários. Fatos contraditórios, mas por incrível que pareça verdadeiros.

Falando em contradições, vejam os pitorescos exemplos abaixo:

Primeiro: A polícia não consegue proporcionar uma política de segurança pública. No entanto, esbanja força contra manifestantes que reivindicam seus direitos ou protestam contra o mau uso dos recursos públicos.

Segundo: Vereadores que ganham mais de R$ 10.000,00 por mês aprovam uma lei que reduz o salários de professores para menos de R$ 900,00. No entanto bilhões de reais são gastos na construção de estádios de futebol.

Terceiro: A seleção brasileira ganhou de 3 X 0. Será que a palavra “Campeão!” será a escolhida para a versão brasileira da “faca paraguaia”? Só precisamos definir, campeão de que?

É colegas a situação deste grande país está tão complicada que a única política que venho praticando ultimamente é a da boa vizinhança. Um grande abraço a todos.

Saúde, sabedoria e paz.

Virgílio Agra

OBS: A crônica “Liberdade” de Olavo Bilac foi publicada no livro “Bilac, o Jornalista”, de Antônio Dimas, pela Editora da Universidade de São Paulo.

Na foto de 1943, Vovô Gaspar e Vovó Lindalva. Em pé Tia Gasparina e Tia Auxiliadora e o bebê é Tia Zélia.

As edições anteriores das Saudações Caetés estão no blog saudacoescaetes.blogspot.com

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O MODELO DIÊGO FARIAS

DIÊGO FARIAS jovem, natural de Arapiraca- Alagoas, modelo, já foi Mister Arapiraca 2010, Mister Alagoas 2011, em 2012 foi escolhido para representar o Brasil no Peru, hoje vem sendo sucesso nas passarelas da moda.

CELEBRIDADE IN FOCO Como surgiu a idéia de você ser mister?

DIÊGO FARIAS Na verdade, nunca teve vontade de ser mister, mais através de um convite de um olheiro, fui fazer um texto e até hoje estou no ramo da moda.

CELEBRIDADE IN FOCO Como você vê esse sucesso hoje? Depois de tornar uma pessoa muito famosa no Estado de Alagoas?

DIÊGO FARIAS – (RISOS) Bom, realmente a jornada não foi fácil, mais graças a Deus, hoje tenho sim feito baste sucesso, não só em desfiles, como também em festas de aniversários de 15 anos, entre outras.

CELEBRIDADE IN FOCO Quais os projetos para 2013?

DIÊGO FARIAS – Em 2013, tenho muitas novidades, para quem gosta do mundo da moda e do mundo mister, concursos nacionais, um dos meus planos  será estudar odontologia, e representar o Brasil em outros países.

CELEBRIDADE IN FOCO E seu amor pela profissão de como surgiu?

DIÊGO FARIAS (risos) Bom como eu falei no início, recebi um convite para desfilar em concurso, um olheiro me convidou, a partir daí eu vi que realmente eu me identificava com a passarela ou modelar de alguma forma, observar, imaginar as pessoas trabalhadas, analisar o perfil me atraia e me fascina até hoje, é na verdade um exercício prazeroso.

CELEBRIDADE IN FOCO Aproveitar a oportunidade e fazer um convite para você participar conosco da nossa Festa da Juventude 2013.

DIÊGO FARIAS – Será um prazer, estarei sim com vocês, tanto no desfile da Rainha da Juventude 2013, como também durante toda festividade. Desde já agradeço pelo convite.

CELEBRIDADE IN FOCO Deixe uma dica para quem quer seguir nesse mundo.

DIÊGO FARIAS Bom primeiro precisa ter foco, saber se é isso realmente que a pessoa quer, pois não é uma carreira fácil como muitos imaginam, no início sofre bastante, precisa adquirir experiência, mas quem pretende seguir a dica é persistir bastante, participar de concursos que tiver uma credibilidade boa, cuidar do corpo, estar sempre pronto (a) nunca esperar para se preparar quando a oportunidade bater na porta, por que pode ser tarde.

ENTREVISTA EXCLUSIVA: Administradora do grupo Ciências Criminais no Facebook fala da sua história e temas das Ciências Criminais

 

 

Guerreiros, hoje temos outra novidade aqui no Assim Passei, uma entrevista com a administradora do Grupo Ciências Criminais do Facebook, que hoje tem mais de 10.000 membros, conta com a participação de grandes juristas brasileiros e com certeza desenvolve o melhor trabalho em debates sobre questões penais.

 

Obrigado por terem aceito o nosso convite, é muito bom receber vocês, acompanho esse grupo desde o começo e gosto muito.

Com a palavra, Larissa.

 

Gostaria de agradecerprimeiramente à Deus, por tudo que fez e o que continua fazendo para a concretização deste projeto. Eu gostaria de agradecer o convite para esta entrevista, agradecer a parceria do blog “Assim Passei”, pela oportunidade, agradecer o Lucas R. de Ávila, por sempre está a disposição nos ensinando a cada dia mais e mais e com essa iniciativa brilhante, que o mesmo teve para elaboração desse blog como apoio para o pessoal de OAB e concursos públicos. Essa equipe é simplesmente maravilhosa, estão de parabéns.

Muito obrigada mesmo.

 Não há o que agradecer, vamos às perguntas:

 1 – Quando e porque vocês pensaram em criar o grupo?

A iniciativa nasceu no final de janeiro deste ano, quando o advogado criminalista João Carlos Pereira Filho, e eu (Larissa), decidiu criar um ambiente virtual para “democratizar o mundo criminal e tudo o que ele abrange”. A ação cresceu graças à capacidade de organizar essas informações e difundi-las em um só lugar. “Antes, esse conteúdo ficava espalhado por sites, livros jurídicos e publicações segmentadas, o que gerava um custo a quem queria conhecer mais das ciências criminais e era excludente”.

 2 – Quantos são hoje administrando o grupo? Afinal, são mais de 10.000 pessoas, não deve ser fácil administar isso tudo. Foram sempre vocês ou isso mudou durante o tempo?

 Então, hoje conta apenas com a minha administração, realmente não é fácil mais dou meus “pulos” e consigo. Não tenho que me preocupar muito o pessoal respeitam então fica até mais viável a administração.

O grupo visa investigar os sistemas jurídico-penais contemporâneos a partir da análise crítica do direito penal e processual penal, verificando em seus fundamentos as diferentes formas de violação/proteção dos direitos da pessoa humana.

 3 – Muitos juristas importantes do Brasil estão entre os membros, como vocês vêem isso?

 Vejo que o “Grupo Ciências Criminais” tem uma credibilidade muito grande, nosso pulso firme na administração, onde atraem esses juristas. O tema de “Ciências Criminais” é um tema que realmente chama atenção, pois engloba assuntos polêmicos. Temos Roberto Delmanto, Edson Knippel, Tânia Faga, Rogério Montai, Damásio de Jesus, Alice Bianchini, Flavio Martins, Flavio Cardoso, Guirlherme Nucci, Flávio D’Urso, Luiz Flávio Gomes, Luiz Flavio D’Urso entre outros.

 3 – Os debates envolvendo questões relacionadas ao tema proposto pelo grupo Ciências Criminais normalmente são polêmicos, é difícil controlar as discussões entre membros? Alguma vez foi necessário tomar medidas de controle? Se sim, quais?

 Um pouco difícil, pois temos que ficar atentos. Sim, tomamos por várias vezes, membros que não sabia respeitar a opinião do outro e falava palavras inapropriadas e sempre que alguém infringiu as regras do grupo, nos expulsamos do grupo. Queremos um grupo com harmonia e com a credibilidade que sempre teve.

 4 – Os participantes utilizam o grupo só para debater questões criminais ou tem ganhado novas utilidades, digamos assim?

 O Grupo Ciências Criminais é somente para debatemos questões criminais o nosso foco é somente esse e quando alguém começa a colocar outros assuntos, avisamos a pessoa e em seguida excluímos as mensagens.

 5 – Para finalizarmos, recentemente questões como o aborto, a lei seca, ficha limpa e outras dessa ordem têm sido discutidas pelo STF e pelo legislativo do nosso País, qual a opinião de vocês sobre isso? Houve um avanço? Ainda há resistência na abordagem dessas questões? Como vocês veem isso?

 Vamos lá por partes, em relações em decisões algumas na minha opinião o STF acertou outras não.

Em relação ao aborto em minha opinião:

 a) aborto de fetos anencefálicos:

 O direito à vida, conforme reza a Constituição Federal, antecede todos os outros, não podendo ser minimizado por um direito subjetivo da mãe que enseja abortar. Vale lembrar ainda que o artigo 4º do Pacto de São José da Costa Rica, do qual o Brasil é signatário, assegura o direito à vida desde a concepção e tem força de emenda constitucional imutável, cláusula pétrea. Também o artigo 2º do Código Civil dispõe que “a lei põe a salvo dos direitos do nascituro desde a concepção”.

A questão da anencefalia desdobra-se também sobre a hipótese de não haver expectativa de vida da criança, ou seja, vida em potencial. Ora, expectativa ou probabilidade de vida há, curta, mas há. Outra questão se depreende do fato de que há entendimentos no sentido de que o feto portador de anencefalia não é considerado vivo por não ter o cérebro totalmente formado o que não configuraria ilícito penal a prática do aborto, um vez que este consiste na cessação da gravidez de um ser humano vivo. Mas seria correto afirmar que um bebê apesar de anencéfalo, mas cujo coração e respiração funcionam independentemente de meios artificiais, esteja morto?

Alguém tem o direito de matar? Ao nascer você sabia quantos minutos, dias ou anos viveria? Seus pais sabiam? Ainda que seja um minuto de vida, digamos sim à vida, sempre!

Eu sou totalmente contra a decisão do STF.

 b) Em relação a LEI SECA na minha opinião:

 O direito penal deve ser aplicado como ultima ratio, ou seja, o Estado deve esgotar todos os meios possíveis para lançar mão do Direito Penal. Melhor seria se o Estado apreendesse o veículo do infrator, só liberando mediante o recolhimento de uma multa alta, com o fim de inibi-lo a voltar a dirigir embriagado. Ademais, no caso da Lei Seca, o legislador acreditando que a criminalização da conduta de dirigir alcoolizado iria resolver o alto índice de homicídio no trânsito, se precipitou e esqueceu-se do Código de Processo Penal, o qual dispõe que crimes punidos com pena de detenção são afiançaveis na esfera policial. Com isso, gerou o seguinte problema: quem é pego dirigindo embriagado, após constatado a alcoolemia por instrumento próprio (bafômetro), ou exame de sangue, é autuado em flagrante, e em seguida, após pagar fiança, é posto em liberdade. Significa dizer que o legislador apenas trouxe mais trabalho à Autoridade Policial e ao Poder Judiciário.

Não é A LEI que conseguirá diminuir a imprudência, a desordem, a irresponsabilidade no trânsito — mas a fiscalização e a consciência dos motoristas.

Milhares de pessoas morrem anualmente no trânsito devido a condutores irresponsáveis que abusam do álcool, estamos fartos dessa realidade, porém cabe lembrar que HÁ MUITO TEMPO dirigir embriagado é infração gravíssima e acarreta suspensão do direito de dirigir (art. 165 do CTB). Pergunta-se: por que a punição prevista no CTB não vinha sendo aplicada como nestas últimas semanas? Por que, agora que a atitude de “invocar os rigores da Legislação” fora tomada, resolveram anexadamente fechar o cerco e apertar a vistoria ?

Sou totalmente a favor da decisão , mas tem que ser realmente aplicada e para todos, pois em alguns casos ela não se aplica.

 c) Ficha Limpa na minha opinião:

 Decisão acertada, pois nada há de inconstitucional no estabelecimento de inelegibilidade mediante condenação por órgão colegiado, desde que se entenda enquanto tais os tribunais, a partir da segunda instância. O argumento, da pena insuspeita do Ministro Celso de Melo, no sentido de que a lei seria incompatível com o disposto no art. 15, III, da CF, que exige o trânsito em julgado de condenação criminal para a perda ou suspensão dos direitos políticos, é facilmente contornável. Basta ver se valerá mesmo, pois já estamos aguardando a anos e o resultado é insatisfatório.

Espaço para você dizer algo que queira, se quiser.

 Como complemento ao que é debatido nas redes sociais, surgiu o blog Grupo Ciências Criminais. No espaço, são publicados temas que requerem maior profundidade, como, por exemplo, revisões de questões aplicadas em provas de concursos públicos e decisões polêmicas do Supremo Tribunal Federal.

 E queria deixar uma mensagem para os concurseiros e os oabeiros.

 Pessoal, eu sempre digo: não tenho medo de ser reprovado, e sim de perder a motivação para continuar estudando!

 “A maior glória não é ficar de pé, mas levantar-se cada vez que se cai”.

 Muito obrigado pela oportunidade e conte sempre conosco.

 Larissa, nós é que agradecemos a sua disponibilidade, foi um prazer, o seu trabalho merece o sucesso que está tendo, essas suas palavras vão de encontro a filosofia do nosso blog.

Pessoal, espero que tenham gostado da entrevista, estamos com outras em vista. Se vocês ainda não participam do grupo Ciências Criminais, recomendo que deem uma passadinha lá, considero indispensável para quem gosta de se manter informado sobre as questões que cercam o tema.

Blog: http://grupocienciascriminais.blogspot.com.br
Twitter: 
@ccriminais
Grupo no Facebook: 
Grupo Ciências Criminais.

 

 

Fonte:  Blog Assim Passei

Se não há meio ambiente, não há economia

No caminho da prosperidade, as economias modernas devastaram boa parte dos recursos naturais. Em nome do crescimento econômico, a atividade industrial dilapidou os serviços ecossistêmicos (responsáveis pela manutenção da biodiversidade), desfigurando a natureza em várias frentes. Indiscutivelmente, mudanças climáticas foram – e estão sendo – provocadas pelo “homem-econômico”. O objetivo? Fazer a economia crescer exponencialmente produzindo em excesso para atender o consumo exagerado. O resultado? O ambiente ameaçado pelo consumo excessivo. A consequência? Depleção ambiental.

Inequivocamente, produção econômica implica destruição e degradação do meio ambiente. Por si só, isso já é o bastante para orientar à tomada de decisão rumo à elaboração de um novo paradigma econômico voltado às ordens ecológicas; não às mercadológicas.

Se não mudarmos o atual paradigma econômico é a própria economia que cada vez mais se joga no abismo da destruição, tendo em vista que, como bem lembrou Lester Brown, “a economia depende do meio ambiente. Se não há meio ambiente, se tudo está destruído, não há economia”.

Nessa mesma linha de análise, Clóvis Cavalcanti nos diz que “não existe sociedade (e economia) sem sistema ecológico, mas pode haver meio ambiente sem sociedade (e economia)”. “Sem recuperar o meio ambiente, não se salva a economia; sem recuperar a economia, não se salva o meio ambiente”, contextualizou o ecologista norte-americano Berry Commoner (1917-2012).

Embora em seus modelos convencionais a economia tradicional faça questão de não contemplar a moldura ou restrições ambientais, pois a visão predominante do sistema econômico como um todo enaltece loas ao fluxo circular da riqueza, imaginando, com isso, uma economia como sendo um sistema isolado, como se fosse um corpo humano dotado apenas do aparelho circulatório, não há como negar o enorme grau de dependência da economia em relação ao ecossistema natural finito (meio ambiente), uma vez que a natureza fundamental da economia é extrair, produzir e consumir.

É intensa a relação da economia (atividade industrial) com o meio ambiente. Não se pode perder de vista que o sistema econômico é um sistema aberto que troca energia com o ambiente. Nessa troca, recebe energia nobre (limpa) e a devolve de forma degradada (suja).

Portanto, metaforicamente, se a economia é um corpo humano, o aparelho digestivo está aí contemplado, uma vez que recebe da natureza matéria e energia e devolve lixo, dejetos. Reafirmando essa ideia, convém resgatar uma passagem de Nicholas Georgescu-Rogen (1906-94): “o sistema econômico consome natureza – matéria e energia de baixa entropia – e fornece lixo – matéria e energia de alta entropia – de volta a natureza”.

Diante disso, é de fundamental importância subordinar o crescimento aos limites ecossistêmicos, uma vez que crescer além do “normal” é altamente prejudicial ao meio ambiente.

Por isso, o novo paradigma econômico precisa convergir com a ecologia, uma vez que dependemos dessa para nossa própria sobrevivência. O desafio é ímpar: produzir mais (bem-estar) com menos (recursos naturais). Produzir mais qualidade (desenvolvimento), e não quantidade (crescimento).

Decorre daí a máxima de que somos, pois, dependentes do meio ambiente, contrariando assim o discurso de René Descartes (1596-1650) de que “somos senhores e dominadores da natureza”. Por essa ideia do filósofo francês, a economia dilapidadora dos recursos naturais, manejada pelo “homem-econômico”, estaria agindo de forma correta em propagar destruição, poluição e degradação ambiental, uma vez que para gerar riqueza gera-se antes destruição natural.

O futuro da vida – e especialmente, da vida humana – na Terra, dependerá do rumo que se der hoje à economia. Se nosso objetivo maior for pela continuidade da vida de nossa espécie devemos seguir o receituário propugnado por Georgescu-Rogen: “(…) um dia a humanidade terá de compatibilizar desenvolvimento com retração econômica”. Caso contrário, pereceremos.

Marcus Eduardo de Oliveira é economista, especialista em Política Internacional pela (FESP) e mestre pela (USP).

prof.marcuseduardo@bol.com.br

Conversa fiada, afiada (ou jogando conversa fora)

As vezes a gente só quer mesmo é jogar conversa fora (conversa pra boi dormir, o famigerado miolo de pote). Amanheci com a palavra “Parte” embolada dentro da boca. Em vão tentei mastigá-la, degluti-la, digeri-la. Mas, às vezes, palavras não são comestíveis. Algumas intragáveis, indigestas, insolúveis. E delas que são insalubres, inodoras, insípidas Outras tantas causam dissabores. Filosoficamente falando, às vezes é melhor calar do que falar!

Existem palavras camaleônicas. Delas que perfeitamente se camuflam! Travestem-se, de modo a nos confundir. Por exemplo, a palavra “desnudo” em qualquer dicionário significa “indivíduo sem roupa, nu, despido”. Neste caso o sufixo “des” não teria sentido lógico! Uma vez que estamos acostumados a encontrar o sufixo “des” no sentido de negação: “desprezado” aquilo ou aquele que não se preza; “desligado” aquilo ou aquele que não está ligado. “Desnudo” a priori deveria significar vestido! Aquele que não está nu!

Não sei se já um dia aconteceu com você aí, que ora lê-nos. Ouvimos determinada música toda vida, na voz de determinado intérprete. De repente na voz dum outro cantor, aquela mesma canção, determinadas palavras, pronunciadas com mais ênfase faz-nos “despertar” pra uma outra realidade.

A palavra “parte” no pai dos sábios (dicionário) tem vários significados: “(s.f.) Parte, porção de um todo; lote; fração; banda; lado; lugar; litigante; comunicação verbal ou escrita que numa peça de música ou teatro compete a cada voz, instrumento ou ator; pl. qualidades; prendas; insinuações, manhas; astúcias; melindres.”

“O carro parte em alta velocidade.” no sentido de sair (verbo partir); “O aniversariante parte o bolo.” no sentido de fender (idem); “O todo às vezes é parte, bem como a parte pode ser o todo” (substantivo). “É da parte de quem?” no sentido de origem, procedência.

Já ouviu falar na colocação “católico praticante”? Muitos padres são contra tal expressão, alegando que é imprópria, redundante, ambígua. Além de traduzir-se numa “falsidade ideológica”. A palavra católico, já possui o caráter universal, de sua abrangência.

Encontramos nosso amigo José Malta Neto, esta semana que confidenciava-nos entre um misto de surpreso e atônito, que ao ministrar uma palestra para estudantes, no momento de uma oração, surpreendeu-se com um jovem que pediu para se ausentar, pois declarava ser ateu. No dicionário “Ateu: (s.m.) Diz-se de, ou aquele que declara que não crer em Deus.”

O pragmático padre Timóteo, que esteve na paróquia de Senhora Santana, trazido pelas irmãs holandesas, lá pelos idos dos anos setenta, era também professor. Um estudante curioso quis saber:

– Padre, qual é o feminino de ateu?

Em cima da bucha:

-À toa!

Fabio Campos 01 de junho de 2013

No blog: fabiosoarescampos.blogspot.com Conto inédito Breve: “O Gato no Espelho”

29 Maio

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PONI

Fruta de palmaColegas de todos os cortejos fúnebres

No meu tempo de menino, lá em Santana do Ipanema, as crianças eram criadas tendo obrigações a cumprir. Lá em casa minhas irmãs ajudavam minha mãe nas tarefas domésticas e a mim, que era o único filho homem, além de forrar minha cama, cabia a tarefa de fazer mandados, atividade que envolvia a ação de levar recados, fazer pequenas compras nas mercearias da cidade, levar encomendas nas casas dos parentes e toda sorte de trabalho que envolvesse o salutar hábito de subir e descer as ladeiras de Santana. No cumprimento das minhas atribuições diárias, muitas vezes tinha que ir ao comércio e esta frequência me permitiu conhecer vários personagens do centro da cidade. Eram comerciantes, comerciários, bancários, motoristas, carregadores, serralheiros, pessoas que frequentavam a loja de meu pai e me dispensavam atenção, tiravam uma brincadeira, faziam um afago, essas coisas que toda criança gosta. No entanto, havia um personagem com o qual eu jamais troquei uma só palavra e sequer passei perto dele, mas que lembro muito bem, seu nome era Poni.

Lá pelo final do século XIX e começo do século XX, instalou-se na cidade um comerciante do ramo dos tecidos, o Coronel Manoel Rodrigues da Rocha. Coronel sem armas nem capangas era o homem de referência do lugar, tanto pelo seu sucesso financeiro quanto pelo seu comportamento exemplar. Sua esposa era conhecida como Sinhá Rodrigues. Após a morte do marido, deu a mais perfeita continuidade aos negócios da família e pelo seu caráter e credibilidade merece ser considerada como uma das matriarcas da cidade. Próximo à casa do Coronel, bem em frente à igreja matriz, veio morar uma sobrinha sua chamada Hermínia. O laço de parentesco poderia nos levar a pensar que ela estivesse fadada a uma vida despreocupada e com muitas facilidades, mas não foi o que aconteceu. Dona Hermínia Rocha casou-se com Seu Antides Feitosa tendo com ele quatro filhos. Os três primeiros: Agissé, Berenice (Bebé) e Poni eram completamente loucos. A chegada da quarta filha, Labibe, dotada de sanidade, não foi suficiente para garantir a estabilidade daquela desventurada família. Seu Antides, que já tinha saído de casa uma vez, novamente foi embora deixando para Dona Hermínia o ônus de manter a casa e criar os filhos sozinha.

Naquele tempo, como parte da formação para se tornarem esposas, as mulheres aprendiam artes manuais como bordados, rendas, flores, quitutes etc. Abandonada pelo marido e precisando sustentar os filhos, Dona Hermínia, prendada como era, passou a dedicar-se ao artesanato com especialidade em artigos para funerais. Apesar da cidade ser pequena, naquele tempo a mortalidade era alta, principalmente de criancinhas, anjinhos como eram chamados, de modo que nunca lhe faltava encomendas. Ela fazia flores artificiais, coroas de flores, mortalhas e grinaldas. A grinalda era um símbolo de pureza e por isso eram usadas tanto nos casamentos como também nos enterros de anjinhos e de virgens. Assim, garantiu seu sustento e dos seus filhos, de modo que sua filha caçula, Labibe, casou-se e foi morar no Rio de Janeiro, antiga capital federal, mas os outros três nunca puderam dispensar os cuidados maternos.

A influência que o trio Agissé, Bebé e Poni teve na vida da pequena cidade foi tal que em 1944, um neto do Coronel Manoel Rodrigues, Breno Acioly, filho do Dr. Acioly, o primeiro juiz de direito da cidade, escreveu o livro “João Urso”. Escrito sob a inspiração nos primos loucos, o livro recebeu os prêmios Graça Aranha e Afonso Arinos da Academia Brasileira de Letras e seu autor passou a ser conhecido pela crítica literária como “o contista da loucura”, título adquirido considerando-se toda sua obra. Novamente, em 1963 o trio voltou às páginas da literatura com a publicação do livro de crônicas “Fruta de palma”, de Oscar Silva outro escritor santanense que, abraçando a carreira de coletor federal, mudou-se para Toledo lá pras bandas do Paraná, cidade onde morou até o dia da sua morte em 1991. Eu não tive oportunidade de conhecer Breno nem Oscar, mas lembro-me que várias vezes vi Poni andando na rua, vestido num pijama daqueles que são de calça e camisa de manga comprida. Apesar de viver no mundo paralelo da loucura, Poni era um indivíduo pacífico, mas na minha visão de criança seu aspecto me dava medo e por isso eu me contentava em olha-lo, apenas de longe.

Agissé, Poni e Bebé, nas suas loucuras não apenas inspiraram escritores como Breno Acioly e Oscar Silva, mas também deixaram gravadas na memória popular muitas histórias em que eles mesmos foram os protagonistas. Contam os mais velhos que, quando Dona Hermínia ainda era viva, Agissé, o mais velho dos irmãos, morreu. Santana do Ipanema cultiva uma tradição de realização de cortejos fúnebres a pé. Quer seja rico ou pobre, o falecido é levado à sua última morada pelas mãos dos seus conterrâneos. Com Agissé não se deu de outra maneira, o fato de ser louco não seria motivo para o rompimento desta antiga tradição. Após a encomenda do corpo um grupo de homens, comerciantes, bancários, funcionários públicos, profissionais liberais e toda uma sorte de amigos da família pegando nas alças do caixão, começaram o percurso revezando-se na caminhada que não era curta. O momento era solene, mas não impedia que a imaginação dos presentes arquitetasse alguma presepada. Em dado momento, um grupo de amigos combinou que iriam colocar Poni para segurar numa das alças e os demais não fariam o revezamento com ele. Ora essa, eu tenho experiência de pegar em alça de caixão e sei que, se tem uma coisa pesada nesse mundo é defunto. O coitado do Poni pegou na alça do meio e, quando se sentiu cansado falou:

– Companheiro, companheiro!

Os gaiatos formaram um verdadeiro cordão de isolamento e todos faziam de conta que nada ouviam. Alguns minutos depois o coitado apelou mais uma vez:

– Companheiro, companheiro pegue aqui!

Mais uma vez ninguém se habilitou a livrá-lo do peso. O tempo foi passando e o coitado do Poni se agoniando até que, já não mais aguentando, gritou a plenos pulmões:

– Ô vocês pegam essa peste ou eu largo aqui mesmo!

Ai todos caíram na gargalhada e finalmente um substituto apareceu, terminando o funeral sem outros incidentes.

Os anos passaram, um dia Dona Hermínia morreu e chegou a vez dela receber coroas de flores, vestir mortalha e ser levada em cortejo ao cemitério da cidade. Na falta da sua mãe, os irmãos remanescentes Poni e Bebé foram internados na Casa de São Vicente de Paula instituição histórica que abriga a mais de 50 anos idosos e desvalidos da região da Ribeira do Panema. Lá foram recebidos e, na medida das limitações de uma instituição de caridade, foram bem tratados. Eu lembro que quando eu era menino minha mãe nos levava um domingo a cada mês para visitar os velhinhos da Casa de São Vicente. Até hoje, várias pessoas ainda mantém este hábito humano e solidário. Tia Ana Agra contou que nas suas visitas ao abrigo sempre conversava com Poni e Bebé. Numa dessas conversas, Poni começando a perceber o aspecto transitório da vida, vendo que Bebé já havia partido e sua vez um dia chegaria, falou:

– Tá vendo Ana? Quando morre um rico sempre tem um bocado de gente no enterro, mas quando morre um pobre, você vê assim, vai bem pouquinho de gente.

Falou que o caixão de defunto pobre era de má qualidade, a mortalha era feita com tecido barato, tinha pouca ou nenhuma flor e concluindo disse:

– Olhe Ana! No dia que eu morrer eu não quero enterro de pobre. Eu quero ter um enterro de rico.

O tempo passou e o dia de Poni chegou. A notícia do seu falecimento espalhou-se na cidade e, de uma maneira quase que instantânea a comunidade se mobilizou para garantir-lhe um enterro digno. Mesmo com as limitações da sua loucura, ele fez parte da vida de muitas pessoas, foi amigo de infância de muitos homens hoje bem sucedidos nas suas profissões ou no comércio. As brincadeiras desde o tempo de menino até a idade madura não poderiam ser esquecidas, ali estava mais um amigo que partia para a eternidade e seus amigos compareceram para a despedida. Um bom caixão foi comprado, uma roupa boa e flores. Percebendo que, devido a distância, os velhinhos da Casa de São Vicente não podiam acompanhar o cortejo, Tia Ana falou com várias pessoas e conseguiu carros para garantir a presença de todos os internos.

– Só não foram aqueles que por motivo de saúde não podiam sair da casa. Todos os que puderam foram ao enterro de Poni, um enterro de rico com tudo que tem direito.

E assim o último filho de Dona Hermínia partiu ao encontro da sua mãe.

Caros colegas, considerando que eu não estou conseguindo escrever com a frequência que gostaria, é admissível alguma defasagem de calendário. Apesar de já ter passado o dia das mães e antes que o mês de maio acabe, eu gostaria de prestar aqui uma homenagem a todas as mães que, no cuidado com seus filhos amam, são companheiras, sofrem, brincam e que, como Dona Hermínia, nunca abandonam seus filhos.

Meus amigos, é bom poder contar com os recursos da grande rede para manter contato com todos vocês, mas bem que eu gostaria de poder encontrá-los pessoalmente e poder sentir os seus abraços. Poderia ser um encontro marcado ou casual, poderia ser em casa, na rua, na praça, num bar, poderia ser em qualquer lugar, mas, se por um acaso do destino, venhamos a nos encontrar em um velório, espero que não seja o meu. Um grande abraço a todos.

Saúde, sabedoria e paz.

Virgílio Agra

29 Maio

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SOU POLIGLOTA E NÃO TROGLODITA!

Não tem jeito, a gente roda, roda, mas o assunto que se vê em todo lugar, (ainda mais nos webespaços) é a Copa do Mundo de Futebol do ano que vem. Inventaram inclusive que uma senadora havia proposto no Senado Federal uma tal de “Bolsa B…” (o nome da genitália feminina). Onde cada garota de programa ganharia o equivalente a R$ 2.000,00 a título de cuidar-se, para estarem bem apresentáveis para o certame mundial em 2014. Foi só boato.

Do jeito que vai, com tanta gente doida pra aparecer, e faturar em cima, em breve teremos ex-bbb’s, ex-chacretes, cantores em decadência, e muitos outros artistas que vão acabar procurando emprego nos canteiros das obras dos estádios, na esperança de aparecer na rede Globo de televisão, No “Esporte Espetacular” em que os operários tentam fazer “gol” numa betoneira. O programa global “Fantástico” tem mostrado o quanto estamos despreparados para recebermos os turistas. Somos considerados um povo muito hospitaleiro, por quem? Por nós mesmos! Hospitalidade não pode ser confundida com espalhafato. Muitos de nós, “matamos” as aulas, ou não temos ideia, do que sejam regras de boa maneira, e que isso varia de povo pra povo.

Para os padrões de frieza nos relacionamentos sociais ianques e europeus, consideram-nos muito “pegajosos”. Portanto se tivermos que ter contato com estrangeiros com o qual não tenhamos nenhuma intimidade, devemos evitar:

1- Abraços calorosos;

2- Apertos de mão inoportunos e demorados (aliás tem pessoas que pensa que a consideração ao outro se mede pela intensidade do aperto na mão. Daí aqueles apertos de mão que cai bem o apelido de “Alicate” do qual você jamais esquece, e espera que nunca mais ocorra)

3- Cutucar (até no facebook estão fazendo isso!), tocar no outro para chamar-lhe a atenção. Isso é terrível inclusive para as pessoas que sentem cócegas;

Gafes as pessoas cometem o tempo inteiro. A exatamente um mês atrás, o fundador da Microsoft Bill Gates cometeu uma, ao cumprimentar a presidenta da Coréia do Sul com a mão no bolso do paletó. Isso para os costumes orientais é falta de respeito.

Pra quem pretende trabalhar na Copa do Mundo, aconselhamos aprender uma nova língua. Considero-me um poliglota, por motivos óbvios: Falo fluentemente uma língua estrangeira, o Português! “Arranho” o Portunhol; Somos Phd em pornofonês.

Meu amigo Tonho Neguinho, o matuto mais “desenrolado” Desse sertão, outro dia foi parar em Tangará da Serra – Mato Grosso. Entrou numa fila pra arranjar um emprego na construção civil, o engenheiro era Alemão. Naqueles meios o mestre de obras entrevistando o peão perguntou:

-O senhor sabe falar alguma língua estrangeira?

-Sei…

-Qual?

-Francês, Crioulo e Doce.

Fabio Campos 27.05.2013 No blog fabiosoarescampos.blogspot.com o Conto: “Lenda Suburbana”