Áurea e adamantina

Áurea e Adamantina, duas mulheres que conheci e de que vamos contar. É preciso que se diga, ambas jamais se conheceram. Contemporâneas, tendo uma, já vivido mais que a outra. Muito mais, que apenas átomos de carbono possam mudar, e separar elementos. Tornando-as tão distintas. Uma, suave, tenra, macia, candura em flor de idade. A outra já avançada em idade, porém inexorável, pétrea, feito Bruce Lee. Ao menos um fato as unia, foram as duas, estudantes da Escola Municipal Senhora Santana. Tomado fui, de forte comoção ao ver dona Adamantina pela primeira vez. Ao entrar na sala de aula, lá estava. Destacava-se frente à algazarra de trinta e poucas cabecinhas irrequietas dos seus colegas de classe. Deslocada, intrusa Adamantina. Naquela época, com seus setenta e poucos anos. Incólume, misturava-se a uma turma de meninas e meninos, com idade de serem seus netos. Doía-me perceber que em meio à bagunça reinante, pouco se fazia conta de sua presença. Ao entrar percebi-a dedicada a extraordinária tarefa de domar as mãos cascudas. Tentava, a muito custo, a façanha de manter firme o lápis entre os dedos. Apertava tanto que lhes fugia o sangue das falanges. E as letras do seu nome, iam surgindo uma a uma. Garatujadas ora sobre, ora sob, a linha da folha de papel branquinha do caderno.

Quase um decano havia se passado até nos encontramos outra vez. Num velório de uma amiga minha e dela, o reencontro. No silêncio daquele ambiente onde as pessoas velavam e oravam o esquife, tive a oportunidade de observá-la melhor. Ali se mostrou muito mais serena que antes havia concebido. Quase dez anos, e praticamente nada havia mudado em si. Algo que sequer a denotasse mais velha. O tempo tem desses artifícios, de moldar as pessoas, dando-lhes a aparência que lhe aprouvesse. Somos obras originais e sem retoques, de extraordinário artista, senhor tempo. Dona Adamantina, em tudo lembrava uma velha índia, da cordilheira andina, boliviana. Seu surrado e negro chapéu coco, em sinal de respeito ao evento ali ocorrendo, trazia-o à mão. O que indubitavelmente punha a mostra sua luzidia cabeleira negra derramada duramente até a altura dos ombros. Sobre o porquê de ter parado de estudar, tinha uma história pra contar.

Contou coisas de sua infância. De quando completou nove anos de idade, obrigada a trabalhar na roça. Seu pai o senhor Manoel Brasiliano, era homem bruto, de poucas palavras. Sua mãe, dona Rosário da Divina Pastora, no mundo colocou dezenove divinas criaturas, ao mesmo tempo humanas. Pelo menos seis deles não vingaram. Adamantina estava entre os sobreviventes. E todo ano, quando Deus punha no céu seus sinais de que próximas estavam as chuvas, início da invernada. A família toda era obrigada a ir pra roça. E disse categórica: “-Amigo! Enxada é fruto que nunca amadurece!” O sol ainda era só promessa de clarear as veredas, e na casa todos já estavam acordados. A mãe na beira do fogo preparava uma refeição a base de feijão, arroz e carne seca com farinha de mandioca, que era levada pro roçado, num saco, que tinha um cordão franzido na boca. Os pequenos ajudavam levando apetrechos, facão, foice, cabaças d’água, enxadas. Tomavam café de caco, sem coar, com pedaços de rapadura pra adoçar. E duma cuia, iam tirando com a mão, fubá de milho, untado com leite, e ovo frito. Com aquele desjejum puxavam pra meio dia. Aprendera a manejar o arado. Dizia que mesmo com aquela idade, se entregasse a ela uma pareia de bois, num arado, garantia que sozinha daria conta de um lote de vinte tarefas de terra, ao cabo de um dia de serviço. E achava aquele trabalho muito mais maneiro, que a difícil empreitada de escrevinhar seu nome numa linha de papel. E que aquele toquinho de lápis, pra ela, era muito mais complicado de domar do que uma canga de bois emparelhados no arado.

Um dia Adamantina, viu crianças indo pra escola. Achou interessante. E como iam felizes, brincando contentes. Daí concluiu que a escola devia ser um lugar bom, e teve o desejo de ir também. Ao chegar a casa, depois de mais um dia de trabalho, fatigada do serviço duro. Dirigindo-se ao pai pediu: -“Pai! O senhor deixa eu ir pra escola?”. O homem rude rebateu sua proposta, dizendo que o serviço no campo era mais importante. Adamantina já esperava tal reprovação, e contra argumentou garantindo que, o tempo supostamente perdido na escola recuperaria com o trabalho de arado. Mas o homem estava irredutível. E pra colocar ponto final naquela história, disse que moça que queria aprender a ler, o interesse era tão somente pra escrever carta pros namorados. E isso pra ele já era em si uma grande desfeita. Adamantina não dada por satisfeita, tomada de coragem, disse que ele, seu pai, era um homem ignorante. E só porque não tivera tido oportunidade, não devia privar os filhos de estudar. Disse isso de uma só vez. E correu a se trancar no quarto. O pai a seguiu, e fê-la abrir a porta. Se dizendo espantado com o que acabara de presenciar, não admitindo tal afronta, aplicou-lhe uma surra tão severa com o relho de bater nos animais, que no outro dia não teve condições de ir pro campo trabalhar, tal fora o estrago, nas costas, nos braços e nas pernas.

Áurea a outra menina, continuava menina ainda. Apenas dezena e meia de anos tinha, desde a última vez que a vi. Filha de camponeses, também viera do campo. Cabelos encaracolados, derramado até o colo, traziam a cor da avelã, de adocicado perfumo nos cachos. O que mais atraía em seu rosto fino, eram os olhos amendoados, e íris cor grafite. Perspicaz, nas aulas de ciências queria saber o porquê de certas coisas. Se dizia apaixonada pelas palavras e coisas abstratas. A matéria lhe punha certo receio, pelo caráter transitório, porque tudo lhe parecia tão volúvel talvez. O que tanto a gente desejava num dia, noutro poderia não mais querer. Teria um dia, desejado ser menino, só pra ter mais liberdade. Tomar banho na chuva sem blusa, sem a preocupação de cobrir os seios. Queria não ter o desconforto do fluxo de sangue, a cada mês. Achava chato ter que se depilar. Queria saber tin-tin por tin-tin a história do hímen elástico, e se os meninos conseguiam saber se uma menina não era mais virgem só pelo andar. Queria mesmo era jogar bola no campinho, ficar na rua até tarde como seus irmãos podiam. Só porque eram meninos, achava injusto isso. Por outro lado gostava de ser menina. De sentir-se feminina, vaidosa, de se olhar no espelho, fazer maquiagem, usar brincos, pulseiras, coisas que estavam na moda. Queria ter um bumbum maior, pra não ter vergonha de vestir biquíni, por se achar muito magra. E que às vezes, só às vezes, achava meninos tão bobos. Deles que zombavam, e ralhavam ao folhearem, sem autorização. seu caderno. E se encontravam poesias feitas por ela, recitavam em alta voz só para colocá-la em situação vexatória.

Disse-me um dia: “-Áurea Cândida! Acho meu nome horrível!” Tentei persuadi-la do contrário, dizendo-lhe que nomes possuem significados interessantes. E importava buscar a essência das palavras. Por exemplo, áurea significava algo feito de ouro, grafita era um mineral, aquele da ponta de seu lápis, precioso tanto quanto o diamante, e o que separava um do outro em grau de dureza, era apenas um rearranjo nos átomos de carbono que cada um possuía. Cândida vinha de candura, pureza. E que a palavra candidato vem de cândido. Lá na Grécia antiga, os senadores vestiam-se de branco para representar a pureza, de seus atos, na tomada das decisões em favor do povo. Ouviu atentamente a explicação. Para em seguida começar a escrever, creio que mais uma de suas poesias. Quanto ao seu nome, estava lá no meu diário de classe: Áurea Cândida Grafitas de Matos.

Fabio Campos

Dois ícones e um afano

Encoberto até o pescoço no mar da Geografia, percorrendo a biblioteca de uma antiga escola, quase caio de costas. Nunca havia ouvido falar naquele livro que ao retirá-lo da estante, alisei estupefato e carinhoso a sua capa. “Geografia da Fome”, mas que novidade seria aquela? Ao ler o livro o impacto foi grande, tanto pela profundidade do conteúdo quanto pela apresentação literária que gruda os olhos no papel. Depois, muitos anos depois, o nome “Josué de Castro”, o autor, foi pontilhando aqui, acolá, timidamente, para hoje mostrar ao mundo inteiro que sua obra é feita de ouro em pó e resiste bravamente ao tempo.

Na época da minha descoberta, tive vontade de gritar para todos sobre o livro. Dentro da minha escola, falei da grandiosidade da obra de Josué.

Atualmente várias pessoas bebem dessa fonte, a exemplo de Susana Souto, pesquisadora e professora da Universidade Federal de Alagoas, UFAL. Podemos apreciar uma síntese da ilustre pesquisadora, na revista “Língua Portuguesa”, pág. 34, editada em outubro deste ano, quando ela diz:

“Saber e sabor partilham o mesmo étimo. No entanto, nem sempre vêm associados em textos científicos. Há uma visão disseminada, segundo a qual esse tipo de texto não precisa ter qualidades estéticas. Mas nem todos os cientistas têm essa visão. Muitos dedicam tanto tempo à coleta de dados e às reflexões sobre os resultados de suas pesquisas, quanto à elaboração dos seus textos.

Este é o caso de Josué de Castro (1908-1973), médico e pesquisador pernambucano, autor que se notabilizou ao publicar Geografia da Fome (1946), trabalho traduzido para mais de 25 idiomas. Josué assumiu vários cargos públicos, atuou como representante do Brasil na ONU e teve seu nome duas vezes incluído na lista do Prêmio Nobel da Paz.

Infelizmente seu nome figurou também em outra lista: a dos que perderam seus direitos após o golpe militar de 1964. Josué foi então condenado ao exílio, do qual não conseguiu retornar, após inúmeras tentativas. Cada vez mais abatido pela saudade do Brasil, faleceu em 1973. Seu enterro ocorreu no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro e foi noticiado em pequenas notas pelos jornais da época, sem foto (proibida pelos censores da ditadura). Hoje, quando o Brasil discute seu sistema de saúde pública, passados mais de 30 anos de sua morte, lemos Geografia da Fome e ainda ficamos comovidos com a elaboração sofisticada de quadros terríveis da desigualdade social, compostos com palavras pensadas, e mais, sentidas, em sua plasticidade, em sua sonoridade”. E encerra Susana, a pesquisadora da UFAL: “Ouvimos ainda o grito de Chico Science, em sua canção-homenagem a esse pesquisador atento às contradições do país: ‘Ó, Josué, eu nunca vi tamanha desgraça/quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça’.

Ah! Mais um reconhecimento a esse ícone Josué de Castro, o que me faz lembrar outro admirável mestre da Geografia, Aziz Ab’Saber. Retornando ao segundo parágrafo, logo o livro Geografia da Fome, criou pernas e, quando à biblioteca retornei, nem rastro Josué deixou. DOIS ÍCONES E UM AFANO.

Clerisvaldo B. Chagas, 12 de novembro de 2013

Crônica Nº 1084

Finados

Dia de finados é dia bom pra ler um livro. No dia dos que já partiram, é dia de pensar na vida. Dia quente de verão, dia bom pra refletir. O sol nasce mais cedo. O mormaço, o calor de cedo começado, vem dizer que não é dia muito bom pra ir ao cemitério. Dia de mistério. Dona Maroca morava na Maniçoba. Todo ano na véspera de finados, ia com seu neto Marcelo até o campo santo, lavar a catacumba da família. Lavava, arrancariam as ervas daninha, depositaria um ramalhete de flores, e orações. E dizia a sim mesmo, finados é um dia que está se perdendo no tempo. Onde já se viu um dia santo como esse, a gente passa nas ruas, nas praças, os jovens estão bebendo, se divertindo, o som do carro ligado a toda altura. -Santo Deus! Aonde esse mundo vai parar?

Na casa de Seu Benjamim, ele fazia questão de ir com a família inteira. Dona Isaura acordava bem cedinho fazia café reforçado, na mesa um cuscuzeiro fumegante, uma jarra com leite, num tacho enorme ovos de galinha de capoeira fritos. Pães num saco de pano com renda de filó nas bordas. Manteiga, uma panela de macaxeira fumaçando no fogão. E o cheiro de charque torrado ia lá longe aguçar os olfatos dos viventes, e dos que já morreram que vagavam errantes. Intumescido o focinho dos felinos, e de saliva se enchiam os dentes dos caninos. Dez filhos, todos eles iriam. Lucinha, uma das filhas moça de seu “Bêja”, naquele ano, não pode ir porque estava menstruada. Moça “naqueles dias” devia evitar entrar em cemitério. Os mais velhos diziam que não era bom, apenas diziam, não explicavam porque, ai de quem perguntasse. Alguém arriscava dizer que se a moça tivesse perto de suspender o fluxo, se entrasse lá, a regra, acabava se estendendo por mais dias. E isso era o bastante para quem queria uma explicação. Dona Maria José a parteira morava pra lá do bebedouro, todo ano ia fazer sua penitência. Naquele ano deu de aparecer uma ferida na perna, da sua erisipela recorrente. Foi, mas ficou no portão, não entrou. Tinha medo que a ferida demorasse a sarar. Assistiu a missa, de longe. Fez sua oração pros seus entes queridos, pensou com saudade em Durval, seu falecido marido que era marceneiro, um acidente vascular cerebral o levou, já fazia três anos, rezou. E sua reza fez de tudo pra subir aos céus, sufocada pela algazarra reinante no mundo dos vivos. Os vendedores de vela, e do sorveteiro a toda altura anunciava pros viventes, e os mortos no seu dia ouviam, porém não sentiam os sabores dos picolés que tinha na caixa de isopor a tiracolo.

Adonias e Zé Cutia eram amigos, dois serventes de pedreiro, gostavam de beber cachaça todo dia. A depender da ocasião, o dia todo. Encontravam-se na bodega de Ciço “Pé Cotó”, bem no meio da ladeira da Rua Santa Luzia. Maria do Carmo fazia-lhes companhia. Nos vigores da juventude Do Carmo fora linda meretriz. Os melhores anos de sua vida vivera no baixo meretrício. No Cabaré de Suné, uma daquelas casinhas acanhadas, que margeiam o aterro da Avenida Pancrácio Rocha. A música alta, copos cheios de cerveja. O perfume, a muito custo conseguia disfarçar o cheiro do lamacento lodaçal, em que transformaram o Camoxinga, lá no bairro Artur Morais. Depois de velha, Do Carmo virou macumbeira e ganhou o apelido de Maria Paçoca. Naquelas mentes encharcadas de vapores de álcool, surgiria um plano macabro. Na véspera do dia de finados, resolveriam que os dois homens, iriam invadir o cemitério pra decapitar um defunto. Segundo a rameira, num ritual de magia negra, a cabeça do finado, imploraria para que lhes devolvesse o corpo. E eles prometeriam que só faria o que pedia depois que relatasse os números da loteria, e os três ficariam ricos.

Depois de escalarem o muro, eis que estavam no cemitério. Já sabiam direto aonde ir. Eles mesmos tinham ido pro sepultamento de um ancião, um agricultor, que se chamava Pedro Cândio e morava na Rua de Zé Quirino, falecera naquele dia. Zé Cutia levava um facão e uma enxada, Adonias portava uma lata de querosene vazia pra colocar o sinistro dentro. Tudo era breu, acostumados à escuridão vislumbravam os contornos das tumbas arribadas de cruzes. Delas erguidas em alvenaria, delas gradeadas de ferro, delas nuas, somente um montículo de barro. E as mães piedosas, mais tarde acenderiam velas, e chorariam seus filhos ali sepultados. Se criança ganhavam o nome de anjinhos.

Seguiam, e o que reinava era o silêncio. O álcool anestesiava-lhes os pensamentos, o que ajudava a disfarçar o medo. Ignorando o efeito do anidro, os sentidos lhes davam nos nervos. E qualquer ruído, além dos produzidos por eles mesmos, respiração ofegante, chiado dos chinelos e deglutição de cachaça, era motivo de calafrio. Pra chegar até a sepultura de Seu Pedro Cândio eles passariam em baixo de um pé de castanhola. Era um pé amêndoa razoavelmente pequeno, seu tronco fino e copa reduzida, lembrava a silhueta duma avestruz gigante, no meio duma cidade fantasma. De repente entre uma catacumba e outra, os dois homens se depararam com um enorme lobo negro, de pelo viscoso e eriçado. O grotesco animal nem parecia estar em posição ameaçadora. Sequer dava pra ouvir o rosnar de sua ira, ou o ranger dos seus dentes, nem a baba viscosa a correr-lhe pela boca. Porém o que fez os dois viventes, no campo dos mortos, se encherem de horror, era que no lugar dos olhos, o cão tinha duas bolas de fogo. E havia algo preso a sua boca. Isso mesmo era uma cabeça humana! O maldito trazia a cabeça de Seu Pedro Cândio presa aos dentes pelos cabelos.

Os infelizes lacaios, largando o que traziam, saíram em desabalada carreira. Tanto era o medo que os cegava, e já não sabiam pra que lado ir. Saltavam as catacumbas, feito trôpegas gazelas desengonçadas. Pro lado pra onde estavam indo havia um velho poço, desativado, coberto com velhas tábuas. Um e outro pisaram em cima, com o excesso de peso as tábuas cederam e os dois foram tragados pela boca do poço. Engolidos por mais de vinte metros de abismo, em trevas e água podre despencaram. No fundo pontiaguda vara de vergalhão os aguardava para o abraço da morte, e os espetou dum lado a outro. Com o impacto abriu-se enorme fenda donde jorrou sangue aos borbotões. Nem se deram conta que transpassados pelo ferro pareciam nacos de carne num espeto pronto pra assar no fogo. Tinham pressa de fugir dali, se desvencilharam do ferro, porém perceberam que seus corpos permaneciam lá, inertes. Não importava que ficassem então, precisavam sair dali. E escalaram a fétida parede de pedras do poço. Ainda deu pra ver ratazanas enormes chegando sobre eles mesmos, atraídas pelo cheiro de sangue.

Ainda era madrugada quando chegaram a casa de Maria Paçoca. Ela já havia iniciado os preparativos para o ritual de bruxaria. Várias velas acesas no chão formavam um cinco Salomão, no centro vários objetos grotescos, cabeça de caveira, dentes de animais entre outros. Eles entraram, já não precisavam que ninguém lhes abrisse a porta. Aproximaram da mulher, que não dava conta de suas presenças. Em vão tentaram falar-lhe sobre o ocorrido, simplesmente ela não os via. Com raiva começaram a derrubar o que havia na mesa, cartas de tarô, uma estatueta do preto velho voou sobre a cabeça da mundana. A do capeta vermelho sorrindo caiu e partiu o pescoço. A garrafa de cachaça tombou e um incêndio se alastrou rápido. As labaredas num segundo consumiu o forro da mesa e se espalhou como agilidade. Maria Paçoca sob o feito de maconha, em vão tentava salvar seus malditos relicários de praticar magias. Nem se deu conta que o fogo lhe lambia as vestes, e seu cabelo em chamas dava-lhe o horripilante aspecto de uma medusa flamejante. Pra finalmente tombar e ir aos poucos vislumbrando entre as chamas seus dois amigos. Sem se darem conta que agora eram finados.

Fabio Campos

O maior do Brasil: o meu Mengão decide mais uma

Foto: Divulgação

Entre tantas coisas que posso citar por ser uma pessoa feliz, como por exemplo, minha família meus amigos, minha cidade, posso dizer que a escolha que fiz durante a adolescência de torcer pelo Flamengo faz parte desta lista.

De uma coisa eu não posso reclamar, esse time me proporcionou muitos momentos felizes. Apesar de não acreditar nesta palavra, vou citá-la apenas como referência e dizer que tive muita “sorte” na hora de escolher o time do meu coração.

O esporte é algo bastante interessante, é totalmente saudável: une pessoas, cidades e até países, mas ninguém pode negar que para sentir felicidade em qualquer tipo de esporte precisa torcer para que os outros acabem “infelizes”.

Vejam o exemplo da Copa do Brasil, a qual o meu Mengão já se sagrou campeão por duas vezes e vai para mais uma decisão. Este ano foram 86 clubes participantes, onde no final apenas uma torcida sairá feliz, o que espero seja a nossa. Enquanto isso 85 estarão tristes.

As maiores conquistas do Clube de Regatas do Flamengo, que completou este ano completa 118 anos, eu tive o prazer de testemunhar.

Do primeiro título Brasileiro em 1980, comemorado pelas ruas cidade com amigos, ao último em 2009, assistindo e vibrando em casa com a família, ao título de Campeão Mundial, no Japão, em 1981, quando durante a madrugada estava eu lá no Tênis Clube Santanense, lotado, torcendo e batucando, onde ao final pudemos sair em carreata pelas ruas de Santana do Ipanema, seguindo o carro de som de Francisco Soares, comemorando a grande conquista.

Posso me considerar pé quente como torcedor, pois as quatro vezes que tive oportunidade de ir a um estádio de futebol assistir o Flamengo jogar ele saiu vitorioso.

Minha primeira vez: Tive a grata satisfação de assistir o meu time de coração jogar e ganhar no maior e mais encantador estádio do mundo, o Maracanã, em julho de 1980. Numa tarde ensolarada de sábado vi o Flamengo vencer o América pelo placar de 2 a 0, pelo Campeonato Carioca, com direito a gol do maior ídolo de todos tempos, Zico.

Fazer o que, agora é ir para mais uma decisão e se juntar aos milhões de brasileiros que formam a Nação Rubro-Negra e torcer para colecionar mais um título.

Flamengo até morrer!

“Se está com desejo sexual, estupra, mas não mata. Rouba, mas faz”

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Acima vimos célebres, mas triste expressão arrotadas pelo deputado paulista Paulo Maluf (PP), acusado entre tantas maldades contra a humanidade, de desviar recursos públicos no período em que foi prefeito da capital paulista, de 1993 a 1996.

Por esse processo, Maluf teve seus direitos políticos suspensos por cinco anos, além de ter que devolver ao município mais de R$ 42 milhões, ele e outros comparsas; importância poderá sofrer atualização monetária.

No entanto, para quem pensa que amanhã Maluf estará devolvendo o dinheiro comprovadamente extirpado dos cofres públicos, o qual já faz 17 anos, se engana, pois os seus advogados terão, ainda, o direito a recorrer da decisão em duas instâncias: no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF), vamos ter que aguardar mais alguns dias para ver se o pobre e sorridente velhinho irá devolver o dinheiro que tomou como “empréstimo”.

Os advogados de Maluf divulgaram nota na qual afirmam que ele não será punido pela Lei da Ficha Limpa, isso, talvez baseado em mais de suas famosas frase: “A minha ficha é a mais limpa do Brasil”.

Entre tantas figuras que se meteram em processos de corrupção por esse Brasil afora, Paulo Maluf pode ser considerado o protótipo, o símbolo maior do bom exemplo dos devassos.

Maluf é exemplo de corrupto tanto na prática, com tantas comprovações de desvios de recursos públicos, como na teoria, com suas descaradas frases de efeito, para deleite de seus fiéis seguidores.

Suas citações ajudaram muitos depravados enrustidos a saírem do armário e divulgar sorridentes, por todos os cantos o “rouba, mas faz”.

Então para entender a extensão do termo corrupção, que muitas vezes pesamos apenas em desvio de recursos públicos, acabamos esquecendo da sutileza por muitos empregada, usando para isso a mídia. Nisso Paulo Maluf foi professor.

Em 1989, por exemplo, ele citou: “Se está com desejo sexual, estupra, mas não mata”. Membros dos direitos humanos e principalmente as feministas bradaram o quanto puderam em protesto a aberração de Maluf, mas a frase foi espalhada e divulgada por seus seguidores, que já corrompidos não se fizeram de rogados e “simplesmente” aumentaram as estatísticas de estupro no Brasil.

23 anos após este sinistro pronunciamento, a 7ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, registrados, em 2012, 50.617 casos de estupro no país, número superior ao de homicídios dolosos (47.136). Isso significa que, a cada dia, 138 vítimas vão à polícia relatar um estupro. Por hora, seis pessoas buscam o Estado para procurar justiça.

O Anuário traz apenas dados registrados, de gente que falou a respeito do crime. Há incontáveis casos que ficarão para sempre escondidos, por medo, vergonha, culpa, e pela certeza de que o poder público, por meio de suas instituições, ainda não está preparado para lidar multidisciplinarmente com as vítimas de violência sexual. Uma prova disso? Depois de mais de 150 veículos de informação terem repercutido os dados do Anuário, nem a Secretaria de Direitos Humanos, nem a Secretaria de Políticas para as Mulheres, ambas da Presidência da República, se posicionaram a respeito das descobertas da nova pesquisa.

A quantidade assombrosa de estupros não surpreende feministas. Quem lida com isso no dia a dia sabe perfeitamente acerca da subnotificação dos crimes de caráter sexual. Muitas vítimas se culpam pelo que lhes aconteceu, enquanto outras muitas sequer sabem que o crime ocorreu; é o caso do estupro marital, quando a esposa transa com o parceiro, mesmo sem vontade, por acreditar que …

Leia o textto completo no Blog do Sérgio Campos

Menos produção e mais proteção

Marcus OliveiraNos últimos 60 anos, a economia mundial expandiu-se de forma considerável. Em 1950, o PIB mundial era de quase US$ 5 trilhões; em 2000, saltou para US$ 50 trilhões. Nove anos depois, já estava em US$ 70 trilhões. Em 2012, chegou a US$ 71,3 trilhões. Em 1945, os Estados Unidos, concentravam, sozinhos, 50% do PIB mundial; hoje respondem por 1/3 da produção global. Entre 2000 e 2050, a taxa anual de crescimento econômico deverá ficar, na média, em 3,5% ao ano. Nas próximas quatro décadas, a produção global irá crescer quatro vezes mais. Em 2050, muito provavelmente teremos um PIB global próximo a US$ 280 trilhões.

Se a maior economia do planeta – EUA – de um lado, terá seu tamanho econômico global reduzido, como já vem acontecendo, do outro, o resto do mundo continuará pisando firme no acelerador do crescimento, expandindo a produção econômica.

Buscando afirmar todo esse crescimento econômico, a atividade industrial mundial, como já o faz em larga medida, continuará não respeitando os limites da natureza, ultrapassando as fronteiras ecossistêmicas, fazendo adoecer mais ainda o já gravemente enfermo planeta Terra.

Desde as últimas seis décadas, esse crescimento econômico sem limites virou sinônimo de derrubar árvores, queimar florestas, aquecer o planeta, poluir o ar, a água e destruir os principais serviços ecossistêmicos (serviços de manutenção da vida no planeta).

Ao praticar essa depredação ecológica, agredindo a natureza na extração, produção e no consumo final ao descartar resíduos e poluir o planeta, a economia mundial vêm contribuindo para que a qualidade da vida humana se dilua no ar.

Ao agir assim, a atividade econômica, conduzida pelos fiéis defensores do crescimento econômico como “receita” infalível de prosperidade, ignora dois importantes pontos: 1) a finitude da biosfera; e 2) os passivos ambientais decorrentes do rompimento dos limites impostos pela natureza.

Contudo, como o mercado pressiona (e continuará pressionando) por mais e mais crescimento econômico, por níveis de produção cada vez mais expansivos, pouca importância darão os “administradores econômicos” aos estragos ocasionados sobre o capital natural.

Com isso, confrontar-se-á ainda mais a “necessidade” de crescimento econômico versus a capacidade de suporte da Terra.

Assim, se intensificará a agressão ecológica, agravando mais ainda a debilitada saúde do planeta Terra.

Para conturbar um pouco mais esse candente confronto, todo dia chega mais gente ao mundo, aumentando a pressão sobre a natureza. A cada novo dia, 220 mil crianças nascem no mundo. Ao ano, são mais de 80 milhões de novos habitantes num planeta que não aumentará de tamanho. Em 2050, dividiremos o mundo (o mesmo espaço físico de sempre) com 9,5 bilhões de pessoas, aumentando consideravelmente a pressão por mais produtos, desequilibrando mais ainda o meio ecológico, provocando mais desigualdades socioeconômicas.

Atualmente, 20% da população mais rica do mundo utilizam ¾ dos recursos naturais, abocanhando 80% de toda a produção global, enquanto 1 bilhão de pessoas (14% da população mundial) dormem todas as noites com as bocas esfaimadas e os estômagos vazios.

Nesse conflito, os recursos naturais se exaurem, o planeta adoece e a vida se degrada.

A agressão sobre o meio ambiente e os serviços ecossistêmicos é intensa. Os oceanos – o maior dos ecossistemas – em 2048, segundo a FAO/ONU, não nos fornecerão mais alimentos, dada à taxa de extração exagerada que vem sofrendo. Vinte e cinco por cento dos solos do planeta estão hoje degradados e a tendência é que isso aumente ainda mais nos próximos anos.

Não obstante, a economia continuará sua sanha exploratória por mais produção, queimando petróleo, gás e carvão, derrubando e queimando florestas, contribuindo assim para o aquecimento global (efeito estufa) que tenderá a se tornar mais insuportável.

Isso tudo resulta numa agressão sem limites imposta pela atividade econômica sobre a base dos recursos naturais. Se isso tem um nome apropriado, certamente chama-se desastre ecológico! A culpa? Grande parte dela, como deixamos claro, pode ser creditada na conta da atividade econômica.

De uma vez por todas, é importante reiterar que o mundo não precisa de mais PRODUÇÃO; precisa, sim, de mais PROTEÇÃO.

(*) Economista e professor, com mestrado pela USP.

prof.marcuseduardo@bol.com.br

Colunista Capíá se indigna com obras paradas em Santana, mas ‘esquece’ de citar responsáveis

Licitação prevê construção de quadras poliesportivas (Foto: Ilustração / Divulgação)

Em matéria veiculada no site Santana Oxente, o colunista Luiz Antônio de Farias, Capiá, demonstrou toda sua indignação em relação a algumas obras que estão paradas no município de Santana do Ipanema.

Acho até louvável a reivindicação, afinal se trata de um cidadão santanense, que se sente prejudicado pelos recursos mau empregados, além de estar no seu pleno direito. “Todo este descaso é fruto da irresponsabilidade, desonestidade e canalhice dos responsáveis pela condução da aplicação dos recursos em investimentos destinados a fomentar o progresso de cada comunidade”, escreveu Capiá,

O que não dá para entender é a falta de nomes responsabilizando tais descasos; afinal, da forma em que ele escreve generaliza os gestores: quem saiu e quem está gerindo o Município, deixando assim o leitor sem saber a quem responsabilizar.

Pois bem, para avivar a mente do Capíá, as obras a que ele se refere começaram e pararam na administração da ex-prefeita Renilde Bulhões, que deixou o Executivo santanense em dezembro do ano passado.

As quadras mencionadas no artigo do Capiá, com a ajuda de um amigo, são as quadras das escolas do município: Senhora Santana, Santana Sofia e São Cristóvão.

Segundo o prefeito Mário Silva essas três quadras estão paradas por problemas documentais.

Conforme informações por mim levantadas através do ex-vice-prefeito de Santana do Ipanema Edson Magalhães, a denúncia, que deveria ser investigado pelo Ministério Público, é de que a construtora que deixou as “obras”, na verdadeira acepção da palavra, inacabadas, teria sido tomada de “empréstimo” pelo irmão da ex-prefeita, o senhor Ronaldo Silva.

Ronaldo possui uma construtora, a Control, no entanto, na ocasião do início do processo licitatório esta estaria com documentação irregular. Então, ele solicitou de um amigo o empréstimo do nome da sua empresa, a SEURB (Serviços Urbanos), afim de que esta pudesse participar da licitação, tendo êxito na concorrência. No entanto todos os equipamentos pertenciam a Control. A questão, ainda conforme as denúncias, é que Ronaldo teria recebido recursos e deixado de pagar alguns fornecedores e prestadores de serviços, prejudicando não só a comunidade santanense, mas o seu “amigo” que emprestou sua empresa.

Conforme o prefeito Mario Silva, já aconteceram diversas conversas com representantes da empresa responsável [SEURB], tendo sido marcado por várias oportunidades o reinício das obras, no entanto até o momento não houve cumprimento dos acordos. “Já os intimamos através de AR, e a empresa tem três úteis, a contar do recebimento da correspondência, para reiniciar as obras. Eles têm um prazo a cumprir, caso isso não ocorra o nosso setor jurídico estará pedindo o cancelamento do contrato e imediatamente a abertura de um novo processo licitatório, onde, caso não cumpra o seu compromisso, passará dois anos sem poder participar de licitação”, informou o prefeito.

Outras obras

O problema ainda é bem maior do que relata Capiá, pois dois postos de saúde teriam sido deixados em situação semelhante; o PSF São José (Cohab Velha) e o PSF do Lajedo Grande. De acordo com informações do atual gestor, o problema se deu devido a inconsistências nos projetos.

Confira artigo completo no  Blog do Sérgio Campos

JN não divulga Ibope e imprensa santanense segue o mesmo conveniente

Sem título

Montagem Blog do Sérgio Campos (Fotos: divulgação)

Os principais sites de esquerda do Brasil criticaram a ação, digo, a falta dela, em relação ao telejornal mais famoso do País, o Jornal Nacional, em relação a não divulgação da pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira (24) em que mostra a vitória da presidenta Dilma Rosseff em todos os cenários para corrida presidencial do ano que vem.

De acordo com o Pragmatismo Político e o portal Brasil247, a direção de jornalismo da Globo teria chegado a conclusão de que essa notícia não merecia nem 30 segundos no JN.

No entanto os analistas políticos da toda poderosa Organizações Globo, acharam por bem colocar em pauta o assunto no Globonwes, onde o público é bem mais restrito.

A pergunta que ficou no ar, e os petistas jamais vão querer saber na prática, á: teria sido assim se, em vez de vencer em primeiro turno, Dilma caísse na pesquisa?

Cá entre nós

Em nossa pequena, porém não mais pacata cidade do sertão de Alagoas, Santana do Ipanema, esse tipo de atitude por parte de alguns órgãos da imprensa não é nada novo.

Os noticiários por aqui são veiculados muitas vezes de acordo com as conveniências dos “donos” das emissoras  de rádios (lembrando que rádio e televisão, comunitárias ou comerciais, são concessões públicas).

Se tal notícia interessa ao patrão o destaque merece horas de enchimento de saco, mas do contrário o silêncio é a regra. Os casos não são poucos.

Abaixo, a notícia divulgada nesta quinta-feira em Pragmatismo Político:

Novo Ibope – Dilma vence em todos os cenários

A presidente Dilma Rousseff ganharia as eleições do dia 5 de outubro de 2014 com folga no primeiro turno contra qualquer rival em caso de aspirar a sua reeleição, segundo pesquisa de intenções de voto realizada pelo Ibope e divulgada nesta quinta-feira. Dilma receberia entre 39% e 41% dos votos, mais do que a soma das preferências pelos adversários.

Esta é a primeira pesquisa realizada pelo Ibope desde que a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva anunciou sua filiação ao PSB. A legenda ainda não decidiu se lançará Marina ou seu presidente, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Segundo a pesquisa, Campos receberia 10% dos votos, enquanto Marina Silva, terceira candidata mais votada nas eleições presidenciais de 2010, ficaria 21% dos votos.

O senador Aécio Neves, candidato quase certo do PSDB, a maior força da oposição, receberia entre 13% e 14% dos votos.

Em qualquer caso, Dilma derrotaria qualquer adversário em um hipotético segundo turno. A atual presidente seria reeleita com margens de entre 42% e 47% dos votos, e a rival melhor posicionada seria Marina Silva, que seria a favorita de 29% dos eleitores em um hipotético segundo turno.

A pesquisa tem uma margem de erro de dois pontos percentuais e foi feita entre os dias 17 e 21 de outubro, com perguntas a 2.002 eleitores em 143 municípios de todo o País.

Cenário A:

Dilma Rousseff 41%

Aécio Neves 14%

Eduardo Campos 10%

Dilma 41% – Adversários 24%

Cenário B

Dilma Rousseff 39%

Marina Silva 21%

Aécio Neves 13%

Dilma 39% – Adversários 34%

Cenário C

Dilma Rousseff 40%

José Serra 18%

Eduardo Campos 10%

Dilma 40% – Adversários 28%

Cenário D

Dilma Rousseff 39%

Marina Silva 21%

José Serra 16%

Dilma 39% – Adversários 37%

 Blog do Sérgio Campos

E você, em que é viciado?

Diante de tanta notícia triste, de violência urbana e rural: crimes de roubo, furto, estupro, estelionato, atentados a integridade física e moral de pessoas, atentado violento ao pudor. Violência chegando aos mais diversos ambientes, onde antes, se não fossem totalmente imunes, pelo menos ocorriam como muito menos freqüência: Violência nas escolas, nas residências, passeatas pacíficas com infiltrações de vândalos, destruição de patrimônio público, e até nas igrejas um ambiente tido como de paz, a violência chega com mais ênfase. De modo que para nós que optamos por uma crônica com viés humorístico, está se tornando cada vez mais difícil fazer rir num momento tão preocupante. De repente podemos até ser mal interpretado porque desdenhamos da brutal realidade, não é, nossa intenção última. Um vídeo disponível no portal G1 (globo.com.br) chamou-nos atenção:

“Você é viciado em tecnologia? Saiba quais são os Sintomas”

Daí concluímos que o mal da humanidade talvez sejam justamente os vícios. Nos viciamos nas coisas mais banais, e nem atentamos pra isso. Pais e filhos viciados em “facebook”, e outros sítios de relacionamento via internet, viciados em telefone celular, em telenovelas, em filmes etc. Olha só esse caso :

“Por Bom dia Online – Imagine uma pessoa que pede perdão de seus pecados ao mesmo tempo em que comete um furto. O caso aconteceu na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro de Ribeirão Preto. O iPhone 5 do padre Carlos Eduardo Tibério, 39, foi furtado por uma mulher, após seu momento de confissão. O crime aconteceu na última terça-feira, 01, por volta das 17h30. Há um ano no sacerdócio, o religioso diz que não vai prestar queixa policial contra a suposta ladra. “Eu já havia perdoado seus pecados desde o momento da confissão”, disse. O telefone, que estava sobre o aparador do confessionário, sumiu no momento em que o padre saiu da sala por um instante.” (fonte: minutosertao.com.br)

Essa senhora, com certeza tem um vício, detectado no divã do psicanalista, a cleptomania. Vício em furtar objetos. E esse outro caso:

Por ChicoSabeTudo

Zezinho Lima da Silva, 37 anos, morador da cidade de Palmeiras dos Índios- AL, morreu no fim da tarde do último sábado (12/10), por volta das 17h30min, depois de engasgar-se com um pedaço de doce de banana no Povoado Barrinha, zona rural de Paulo Afonso. A vítima estava com a mulher na casa de amigos quando aconteceu o fato trágico.

Segundo informações, ele ainda foi socorrido para o Hospital Nair Alves de Souza, mas faleceu antes de dar entrada na unidade.(fonte:minutosertao.com.br)”

Quiçá o cidadão, fosse tabagista, daí resolve parar de fumar e para diminuir a ansiedade provocada pelo abstinência do tabaco passar a consumir doce na esperança de se ver livre dum vício. Aí torna-se chocólatra, viciado em chocolate. Uma mulher, ou moça que perde um ente querido e tenta compensar a perdas com um vício o de comer, por exemplo.

Meu amigo Tonho Neguinho o matuto mais arretado de Senador Rui Palmeira se assume viciado no consumo da cana de Vitória de Santo Antão: Pitú. É um pitúlotra assumido. A bebida tenta amenizar no slogan: “Mania de brasileiro” Mania? É vício mesmo! Então Tonho estava doido pra tomar uma, porém estava liso, foi dormir e sonhou que chegava no bar de Ciço de Quincas pede “uma”. E pede uma banda de limão. Quando vai tomando, Creuza sua digníssima esposa lhe acorda! Lamenta:

-Pôxa! Eu devia ter tomado sem limão mesmo.

E tem aquele homossexual que na hora de fazer amor, descobriu um vício no parceiro, que ficava pigarreando o tempo todo. Comenta:

-Que vício mais feio!

O ativo devolve:

-Repara quem fala!

Fabio Campos 17.10.13

No fabiosoarescampos.blog.spot.com o conto que já é recorde de acesso: “Sete Casas, Sete Pecados”

Santana quer paz, mas o que estamos fazendo para merecê-la?

Durante a festa em homenagem aos professores, promovida pela Prefeitura Municipal de Santana do Ipanema na noite da última segunda-feira (16), tive uma breve conversa com o prefeito Mário Silva relacionada a violência em nosso município.

Concordamos de que a situação tinha chegado a um patamar insuportável para nossa comunidade.

Foi quando ele me falou que tinha um grupo de pessoas propondo um reunião para debater esta questão.

Hoje, vejo a notícia de que aconteceu a dita reunião, promovida pela Associação Comercial de Santana do Ipanema, na noite desta terça-feira (15), na Câmara de Vereadores.

A nota diz que o objetivo foi debater com autoridades e sociedade civil os altos índeces de violência na cidade.

Confesso que não estive presente, como já estive em outras, por não ter tido conhecimento da mesma, até porque já escrevi alguns artigos que tratam deste tema em nossa cidade, e como colaborador da imprensa digital acredito que posso ajudar, tanto na divulgação quanto na discussão.

No entanto, a reunião aconteceu e ficamos na torcida que algo de concreto venha ocorrer. Como por exemplo, um planejamento.

Na pouca conversa que tive com o prefeito Mário Silva, ele falava da reclamação da Polícia Militar em relação ao pouco efetivo no 7º Batalhão de Polícia Militar, que dá segurança a Santana do Ipanema e outros municípios do Sertão.

Por ser o chefe do Executivo Municipal, eleito democraticamente pela maioria dos eleitores desta cidade, acho que ele tem por obrigação de tomar a frente deste debate. Que está longe de passar apenas por número de policiais.

Essa não é a primeira, e com certeza não será a última reunião em que se debaterá questões relacionadas à violência.

O que esperamos é que o filme não se repita: que venha o secretário de Segurança Pública do Estado e faça um monte promessa que não possa cumprir, e no final, como num faz de conta, ele faz de contas que vai resolver o problema e nós fazemos de conta que acreditamos.

Seria interessante que tivéssemos consciência de que um problema que vem se agravando a anos não se resolve da noite para o dia, como num passe de mágica.

Temos problemas gravíssimos em nossa cidade, onde entra governo e sai governo e apenas observamos a realização de pequenos curativos.

É preciso que o prefeito, se quiser começar a resolver um dos mais graves problemas de nossa cidade [a violência], tome atitudes drásticas, e até impopulares. Isso imediatamente.

Câmara de monitoramento, Guarda Municipal e outros recursos de repressão podem dar aquele “cala boca” imediatista que muitos cobram. Mas, e as soluções a longo prazo?

Algum de nós conseguirá calcular quantos jovens já foram mortos na repressão ao tráfico e a roubos e assaltos somente em nossa cidade?

Os presídios de nosso Estado estão superlotados, bem como a delegacia de nossa cidade.

Somente estes pequenos dados provam que apenas a repressão não surte efeito.

Nesse caso precisamos mudar a estratégia. E, diga-se de passagem, até o momento nenhuma outra foi realizada; se pelo menos foi proposta oficialmente eu desconheço.

Comparada aos grandes centros, Santana do Ipanema pode ser chamada de pequena cidade. Aqui conhecemos quase todos os habitantes, sabemos aonde moram, onde trabalham, ou se estão desempregados e assim por diante.

Existem duas palavras que, juntas, podem fazer a diferença, não apenas relacionado a este problema, mas a tantos outros, BOA VONTADE.

Quem de nós não sabe os locais mais críticos de nossa cidade, relacionados à violência?

Será necessário que os lideres, se não de todos, mas de vários segmentos de nossa sociedade, se junte e busque dialogar com líderes comunitários, jovens e adolescentes, onde possa ser proposto um grande pacto de paz.

Depois da boa vontade, outra palavra-chave é o diálogo. É preciso ouvir esses moradores. Ninguém mais do que eles saberá identificar a verdadeira causa de tanta violência.

A imposição jamais será um instrumento de evolução de qualquer comunidade.

Se o comércio quer paz, tenho certeza que as mães do Lajedo Grande, Pedrinhas, Bebedouro, Lagoa do Junco, Cohabs a Areias buscam o mesmo objetivo.

 Blog do Sergio Campos