Entrando na luta de conscientização sobre o meio ambiente local, as duas mais importantes rádios do semiárido alagoano, engajaram-se na luta da AGRIPA para resgatar o rio Ipanema.
Pela segunda vez, através de convite do famoso e veterano radialista Rânio Costa, a Rádio Correio do Sertão AM, a Pioneira, convidou os Guardiões do Rio Ipanema para falarem mais sobre seus movimentos em pró do meio ambiente, com prioridade para o rio Ipanema trecho urbano e seus tributários que cortam a cidade. A AGRIPA, então, através do seu presidente Sérgio Soares Campos, enviou seus guardiões: professor de Geografia, romancista, historiador, cronista e poeta Clerisvaldo B. Chagas (Escritor Símbolo de Santana do Ipanema) e o famígero Ferreirinha, pescador, mateiro, compositor e cantor para esse momento importante oferecido pelo solícito radialista em seu tradicional programa: Microfone Aberto, na última sexta-feira.
Foto: Assessoria Agripa
Além da valorosa cooperação do nobre radialista em favor do resgate do mais importante acidente geográfico do Sertão alagoano, nessa entrevista tão esclarecedora da situação do Panema, Rânio Costa lançou em primeira mão o “Xote dos Guardiões”, canção do próprio Ferreirinha e Clerisvaldo B. Chagas, que exalta as qualidades e a situação difícil do rio em questão. A AGRIPA abraçou esse trabalho dos dois guardiões que hoje funciona como uma espécie de hino e está presente em todos os seus momentos festivos e de lutas. Não precisa falar da imensa procura pelo “Xote dos Guardiões”, mesmo antes desse lançamento no Rádio.
Hoje, dia 1º de fevereiro, foi à vez de A AGRIPA atender o convite da Rádio Milênio FM através do radialista Jucerlan em seu programa Ponto de Encontro. Outra vez, o presidente Sérgio Soares Campos designou os mesmo guardiões e mais o professor Ariselmo Melo, Orador da Associação.
Foto: Assessoria Agripa
Jucerlan, através da sua ampla criatividade, conduziu a entrevista a três, conclamando a população ribeirinha, a postura de um novo modo de pensar em favor do rio Ipanema, riachos Salobinho, Bode, Camoxinga e Salgadinho. Tudo que foi perguntado pelo radialista, foi respondido satisfatoriamente pelos guardiões.
Tendo como símbolo uma cabocla sertaneja conduzindo água do Panema em pote de barro com rodilha ─ como era até os anos 60 – como patrono o ambientalista Padre Cícero Romão e firmando o dia 21 de abril como dia do rio Ipanema, a AGRIPA, poderá estender-se em núcleos pelos povoados e cidades de Alagoas e Pernambuco, tendo como exemplo o povoado Capelinha de Major Izidoro que deverá anexar-se a Central em Santana, com a professora Diva e os aguerridos Guardiões da Mata.
Segunda-feira, dia 3, às 15 horas, na Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, no Bairro São José, acontecerá à primeira sessão de fevereiro, cujo andamento dos trabalhos será cristalino e divulgado.
Vai-se erguendo o Posto de Saúde (Foto: Clerisvaldo)
Mais uma vez focamos problema local. Sabemos que no Brasil inteiro quando um imóvel vai ser alugado ao governo, à exploração se faz presente, com raríssimas exceções. No âmbito municipal, já que estamos mais perto, o gestor favorece em imóvel superfaturado, geralmente para agradar aquele que em muito lhe ajudou na campanha das eleições. Quando não é assim, o gestor que precisa de um imóvel com certas características, submete-se a exploração acintosa do proprietário. Como sempre, quem paga a conta é a massa trabalhadora. A exploração do “é pegar ou largar” ou o favorecimento dirigido são coisas ainda não protestadas pelo povo nas ruas.
Faz muito bem em Santana do Ipanema, a decisão do prefeito, professor Mário Silva, em afirmar que pretende construir prédios públicos para se afastar da ambição de muitos. Temos a impressão de que o povo não sabe quanto às prefeituras sertanejas pagam de aluguel pelos imóveis utilizados.
Posto de saúde em contrução (Foto: Clerisvaldo)
No Bairro São José foi construída uma praça, já no apagar das luzes do governo Marcos Davi e que recebeu a denominação de Praça das Artes. Ali nunca teve arte nenhuma. Nos oito anos da gestão anterior o logradouro passou a ser chamado Praça dos Pobres, uma alusão à Praça dos Ricos construída no Bairro Monumento e paparicada o tempo inteiro. A Praça dos Ricos passou oito anos de festas, propagandas e favorecimentos. A Praça dos Pobres, oito anos de estábulo, ponto de maconha, motel livre, lixo, escuridão e ladrões.
São José, o padroeiro do Bairro, estava visivelmente sem prestígio. Atualmente, em 80% por cento do terreno está sendo construído um Posto de Saúde, valorizando assim uma área onde existem três escolas, Igreja, Corpo de Bombeiros, padaria, mercadinhos conjuntos habitacionais e expansão de modernas residências. Vislumbra-se uma aparência muito agradável na área ocupada, embora nos pareça que o prédio em si não seja estucado. Mas o que será que a prefeitura pretende fazer com os 20% restante? Vai ficar desprezado para continuar criando cavalo e bandido? Isso ainda não foi dito, a nós, os moradores da região e, pelo que sabemos, nem consultados os habitantes. Por enquanto, o santo resolveu reagir e tomar conta dos seus 80%. E os 20%? Vamos lutar juntos para o ganho de mais UM EMPURRÃO DE SÃO JOSÉ.
De vez em quando a gente se surpreende em relação ao mundo religioso. Na história alagoana mesmo, mataram um padre em Palmeira dos Índios e os seus dois filhos partiram para a vingança, formando um bando e aterrorizando agreste e sertão. Ficaram conhecidos como os irmãos Morais, cuja menção em atacar o Poço, fez com que aquele lugar fizesse uma trincheira e hoje possui o nome de Poço das Trincheiras. Escândalo também quando mataram um religioso em Garanhuns. Em Santana do Ipanema havia um padre politiqueiro que chegou a Intendente e a governador. A antipatia distribuída pelo sacerdote, nunca fez com que alguém tivesse vontade de matá-lo. Em meu romance “Defunto Perfumado”, bem que um cabo quer eliminar o padre, mas dele leva uns tremendos sopapos e sai em desabalada carreira.
Causou comoção geral, agora em Santana do Ipanema, a denúncia de que um cidadão invadiu a Matriz de São Cristóvão para matar o padre. Com uma doze polegadas na cinta e querendo eliminar o vigário, o cidadão foi preso e logo voltou às ruas, tocaiando o padre por todos os lugares, segundo relatos. Falam que o homem frequentava a igreja, mas depois, ou teve problemas mentais ou se envolveu com drogas. Queria que o padre o casasse sem noiva e sem nada. Diante da recusa do pedido inusitado, o indivíduo botou na cabeça a ideia fixa de matar o sacerdote de qualquer maneira. A comunidade católica manifestou-se a favor do religioso, mas quer proteção para o homem de Deus e internamento para o potencial assassino. Tanto corre risco o padre quanto o agressor, pois a multidão enfurecida pode querer fazer justiça com as próprias mãos. Ninguém que um cadáver, quanto mais dois.
Não somente os seguidores do catolicismo vivem momento de tensão, mas Santana do Ipanema como um todo. Dizem os mais velhos que é fim de mundo. Quem já viu dizer que um cabra com uma peixeira do tamanho de uma espada gritasse até para a polícia: VOU MATAR O PADRE!
Mais uma vez é divulgado um grande investimento para Alagoas. Como os alagoanos ainda estão desconfiados com anúncios que não se concretizam e outros inverídicos ficamos olhando para o burro branco de manhas mil. Quando Pernambuco ganhou sua refinaria de petróleo, ficamos a ver navios. Sabemos que estados menores sofrem com a disputa com os maiores, inclusive onde estão situadas as três maiores capitais do Nordeste. Isso, entretanto, não deveria ser motivo de complexo. O que houve até agora, não foi a pequenez física do estado quem bloqueou o progresso e sim a pequenez dos seus dirigentes através do tempo. Uma política mesquinha do poder pelo poder, da vaidade pela vaidade, da ambição pelo fácil enriquecimento, gerou a política do umbigo. A população está cansada, extenuada, enojada, com os mesmo nomes que se perpetuam até mesmo com os que estão caindo os dentes.
Diz a Agência Alagoas, em matéria publicada no dia 24 de janeiro que “Empresa garante instalação de refinaria de petróleo em Alagoas”. Continua a manchete dizendo que o “Empreendimento será instalado em Marechal Deodoro e vai gerar 250 empregos”.
Diz ainda a matéria que executivos da RefBrasil estiveram na Seplande para confirmar a instalação. “A refinaria vai gerar 250 empregos, entre diretos e indiretos, e contará com investimentos de aproximadamente R$ 120 milhões. Na oportunidade, o diretor financeiro da Ref Brasil, Luiz Henrique Correa, tratou sobre o projeto para a solicitação de incentivos fiscais, creditícios e locacionais, concedidos através do Programa do Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas (Prodesin). Luiz Henrique Correa explicou que a refinaria de Alagoas produzirá gasolina, óleo diesel e óleo combustível, assim como nos outros três novos empreendimentos da Ref Brasil, que serão instalados nos estados do Espírito Santo, Sergipe e Ceará”.
“A empresa trabalha com a perspectiva de iniciar as obras de construção da fábrica, que terá uma área total de 100 mil m², já no segundo semestre de 2014”.
Como são pessoas de fora que estão dando a palavra… Mas que o gato está escaldado está. Nada como um dia atrás do outro e UMA NOITE NO MEIO.
Cachaça, Branquinha, Caninha, Moça Branca, Cana, Marvada, Pinga e outras denominações populares, elevaram o destilado de cana-de-açúcar ao primeiro lugar entre as bebidas brasileiras. Quem bebe muito, é chamado de cachaceiro, ébrio, pinguço e outras denominações nos mais variados recantos da pátria amada. Bebe-se a “marvada” limpinha, com laranja, com o caju, com torreiro, com buchada, queijo e até sopa. Dizem que ela serve para lembrar, esquentar, “espaiar” o sangue, criar coragem, pegar boi no mato, matar gente e fazer caipirinha. Uns falam que a “bicha é boa que só a gota serena”, outros “que é ruim que só a bexiga”. Um sujeito comentava que “foi o cão quem a inventou”.
E assim, muitos desfilaram com ela rumo ao cemitério, juntamente com o companheiro inseparável, cujo nome era cigarro. Uns bebem a dose de uma só vez, estalam os dedos no ar e não cospem. Outros cospem no pé do balcão. Alguns não bebem toda, deixa um pouco para o santo. Tem os que choram quando bebem, os que ficam ricos, os que viram valentes. E o engenho moendo… E o engenho moendo.
O engraçado bebe e fala suas loas:
“A cachaça é moça branca
Filha do pardo trigueiro
Quem bebe muita cachaça
Não pode juntar dinheiro”.
O que só sabe loa torta apela parodiando
“A cachaça é moça branca
Filha dos seiscentos diabo
Tu que sobe pra cabeça, peste!
Por que não desce pra o rabo?…”
Dizem que para testar a memória de Camões, um indivíduo teria perguntado a ele qual a coisa mais gostosa do mundo e ele teria respondido: o ovo. Um ano depois o mesmo indivíduo encontrou-o na rua e gritou de lá: “Com que Camões?” E ele teria respondido sem pestanejar: “Com sal”.
Encontrando com um amigo, regenerado da cachaça há quinze anos, mostrei a ele um caju, grande, vermelho e brilhante, sem dizer-lhe absolutamente nada. Ele colocou brilho nos olhos, não sei se foi de saudade ou de vitória e murmurou: É IRMÃO DELA!
A vida reserva-nos tantas surpresas. Delas que serão boas, agradáveis de sentir. Outras nem tanto. De repente lá estávamos no corredor do hospital. Minha mãe, acometida de mal súbito, no alto dos seus oitenta e sete anos, pregava-nos mais um susto. Fui encontrá-la, sentada numa daquelas macas altas, de rodinhas, com a qual teria dado entrada ali. Trajada na esverdeada e inconfundível indumentária de paciente. Ainda mais surpresa com nossa presença, perguntava onde estava, e o que teria acontecido.
Um médico realizara os procedimentos padrão, já lhe havia administrado medicamento, no momento recebia soro via intravenosa. Com o auxílio de um enfermeiro, foi transferida pra uma cama. As manivelas sob o lastro foram manipuladas, e uma posição mais confortável teria sido conseguida. O estresse causado pelo mal, o cansaço por tudo que acabara por alterar sua rotina e dali a pouco, mamãe dormia. Já passavam quarenta minutos da meia noite quando cheguei ali. Fiz questão de consultar o relógio do celular, pra ter ideia de quando, e como tudo havia ocorrido.
Deitada na cama, em decúbito dorsal, olhos serrados, respiração compassada. Vista assim, minha mãe parecia dormir tranquilamente. Seríamos seu acompanhante por aquela noite, teria a noite inteira pra ficar ali, olhando pra ela. O cabelo branquinho combinava com os forros da cama, com as paredes do ambulatório. Dizem que quando estamos perto de morrer, algum de nós, consegue perceber a aproximação da morte nas feições do moribundo. Como se a gente ficasse com aspecto elevado perto de morrer. E uma aura nos preparasse para a transição pra outra dimensão. Talvez fiquemos com a cara de quem já está mais pra lá, do que pra cá. Alguém chamaria de sexto sentido. No entanto algo me dizia que não perderia a minha mãe naquela noite. Senti-me aliviado por estar invadido daquele tipo de pressentimento. Confortava-me o fato de sentir que não seria aquele, o momento de perdê-la. Na sala de Observação onde nos encontrávamos três outras pacientes do sexo feminino ocupavam outros leitos. O que me fazia sentir deslocado, intruso. Não demoraria e a Assistente Social esclareceu que não poderíamos permanecer ali. Teria que ficar no corredor, pelo fato de eu ser homem, para evitar constrangimentos. Permitiu-me, vez outra, dar uma olhada, porém permanecer ali, não podia. Entendi perfeitamente.
O corredor. Não sei se existe nada tão real e cruel quanto um corredor. Ainda mais de hospital, quando sabemos, obrigado a permanecer ali por longas horas. O silêncio parecia algo palpável. Tênue luz fluorescente iluminava o piso, as paredes, os acentos, as ideias. A frieza do ambiente a tudo gelava. Congelados os pensamentos, esterilizados os sentimentos. Canos vermelhos, do sistema contra incêndio, sequestravam o tempo todo nosso olhar, lá pro teto. Frios adesivos, em letras pretas, sérias, colados ao lado das entradas, informavam os nomes das dependências: “Observação Feminina”, de um lado. “Observação Masculina”, do outro. Milhares de vezes meus olhos, minha mente interpretariam aquela informação. Pela repetição, ler aqueles adesivos se tornou uma coisa maquinal. Ponderei que o melhor seria preencher a mente com outra coisa. Não havia muito em que pensar. Resolvi rezar. O terço que trazia no bolso, veio parar na minha mão. Pensei: que dia seria aquele? Quarta-Feira? Dali uma semana ela estaria completando idade nova. Quarta-Feira dia de recitar os Mistérios Gozosos talvez. Iniciei o rosário da Virgem Santíssima. Outros pensamentos se infiltravam no meio das Aves Marias e Pai Nossos. Por que era tão difícil manter a concentração? Se não tinha muito em que pensar?
Fui ver como estava minha mãe. Permanecia dormindo. O frasco de soro tinha secado, e já havia sido substituído. O enfermeiro ligou um aparelho em que uma espécie de presilha prendida a um dos dedos da mão, emitia um som, compassado, característico, parecia acusar os batimentos cardíacos. Pareceu-me regulares. Esvaiu-se a apreensão. Outra paciente iniciou um gemido de dor. Parecia uma dor leve, comportada. Fez-me lembrar uma triste cantiga de ninar. Triste cantiga de acalentar bebê, do tempo da infância de minha mãe. Olhei para além das janelas, lá fora permanecia escuro. Demoraria ainda a amanhecer? O relógio na parede, insone, cara redonda e branca, de bigodes pretos, dissera que sim. O enfermeiro prestativo ia executando seu serviço, com discrição. Só não se tornando invisível aos nossos olhos, devido nossa curiosidade. Verificou a pressão da paciente que gemia, auscultou o coração. Inconsciente a mulher pareceu aliviada. A luz foi apagada. A sala de “Observação Feminina” envolvida pela penumbra, iluminada apenas pela luz que vinha da porta. Acostumados, os olhos conseguiam ver as silhuetas das pessoas inertes, deitadas nas camas. A infância de minha mãe viera-me com veemência. Fui encontrá-la sentada na porta da casa materna. Nesse tempo ainda brincava de calunga. Talvez não tivesse ainda treze anos. Com três pedrinhas que chamava de “bois” ia jogando para cima, e fazia passar uma a uma, entre os dedos, indicador e polegar, que imitavam um portal, no chão de cimento. Eis que lá pela rua viam uns homens, o delegado, um soldado, o farmacêutico, um vendedor de calçados e o padeiro. Iriam até lá adiante, almoçar na pensão que ficava naquela mesma rua. Ao chegarem à frente da casa daquela menina, que um dia seria minha mãe, o soldado comentaria: “-Que morena bonita! Não é João?” João nada respondia. Era o padeiro, que um dia seria meu pai.
A mulher que sentira dor piorou. Teve convulsões, tosse, dificuldade pra respirar. A filha que a acompanhava desabou em um choro, que tentou conter, sem conseguir. Enfermeiros transferiram-na pra maca de rodinha, levaram-na. Segui-os com os olhos, era bem provável que a estivesse levando pra U.T.I. Demorei-me por mais um bom espaço de tempo, sentado no banco do corredor. Fui até lá adiante, onde havia um bebedouro. Tomei água, fui ao banheiro. O espelho mostrou-me um cara estranho que em nada lembrava eu mesmo. Já me acostumara aquilo, acontecia a cada novo espelho, um eu diferente. De volta, encontrei no corredor a filha da paciente transferida. Perguntei por sua mãe. Sabia apenas que estava no Tratamento intensivo. Com um aceno quis dizer-lhe que torcia por melhoras.
Cinco anos se passaram desde que a mulher entrou na U.T.I. e mais um encontro meu com o passado de minha mãe. Agora com dezoito anos, iniciara um namoro com o padeiro João. Terezinha, a vizinha, aconselharia minha avó a deitar cuidados naquelas meninas. Achava que estavam indo mais vezes a igreja. E que isso talvez fosse pretexto pra ir ver os namorados. Um dia minha avó foi à procura de minha mãe na pensão onde João almoçava, pois as filhas da dona da pensão eram amigas de minha mãe. Ao ouvir a aproximação de minha avó, minha mãe escondeu-se atrás dumas esteiras de Peri-peri, encostada numa parede. Minha avó percebeu, descobrindo-a no esconderijo repreendeu-a, na frente do namorado, que ficou sem jeito. Dias depois desse episódio, Seu João, faria uma visita à casa da suposta namorada. E ensejando a ocasião, solenemente pediu a mão da minha mãe em casamento. Tomaz meu avô, achou por bem perguntar a minha mãe se ela aceitava aquele pedido. Pedido aceito.
Quando o dia amanhece tudo fica diferente. Dentro de um hospital não apenas as pessoas, coisas também acordam. O silêncio e a penumbra foram se amasiar no quartinho da faxina. A usina da saúde se transfigura. Transmutada numa intensa movimentação de trabalhadores anônimos. Os que adentram ao hospital passam a ser seres identificados apenas pelos seus crachás e uniformes. Aguardamos o médico que tomaria conhecimento do estado de saúde das pacientes. Minha mãe foi julgada como merecedora de receber alta. Providenciamos um jeito de sair o mais rápido dali. E voltar pra casa, ao menos uns mil dias mais velhos.
Sucesso retumbante foi o resultado do 1º encontro temático sobre o rio Ipanema, realizado pela AGRIPA junto às comunidades e escolas, em Santana do Ipanema. O encontro contou com a presença de autoridades como o prefeito Mário Silva, a secretária de Educação e Cultura, Renalda Martins, o Secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Luiz Carlos e o presidente da Câmara, José Vaz.
O encontro aconteceu com muita organização, quando os guardiões do Rio Ipanema, surgiram inaugurando o seu “uniforme”, cujo símbolo (uma cabocla conduzindo água do Panema, na cabeça, com pote de barro e rodilha) fez bastante sucesso. Vários foram considerados grandes momentos, muito bem lembrados pela imprensa que se fez presente.
O encontro teve início com um minuto de silêncio pelo falecimento do ex-pracinha, ex-diretor do Ginásio Santana, ex-professor de Geografia, comerciante, fazendeiro e ecologista Alberto Nepomuceno Agra.
Momento de destaque, pois, todos falavam uma só linguagem, foi à afirmação do prefeito Mário Silva ─ ao receber documentos da AGRIPA ─ de que iria sim, fundar o Polo Ambiental de Santana, sugerido pelos guardiões. O prefeito foi bastante aplaudido por essa atitude progressista.
Foto: Assessoria Agripa
O filme organizado pela AGRIPA mostrando as duas faces do rio Ipanema, foi outra parte que emocionou o público, quando houve até sugestão para que fosse exibido no programa Terra e Mar da Gazeta de Alagoas.
O poeta Ferreirinha, acompanhado pelo cantor Luciano, cantaram belas páginas musicais, decantando nosso rio e riachos, além do lançamento do disco “Xote dos Guardiões”, que se tornou hino da AGRIPA.
Outro destaque especial foi a presença dos Guardiões da Mata do povoado Capelinha banhado pelo rio Ipanema, município de Major Izidoro. O grupo veio trocar experiência e se decidiu em pertencer A AGRIPA, como extensão para aquele simpático lugar.
Ainda emocionados com a declaração da professora Diva, líder dos Guardiões da Mata, outra boa notícia para a AGRIPA: o Secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Luiz Carlos, afirma que também quer fazer parte do coeso e aguerrido grupo dos Guardiões. Outras pessoas presentes demonstraram os mesmos desejos e logo os guardiões irão providenciar os primeiros contatos.
O próximo encontro da AGRIPA acontecerá em fevereiro com as autoridades. Os associados levarão as opiniões dos presentes como documentos para discussão e estratégias de como apressar os primeiros trabalhos de resgate do rio Ipanema e seus afluentes.
Os Guardiões do Rio Ipanema, irão marcar data para retribuir em Capelinha, a visita dos Guardiões da Mata. Está previsto também, encontros com escolas e comunidades rurais e visitas de cortesia e objetivas a todas elas.
Em ano de eleição é incrível como os políticos se tornam atenciosos e dedicados à ouvir o que os eleitores tem a dizer e pedir. Se tornam tão simpáticos que são capazes de cumprimentar a si mesmo, caso esbarrem em um espelho. A cada dois anos no Brasil, temos eleições e a politicagem aumenta a um nível extremo. Em ano de eleição não se abre CPI, jamais. Se bem que no Brasil, raramente se abre CPI, seja ano de eleição ou não.
É preciso estar atento aos candidatos que diariamente estarão na mídia se vangloriando, usando os meios de comunicação para começar uma “campanha antecipada”. Sabe-se que há pouco tempo, a internet foi liberada como meio de campanha, porém, neste ano, a campanha política só poderá ser iniciada a partir do dia 6 de julho. É importante lembrar que na internet é totalmente proibida qualquer tipo de propaganda eleitoral paga. Proibida também, propaganda em sites governamentais.
Caso você tenha acompanhado as atividades dos candidatos que votou na eleição anterior, está apto a decidir se eles merecem novamente seu voto. Caso você não lembre dos candidatos que votou, lamento dizer, mas.. você está colaborando para o descaso e vergonha do cenário político brasileiro e não tem nenhum direito de reclamar e reivindicar. O motivo verdadeiro do texto é fazer com que você reflita sobre o poder do voto e com isso, manter-se preparado e disposto a fazer sua parte por um futuro melhor. Fazendo valer a democracia conquistada através de muita luta.
“Não há nada de errado com aqueles que não
gostam de política, simplesmente serão
governados por aqueles gostam.”
– Platão
Enfim, o texto é pequeno, mas o motivo é nobre e a causa é justa. Gostaria de esclarecer que o Blog esteve sem novas postagens durante longos 5 meses por motivos da correria do dia-a-dia. E mesmo assim, tivemos visualizações durante TODOS os dias desde sua criação. E foi isso que influenciou diretamente a minha vontade em voltar a publicar.
Quando se diz que ninguém deve acreditar em conversa de político, é coisa séria. Embora uns gostem mais de ouvir caçador de onça, pescador de traíra e outros contadores de “causos”, o demagogo tem um jeito diferente de alardear suas ficções. A diferença é que os seus ouvintes são os que devoram esperanças para a sobrevivência. O ingênuo impulso de querer acreditar favorece o jeito do engravatado em ludibriar a fé alheia. Os nossos avós já diziam que com banana e bolo se engana os tolos. Mas na teia do mal-intencionado todos vacilam, tolos e sabidos, geralmente porque o figurão tem o poder que fascina a ele mesmo, a elite e a ralé. Falam que pescador e caçador contam suas vantagens para se firmarem como heróis perante o fantástico aplaudido pelos simples. Todavia a linguagem política busca espezinhar o vivente sofrido, como uma espécie de ferrão aos escravos. Uma tara escondida por trás de um bigode de escova ou de uma língua serpentífera. E a história sobre aquela que tem as pernas curtas! Vejamos.
Diz à Gazeta de Alagoas: “Número de indústrias de Alagoas cai 7% em 5 anos. Índice de geração de empregos é o pior do Nordeste no governo Téo Vilela: 0,13%”. E prossegue a matéria:
“O Panorama da Indústria Brasileira, divulgado em outubro de 2013 pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), indica redução de 7,04% no número de estabelecimentos industriais, em Alagoas, em apenas cinco anos. Em 2007, havia 1.719 unidades fabris. Em 2012, eram 1.598. Resultado: redução de 121 unidades fabris. No mesmo período, o governo estadual diz contabilizar 90 novos empreendimentos”.
Além da quebra da produção estadual de coco em 50%, a verdade finalmente põe para fora o seu pescoço de girafa, gerando comentários como esses abaixo, pelos leitores daquele site:
COMENTÁRIOS
“Cícero: pois é e ele falou do picolé caicó…que ronaldo lessa trouxe que não é verdade… e o senhor governador trouxe qual industria, será o lá de coruripe, o estaleiro do ” nada”…pior governo que alagoas já teve…a não ser andar os fiscais multando as empresas, assaltando, se tiver uma data errada lá vem 20, 30 mil de multas, por uma data errada… Isso é Alagoas… vergonha de ser alagoano… Nordestino… valeu Téo Vilela. Em 19/01/2014”.
“Isilda: A ÚNICA COISA QUE PROSPEROU EM ALAGOAS NESSE GOVERNO FOI OS NAVALHADOS, TATURANAS , RODOLEIROS E GABIRUS… ESSES ESTÃO TODOS MILIONÁRIOS ENQUANTO O IDH É O PIOR DO BRASIL COMPARADO AOS PIORES PAÍSES AFRICANOS ! Em 19/01/2014”.
Tire suas conclusões compadre. É para cima como rabo de foguete ou para baixo como RABO DE CAVALO?
Jorge nascera num tempo em que as mães tinham seus filhos em casa. E ficaria muitos dias de resguardo em cima da cama. E mãe e filho receberiam os cuidados de uma ama. E se a mãe não tivesse leite, a ama amamentaria. E todo fim de tarde, Seu Joaquim o farmacêutico viria visitá-los. E lá na sala lhe seria servido chá com sequilhos fresquinhos feitos por sinhá Tonha, uma preta velha que viera do sítio Mulungu pra cuidar da cozinha. E o velho Quincas comentaria sobre o calor daqueles dias de verão, pois os homens naquele tempo ainda andavam de terno, chapéu de massa na cabeça, e deles que usava bengala. Antes de ir embora receitaria Água Inglesa, pra cólicas intestinais da mãe. E chá de Camomila para que tivessem sono tranquilo. E se recuperariam fortes e saudáveis, pois teriam os cuidados necessários. Além do que, filhos varões eram mais esperados e respeitados, no seio de família como aquela que tradicionalmente vivia da agricultura.
Esta talvez seja história que fale de bem viver. E de que no ato de viver devemos tentar tirar o máximo de proveito. Buscar valores que nos são passados de geração em geração. E de que a herança maior que recebemos, não são coisas, nem objetos. Mas o que herdamos dos nossos pais. Os valores morais, os traços físicos, as afeições cultivadas em família, ao longo da existência terrena. Portanto a família em que Jorge nascera cultivava como valor primordial a união entre os pares. Uma modesta casa na cidade, e uma propriedade denominada Sítio Mulungu, incrustada no meio da caatinga eram os bens que possuíam. A cada ano, quando se aproximava o inverno, os membros do clã viravam camponeses e iam preparar a terra. As culturas consorciadas, milho e feijão, pra subsistência. Palma e algodão de reserva. Havia pasto pra mantença de um pequeno plantel de bovinos, e algumas poucas cabeças de gado miúdo. A demais era divino, dos céus aguardar que viessem as chuvas.
A casa da cidade era confortável. O mobiliário, apesar de antigo, bastante conservado, verdadeira relíquia. As paredes, revestidas de fotografias de toda herdade, em várias fases das suas vidas: bebês, jovens, e adultos. A cozinha da mãe de Jorge dava gosto de ver. Havia um belo bufê cheio de taças de cristal e xícaras de porcelana com paisagens bucólicas medievais, que fora herdado de sua avó materna. Havia uma mesa enorme de seis cadeiras de madeira maciça, muito pesada, herança do avô paterno. A principal parede daquele cômodo era ornada com o quadro em que Jesus ladeado dos doze apóstolos, fazia a última ceia. Encaixado em simples moldura, a gravura, em papel cartão, a impressionante pintura de Leonardo da Vinci. A mãe de Jorge ganhara o quadro de sua irmã Aurora, como presente de casamento, que ao lhe dar teria dito: “-Mande benzer. E enquanto você tiver esse quadro na parede de sua cozinha, jamais faltará alimento em sua mesa.” A mãe de Jorge teria tido dezenove filhos. Doze nascidos varões. Onze deles ganhariam os nomes dos apóstolos que apareciam escritos abaixo de cada apóstolo, no quadro da derradeira ceia de Jesus. Bartolomeu, Jacó, André, Pedro, João, Thomas, Felipe, Matheus, Tadeu. Simão virou Simeão e Jacó II, Jácomo Luiz, que todos só chamavam Luiz. E Mário Jorge, que os pais só chamavam pelos dois nomes quando era pra repreender. O décimo segundo filho não tinha como dar-lhe o nome de Judas Iscariote.
E vieram sucessivos anos de estiagem. As propriedades rural, transfiguradas em verdadeiros desertos obrigavam os sertanejos a buscar alternativas outras de sobrevivência. Sem inverno se consumiam as reservas de grãos dos vasos. O gado morria de fome. Em tal situação era comum o esteio das famílias de sertanejos, os pais de família, viajarem em busca de garantir o sustento da prole. O pai de Jorge foi embora, pra trabalhar na indústria têxtil de Delmiro Gouveia. Depois foi trabalhar de peão na usina de Paulo Afonso. Ali aprendeu a profissão de operador de máquina pesada. Não demoraria, foi embora pra São Paulo, exercer sua nova função na construção civil. Nos primeiros meses mandava dinheiro pelo correio. Aos poucos foi se desobrigando desse compromisso. Chegaram boatos que constituíra nova família no sudeste. Depois notícia nenhuma dele, tinha mais sua família do sertão.
Quando fez nove anos de idade Jorge adoeceu, de um mal que lhe comprimia os pulmões. Talvez tivesse asma. Tanto seus pais, quanto seus irmãos mais velhos eram todos fumantes. O fato de estar diariamente se expondo à fumaça de cigarro, em idade pueril, contribuiu para levá-lo aquele precário estado de saúde. Depois de uma consulta, o médico receitou uns remédios, e também recomendou que o menino passasse um tempo num lugar onde respirasse ar puro. Por conta da doença, Jorge foi obrigado a viver longe da família. Por dez longos anos o menino viveu no campo, sendo criado por sua tia Aurora, no Sítio Mulungu. Esse exílio forçado faria com que fosse o único dentre os irmãos que não teria tido a oportunidade de estudar. Vivera quase como um ermitão. Sua escola foi o mato aprendeu a valorar exclusivamente as coisas do campo. Conhecia os sinais dos céus, entendia se estava próximo o início das invernadas.
Findo esse tempo, recuperada a saúde, Jorge agora um rapaz, voltou à cidade. No entanto não mais se acostumaria à vida urbana e voltou pra vida rurícola. Porém sentia-se na obrigação de manter a casa de sua paternidade, com os irmãos mais novos que ainda permaneciam em casa. O dia nem havia clareado, encangava uma parelha de bois, ia até o barreiro enchia pipas e ancoretas, e abastecia d’água a casa materna. Do silo tirava milho seco, passava no moinho e não deixava faltar fubá. Uma única vaquinha, mantida no tempo seco, garantia o leite. Ovos e carne sempre havia da sua criação de galinhas. No grotão não faltava uma abóbora de caboclo, um cacho de bananas, uns tomates. E Jorge sem o saber conseguia perpetuar uma premonição ditada por sua tia Aurora, ao dar de presente o quadro da Santa Ceia, a sua mãe, que nem mais se lembrava daquele adágio em que disse: “Enquanto o quadro permanecesse na parede da cozinha, o alimento estaria garantido naquela casa.”
Muito tempo se passou. A mãe de Jorge padecendo de doença grave veio a falecer. Sua tia Aurora deixou o Sítio Mulungu, e foi morar na casa da cidade, pra terminar de criar os filhos da irmã. Todos cresceram, estudaram, se formaram e foram embora. Apenas Jorge permanecia sozinho eremita no Sítio Mulungu. Pelo menos uma vez por ano, os irmãos marcavam um local, a casa de um deles, onde se reuniam para confraternização natalina e de final de ano. Deles que residiam em São Paulo, vindo de avião até Maceió, chegava a sua terra natal em carro de luxo, fretado.
Naquele ano o local marcado foi à casa materna. Eis que na noite do réveillon, os dezoito irmãos se encontravam na casa onde a maioria deles nascera. No momento em que os relógios marcaram meia-noite, enquanto todos se abraçavam, brindavam com taças de champanhe e se deliciavam com as massas de forno e peru, mais um daquela descendência acabara de chegar, era Jorge. No seu jeito tímido de homem rude do campo, de pouca conversa, cumprimentou e abraçou a todos. Cada irmão, disse naquela ocasião que ia levar uma lembrança da casa da mãe. Taças de cristal, xícaras de porcelana foram parar nas malas. Jorge quis o quadro da parede da cozinha. Antes porém uma foto foi providenciada, onde os doze irmãos nascido varão sentaram-se à mesa. Estranhamente se colocaram na mesma posição em que se encontravam os apóstolos no quadro que aparecia ao fundo do instantâneo. A Santa Ceia, por aquela irmandade reproduzida contava também com a presença de Cristo.
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01 fev
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