Coruripe segura empate sem gols e é campeão alagoano

01 Maio 2014 - 08:30


Galo pressiona durante os 90 minutos, mas não consegue reverter desvantagem no Rei Pelé e desperdiça chance do tricampeonato estadual.

Foto: Ailton Cruz / Gazetaweb

Foto: Ailton Cruz / Gazetaweb

O Coruripe é o mais novo campeão alagoano. Após vitória por 2×1 no Gerson Amaral, na primeira partida da decisão, o time do Litoral Sul voltou a surpreender e, diante de um Trapichão praticamente lotado, conseguiu segurar o empate sem gols diante de um CRB tido como favorito e, mantendo a vantagem com a qual viajou para Maceió, deixou a capital alagoana com mais um troféu na bagagem, o terceiro em sua recente, mas já vitoriosa história.

E o Coruripe, por ter chegado à final, já está garantido na Série D do Brasileiro, além de na Copa do Brasil e Copa do Nordeste do próximo ano.

Ao Galo, por sua vez, que pressionou durante os 90 minutos, mas não conseguiu superar o esquema tático da equipe liderada pelo ex-jogador alviverde Jaelson Marcelino – mesmo atuando com um homem a mais no segundo tempo -, resta voltar as atenções para a sequência da Copa do Brasil e à estreia na Série C.

Coruripe fechadinho

O jogo teve um início mais que previsível, com o Coruripe fortalecido na marcação, com praticamente os 11 homens atrás da linha central, enquanto o Galo, precisando da vitória e com boa margem de gols, tentando furar o bloqueio alviverde. A disputa era equilibrada, mas com poucas chances reais de gol, já que o CRB tinha muita dificuldade no quesito criação, sem conseguir espaço para a conclusão em gol, no encharcado gramado do Rei Pelé.

Tanto que a primeira tentativa do Galo, que jogava com três atacantes (Henrique Dias foi a novidade no lugar de Marcelo Maciel), só chegou à meta do goleiro Santos, e sem muito ímpeto, aos 14 minutos, quando o meia Geovani cobrou escanteio no primeiro pau, a zaga afastou parcialmente e o volante Olívio pegou a sobra, fazendo o domínio e chutando cruzado, rasteiro, mas no centro da barra.

O jogo seguia o mesmo. O Galo com mais posse de bola, mas sem acertar o último passe, enquanto o Coruripe, firme no propósito de só avançar no rápido contragolpe, jogando por uma única bola, teve sua primeira baixa aos 26 minutos, com o técnico Jaelson Marcelino obrigado a trocar o capitão Jota, lesionado, pelo também volante Jair.

Como não encontrava espaço, o Galo chegou apenas mais uma vez na primeira etapa, e em lance de bola parada, aos 32′. Em nova cobrança de escanteio, Geovani cruzou com efeito, tentando um gol olímpico, mas viu a bola acertar a rede pelo lado de fora, por cima do gol de Santos.

Já a última chance deu um susto daqueles no torcedor regatiano – que voltou a comparecer em grande número, apesar do tempo chuvoso. Isso porque, aos 42 minutos, o Coruripe apertou a saída de bola e, na falha do lateral Gleydson, Etinho quase roubou a bola do goleiro Júlio César, que conseguiu acionar Marcus Vinícius, com o zagueiro afastando o perigo.

Galo pressiona, mas não marca

Para o segundo tempo, o técnico regatiano processou sua primeira mudança, trocando Henrique Dias pelo também atacante Marcelo Maciel. Já aos oito minutos, foi a vez de o meia Geovani, vaiado em campo, sair para a entrada do atacante Tozin, com Diego Rosa recuando para a armação das jogadas. O Galo seguiu melhor, mas sem a qualidade necessária para abrir o placar. Faltava quem chamasse a responsabilidade.

Na base da vontade, o Galo criou boa chance aos 13 minutos. Diego Aragão roubou bola pela direita e cruzou no primeiro pau. Tozin subiu muito alto e cabeceou sozinho, vendo a bola passar tirando tinta do poste esquerdo do goleiro Santos, que nem se mexeu.

Dois minutos depois, foi a vez de Ivan, sentindo lesão, sair para a entrada do também atacante Jailton, que tentou prender a bola no campo adversário, na segunda mudança do time alviverde. Aos 20′, para tentar conferir mais mobilidade ao setor de meio-campo, Léo entrou no lugar do volante Johnnattan, e o Galo voltou a desperdiçar chance, já aos 24 minutos.

Após escanteio pela direita, a zaga afastou e o veterano Denílson pegou a sobra pela direita. Ele ajeitou a redonda no joelho e acertou uma bela bicicleta. A bola passou à esquerda do gol de Santos, que só observou.

Temendo o pior, o técnico Jaelson mudou pela última vez ao trocar George, que já não conseguia voltar marcando, pelo também lateral Paulinho. Porém, aos 30 minutos, a situação do time visitante ficou ainda mais complicada porque o atacante Etinho, que já tinha o amarelo, cometeu falta por trás e acabou expulso.

Com um homem a mais, o Galo partiu para cima nos minutos finais, mesmo sem muita organização. Porém, a última grande chance do Galo, também desperdiçada, saiu aos 40 minutos, quando Denílson recebeu pela direita, após passe de Marcus Vinícius, e chutou forte, rasteiro, vendo Santos espalmar e a bola acertar o poste esquerdo antes de sair pela linha de fundo.

À medida em que o Galo tentava, já na base do desespero, o time da casa cedia espaço ao contragolpe. E o Hulk quase matou o jogo já aos 44 minutos, quando Júlio César partiu para a grande área, para tentar o cabeceio, e deixou o gol vazio. A zaga do Coruripe afastou o perigo após cruzamento e armou o contra-ataque com o meia Aurélio, que chutou forte do centro do campo e quase assinalou um gol antológico no Rei Pelé, com a bola passando à direita do lateral Gleydson, que tentava proteger a barra, na última grande jogada da partida em que não faltou emoção.

Por Bruno Soriano / Gazetaweb

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