XAMEGUINHO, SANTANA E FORRÓ
22 novembro 2017
Engavetada algumas composições de forró pé de serra com letras caprichadas, resolvi tirar algumas dúvidas e procurei o famoso cantor alagoano em Maceió. Recomendado pelo colega da música Valdo Santana, fui bater à porta de Xameguinho, ocasião em que fui bem recebido e passamos a trocar ideias.
O conhecido forrozeiro confessou-me ser filho da zona rural de Atalaia, onde começou a mexer com música valendo-se ainda de sanfona rudimentar. Com persistência e talento conseguiu galgar os degraus da carreira até chegar à posição onde se encontra, sem ameaças de concorrência.
Falou-me um pouco sobre o mundo musical, elogiou a voz de Valdo Santana e, saiu raspando bem das qualidades de Zé de Almeida, Benício Guimarães, Manoel Messias, inclusive das brincadeiras na chácara do Lira, em Santana do Ipanema.
Foi aí, meu amigo, que saí mostrando para o homem as minhas letras de Coco, rojão, baião, vaquejada… E enquanto lia passava a solfejar as musicas que vieram antes à minha cabeça. Todas as letras foram aprovadas, inclusive, os solfejos das melodias.
Conversa vai, conversa vem, fui tentando compreender o mundo musical comparando-o à Literatura. Voltei satisfeito com a avaliação de Xameguinho. Entendi perfeitamente outro viés. Caso eu queira gravar um disco de forró pé de serra, estão prontas as letras e as pistas das melodias.
Xameguinho pode me entregar o disco completamente finalizado, com todo o trabalho de sua equipe, inclusive com sua própria voz. Uma vez de posse do meu próprio disco, posso oferecê-lo prontinho, prontinho ao cantor que eu quiser ou jogá-lo no mercado mesmo assim.
Ah, compadre, ia esquecendo. É preciso dispor de certa quantia para encomendar o troço. Ninguém faz nada de graça e, na área musical, há muito venho percebendo muito sede pelos “peixes”. Ainda estou pensando, amiga, se vale à pena.
Voltando ao Xameguinho, está escrito na sanfona dele mesmo o Xameguinho com “X”. E por enquanto, vamos escutando o forró alheio, esse que a gente pode ligar e desligar no momento que quiser.
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de novembro de 2017
Crônica 1.786 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano