VOLTANDO À CALÇADA ALTA DA PONTE CRIANDO TEORIAS, DEFENDENDO TESES
6 agosto 2018
Há muito tempo tive curiosidade sobre a região onde está assentado o Colégio Estadual professor Mileno Ferreira, em Santana do Ipanema. Para os profissionais da Geografia coisas diferentes no espaço chamam atenção. Criei para mim mesmo a tese de que o riacho Camoxinga, antigamente, foi bastante represado pelo rio Ipanema e, seus sedimentos trazidos formou a região do Colégio. Antes ali era a fazenda do senhor Frederico Rocha, cujo terreno sempre pareceu formado das areias do riacho Camoxinga. Com o tempo, após haver formado a pequena planície de aluvião, o riacho teve seu curso desviado e formou outro percurso até o rio Ipanema que é o percurso atual. Não havendo ninguém na cidade que discuta essas coisas, a tese ficou adormecida.
Sábado, ao retornar à missa na Matriz de Senhora Santana, encontrei-me com o senhor Manoel Fontes (85 anos) e ele, sem ser geógrafo, apenas um observador das coisas como eu, confirmou a minha segunda tese. Disse-me ele que toda aquela parte da calçada alta da ponte, foi construída pela natureza pelo represamento das águas do riacho Camoxinga. Formou-se ali uma região de detritos trazidos pelo riacho, represados pelo remanso do rio Ipanema que envolve a Rua da Calçada Alta da Ponte que precisou de muito alicerce para sua formação naquela altura, em cima da areia do riacho Camoxinga. A altura foi para não ser surpreendido pelas cheias do rio e do riacho que eram mais altos e não havia barragem no leito de toda a região. Disse-me ainda seu Manoel que demolir as casas da rua para nivelar por baixo, volta-se ao nível do riacho Camoxinga antes da formação da pequena planície de areia e que representaria o mesmo perigo das construções que fizeram no leito do Ipanema e do riacho. Esse foi o segundo entulhamento do riacho Camoxinga, envolvendo toda a região da chamada Ponte do Urubu, após entulhar a região do Colégio Estadual. Sendo que aí o riacho não se desviou e sim, criou uma ravina como saída.
O rio Ipanema e o riacho Camoxinga eram altos e foram escavados pelas águas até o nível atual. Divido com o senhor Manoel Fontes as duas teses sobre o riacho Camoxinga, entregando a Santana esse documento virtual que indica a falta de planejamento para expandir a cidade há muito. Este é o único documento em que se fala deste assunto. Deveria ser guardado como relíquia histórica e geográfica do riacho Camoxinga, pelos registros do patrimônio de Santana do Ipanema.
E sobre o ato de demolir ruas e alicerces, não é problema nosso.
Crônica: 1.957 – Clerisvaldo B. Chagas, 6 de agosto de 2018
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano