Dois caminhões classificados como impróprios carregavam óleo diesel. Má qualidade da água teria colaborado para o surto de diarreia no estado.
Militares do Exército e agentes da Vigilância Sanitária começaram a credenciar caminhões pipa que farão a distribuição de água nos municípios do sertão alagoano. Os fiscais observaram principalmente as condições dos tanques.
Durante o credenciamento, os técnicos encontraram situações que eles nem imaginavam. “A gente detectou um ou dois caminhões que estavam impróprios para carregar água, já que esses veículos estavam carregando óleo diesel”, relatou o técnico da Vigilância Sanitária Estadual Marcos Araújo.
Em média, 50 caminhões por dia estão sendo credenciados para fornecer água para as cidades sertanejas. O contrato é uma parceria do Exército com o Ministério da Integração Nacional (MI). Até agora, onze caminhões foram reprovados. Os donos precisam fazer ajustes e voltar a agendar a inspeção, já que o credenciamento agora passa a ser uma norma para que os caminhões tenham autorização para distribuir água. O pedido pode ser feito a qualquer momento e os veículos recebem um selo após os aprovados.
O exército já fazia inspeções antes de autorizar a distribuição. A operação de credenciamento começou há poucos dias, depois de suspeitas de irregularidades que podem ter sido uma das causas do grande número de casos de diarreia no estado.
No período mais crítico, em julho, foram registrados mais de 70 mil casos, Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Vinte e cinco municípios do estado foram classificados na época com epidemia.
A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) analisou a água em municípios do estado, principalmente nas áreas afetadas pela seca, e constatou a contaminação por bactérias e coliformes fecais, inclusive na Rede Estadual de Abastecimento, em Palmeira dos índios. Segundo a Funasa, também houve contaminação contaminação em cisternas e carros pipa.
Para o motorista José Roberto Lisboa, a nova exigência pode diminuir as irregularidades. “Precisa mesmo fazer essa regularização para ver se acaba com a contaminação da água”, relata.
Do G1 AL