Adenilson Oliveira retificou a primeira informação de que estaria saindo por motivos de saúde, pois disse que não queria desgastar o governo.
Adenilson e Mário Silva não estão em muita sintonia (Foto: Alagoas na Net / Arquivo)
O prefeito de Santana do Ipanema, Mário Silva (PV), não está em seu melhor momento. Apesar de estar mais em evidência, a insatisfação externa é apenas um dos problemas que o detentor da cadeira do Executivo enfrenta. Isso porque, desde o início do ano, uma dor de cabeça ainda maior para Mário Silva tem sido encarar a debandada de aliados de seu governo.
Entre alguns dos ex-aliados políticos que publicamente confirmaram o ‘abandono do barco’ neste ano, estiveram o assessor de imprensa Alberto Santos e o ex-diretor de Cultura Daniel Araújo. Apesar destes, fontes ligadas à nossa reportagem relatam que, de forma mais discreta uma gama de pessoas que tinham cargos de menor escalão também não aguentaram e pediram para sair. Até vereadores da base já teriam feito acordos prévios com outros pré-candidatos a prefeito para 2016.
A situação é tão drástica que, um dos ainda aliados do prefeito afirmou à redação que ouviu do próprio gestor a possibilidade dele não concorrer a reeleição no pleito do próximo ano. Um dos retratos desse desânimo, e racha dentro do grupo, vem do próprio vice-prefeito do Município, Adenilson Oliveira.
Em entrevista exclusiva ao site Alagoas na Net o companheiro de chapa de Silva disse estar bastante insatisfeito com os rumos do governo e alegou que um dos motivos principais dos acontecimentos tem sido a postura do prefeito que, durante discurso de campanha rechaçou veementemente a presença de forasteiros no município de Santana, mas agora estaria deixando um deles governar o município.
Além de um desabafo, a fala de Adenilson vem também como forma de uma resposta a uma recente citação a sua pessoa, feita por um assessor da Prefeitura de Santana, identificado como Junior Leite. O representante do município deu declarações sobre um episódio envolvendo uma manifestação na cidade e acabou citando a gestão de Adenilson, quando esteve à frente da pasta de Obras e Transportes.
Nossa reportagem perguntou ao vice-prefeito o que ele achou da manifestação popular, amplamente divulgada pela imprensa de todo o Estado, ocorrida na ultima quinta-feira (12). Oliveira disse nunca ter imaginado que a revolta poderia chegar a esse ponto. “Quando estive como gestor daquela secretaria não havia a mínima possibilidade disso acontecer, até porque mantive sempre o diálogo com os trabalhadores e moradores da cidade”, comentou, sobre os problemas que passavam.
O vice-prefeito de Santana também aproveitou a presença do repórter para confessar o verdadeiro motivo que o levou a deixar a secretaria de Obras e Transportes. Diferente do que declarado por ele na época de sua saída, agora diz que foi praticamente obrigado a deixar o comando, por total falta de condições de trabalhar. “Eu chegava a pedir [ao prefeito] metade do básico que eu precisava, por imaginar que o município passava por momento difícil, mas nem isso eu conseguiu”, relatou.
Assim que deixou a secretaria, Adenilson conta que soube que o atual mandatário recebeu o dobro dos pedidos que ele fazia ao prefeito. “Nitidamente era algo contra mim. Pois, como é que você diz para uma pessoa que não tem condições e logo depois age diferente com outra?”, questiona o vice-prefeito.
Ainda no fim da conversa, Adenilson revela ter ouvido rumores sobre a permanência do atual secretário de Obras, Fernando Guimarães. “Apesar de ter recebido estrutura logo que assumiu, soube que agora ele está passando o mesmo que eu já passei. Vamos ver até quando ele aguenta”, finalizou.
Por Lucas Malta / Da Redação