Clébio Correia contribuiu com os debates acerca da violência contra a cultura afro.
O vice-reitor da Universidade Estadual de Alagoas, professor Clébio Correia de Araújo, participou, na última semana, do Seminário Racismo e Tradições Africanas no Brasil, promovido pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR), em Brasília. Ele foi o único representante de Alagoas convidado para contribuir com os painéis realizados no evento.
Clébio Correia, pesquisador e coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Uneal, contribuiu com os debates, abordando a questão da violência física e simbólica contra as religiões de matriz africana, na tarde da sexta-feira (5). Em sua fala, ele destacou o racismo em Alagoas, o evento do Quebra do Xangô, em 1912, e ainda o projeto Xangô Rezado Alto, concretizado pela universidade, em 2012.
No seminário, que reuniu lideranças de todo o Brasil e representantes de comunidades tradicionais de matriz africana, o vice-reitor relata que a Universidade foi parabenizada pelas atividades desenvolvidas no Xangô Rezado Alto. “Fomos muito elogiados pela iniciativa, pelo protagonismo. ‘É raro a universidade se envolver diretamente em projetos como esses. Em geral, fica [a universidade] restrita à pesquisa”, disse.
Correia destacou a importância do seminário para as questões étnicas e raciais no Brasil. Segundo ele, o País vive um momento histórico de violência contra a cultura negra, com iniciativas que visam, inclusive, institucionalizar, por meio de projetos de leis já em votação no Congresso Nacional, tal violência. “Estamos em um momento de muita intolerância com os terreiros. ‘Muitos são hostis aos religiosos de matriz africana”, ressalta.
O seminário, cuja proposta é pensar como os povos afro-descendentes podem se fortalecer na relação com o Estado para garantir seus direitos e evitar retrocessos, teve o apoio do Ministério da Justiça, da Secretaria de Direitos Humanos (SD/PR), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Por Clau Soares / Agência Alagoas