Um dia triste para o comércio de Santana do Ipanema

12 jun 2018 - 09:00


Prateleiras do estabelecimento já se encontram vazias (Foto: Cortesia)

Esta segunda-feira (11) foi um dia muito triste para Santana do Ipanema. Pode até ter passado despercebido para algumas pessoas, mas não para mim, um comerciante sertanejo e principalmente santanense.

Entrei no Supermercado “O Magnata e Eu” e estava se encerrando ali diante dos meus olhos uma grande história. O estabelecimento está vendendo todos os seus produtos numa espécie de queima de estoque.

Foi difícil ver diversas prateleiras vazias, num local em que ainda criança fui levado por meus avós para fazer compras, quando na época se chamava “Ceia”. Já adolescente continuava a frequentar, agora sendo o Supermercado Ouro Branco.

Como era bom o cheirinho de café e do pãozinho assando na lanchonete, da música animada que tocava nos corredores das promoções e sorteios que eram feitos sempre muito badalados.

Lembro com satisfação de uma antiga promoção, muito concorrida na época que foram sorteadas 25 televisões ainda de tubo. O prêmio era muito desejado e todas ficavam empilhadas e ligadas no centro da loja. Eu observava e torcia pra ganhar uma delas.

Este estabelecimento foi uma escola para grandes profissionais que hoje estão no mercado de trabalho. Quem nunca quando jovem sonhou em ter seu primeiro emprego trabalhando no Ouro Branco?

Produtos do local estão sendo vendidos com diversos descontos (Foto: Cortesia)

O supermercado deixa belas recordações para muitos que na época ainda não existiam redes sociais e marcavam seus encontros na lanchonete da antiga Ceia. Imagino quantos casais ali não se formaram.

Também me pergunto quantos jovens e adolescentes na vontade de trabalhar não se amontoavam com suas carroças de mão na antiga recepção com os olhos arregalados se esperando entre os clientes a procura de alguma dona de casa que quisesse levar a feira em casa em troca de seus primeiros trocados na vida.

Agora só restam as lembranças do que ali foi um dia para a nossa cidade. O local deixa um legado para algumas gerações do que era em sua época sinônimo de sucesso e de ponto de encontro da sociedade santanense de todas as classes sociais.

E se não fosse as várias qualidades que o estabelecimento carregava, ele também conseguiu acertar em cheio no seu marketing, ao elaborar a frase conhecida: “É da casa, é da Gente”.

Ouso dizer que, apesar das portas fechadas, a Ceia, Ouro Branco, ou como queiram chamar, sempre será da casa e sempre será da gente.

Por Aricleo Soares* – Colaboração

*É empresário, proprietário da loja Alagoas Eletrolar, situada em Santana do Ipanema.

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