Defesa recorreu contra a decisão dos jurados.
O Tribunal do Júri decidiu pela condenação de três dos cinco réus acusados de tentar matar a tiros o ex-deputado estadual Cícero Ferro, durante atentado em janeiro de 2004, na zona rural de Minador do Negrão. A sentença foi lida pelo juiz Geraldo Amorim no início da noite desta quinta-feira (27), após dois dias de julgamento.
O acusado de ser o autor intelectual do crime, José Ilton Cardoso Ferro, conhecido como “Zé Nilton” foi condenado a 11 anos, 11 meses e dez dias. A pena de Wagner Macedo, outro condenado, é de 12 anos, 9 meses e dez dias. Já Wanderley Macedo foi condenado a 11 anos, 11 meses é 10 dias. Waldex Macedo foi absolvido pelo júri. E Jackson Cardoso Ferro não chegou a comparecer ao júri, por motivo de saúde.
A acusação afirmou que o ex-deputado Cícero Ferro foi vítima de uma emboscada. Segundo depoimento do ex-parlamentar, ele teria sido praticado por 10 pessoas em dois veículos. Ele contou que foi surpreendido em Minador do Negrão e perseguido por homens numa caminhonete, onde estavam Zé Nilton, Wanderley, Waldek e outras três pessoas, e que, posteriormente, foi interceptado por um Fiesta, onde estavam Jackson e mais quatro pessoas.
De acordo com a assistência de acusação, eles não compareceram a nenhum ato do processo e, mesmo depois de ter tido prisão preventiva decretada, obtiveram habeas corpus e foram morar no estado do Maranhão.
Para o advogado de defesa dos réus, Raimundo Palmeira, houve confronto, e não uma emboscada. Segundo ele, o primeiro tiro teria partido do carro em que estava Cícero Ferro. “O que houve foi um confronto e, com toda certeza, o primeiro tiro não partiu do Zé Nilton. A família do réu vivia aterrorizada com os boatos de um possível atentado. Tanto que, após o ocorrido, quem saiu de Alagoas foram eles, e não Cícero Ferro”, declarou Palmeira, durante sustentação oral.
O júri aconteceu 10 anos após o crime e contou com forte esquema de segurança. Militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) fizeram revista em todas as pessoas – inclusive os profissionais da imprensa – que estiveram no local.
Da Gazetaweb