Sobre Diógenes Pereira

Diógenes Rodrigues Pereira é Psicólogo Clínico, Terapeuta Cognitivo Comportamental, Especialista em Avaliação Psicológica, Palestrante, Consultor Pessoal e Organizacional. Formado pelo Centro Universitário Cesmac (Maceió).


Transtornos do Neurodesenvolvimento

26 junho 2022


Foto: free stock photos / Pixabay

É comum ouvirmos no cotidiano social essas palavras (Transtorno, Distúrbio, Déficit, Desvio, Dificuldades de aprendizagem e etc). As palavras em seus conceitos estão diretamente ligadas às complexidades da saúde mental. São muitas as pessoas têm preconceito sobre o assunto, tanto na sociedade comum, como também no cenário educacional.

Para facilitar o entendimento, pense em um grande guarda chuva, que vamos dá o nome de  transtornos do neurodesenvolvimento, debaixo desse guarda chuva, estão várias problemáticas do desenvolvimento humano. (Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista, TDAH, Transtornos Específicos de Aprendizagem e outros).

Significa que são dificuldades presentes desde os primeiros anos de vida do indivíduo e na maioria das vezes identificadas no início da vida escolar, por isso o nome transtorno do neurodesenvolvimento. Neste texto vou falar um pouco sobre Transtorno Específico de Aprendizagem, nas próximas semanas escreverei sobre os outros transtornos.

Sendo de origem biológica o Transtorno Específico de Aprendizagem, é conceituado como uma alteração na capacidade do cérebro para perceber e processar com eficiência as informações verbais ou não verbais, os mais comuns são (Discalculia e Dislexia). Na maioria das vezes esses indivíduos apresentam um nível de QI dentro da média e uma boa habilidade intelectual. Mas na prática escolar o desempenho do indivíduo fica abaixo da média esperada para idade.

Esses transtornos causam grande diferença entre o potencial e os níveis reais de desempenho acadêmico, assim como as previsões das habilidades intelectuais da pessoa. Os transtornos de aprendizagem envolvem deficiências ou dificuldades na concentração, atenção, linguagem ou processamento visual de informações.

O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 conceitua essas problemáticas da seguinte maneira.

A Dislexia é a dificuldade na precisão de leitura de palavras, fluência de leitura e compreensão de leitura.

A Disortografia é a dificuldade na expressão escrita, precisão na ortografia, precisão na gramática e na pontuação, clareza ou organização da expressão escrita.

A Discalculia é a dificuldade na matemática. O senso numérico, memorização de fatos numéricos, precisão ou fluência de cálculo, precisão no raciocínio matemático.

De acordo com uma pesquisa da USP – Universidade Federal de São Paulo, a prevalência desses distúrbios é de 5 a 15% em crianças na idade escolar.

Na prática do dia a dia escolar esses indivíduos são taxados de desatentos, de retardados, de atrasados, de desinteligentes, que não aprendem e etc.

​Vale lembrar que todos esses fatores alterados, atenção, concentração, linguagem e memória, não são de escolha do indivíduo, ele já nasceu assim. Existe tratamento e treinamento de reabilitação cognitiva para possibilitar uma adaptação e desenvolvimento acadêmico desses indivíduos. É só procurar um Psicólogo, Psicopedagogo ou Neurologista para identificar tal limitação.

O fato de nascerem assim não os impede de terem uma vida social e profissional comum, desde que tenham oportunidade de cuidados adequados para sua realidade.

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