O secretário de Estado de Articulação Social, Claudionor Araújo, deve intermediar uma reunião entre trabalhadores rurais de diversos municípios do Agreste com dirigentes de secretarias e órgãos públicos para encaminhar uma pauta de reivindicações feitas em função da estiagem prolongada que atinge a região.
Na quarta-feira (20), cerca de 7 mil pessoas de 1.500 famílias realizaram uma marcha até Arapiraca, onde se dirigiram à Governadoria do Estado, comandada por Francisco Azevedo. Claudionor Araújo, que tem sido um interlocutor entre o Governo e os movimentos sociais, esteve no local. Foi formada uma comissão e daí ficou acertado que os trabalhadores retornariam aos seus municípios, desde que as reivindicações fossem analisadas e atendidas, dentro do possível, pelo Governo.
A Marcha da Seca, como denominaram, foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo (MTC), e teve apoio da Igreja. “Enumeramos todos os itens solicitados e vamos encaminhá-los a cada uma das secretarias responsáveis. Há uma preocupação muito grande do governador Teotonio Vilela em relação à situação dos pequenos produtores rurais por causa da seca. Foi justamente por isso que o governador mudou, no final de fevereiro, a sede administrativa do Governo para Santana do Ipanema e todo o secretariado permaneceu no município não apenas ouvindo os agricultores das cidades mais castigadas pela estiagem, mas levando ações para minorar os efeitos danosos da seca”, afirmou Claudionor Araújo, citando entre elas a principal: a inauguração dos primeiros 65 km do Canal do Sertão.
Na pauta entregue ao secretário de Articulação Social, os trabalhadores cobram um encontro com o secretário de Agricultura, a quem vão pedir a distribuição de ração para os animais e cestas básicas, não só pelas prefeituras, mas também com os movimentos. Querem também a garantia da implementação de agroindústrias na forma de cooperativa, sob controle dos agricultores e dos trabalhadores, para beneficiar os alimentos, agregar valor à produção e gerar renda, garantindo oportunidades de trabalho para a juventude no meio rural.
Pediram ainda, em caráter de urgência, carros-pipa para as comunidades onde há total escassez de água, e que o programa de cisternas contemple as famílias da comunidades; audiências com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Comitê da Seca, Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), para tratar da situação dos assentamentos; Banco da Terra e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Secretarias de Recursos Hídricos, de Saúde e do Trabalho.
Na marcha até Arapiraca, estavam trabalhadores dos municípios de Cacimbinhas, Igaci, Girau do Ponciano, Major Isidoro, Batalha, Dois Riachos e Olivença.
Por Agência Alagoas