Só mais uma partida: como vencer o vício em apostas? Professora de Psicologia da UNINASSAU Maceió também alerta para o risco dos jogos on-line.

Mark Nascimento / Assessoria UNINASSAU Maceió

30 jun 2024 - 20:00


Foto: Ilustração

Jogos on-line, de cartas, dominó e videogames proporcionam entretenimento, diversão, aprendizado e socialização para os entusiastas. No entanto, para muitas pessoas, esses momentos vão além da simples recreação, tornando-se oportunidades para apostas, seja envolvendo dinheiro ou bens materiais. Isso pode levar à ruína financeira, deterioração dos relacionamentos pessoais e a problemas de saúde mental.

A psicóloga e professora do curso de Psicologia da UNINASSAU Maceió, Regina Souza, explica que, para alguns jogadores, apostar não é um problema, sendo um hábito pontual e isolado. Porém, há pessoas que se tornam extremamente comprometidas. “O vício nesta conduta funciona como qualquer outro, ativando a liberação de dopamina no cérebro e oferecendo uma sensação de prazer e recompensa. Mesmo quando perdem, os competidores patológicos continuam apostando devido à dependência”.

Com o tempo, as pessoas precisam de apostas cada vez mais intensas ou frequentes para obter a mesma sensação de prazer. Muitas são atraídas pela ilusão de ganhar dinheiro fácil e rápido. Quando perdem, recorrem a empréstimos, pedem dinheiro emprestado e, nos casos mais graves, acumulam dívidas com agiotas.

Regina Souza faz um alerta para os jogos on-line, que podem ser acessados diretamente do aparelho celular. “Os usuários não precisam mais se deslocar de casa ou se expor, pois essa categoria está na palma da mão. Os jogos costumam ser intuitivos, fazendo com que qualquer pessoa consiga compreendê-los. Além disso, podem começar com valores baixos que vão aumentando gradativamente, afogando o jogador cada vez mais no vício e em dívidas”.

Para vencer a condição, a profissional enfatiza a importância de uma rede de apoio de familiares e amigos próximos para oferecer suporte emocional e prático. “Esse acolhimento precisa ser isento de pré-julgamentos. Isso faz uma grande diferença na reabilitação. Os tratamentos mais comuns são a psicoterapia e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), ajudando a mudar padrões de pensamento e comportamento. Em alguns casos, medicamentos podem auxiliar no controle dos impulsos, além de grupos de apoio e terapia familiar”, completa a docente.

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