Sindicato divulga caso tec. de enfermagem que tentou suicídio por suposto à assédio moral em Santana do Ipanema

14 abr 2015 - 15:00


Além de atentar contra própria vida, a profissional teria também envenenado seu próprio filho, uma criança de 3 anos.

Profissional estaria atuando no Hospital Clodolfo Rodrigues (Foto: Alagoas na Net / Arquivo)

Profissional estaria atuando no Hospital Clodolfo Rodrigues (Foto: Alagoas na Net / Arquivo)

O Sindicato dos Auxilares e Técnicos de Enfermagem do Estado de Alagoas (Sateal) divulgou na semana passada um caso de uma trabalhadora que teria tentado se suicidar e envenenado seu próprio filho de apenas três anos de idade. O caso aconteceu na cidade de Arapiraca, mas segundo divulgado, os motivos do acontecido podem estar ligados a uma forte depressão, causado pela falta de condições de trabalho vivida pela vítima, que atua no Hospital Regional Clodolfo Rodrigues de Melo, em Santana do Ipanema.

A matéria do Sateal informou que caso da profissional chegou por meio de suas colegas, apontando que ela vinha apresentando um comportamento diferente há três meses, quando ela foi transferida de setor. Ela é lotada na unidade como instrumentadora cirúrgica e recentemente foi colocada para atuar na emergência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que funciona anexo ao Clodolfo Rodrigues.

“Ela andava depressiva, chorava muito nos plantões, mostrava sinais claros que ficou abalada com a mudança para um ambiente de trabalho mais intenso na UPA. Ela falou com a coordenadora de enfermagem que não tinha condições de trabalhar, mas ninguém a afastou. Por conta da depressão ela chegou a assinar algumas advertências e o clima de perseguição ficava cada vez pior”, contou um dos colegas da técnica, que foi preservado pelo sindicato.

Segundo as informações repassadas para o Sateal, a técnica de enfermagem se envenenou junto com o filho em sua residência, que fica em Arapiraca, e foi encaminhada para a Unidade de Emergência do Agreste. A UE informou que ela e o filho passaram por procedimentos de desintoxicação e seguem entubados na Unidade de Terapia Intensiva. A criança está em observação já que ainda não se recuperou totalmente.

O presidente do Sateal, Mário Jorge Filho, declarou que o caso se configura como uma consequência do assédio moral vivido dentro do ambiente de trabalho. “Nós apuramos e até agora não temos informações de que ela possuía problemas pessoais. Os colegas relataram que ela estava apresentando um comportamento depressivo e mesmo assim a direção hospitalar não a afastou de suas funções, sendo desta forma omissa na prevenção de distúrbios deste tipo. Estamos acompanhando o caso e vamos cobrar providências”, disse.

A publicação do Sateal também destaca que as enfermeiras que atuam na coordenação do setor e que não tomaram providências são as mesmas que foram denunciadas recentemente por promover perseguição e assédio moral a auxiliares e técnicos de enfermagem. Diante das informações, o Sateal já encaminhou ao Conselho Regional de Enfermagem (Coren/AL) um pedido de providências.

Ainda tentando obter informações, o próprio sindicato entrou em contato com o diretor do Hospital Clodolfo Rodrigues, que informou que não sabia da tentativa de suicídio da técnica de enfermagem e que também não tinha conhecimento do quadro depressivo da trabalhadora. Sobre as denúncias de assédio moral e perseguição praticada pelas coordenadoras do setor de enfermagem ele disse que também não sabia da situação, mas se comprometeu em apurar as denúncias e caso houvesse confirmação dos fatos, iria tomar as providências cabíveis.

O hospital confessou não ter médico do trabalho para ver de perto a saúde do trabalhador e também que existe carência de pessoal, o que está ocasionando os episódios de assédio moral que frequentemente são noticiados pelo Sateal e chegam à Procuradoria do Trabalho e outros órgãos competentes.

Da Redação com Assessoria do Sateal

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