A prova pericial produzida pelos peritos criminais tem papel fundamental para elucidação de diversos tipos de delitos. O uso das ciências forenses, de conhecimentos técnicos e de tecnologia tem sido determinante para os esclarecimentos, principalmente de crimes contra a vida com emprego da arma de fogo.
Uma dessas atividades desenvolvidas pelos peritos que tem contribuído para um processo judicial dentro das regras do sistema acusatório de persecução penal, onde vítimas e sociedade tenham respostas imparciais e objetivas é a balística forense. Um desses exames é o de comparação balística, onde o perito criminal analisa a procedência de elementos de munições, projeteis e estojos coletados em locais de crime e nos corpos das vítimas, são os mesmos do padrão produzidos por uma arma supostamente usada no crime, determinando se ela foi ou não responsáveis por tais disparos.
Dois importantes equipamentos com investimentos de R$ 2 milhões
Para avançar ainda mais nessa área, o Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Alagoas recebeu, no início deste ano, dois importantes equipamentos para a Chefia de Perícias de Balística. Um investimento de mais de R$ 2,2 milhões do plano de aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, do eixo de Fortalecimento das Instituições de Segurança Pública e Defesa Social (Fispds).
Ricardo Leopoldo, perito criminal chefe de perícias de balística, explicou que um desses equipamentos adquiridos foi uma câmara recuperadora de projéteis importada do México, avaliada em R$ 660.000,00 (seiscentos e sessenta mil reais). “O aparelho é um tubo cilíndrico de inox, onde dentro tem água e outro líquido, parecido com uma gelatina balística, onde colocamos a arma, efetuamos o disparo e o projeto é coletado na outra extremidade”, disse Leopoldo.
“Ela facilita muito a coleta de padrões, porque antigamente nós fazíamos esse exame em um tubo de PVC cheio de algodão. Para procurar esse projeto no algodão, levava um tempo entre 20 e 40 minutos. Com a câmara não, é extremamente rápido, você efetua o disparo e um minuto depois você já coleta o projeto. Com isso iremos realizar exames de comparação balística com a produção dos padrões de maneira mais rápida e segura”, completou.
A outra importante aquisição da perícia alagoana foi a de um microcomparador balístico, equipamento importado da Suécia, avaliado R$ 1.615.000,00 (hum milhão, seiscentos e quinze mil reais). Segundo o perito Ricardo Leopoldo, o aparelho é um dos mais modernos que existem atualmente, todo automatizado, com capacidade de ampliar em mais de 100 vezes o objeto, sem perder a nitidez do material analisado, o que irá acelerar e facilitar as atividades periciais do setor.
“Esse novo microparador balístico possui vários recursos, um deles é se você tiver outro equipamento no mesmo estado, pode fazer uma interligação entre os dois, como também com um comparador em outro estado para realização de um exame remoto. Acredito que não só a câmara como esse comparador, apenas seis estados do Brasil têm esses equipamentos e a Alagoas é um deles”, destacou.
Para receber os equipamentos, a sala de perícias de balística precisou passar por uma reforma para ser ampliada. Atualmente, a equipe é formada por seis peritos criminais, mas o novo espaço foi reestruturado para receber três novos peritos criminais e mais dois auxiliares, aprovados no último concurso realizado pelo Governo do Estado.
IC Arapiraca
Outra novidade anunciada pelo chefe de perícias de balística foi a abertura de outro processo de compra de um novo microparador balístico para o novo Instituto de Criminalística de Arapiraca. Esse novo equipamento deverá ser instalado quando um núcleo de balística de Arapiraca for aberto, permitindo a realização de exames e a interligação entre as unidades da Capital e do Agreste.