Militantes políticos, alguns dos quais vítimas da ditadura militar, que atuou no Brasil e deixou uma das piores marcas na História do País, participaram da sessão especial promovida na tarde desta quinta-feira, 16, no plenário da Assembleia Legislativa, pela Comissão de Direitos Humanos da Casa. Convocada pelo presidente da comissão, deputado Judson Cabral (PT), a sessão serviu para o lançamento do livro “68 – a geração que queria mudar o mundo”.
O livro, com 678 páginas, é composto por 170 relatos de vítimas da ditadura, desde 1964, até a anistia. Tem distribuição gratuita e está em sua segunda impressão. Organizadora do livro e militante do grupo de direitos humanos Tortura Nunca Mais, Eliete Ferrer adianta que os relatos que constam no material são de pessoas que participaram, na condição de vítimas, ou que presenciaram atos militares do período. “O livro é dedicado aos jovens, que precisam conhecer o que de fato aconteceu nesse período político do Brasil”, afirma ela.
O propositor da sessão, deputado Judson Cabral, disse esperar por parte do governo do Estado a sanção da lei estadual que institui a Comissão da Verdade em Alagoas. “Caso essa lei já tivesse sido sancionada, essa sessão já poderia servir de subsídio para a comissão nacional”, alertou o petista.
Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos do Legislativo, o deputado Isnaldo Bulhões Jr. (PDT) disse que a Assembleia dá a sua contribuição na discussão de um tema que está na memória do País. “E o livro é uma obra que todos devem ler para conhecer uma triste realidade brasileira”, considerou.
Durante a sessão, vários militantes falaram no plenário, defendendo punição aos torturadores daquela época. “Precisam ser presos, não andarem livremente, como se nada tivessem feito”, defendeu a organizadora do livro 68, Eliete Ferrer. Também participaram da sessão representantes do governo do Estado, da Universidade Federal de Alagoas, sindicalistas e estudantes.
Assessoria