Com o objetivo de discutir os aspectos e a importância do Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a Assembleia Legislativa realizou sessão pública conjunta com a Câmara Municipal de Maceió, na manhã desta sexta-feira, 17. Por iniciativa do deputado Judson Cabral (PT), a sessão reuniu diversos segmentos da sociedade para debater o tema que causa tantos danos físicos e psicológicos às vítimas e que tem aumentado de forma assustadora.
O deputado Judson Cabral explicou que tomou a iniciativa porque sempre realizou sessão semelhante quando era vereador da capital, por compreender que o parlamento é o local para aprofundar o debate com a sociedade sobre o quesito violência. “A partir daí, os encaminhamento ficam mais fáceis”, justifica o petista. “Além disso, esse é um dos mecanismos para promover o contato da sociedade com as entidades governamentais ou não”, completa ele.
A desembargadora federal, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Vanda Lustosa, disse que o órgão se hermana com todos os demais contra esse crime. “Entendo que medidas e ações desse tipo abrirão os olhos da sociedade para tamanha agressão que, na maioria das vezes, infelizmente, ocorre no seio familiar, destruindo a infância, a adolescência e compromete a estrutura do ser por toda a vida, de forma mental e social”, considerou a desembargadora.
A professora universitária e socióloga Ruth Vasconcelos, disse que a sociedade precisa se expressar e a promoção de sessões pública como a de hoje é fundamental. A respeito da violência praticada contra crianças e adolescentes, ela considera de tamanha crueldade que não se tem nem como descrever. “O dano causado com esse crime só é possível ser minimizado através de um trabalho psicanalítico intenso”, avalia.
A juíza-auxiliar da Corregedoria-geral da Justiça de Alagoas, Fátima Pirauá, participou da sessão conjunta e relata o que considera pior na prática criminosa. “O silêncio é que faz esse crime ser ainda mais cruel. Prova desse silêncio é que no ano de 2012 houve a abertura de apenas 160 processos. Por acaso só houve essa quantidade de casos? Claro que não, mas existe o medo, a vergonha e até a culpa”, declara a magistrada.
Ainda na sessão desta sexta, também houve a entrega da comenda Neide Castanha, da Câmara Municipal de Maceió, ao Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Zumbi dos Palmares (Cedeca). A proposta da homenagem foi da vereadora Fátima Santiago (PP).
ALE/AL