Sesau explica quando Carro Fumacê deve ser utilizado no combate ao Aedes aegypti Nebulização Espacial a Ultra Baixo Volume (UBV) é usada quando há elevação de casos suspeitos da doença

Suely Melo / Sesau

05 abr 2024 - 21:00


Com o aumento dos casos de dengue, ações de combate ao Aedes aegypti devem ser intensificadas pela população e agentes de endemias (Foto: Carla Cleto e Prefeitura de Barra Mansa / Sesau)

Com o aumento no número de casos de dengue em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclarece para a população os critérios necessários para a utilização da Nebulização Espacial a Ultra Baixo Volume (UBV), popularmente conhecida como carro fumacê. Isso porque, o uso indiscriminado pode causar danos à saúde e ao ecossistema.

Como critério para a utilização do fumacê, preconiza-se os municípios onde há casos de óbitos suspeitos por dengue ou outras arboviroses e elevação dos casos suspeitos nas últimas quatro Semanas Epidemiológicas, com incidência a partir de 300/100.000 habitantes. Também é analisado se o Índice de Infestação Predial (IIP) do Aedes aegypti é igual ou superior a 3% e se houve atividade de bloqueio de transmissão nas áreas de ocorrências dos casos identificados nas últimas quatro semanas.

O supervisor de Endemias da Sesau, Paulo Protásio, explica que as atividades do carro fumacê se iniciam em seu primeiro ciclo no final de tarde e início da noite, até às 21h, podendo ocorrer também a partir das 5h e se estendendo até no máximo às 8h. A orientação é que quando o carro estiver passando nas ruas, a população abra as portas para que as fêmeas do Aedes aegypti, infectadas no ambiente, sejam atingidas pelo inseticida.

“Os municípios que nós já utilizamos a UBV pesada, que é prerrogativa do Estado, foram São José da Laje, que apresentou incidência acima de 300, Marechal Deodoro, que apresentou em uma determinada região, o aumento de notificações. Também estivemos em Santana do Mundaú e, esta semana, estamos em Maragogi, que apresentou notificações elevadas, além de realizarmos a ação no município de Atalaia, que apresentou um óbito confirmado por dengue e tem uma tendência elevada de notificações”, informa Paulo Protásio.

Trabalho de casa

Entretanto, o supervisor de Endemias da Sesau salienta que 70% dos focos do mosquito Aedes aegypti em Alagoas estão dentro dos domicílios, em recipientes que acumulam água para uso doméstico. Por isso, ressalta o especialista em controle vetorial, as ações mais eficazes são as implementadas por cada morador, adotando as medidas amplamente divulgadas, como evitar as plantas aquáticas, manter as caixas d’água fechadas, limpar as calhas, não acumular entulhos e sucatas, fechar bem os sacos de lixo e guardar os pneus em locais cobertos.

Paralelamente a este trabalho realizado por cada morador, estão as ações implementadas pelos agentes de controle de endemias dos municípios, que realizam as visitas domiciliares, eliminando os criadouros do Aedes aegypti, aplicando o larvicida biológico para o controle das larvas. Com isso, o carro fumacê só é preconizado quando o município se enquadra nos critérios e parâmetros estabelecidos pela Vigilância Epidemiológica.

O secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, aponta que, diante do aumento do número de casos de dengue em todo o país, Alagoas está se adiantando e trabalhando em conjunto com as administrações municipais nas medidas preventivas. Além disso, a Sesau está promovendo ações educativas e de combate aos focos de reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

“Estamos capacitando os técnicos municipais sobre o manejo clínico dos pacientes, promovendo ações educativas junto a população, os agentes de endemias dos municípios estão fazendo o trabalho de campo, mas cada cidadão deve cuidar da sua casa, compreendendo que o carro fumacê só é usado em casos específicos, porque a busca ativa domiciliar dos focos do Aedes aegypti continua sendo a mais eficacaz”, frisa o gestor da saúde estadual. 

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