Iniciativa importante para identificar a escolaridade das pessoas privadas de liberdade e erradicar o analfabetismo, o censo educacional das unidades prisionais foi concluído na última semana. Nos seis presídios e penitenciárias da capital e do interior de Alagoas foram identificados 428 apenados que não sabem ler e nem escrever, uma estimativa que pode oscilar de acordo com a rotatividade de reeducandos no sistema prisional.
Como já destacou o secretário da Ressocialização e Inclusão Social, Diogo Teixeira, a educação é um vetor para a reinserção social. Essa é uma das metas da Seris para proporcionar acesso a equipamentos que garantam estudo, trabalho e renda aos apenados. Enfim, ressocializar para reinserir na sociedade.
As ações no sistema prisional passaram pelos presídios Feminino Santa Luzia, de Segurança Máxima de Maceió, Cyridião Durval de Oliveira e Silva, do Agreste e as penitenciárias Masculina Baldomero Cavalcanti de Oliveira e de Segurança Máxima.
De posse dos dados, a Gerência da Educação consegue ter um raio-X sobre a escolaridade dos reeducandos recolhidos as unidades prisionais de Alagoas, entra em campo mais uma ação da Secretaria da Ressocialização e Inclusão Social (Seris), que é a inserção no Projeto “Novas Letras”, que busca erradicar o analfabetismo no sistema penitenciário alagoano.
“Foi bem positivo porque a gente teve o apoio de todos os policiais penais plantonistas e chefes de unidade para a conclusão do censo. O importante disso tudo é que a gente está localizando, fazendo uma pesquisa in loco das pessoas privadas de liberdade que são analfabetas”, destaca a policial penal e gerente de Educação e Cidadania da Seris, Cinthya Moreno.
Antes, os dados colhidos sobre o número de pessoas presas que não se sabe a escolaridade eram superficiais. Agora, com o diagnóstico detalhado por unidade, é possível saber a realidade no quesito educação dos apenados.
“Você tendo um dado concreto de quem são as pessoas analfabetas, de acordo com a pedagogia, você terá um dado preciso e trabalharemos não somente com Programa Novas Letras, mas também o programa de alfabetização formal”, destaca Cinthya Moreno.
A coleta de dados foi feita de forma detalhada em todas as unidades prisionais de Alagoas por equipe de pedagogos que aplicou questionário para verificar o nível de alfabetização das pessoas privadas de liberdade.
Segundo a policial penal Cinthya Moreno, a meta do censo educacional é realizar um diagnóstico do analfabetismo dentro das unidades prisionais e, a partir do resultado obtido, proporcionar o acesso dos apenados ao letramento
“Após o resultado do censo, nós iremos identificar o número de analfabetos, e daí, inseri-los dentro do projeto. A nossa meta é grandiosa, buscamos reduzir o número de analfabetos privados de liberdade em Alagoas. Pois acreditamos na transformação da educação”, afirmou a gerente.
Dados das unidades
Na Penitenciária Masculina Baldomero Cavalcanti de Oliveira, que tem uma população carcerária atualmente de 769 pessoas, foram identificados 36 analfabetos e 27 analfabetos funcionais. Já no Cyridião Durval, que registra 471 reeducandos, há 64 analfabetos e 34 analfabetos funcionais. E, no caso do Presídio Feminino Santa Luzia, estão reclusas 134 mulheres. Desse total, 14 analfabetas e 13 funcionais.
Na PENSM2 (Penitenciária de Segurança Máxima 2), a população carcerária é de 1.067, atualmente. Desse total, foram localizados 74 analfabetos e 56 analfabetos funcionais. No caso do PENSMM 3 (Penitenciária de Segurança Máxima de Maceió), a população total é de 886 pessoas privadas de liberdade. Nessa unidade foram encontrados 117 analfabetos.
Nas unidades prisionais de Maceió, onde foi realizado o censo educacional, foram identificados 305 apenados que não sabem ler e nem escrever. Incluindo o Presídio do Agreste, com 123 pessoas nessa situação, o total é de 428 analfabetos recolhidos em unidades prisionais de Alagoas.