Série: Famílias apresentam formas positivas de lidarem com tecnologia e relações interpessoais

02 set 2015 - 07:30


Determinar o tempo para se utilizar os aparelhos móveis é fundamental para manter estável a relação de pais e filhos.

Para Wedla, o tempo que dedica a Gustavo é fundamental para lhe estabelecer mais confiança e segurança na sua figura materna, bem como auxiliar no desenvolvimento afetivo do filho. (Foto: Gustavo Aquino)

Para Wedla, o tempo que dedica a Gustavo é fundamental para lhe estabelecer mais confiança e segurança na sua figura materna, bem como auxiliar no desenvolvimento afetivo do filho. (Foto: Gustavo Aquino)

Por a tecnologia móvel estar presente no cotidiano da grande parte da sociedade brasileira, o público infantil é o que aprende a utilizar ferramentas digitais com mais rapidez e facilidade, visto que sua memória e raciocínio são mais aguçados nos primeiros anos de vida. Quando o interesse por esses mecanismos são despertados, as chances de descontrole na utilização dos aparelhos são maiores. Portanto, cabe aos pais lhe impor os limites cabíveis quanto ao seu uso e controlar os próprios, caso também apresentem o costume de ultrapassar o tempo na rede e não notar as oportunidades que vão se esvaindo para dialogar com a criança, que deve começar cedo a perceber a importância das figuras materna e paterna, bem como passar a desenvolver sua afetividade por elas e pelas outras pessoas ao longo da vida.

REVEJA A PRIMEIRA E SEGUNDA REPORTAGEM DA SÉRIE

Essa situação é semelhante à da empresária Wedla Soares e do seu filho Gustavo, de 6 (seis) anos. Segundo ela, seu principal objetivo, quanto à utilização da tecnologia dentro de casa, era interagir mais com ele e entretê-lo, mas que ao longo do tempo percebeu que a situação estava fugindo do habitual. “A forma como eu utilizava o notebook e o smartphone estava se tornando um vício, e as brincadeiras mais simples com o Gustavo estavam ficando de lado, como contar histórias, conversar, saber como ele estava indo na escola”, explicou, reforçando que para reverter o quadro, determinou as seguintes condições para ambos: o filho passaria a utilizar os aparelhos eletrônicos apenas uma hora por dia; ela navegaria na internet após o menino adormecer. Wedla, portanto, garante que essa atitude tem resultado em mudanças positivas, tanto no comportamento da criança quanto no seu relacionamento com ela.

(TEXTO-LEGENDA DE IMAGEM DE LUCIANA E MARIANA) Sem interferência negativa: Embora a tecnologia interfira negativamente em diversas relações, Mariana e Luciana conseguem fazer dela uma razão para estarem sempre próximas. (Foto: Gustavo Aquino)

Embora a tecnologia interfira em diversas relações, Mãe e filha fazem dela uma razão para estarem sempre próximas. (Foto: Gustavo Aquino)

A família que consegue dividir os momentos oportunos nos espaços cibernético e social serve de exemplo para outras que tentam se desvincular parcialmente do primeiro, dando mais possibilidades para o segundo conduzir sua vida de uma forma mais saudável e equilibrada. Esse modelo de relação familiar ainda pode ser encontrado em qualquer lugar em meio a tantos outros que estão sob a ausência de limites nos celulares. Esse aspecto é intrínseco no vínculo afetivo das acadêmicas de Psicologia, Luciana Gaia e Mariana Menezes (19), mãe e filha, respectivamente.

Quando a tecnologia poderia interferir negativamente nessa relação, o fato de reconhecer que a utilização dessa ferramenta é inevitável e até mesmo necessária, até um determinado ponto, Luciana garante que o fato de ambas estarem ao mesmo tempo conectadas em um só ambiente, há a interação olho no olho. “Às vezes, quando saímos para algum lugar onde tem wifi, enquanto nosso pedido não chega, ficamos cada uma com seu celular, mas não caladas, sempre compartilhando o que cada uma está acompanhando nas redes sociais”, disse.

Para Mariana, o que realmente merece prioridade nos momentos em que está com sua mãe, sem que a tecnologia ocupe o primeiro lugar, é a filtragem de informações que são lidas e visualizadas através dos aparelhos, determinando um limite de tempo para acessá-las. Essa iniciativa resulta em grandes oportunidades para ambas no intuito de que a troca de experiências seja cultivada e que a sintonia entre elas continue frequente. “Nossas conversas caracterizam nossa cumplicidade e amizade. Nada mais justo do que estarmos concentradas uma na outra para que de fato estejamos juntas, e isso só pode acontecer se estivermos longe do que nos distancia: os celulares”, completou.

A última fase da reportagem apresentará uma família em que o uso dos aparelhos móveis é bastante variado de acordo com o comportamento de cada membro. Especialista também se posiciona acerca do assunto. Amanhã (quinta-feira, 03), no Alagoas na Net.

Por Gustavo Aquino – colaboração

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