Em entrevista à Rádio Pajuçara, Jardel Aderico falou sobre estruturação do Neas e formas de evitar que as crianças se envolvam com a violência
O secretário de Estado de Promoção da Paz, Jardel Aderico, falou na manhã desta quinta-feira (5) em programa da Rádio Pajuçara sobre o Seminário Internacional de Educação Emocional e Social e ampliação das vagas nas unidades de internação do Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (Neas). O seminário acontece nesta sexta-feira (6), no auditório do Senai, no Poço.
Sobre o seminário, Jardel destacou o papel de cada indivíduo na construção de um ambiente de paz, adotando comportamentos não violentos. “Segurança pública não é só a polícia que faz, contribuímos para ela a partir do momento em que assumimos uma postura de não alimentar e continuar comportamentos violentos”, disse o secretário. “Estamos com a campanha do desarmamento, por exemplo, para evitar que uma pessoa desequilibrada emocionalmente tenha à mão uma arma de fogo e cause uma tragédia”..
O secretário alertou também sobre a perpetuação do comportamento violento. “Muita vezes dizemos aos nossos filhos, sobrinhos e netos que eles não podem voltar para casa chorando quando apanhar na rua. Dizemos à criança que se isso acontecer, ela vai apanhar em casa também. Não percebemos, mas estamos ensinando-a a ser vingativa. É nesse contexto que vem a educação emocional, para construir uma sociedade pacífica por meio da educação das crianças”.
Estruturação das unidades de internação
Quando questionado pelo apresentador Gernand Lopes sobre a questão das unidades de internação que compõem o Neas, o secretário Jardel Aderico disse que três prédios estão sendo adaptados para que 100 novas vagas sejam criadas nos próximos meses. O objetivo, segundo ele, é atender a demanda crescente de adolescentes.
De acordo com Aderico, a decisão foi tomada durante reunião entre a Sepaz, Ministério Público, Juizado da Infância e da Juventude e o governador Teotonio Vilela. “É preciso deixar claro que as unidades são um ambiente diferente daquele que temos nas comunidades acolhedoras, já que os adolescentes estão internos contra sua vontade, assumindo a responsabilidade pelos seus atos infracionais. É um ambiente que não é uma prisão, mas que precisa de uma estrutura que equilibre a contenção e o atendimento educativo”, explicou.
Jardel Aderico lembrou também que é preciso investir em políticas públicas para evitar o envolvimento de jovens com a violência. “Há aumento das abordagens, fruto do próprio Brasil Mais Seguro e da mudança de perfil dos adolescentes, que estão se envolvendo com violência cada vez mais cedo. É por isso que investimos em outras medidas, como o Acolhe Alagoas e a educação emocional, para intervir e evitar que eles cheguem a se envolver com a criminalidade”, disse o secretáriol.
Agência Alagoas