A perspectiva era de que a adesão virtual se espelhasse nas ruas, mas não aconteceu. Em Maceió, o protesto contra a permanência de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, marcado para as 11h deste domingo, reuniu algumas dezenas de jovens na Praça Multieventos, na orla da Pajuçara, mas não atraiu a atenção da população. Pelo Facebook, mais de 450 pessoas haviam confirmado presença.
O protesto foi organizado pela rede social para ocorrer simultaneamente em 31 cidades, incluindo Dublin (Irlanda), Paris (França) e Lisboa (Portugal). Na capital do estado natal de Renan Calheiros, o grupo de jovens manifestantes levou cartazes pintados com a frase “Fora Renan”, mas até o meio-dia permanecia parado sob a sombra das árvores nos degraus da Praça Multieventos.
Depois de um pouco de insistência, um dos integrantes do protesto aceitou falar com a reportagem sobre o movimento que pede a saída do alagoano da presidência do Senado e do Congresso Nacional. O estudante Gustavo Lucas Melo, de 16 anos, explica que o manifesto nacional defende que um senador com carreira “mais limpa” ocupe a vaga que hoje é de Renan Calheiros.
Sobre o protesto deste domingo, Gustavo explicou que diante da grande adesão virtual à campanha contra Renan a expectativa era de que as ruas ficassem cheias de manifestantes. “A organização estava tentando uma mobilização física e em outros estados a adesão foi maior do que em Alagoas. Acho que era justamente aqui que o protesto deveria ser maior”, defendeu o estudante, que também participa do “Dia do Basta”, movimento movimento social que busca resgatar a ética e a moralidade na política nacional.
Desde que assumiu a presidência do Congresso, no último dia 2, Renan Calheiros vem sendo alvo de constantes campanhas que exigem sua saída do cargo. Na última quarta-feira, cerca de 30 manifestantes foram até o Congresso Nacional, onde estenderam uma bandeira sobre o gramado e entregaram simbolicamente a petição online com mais de 1,6 milhão de assinaturas pedindo o impeachment do senador, que foi denunciado pelo Ministério Público por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Por Acássia Deliê / TNH1