Seis projetos de escolas estaduais são semifinalistas de feira científica no país Trabalhos passarão por uma avaliação online de 15 a 26 de janeiro, que definirá os finalistas para mostra presencial na USP em março

Ana Paula Lins e Camylle Silva (sob orientação) / Ascom Seduc

10 jan 2024 - 07:00


Ao todo, Alagoas teve 11 trabalhos semifinalistas no evento. (Foto: Thiago Athaíde e Ana Paula Lins / Ascom Seduc)

Seis projetos de escolas estaduais foram pré-selecionados para a maior mostra de iniciação científica e tecnológica do país, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo (Febrace-USP). Alagoas teve 11 trabalhos semifinalistas no evento.

Foram pré-selecionados os projetos sobre sistema de monitoramento da umidade do solo para aplicação em horta doméstica da Escola Estadual José Ribeiro Caminha, de Campestre; produção de pias e pisos cerâmicos a partir da casca do sururu (Ecofloor), da Escola Estadual Theotônio Vilela Brandão, de Maceió; produção de papel à base de bagaço de  cana de açúcar, da Escola Estadual Benedita de Castro Lima, também de Maceió; uso de garrafas pet para produção de kits de robótica de baixo custo, da Escola Estadual Senador Rui Palmeira, de Arapiraca, além de trabalhos sobre o descarte de plástico no Rio São Francisco, da Escola Estadual Ernani Méro; e sobre o reisado de Palmeira dos Índios, da Escola Estadual Humberto Mendes, também de Palmeira.

Completam a lista o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) – Unidade Arapiraca e as Unidades Integradas Sesi Abelardo Lopes (Cambona) e Carlos Guido Ferrário (Benedito Bentes).

Os 500 projetos pré-selecionados em todo o país serão submetidos a uma avaliação online entre 15 e 26 de janeiro. Os avaliadores definirão as propostas finalistas da Febrace, que acontece presencialmente de 18 a  22 de março deste ano.

Reconhecimento

Alguns dos projetos pré-selecionados já foram destaque em outros eventos científicos do estado. Os trabalhos das escolas Ernani Méro e José Ribeiro Caminho foram pré-selecionados pela sua participação na Mostra Científica Estadual de Criatividade, Pesquisa, Inovação e Tecnologia na Educação, realizada em Penedo e Porto Calvo em outubro deste ano.

O projeto Ecofloor foi premiado no Encontro Estudantil da Rede Estadual de Ensino, na Semana Interinstitucional de Pesquisa, Tecnologia e Inovação na Educação Básica (Sinpete) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e na Mostra científica de inovação, tecnologia e engenharia, na Escola Estadual Professora Izaura Antônia de Lisboa (Mocitepial), de Arapiraca. Já os trabalhos sobre produção de kits de robótica com garrafas pet e de produção de papel a partir do bagaço de cana foram destaque no Trakto Show, maior evento de marketing de negócios em Alagoas.

O superintendente de Desenvolvimento do Ensino Médio da Secretaria de Estado da Educação, Ricardo Lisboa, comemora a pré-seleção dos projetos e fala da parceria existente entre Seduc-AL e Febrace.

“Temos uma parceria de longa data com a Febrace e, em 2023, eles nos deram duas credenciais para dois projetos semifinalistas. A partir de um edital da CNPq, resolvemos promover, em outubro, durante a Semana de Ciência e Tecnologia, duas mostras científicas em Penedo e Porto Calvo. Os trabalhos melhor classificados foram selecionados como semifinalistas”, recorda.

Oportunidade

Os professores dos projetos pré-selecionados se mostram felizes pelo reconhecimento e falam um pouco das pesquisas. “A Febrace é o evento que todos nós que promovemos iniciação científica nas escolas desejamos participar, pois é uma vitrine da ciência que se produz no Brasil. A pré-seleção para a Febrace coroa um ano de muitas conquistas para o projeto Ecofloor”, destaca a professora Tatiane Omena, da Escola Estadual Theotônio Vilela Brandão.

Já a pesquisa de produção de papel a partir de bagaço de cana, da Escola Estadual Benedita de Castro Lima, foi uma das contempladas com bolsas do Pibic Jr. da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).

“Basicamente, nossa ideia é extrair a celulose a partir do bagaço de cana que conseguimos com pequenos comerciantes locais e, no decorrer da pesquisa, percebemos que é possível não só produzir papel, mas também embalagens. Dessa forma, criamos uma cadeia de logística reversa, impedindo que esse bagaço vá para o lixo”, explica o professor Felipe Rodrigues, lembrando que o projeto surgiu a partir de uma feira de ciências da escola.

Os estudantes envolvidos também falam do aprendizado adquirido com as pesquisas. “Até obtermos o papel, passamos por vários processos de trituração do bagaço de cana, e aprendemos o que se pode fazer com ele e como podemos ajudar as pessoas e o meio ambiente”, diz Amanda de França Lima, aluna da Benedita de Castro Lima.

“Quando um pescador pesca 5 kg de sururu, apenas 1kg é o sururu de fato, os outros 4kg restantes são cascas que, quando descartadas de forma errada, poluem a lagoa. Com nosso projeto, além de buscar reduzir a poluição da lagoa, propomos uma fonte de renda alternativa pros pescadores”, informam as estudantes Vittoria Audalya e Gabrielly Santos, da Theotônio Vilela Brandão.

Comentários