Secretária-executiva do Ministério da Justiça explica causas da violência em Alagoas

02 abr 2014 - 07:33


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Foto montagem: Brasil247

Durante entrevista a Alexandre Garcia, na GloboNews, esta semana, a secretária-executiva do Ministério da Justiça, Regina Miki, apontou o baixo efetivo e os longos anos sem concurso público como os principais fatores para a explosão da violência em Alagoas. Miki citou como exemplo o número de papiloscopistas que atuam na Perícia Oficial e disse que “não se admite mais um estado que não realiza concurso público há 18 anos”.

A secretária afirmou ser insuficiente o número de papiloscopistas que trabalham na Perícia Oficial de Alagoas. Atualmente, segundo ela, apenas quatro servidores têm a missão de investigar os homicídios, usando as impressões digitais coletadas nos locais de crimes.

O programa discutia os caminhos necessários para retirar do mapa da violência as 16 cidades brasileiras mais violentas do planeta. Especialmente a cidade de Maceió, que é apontada como a quinta do mundo e primeira do Brasil. Entre as sugestões abordadas pelos entrevistados, Miki destacou a importância da realização de concursos para manter o número ideal de agentes da segurança pública, quando citou Alagoas como exemplo a não ser seguido.

“São quatro papiloscopista para todo o estado de Alagoas. Eles são os responsáveis por fazer a identificação civil e criminal. E as escalas de trabalho destes servidores? Não é possível quem investigue um crime trabalhar um dia e folgar três. Como fica? Eu paro toda a minha investigação? Uma perícia bem feita, um isolamento bem feito traz resultados concretos para o inquérito policial”, expôs Miki.

Diante da revelação em rede nacional levada pela representante do Ministério da Justiça, Alexandre Garcia emendou. “Parece que tem muito governador que não está olhando para os números de sua segurança pública”. A secretaria destacou, por várias, a importância de ter uma Perícia que dê robustez – baseada em provas – ao inquérito que investiga o crime contra a vida.

“O local do crime fala. Observamos que a prova testemunhal é muito falha. As pessoas que matam, residem perto do local do crime e não vão testemunhar contra si. Então, nós precisamos de outras provas que leve a conclusão de uma autoria, prova técnica. Para isso, eu preciso de um servidor capacitado e estimulado ao trabalho. Não se admite mais um estado que não realiza concurso público há 18 anos”, colocou.

A matriz de responsabilidade firmada entre o governo do Estado e o Ministério da Justiça estabelece que concurso público para a Perícia Oficial oferte 10 vagas para papiloscopistas. No entanto, na publicação do edital, constatou que apenas cinco vagas foram oferecidas.

Por meio da assessoria de imprensa, a Associação dos Peritos Criminais de Alagoas confirmou o baixo número de servidores no quadro de pessoal e esclareceu que as vagas ofertadas no último certame estão distantes da necessidade da Perícia Oficial. Mesmo com a posse dos aprovados, ainda segundo a associação, a situação não terá muita diferença.

Brasil247 com gazetaweb.com

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