Um momento histórico para líderes de comunidades quilombolas de Alagoas. Nesta terça-feira (04), a secretária de Estado da Agricultura e Pecuária, Carla Dantas, e a secretária executiva de Agricultura Familiar, Renata Andrade, receberam lideranças de povos tradicionais, que apresentaram histórias emocionantes de superação que enfrentam para continuar produzindo, comercializando, garantindo o sustento das famílias e preservando a cultura afro-brasileira.
As representações das comunidades quilombolas presentes no encontro são dos municípios de Cacimbinhas, Jacaré dos Homens, Olho D’Água das Flores, Batalha, Mata Grande, Monteirópolis, União dos Palmares e Santana do Mundaú, em sua maioria, lideradas por mulheres e com produções em modelo de quintais produtivos.
“O nosso compromisso é ajudar a fortalecer a agricultura familiar. Em março, fiz duas visitas a comunidades quilombolas lideradas por mulheres e fiquei muito satisfeita com o trabalho desenvolvido nessa localidades, que têm assistência técnica da Emater Alagoas. Sabemos que, quando se tem acompanhamento no campo e realmente se quer produzir, as pessoas conseguem”, afirmou a secretária Carla Dantas.
Lucicleide dos Santos, da comunidade quilombola Filús, de Santana do Mundaú, revelou que a assistência técnica rural, além de ajudar a produzir no campo, é importante para trazer conhecimento e acesso às políticas públicas existentes para os povos tradicionais, entre elas o Planta Alagoas e a participação nas compras públicas do Programa de Aquisição de Alimentos(PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
“Estamos correndo atrás do nosso objetivo, porque nós, quilombolas, somos guerreiros. Fomos convidados pela secretária Carla Dantas e aqui viemos buscar conhecimento para nossa comunidade, que é carente. Mas temos nossa terra e dá para trabalhar com a ajuda da assistência técnica”, explicou a agricultora.
A líder da comunidade quilombola de Muquém, do município de União dos Palmares, Maria das Dores, relatou que este foi o primeiro convite que recebeu para estar presente na Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária.
“É importante ter essa oportunidade de sentar para discutir políticas públicas voltadas para a agricultura. Sabemos que não é fácil ser uma mulher quilombola de periferia, mas a gente segue lutando, porque o lugar da mulher é onde ela quiser”, acredita Dorinha.
O encontro marcou o início de uma relação mais próxima entre a Seagri e as comunidades quilombolas, com o objetivo de fomentar a produção da agricultura familiar dos povos tradicionais, gerar renda e incentivar a permanência da mulher e do homem no campo.