Santana: Sem recurso e sem respostas, educadoras criam rifa para ajudar escola A iniciativa partiu após perceber que o Poder Público Municipal deu as costas para os problemas que a escola apresentava.

Lucas Malta / Da Redação

25 nov 2015 - 07:52


A rifa foi a melhor opção feita pela escola (Foto: Alagoas na Net)

A rifa foi a melhor opção feita pela escola (Foto: Alagoas na Net)

Cansados de esperar o papel OBRIGATÓRIO do Poder Público, um grupo de professoras sertanejas decidiu ‘ir a luta’ e ajudar a instituição a qual prestam serviços. O caso acontece na Escola Municipal de Ensino Básico José Francisco de Andrade, situada na cidade de Santana do Ipanema. As educadoras propuseram a venda de rifas para arrecadar fundos e resolver parte dos problemas da escola.

A iniciativa é da diretora, diretora-adjunta e da coordenadora, todas com apoio da comunidade escolar do bairro da Floresta, local a qual está situada a escola. O produto rifado trata-se de um modesto liquidificador, na qual os próprios alunos já estão ‘em campo’ na busca de vender os referidos bilhetes.

A redação do site Alagoas na Net foi procurada pelo presidente da Associação Comunitária da Floresta, Jaudiran, que decidiu aderir e incentivar a campanha.

Buscou logo apoio

Numa breve conversa a diretora da escola, Elissandra Rodrigues Silva Viera, falou sobre a ação e afirmou de antemão que antes dessa ideia, muitas reivindicações já teriam sido propostas para o prefeito Mário Silva e para a Secretaria Municipal de Educação. “Enviamos vários oficios, todos eles relatando os problemas que aos poucos foram crescendo e só aumentando”, conta a diretora.

Dentre os tantos pedidos estiveram colocação de janelas; elevação do muro que cerca a escola; revisão na instalação elétrica; cadeiras para professores e alunos; quadros brancos; birôs, além da podação de uma árvore centenária, que já compromete a estrutura do prédio.

Apesar dos apelos, Elissandra confessou que já teria recebido uma resposta verbal da gestão, por sinal negativa. “Eles informaram que nada podia ser feito no momento, devido a falta de recursos”, disse. A diretora adjunta, Edineide Santos Oliveira esteve a todo momento junto com suas colegas, dando apoio à nossa redação. A direção confirmou que o prefeito esteve lá no último dia 2 de outubro, onde teria se comprometido com pais de alunos em relação à podação da árvore e a construção do muro, mas até o momento não iniciou nenhum dos dois.

Não quiseram esperar

Sem respostas urgentes por parte do político, que não por coincidência é professor por formação, a direção tomou a decisão de fazer a rifa. Um liquidificador foi a escolha mais barata no momento. Para a coordenadora pedagógica, Terezinha Cirilo Leite Torres, a ideia é ao menos tentar arrecadar dinheiro para comprar duas janelas, já que existe um risco iminente de que pessoas estranhas pulem o muro e entrem nas salas.

E ao lembrar da segurança, as professoras logo lembram que esse é mais um problema que a instituição tem de enfrentar. “A vigilância está precária, temos dia sim dia não”, informou Terezinha.

E para corroborar o temor, a professora relembra um ato de vandalismo, ocorrido no último mês de julho. Ela diz que professores e alunos foram surpreendidos com uma ‘chuva de pedras’, vindo de fora da escola. “Por sorte não tivemos um acidente grave com algum aluno, pois eram pedras grandes e todas entraram na sala devido a estar sem janela”.

A medida imediata busca ao menos tentar adquirir janelas para a escola (Foto: Alagoas na Net)

A medida imediata busca ao menos tentar adquirir janelas para a escola (Foto: Alagoas na Net)

E não para por aí

Quando achamos que todos os problemas já tinham sido passados, as gestoras nos informaram que outra enorme dor de cabeça ainda está por vir.

O caso em questão é que a Escola Estadual Lions Clube, que estava sob a responsabilidade do município, foi fechada no meio deste ano e com isso, parte dos alunos agora terá que ser remanejado para essa escola. “Desde já nós já estamos imaginando a dor de cabeça que teremos, no próximo ano, pois muitos desses alunos virão para cá”, conta uma das coordenadoras que de antemão já faz o questionamento: Como iremos comportá-los, sem novas salas de aulas e ainda mais com todos esses problemas?”.

Todos podem ajudar

Antes de ir embora nosso repórter fez a sua parte e comprou uma das rifas, mas para aqueles que querem também ajudar na boa causa, as bravas educadoras afirmam que estão ofertando os bilhetes na própria instituição, que fica situada na Rua Professor Joel Marques, ao lado de uma quadra de futsal. Os alunos também estão dando uma mãozinha e ofertando as rifas para toda a comunidade santanense.

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