
Vereador de Santana foi o único representante político do município na audiência (Foto: Assessoria Vaz)
Como se já não bastasse a crise que assola os brasileiros, o mercado da carne de Santana do Ipanema vem sofrendo com o fechamento do matadouro municipal. O mercado movimenta mais de 1 milhão de reais todos os meses, gera emprego e renda para centenas de famílias e abastece o prato de milhares de santanenses. Entretanto, parece que nenhum político está preocupado com a situação.
Na última sexta-feira (20), durante a audiência pública promovida pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) e realizada no campus da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), em Santana do Ipanema, o que se percebeu foi a presença do vereador Zé Vaz, o único representante do povo que esteve presente. O vereador tem se mostrado muito preocupado com a situação, que vem colocando em risco o emprego de centenas de famílias e a saúde de milhares de santanenses.
“Quando interditaram o matadouro e o mercado de Santana, não somente a fateira e o marchante acharam ruim; a população também achou ruim. Isso porque comprar a carne resfriada é cultura do povo, que não está acostumado a comprá-la congelada. O mercado deixou de movimentar 1 milhão de reais e foi um prejuízo para a cidade. Muitas pessoas tiveram receio de comprar a carne pensando que ela continha formol”, disse Zé Vaz, sugerindo uma conscientização da parte da equipe da FPI à população quanto à situação abordada.
Um dos membros da FPI afirmou que desde 2008, a fiscalização vem dialogando com as prefeituras, inclusive com a de Santana do Ipanema, bem como orientando membros do executivo dos municípios alagoanos a proporem a construção de mercados que comportem uma estrutura adequada ao tratamento da carne e que atendam à legislação. No entanto, o que se observa é a atividade, ainda irregular, sendo executada.
“Na etapa em que estivemos como sede em Santana, o executivo, nas gestões anteriores, fechou o matadouro e declarou à equipe de fiscalização que aquela seria uma interdição definitiva. Quando saímos, ele foi reaberto”, destacou, reforçando que existe o serviço de inspeção municipal que não atua de acordo com as normas técnicas previstas na lei, e que deve ter a responsabilidade de combater o abate clandestino, sendo este o dever da prefeitura.
De acordo com o promotor Alberto Fonseca, um dos coordenadores e responsáveis pela ação da fiscalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, ainda em 2008, a Adeal e o Ministério Público atuaram tanto no que diz respeito a laticínios quanto ao abate clandestino de animais.
“Há oito anos, havia 92 abates clandestinos em vários municípios; uma falta de contabilização de quantas pessoas sofreram consequências graves de saúde em relação ao consumo dessa carne. Então, chegou um momento de darmos um basta nessa situação”, completou o promotor.