Equipes da Polícia Militar começaram a executar a determinação de reintegração de posse de um terreno às margens da BR-101, na cidade de Messias. Cerca de 300 famílias moram no local e devem ser expulsas, na manhã desta segunda-feira (17), em cumprimento à decisão do juiz da comarca local. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) bloqueou um trecho da rodovia, próximo à cidade, para orientar os condutores e evitar congestionamento.
Em protesto ao ato de reintegração, integrantes dos movimentos Terra Livre e da Liga Camponesa ocuparam o prédio da Prefeitura de Messias, nas primeiras horas da manhã de hoje (18). Eles protestam contra um mandado de reintegração de posse de um terreno às margens da BR-101, onde estão acampados há 5 anos. O grupo também reivindica um novo espaço para.
Em alerta
Neste domingo o movimento popular, que atua no campo e na cidade, Terra Livre, denunciou a possível reintegração de posse movida pelo município de Messias, região Metropolitana de Maceió, prevista para esta segunda-feira (18).
Há cinco anos, trezentas famílias ocuparam um terreno baldio, sem uso algum, na zona urbana de Messias. No entanto, conforme líderes do movimento, “depois que construímos uma comunidade com moradias e vidas felizes, a Prefeitura quer nos despejar sem nenhuma alternativa”.
De acordo com o movimento, o prefeito Jarbas Maya de Omena Filho, o Jarbinhas (PSDB), nunca os recebeu para um diálogo e uma possível solução do caso, apesar de insistentes reivindicações.
Apesar de estar no cargo há apenas dois meses, Jarbinhas comandou o município de 2000 a 2008, em seguida conseguiu eleger sua prima Vânia Omena, e agora volta a exercer pela terceira vez o cargo de prefeito.
Em carta aberta à comunidade, o movimento Terra Livre acusa a prefeitura de querer retirá-los, usando a força policial, para que ali seja construído um Pólo Industrial. “Nesses cinco anos, a Prefeitura sequer nos recebeu, mostrando que não tem ouvidos para pobres, apenas para os seus amigos ricos, que lucram em cima de áreas que são públicas. Agora que a comunidade está consolidada, eles dizem que ali será um pólo industrial”, diz a nota no site do Terra Livre.
A nota ainda fala de um acordo entre o movimento e o governo federal, em 2012, para que fossem construídas moradias em outra área. “Entretanto, eles agora deram para trás, dizendo que não têm condições”, diz a nota.
Um dos líderes declarou: “nós vamos resistir. Se alguma criança se ferir o responsável é o prefeito”.
O movimento popular Terra Livre, preocupado com uma possível situação de violência, exige a suspensão imediata da reintegração de posse e a Declaração de Interesse Social da área, através de Concessão de uso especial para fins de moradia (CUEM).
Da Redação