O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (27), as estatísticas do Registro Civil para o ano de 2022. Há recortes a nível nacional, estadual, e inclusive municipal.
Há dados sobre os registros de nascidos vivos, casamentos, divórcios e óbitos, as partir das informações fornecidas pelos cartórios, varas, foros e tabelionatos. As Estatísticas do Registro Civil servem ao acompanhamento de questões como crescimento populacional, estudos demográficos, arranjos familiares, e podem subsidiar a elaboração de políticas públicas.
Nascimentos e óbitos
Alagoas registrou 45.432 nascimentos em 2022. Na comparação com o ano anterior, houve redução de 6,04% no número de nascidos vivos no estado. A queda é superior à média nacional (-3,5%) e se aproxima da média nordestina (-6,7%), região mais afetada no país.
Foram registrados 22.074 óbitos em 2022. O estado ocupa o 4º lugar entre as cinco Unidades da Federação (UFs) com menor queda de óbitos na comparação com 2021. A variação foi de -7,2%.
AM (-29,9%), RO (-26,6%) e AC (-25%) lideraram os índices de diminuição. A média nacional apresentou queda de 15,8%.
Alagoanas estão tendo filhos mais tarde
Entre 2021 e 2022, houve discreta variação nos percentuais de nascimento de acordo com a faixa etária da mãe. O número de nascimentos diminuiu entre as mais jovens – de menos de 15 anos até 24 anos – e aumentou nas faixas que contemplam mulheres de 25 a 44 anos.
A maior parte dos nascimentos em AL segue predominante entre as mães de 20 a 24 anos (27,67%), mas essa faixa etária sofreu redução, enquanto a faixa dos 25 aos 29 (24,96%) apresentou aumento de 1,37 ponto percentual (p.p) em relação ao ano anterior.
A redução mais expressiva está na faixa de 15 a 19 anos, que em 2021 concentrava 18,33% dos nascimentos alagoanos; agora, o percentual é de 16,23%.
Na comparação com 2010, as alagoanas entre 15 e 19 anos concentravam 22% dos nascimentos no estado. Na outra ponta, a proporção de mães de 35 a 39 anos saltou de 6,24% para 10,32% em 2022.
No Brasil, a tendência é que mulheres se tornem mães mais tardiamente. Apesar de ainda ser um dos estados de população mais jovem, AL também tem registrado uma mudança no seu perfil etário da maternidade.
Contrário à tendência nacional, AL tem redução no número de casamentos, inclusive entre casais do mesmo sexo
Alagoas registrou 13.046 casamentos, a maioria deles entre casais heterossexuais (99,36%). Do outro lado, 83 casais homoafetivos oficializaram a união em 2022, o que representa 0,64% dos matrimônios civis.
Em relação aos casamentos entre cônjuges do mesmo sexo, mais da metade (67,5%) dos registros foi composta por casais formados por mulheres, tendência repetida nos anos anteriores.
No ano de 2022, o Brasil alcançou a maior quantidade de registros de casamentos homossexuais desde o início da série histórica, inaugurada em 2013, com aumento de 19,8% em relação a 2021.
Contudo, na direção oposta à tendência nacional, o registro de casamentos homoafetivos alagoanos apresentou queda de 40,4% nos casamentos entre mulheres e 40% nos enlaces entre homens em 2022. Entretanto, os valores alcançados em 2021 – 43 uniões entre homens e 94 entre mulheres – são os maiores da série histórica no estado.
O cenário de casamentos em AL é de queda generalizada em relação ao ano anterior, com redução de 6,1% no percentual de matrimônios registrados em cartório, no recorte geral.
AL é o estado nordestino com maior crescimento de divórcios em 2022
O ano de 2022 marcou um aumento expressivo no número de divórcios concedidos em 1ª instância ou por escrituras extrajudiciais.
Muito acima da média nacional (+8,6%), o estado foi um dos destaques no crescimento de divórcios em 2022. Líder regional no aumento de divórcios realizados, Alagoas registrou um aumento de 32,2% no número de divórcios – os registros saltaram de 5.453, em 2021, para 7.207 em 2022.
O crescimento de divórcios entre alagoanos também foi destaque nacional e ocupa o 4º lugar no Brasil. Apenas MS (42,58%), AP (40,74%) e AC (37,68%) apresentaram variações superiores.
Sobre a pesquisa
Os dados das Estatísticas do Registro Civil podem ser consultados de forma pública através da plataforma SIDRA.