Rede estadual de Educação promove atividades de combate e denúncia do bullying Ações são impulsionadas pelos psicólogos e assistentes sociais do Núcleo Estratégico de Acompanhamento PsicoSocioassistencial que atuam no Programa Coração de Estudante

Ana Cecília Oliveira / Seduc

11 abr 2024 - 12:00


Ações trabalham o socioemocional dos estudantes na rede estadual de ensino (Foto: Cortesia / Agência Alagoas)

No dia 07 de abril, o Brasil se mobilizou para o Dia Nacional de Combate ao Bullying e Violência nas Escolas. Na rede estadual de Alagoas não é diferente e, no decorrer da semana, a Secretaria do Estado de Educação de Alagoas (Seduc) têm promovido uma série de ações para discutir este problema e tornar as unidades escolares ambientes ainda mais acolhedores e propícios ao ensino e aprendizagem de qualidade.

À frente destas ações de enfrentamento estão os psicólogos e assistentes sociais do Núcleo Estratégico de Acompanhamento Psico Socioassistencial (NeAPSA) e que compõem o programa Coração de Estudante.

As ações em voga nas escolas foram deliberadas a partir de um diagnóstico realizado pelo núcleo, onde foi possível constatar o bullying como principal relato dos estudantes quando o assunto é violência nas escolas. O plano de ação foi construído pelos 60 psicólogos e 20 assistentes sociais que compõem o NeAPSA e conta com atividades que trabalham o socioemocional dos estudantes e a melhora na saúde mental desses alunos.

Íris Nunes, gerente especial de Integração Escolar, Cultura, Desporto e Território da Seduc, destaca a importância deste tipo de ações nas escolas. 

 “O bullying é um ato de violência que pode ter efeitos devastadores no bem-estar emocional e no desempenho acadêmico das vítimas, além de perpetuar os ciclos de violência. Ao implementar programas educacionais, ações, campanhas de conscientização e estratégias de intervenção, as escolas promovem a empatia, o respeito mútuo e a resolução pacífica de conflitos. Dessa forma, os estudantes se sentem mais confiantes e acolhidos, contribuindo para um ambiente propício ao aprendizado e ao desenvolvimento saudável”, frisa.

Caixa do desabafo

No decorrer da semana, uma série de ações de escuta dos estudantes têm sido realizada nas escolas. Na ocasião, eles puderam fazer relatos sobre o tema sem se expor.

Um exemplo de projeto desenvolvido neste sentido nas escolas da 12ª Gerência Especial de Educação (GEE), que abrange Rio Largo e municípios vizinhos. Desenvolvida pela psicóloga Thaís Amorim em parceria com outros cinco psicólogos e uma assistente social, a “Caixa do Desabafo” consiste no recolhimento de depoimentos dos alunos acerca de questões que os incomodam.

“Nesse Projeto, nós temos a oportunidade de interagir com os alunos que expõem suas questões emocionais. Na maioria das vezes, eles não se sentem à vontade para chegar até a gente e falar de suas questões. Por isso, tivemos a ideia de confeccionar essa caixa, permitindo a liberdade de expressão de seus sentimentos, dando ao aluno a possibilidade de desabafar de maneira discreta. E, a partir daí, que se inicia a intervenção”, explica Thaís. 

E, logo no início, o projeto já teve bons resultados: uma estudante de uma das escolas contempladas utilizou a caixa e recebeu o devido acolhimento de suas questões emocionais. “A partir do momento do desabafo na escola, uma aluna que estava tendo crises de ansiedade se sentiu à vontade e segura. Agora, nós vamos fazer outra escuta e definir a forma de atuação, se necessário, junto com a assistente social e acionar os responsáveis”, conta Thaís. 

Urna e formulário 

Já no âmbito da 11a GEE, que contempla Piranhas e o Alto Sertão, o psicólogo Marcos Lima também optou por ações de desabafo anônimo do estudante. Após desenvolver rodas de conversas nas salas de aulas, ele implementou a ideia das urnas de denúncias para estimular os relatos e, a partir daí, pensar na intervenção mais eficaz. Como parte ativa do processo, as turmas ainda confeccionaram o material que será utilizado na produção da urna.

“A ideia é que a gente tenha uma intervenção que vá além da conscientização. É preciso mudar comportamentos. E, para isso, temos compartilhado experiências com os demais psicólogos e assistentes sociais do núcleo”, explica Marcos.

Do outro lado do estado, na 9a GEE – Penedo e região -, outro projeto foi elaborado pela psicóloga Leylanne Cavalcante em parceria com a assistente social da regional. O grupo de trabalho criou um formulário em uma plataforma para que os alunos tivessem um portal para relatar os episódios de bullying na escola. O questionário foi disponibilizado através de cartazes espalhados nos espaços da unidade escolar, contendo um link de acesso. Após responder às perguntas, as respostas dos alunos são enviadas diretamente para o e-mail da equipe e tem como objetivo nortear as medidas necessárias.

“A ideia foi bem acolhida pelos alunos, que inclusive solicitaram o link a partir dos professores. É válido ressaltar que, nesse formulário, ainda existe a definição de conceitos importantes para que o aluno possa relembrar antes mesmo de preencher e ficar ligado. E tudo acontece de forma sigilosa para atrair mais aliados nesse combate, além de utilizar um recurso que eles amam, a tecnologia”, ressalta a profissional.

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