Houve um crescimento de 62, 75% na formação de turmas em relação ao ano passado; maioria dos alunos é de egressos do Programa Brasil Alfabetizado (PBA).
A rede pública estadual ampliou a oferta de Educação de Jovens e Adultos (EJA) entre os anos de 2013 e 2014. No período de um ano, o número de turmas da modalidade aumentou de 149 para 400 – um crescimento de 62,75% -, o que representa uma ampliação de quase 59% no número de alunos da modalidade, que passou de 2.900 para 7 mil alunos.
Os números foram apresentados pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE) na última quinta-feira (18), durante reunião do colegiado da superintendência de Políticas Educacionais (Suped), e se referem ao 1º segmento do EJA, que corresponde aos anos iniciais do Ensino Fundamental. Dos 7 mil estudantes inseridos na rede estadual em 2014, 90% são recém-alfabetizados egressos do Programa Brasil Alfabetizado (PBA) e 10% é composto por reeducandos do sistema prisional.
Estes números mostram que, após a conclusão do processo de alfabetização, mais pessoas estão dando continuidade aos estudos. Entre 2012 e 2013, 2.900 concluintes da 6ª etapa do PBA se matricularam em escolas da rede pública estadual, enquanto na 7ª etapa, que abrange o período de 2013 a 2014, dos 10 mil inscritos, 6.300 seguiram seus estudos na Educação Básica. Para a 8ª etapa do programa, a SEE contabiliza mais de 6 mil cadastrados.
A região que registrou maior expansão do EJA foi a 11ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), correspondente ao Alto Sertão (Delmiro Gouveia e municípios vizinhos), que passou de 39 para 77 turmas em um período de um ano, seguida da 5ª CRE (Arapiraca e municípios vizinhos) que aumentou de 12 para 31 turmas de 2013 para 2014.
A superintendente de Políticas Educacionais da SEE, Claudiane Pimentel, diz que o resultado é consequência de um esforço coletivo dos técnicos da rede estadual. “Trabalhar com EJA não é fácil, pois trata-se de um público adulto e que precisa ser constantemente motivado para não abandonar os estudos. Para chegarmos a estes números, foi necessária uma grande mobilização envolvendo todas as nossas coordenadorias. Contabilizarmos 400 turmas do 1º segmento em todo o estado é algo que nos traz muita alegria”, afirma.
Educação prisional – Além do 1º segmento, a rede pública estadual também oferta a Educação de Jovens e Adultos no segundo segmento (o equivalente aos anos finais do Ensino Fundamental) e no Ensino Médio.
Fora os egressos do PBA, outro público de destaque na expansão do EJA é aquele composto pelos reeducandos do sistema prisional. Além do PBA, os apenados também têm a sua disposição todos os segmentos do EJA ofertados pelo Estado. No momento, 700 alunos nas unidades prisionais cursam a modalidade educacional.
Segundo Leilson Oliveira, técnico da gerência de Educação de Jovens e Adultos e presidente da Comissão de Monitoramento e Execução da Expansão da EJA na SEE, entre 2011 e 2013 Alagoas alcançou importantes conquistas na educação prisional e que hoje são referência para outros estados brasileiros.
“Neste período de tempo, conseguimos, em parceria com o Conselho Estadual de Educação, regulamentar e estruturar a oferta de educação no sistema prisional e também criamos uma escola de referência que coordena a educação ofertada nas unidades prisionais. Foi um grande avanço em um curto espaço de tempo e hoje muitos estados nos procuram para conhecer a experiência de Alagoas”, relata Leilson.
Leilson conta que, além do EJA, a Secretaria de Educação, junto com a empresa Wiilivro, também oferece aos reeducandos um projeto de alfabetização com inclusão digital. “Temos laboratórios coordenados pela secretaria dentro do sistema prisional, onde eles participam deste curso de alfabetização e ainda aprendem noções de informática, que totaliza 500 vagas. Neste mesmo espaço, também oferecemos cursos de qualificação para o mercado de trabalho para os detentos que estão perto de concluir sua pena”, complementa.
A superintendente Claudiane Pimentel conta que a meta da SEE é estender a mesma experiência vivenciada no sistema prisional para as unidades de ressocialização de menores.
Novas vagas – Além dos 7 mil matriculados no 1º segmento do EJA, a rede pública estadual abriu, desde agosto, matrículas para os demais segmentos da modalidade em suas escolas. As regras para matrícula e rematrícula na modalidade foram divulgadas na portaria 2.115/2014 publicada no Diário Oficial do Estado (www.doeal.com.br) do dia 19 de agosto.
Os interessados em dar continuidade aos estudos interrompidos devem procurar a escola estadual mais próxima e se informar acerca do prazo de matrícula naquela unidade. De acordo com a portaria, as escolas têm um período de 15 dias após o término de cada período letivo para darem início ás matrículas e rematrículas. A rematrícula é destinada aos que já cursaram um período de EJA no primeiro semestre de 2014, enquanto a matrícula é destinada aos alunos que começarão a estudar agora.
Para cursar o EJA do Ensino Fundamental é preciso ter idade mínima de 15 anos, enquanto para o Ensino Médio a idade mínima é de 18 anos. Os que farão a rematrícula precisam apenas assinar um termo de compromisso para renovar sua vaga. Já os novatos precisarão apresentar a seguinte documentação para garantir a a matrícula: cópia e originais da identidade ou documento que a substitua (certidão de casamento ou nascimento); CPF; comprovante de residência; histórico escolar ou declaração da última unidade onde estudou (constando informações sobre série, segmento, etapa ou período ao qual o estudante está habilitado); laudo comprobatório de deficiência declarada (se necessário) e duas fotos 3×4. Caso o estudante seja menor de idade, será necessária apresentação de cópia e original de identidade e CPF do pai ou responsável legal.
A superintendente de Gestão da Rede Estadual de Ensino, Maridalva Campos, diz que as pessoas que interromperam seus estudos no passado e desejam retornar à escola não devem perder essa oportunidade: “Temos muitas vagas à disposição para a comunidade e basta procurar a escola mais próxima que oferte o EJA para garantir a sua vaga. Por se tratar de um semestre letivo, ele terá que cumprir uma carga horária de 100 dias letivos”, orienta.
Por Ana Paula Lins / Agência Alagoas