Com uma média mensal de 100 transfusões de hemocomponentes (plasma, plaquetas ou sangue), a maioria destinada aos recém-nascidos da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), a Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), destaca a importância da campanha Junho Vermelho, que incentiva a doação de sangue.
A Maternidade Escola Santa Mônica é referência no atendimento a gestantes e bebês de alto risco. Com esse perfil, a unidade atende um público específico que necessita de hemocomponentes: bebês prematuros da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) e gestantes com anemia falciforme ou complicações obstétricas. Além disso, a MESM lida com casos cirúrgicos e complicações clínicas que demandam transfusões.
Os recém-nascidos da UTIN são os principais recebedores de sangue da Santa Mônica. São bebês que permanecem internados por até três meses ou mais e, durante todo esse período, frequentemente necessitam de hemocomponentes, às vezes diariamente. A enfermeira Hioga Pimentel, coordenadora da Agência Transfusional da unidade, explica que as complicações mais comuns nos recém-nascidos que precisam de transfusão são sepse, necessidade de procedimentos cirúrgicos e problemas cardíacos.
“Nossos bebês exigem maior atenção no processo de transfusão, pois precisam de sangue novo de até 5 (cinco) dias após a doação, pois o sangue mais antigo aumenta os risco de reações ou complicações que podem demandar novos tratamentos. Contamos com o trabalho primoroso do Hemoal, pois já conhece o perfil dos nossos receptores de sangue e independentemente do sangue ter sido doado para o bebê da Santa Mônica ou não, é priorizado o sangue mais novo visando o êxito da transfusão”, destacou Hioga.
As gestantes e puérperas também consomem todos os tipos de hemocompentes. Segundo a enfermeira Hioga Pimentel, as mulheres portadoras de anemia falciforme precisam de um tipo específico de sangue – fenotipado, que passa por uma pesquisa mais elaborada que vai além de saber se o doador tem o tipo A, B, AB ou O (com Rh + ou -), pois realiza um exame mais aprofundado do Rh e de outros subgrupos sanguíneos.
Além disso, em virtude do perfil de alto risco, a Maternidade Escola Santa Mônica recebe muitas pacientes com diagnóstico de placenta acreta e placenta prévia. Essas condições aumentam significativamente o risco de hemorragias severas durante o parto, tornando as transfusões de sangue cruciais para a segurança e a sobrevivência tanto da mãe quanto do bebê.
“Nessas situações, nós precisamos ter uma reserva de sangue para essas mulheres, pois ela tem um maior risco de sangramento durante o parto. Por isso, durante todo o internamento até a hora do parto é mantido a reserva de sangue”, explicou a coordenadora.
Diante da importância da doação de sangue, a Agência Transfusional da Maternidade Santa Mônica abraça a campanha Junho Vermelho e, diariamente, faz um trabalho de conscientização com as famílias dos recém-nascidos e gestantes para captação de sangue.
Os interessados em doar sangue podem se dirigir ao Hemoal. Para ser um doador é necessário estar em boas condições de saúde, pesar acima de 50 kg e apresentar um documento oficial com foto. Homens podem doar a cada três meses e mulheres a cada quatro meses.