Quatro são presos por extermínio e sepultamento clandestino em Maceió

02 ago 2014 - 09:09


Grupo matava por enforcamento ou carbonizava vítimas suspeitas de pequenos furtos e uso de drogas.

Cadáver encontrado Foto: Sandro Almeida

Cadáver encontrado Foto: Sandro Almeida

Denúncias dando conta da existência de um grupo de extermínio, no bairro do Trapiche e na Praça Pingo D’água, na capital alagoana, – grupo esse que matava suas vítimas enforcadas ou queimadas pela prática de pequenos furtos e uso de drogas na região, – levaram o Departamento de Polícia Judiciária Metropolitana (DPJM), a cinco pessoas responsáveis pelo ato criminoso.

Conforme o delegado Denisson Albuquerque, os identificados pela prática do extermínio de dois adolescentes de 15 e 16 anos, além do sepultamento dos menores de forma clandestina em cova rasa em um cemitério na capital, foram presos esta semana, “mas as investigações continuam e outros cadáveres podem vir a aparecer”, avisa.

“Resolveram fazer uma limpeza na área por conta própria, e desde então atraiam suas vítimas, matavam e enterravam sem nenhuma identificação oficial e conhecimento dos familiares no cemitério de São José, cujo mentor era o administrador”, observou.

Quatro foram presos e um encontra-se foragido, são eles: Eliseu de Oliveira Barbosa Filho, mentor dos crimes, que se apresentou nesta quinta-feira ao Ministério Público Estadual. Elcio Matias dos Santos, vulgo Nego Biu (foragido), responsável, segundo investigação policial, de providenciar objetos para a tortura e conduzia o veículo para o ato ilícito.

André José dos Santos, o coveiro do cemitério de São José, responsável por atos preparatórios, como abrir covas rasas fora da formatação regular, a pedido de Eliseu que era administrador do cemitério. Este ajudou nas investigações.

César Rodrigues Barbosa, irmão de Eliseu e braço direito dele. E Erivildo Bento da Silva também responsável por preparar objetos utilizados para a tortura como cordas, pneus, entre outros.

O delegado ressaltou que as investigações continuam e foi por conta de denúncias a partir do dia 11 de abril que a polícia chegou ao grupo de extermínio.

Três cadáveres foram encontrados numa cova rasa no final do cemitério de São José nesta quarta-feira, dia 30, após exumação. “Dois deles foram comprovados, no entanto um terceiro ainda não se sabe, este último com uma perfuração de bala no crânio”, disse o delegado Carlos Reis.

“As investigações estão apenas no início, não podemos descartar nenhuma possibilidade, outros cadáveres podem aparecer, nenhum policial foi citado ainda. Outras pessoas citadas serão ouvidas, exames de DNA serão feitos”, frisou Denisson Albuquerque.

O primeiro cadáver identificado foi o de Ninho, que segundo o delegado, atuava no bairro do Trapiche da Barra e na Praça Pingo D’água cometendo pequenos furtos. “No dia do crime, A.J.S, de 16 anos, o ‘Ninho’ foi atraído para um terreno na intenção de fazer uma capinagem, próximo da Lagoa Mundaú, mas não tinha nada de limpeza. Com a ajuda de mais duas pessoas Eliselton e Welton, que eram funcionários do cemitério, enforcaram a vítima colocaram dentro de um saco em Marechal Deodoro e carbonizaram”, detalhou.

A polícia identificou por meio de exame de DNA, que a vítima era mesmo o menor, e que o cadáver não tinha marca de perfuração, mas sim de estrangulamento. Outro cadáver encontrado também aparentava as mesmas circunstâncias, no entanto novos exames de DNA foram pedidos pela polícia na tentativa da identificação.

O terceiro cadáver apresentava marca de tiro no crânio, e que dá indicio de que não teria passado por algum órgão competente, como o Instituto Médico Legal (IML) com a necropsia. “O crânio estava intacto, sem nenhum corte realizado pela autópsia”, concluiu o delegado.

Por Tribuna Hoje

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