Psicóloga explica por que Facebook é tão viciante

05 set 2014 - 06:30


Foto: Reprodução

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Na quarta-feira, 3, o Facebook saiu do ar por alguns minutos. Foi o suficiente para que muitas pessoas manifestassem descontentamento no Twitter por sentir falta da rede social. No início do mês passado, outra queda do serviço teve proporções maiores: nos Estados Unidos, houve quem ligasse para a polícia para reclamar da dificuldade de acesso.

Tal “desespero” reacende uma discussão que parece batida, mas ainda afeta usuários ao redor do mundo todo: o vício na rede social de Mark Zuckerberg, que já reúne 1,3 bilhão de seguidores. Mas, como saber se você está viciado no Facebook?

De acordo com Ana Luiza Mano, psicóloga da PUC-SP e colunista do Olhar Digital, um vício geralmente se caracteriza como um sintoma de algo que não vai bem na pessoa. “A rede social é pensada e formatada para nos manter lá. Nós temos não só nossos amigos e likes, mas também sugestões de contatos, produtos, jogos e páginas estabelecidas de acordo com um algoritmo que estuda nossas preferências. É uma coisa fabricada para nos seduzir e, nos fazer sentir bem”, explica.

Essa sensação de bem estar, diz Ana, é obtida por meio da substância dopamina, conhecida como o “hormônio da felicidade”. Quando o usuário tem algum problema pessoal e não consegue resolvê-lo, o Facebook se torna uma válvula de escape e, a cada nova notificação, a dopamina entra em ação mascarando a questão interna.

Outra função importante da substância é acostumar a pessoa a buscar várias vezes aquele mesmo estímulo de prazer. “É como comer um pedaço de chocolate e depois de pouco tempo, comer a barra inteira. No caso do Facebook, uma pessoa viciada quer sempre mais notificações, mais amigos, mais páginas para curtir”, comenta a psicóloga.

Como detectar o vício?

Segundo a especialista, para saber se você foi picado pelo “vício do Facebook” é preciso fazer uma série de perguntas a si mesmo e analisar seu dia-a-dia. A recomendação é que a pessoa reflita se a ferramenta está atrapalhando no seu desempenho profissional e(ou) acadêmico, se ela está restringindo seus relacionamentos, se você deixa de fazer tarefas básicas como dormir ou comer, sente-se irritado ao não acessar a rede ou ainda, se o Facebook se torna um empecilho na hora de sair de casa.

Se você tiver dificuldades em analisar todos estes dados, pode ainda fazer o teste de dependência de internet, elaborado pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, que também é válido para o Facebook.

Além disso, é importante notar que o uso prejudicial está muito mais relacionado com a qualidade do que quantidade. “Você pode usar o Facebook como forma de comunicação no seu trabalho diversas vezes no dia, contudo, se em um momento de descanso você não o utilizar, é um sinal de que aquilo não é um vício”, elucida Ana Luiza.

Por Olhar Digital

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