Professora da Ufal, Miran Abs, representará Alagoas na Quadrienal de Praga A professora Miran Abs integra o curso técnico em Violoncelo da ETA/Ufal e o grupo de artistas que representará o Brasil no maior evento do mundo dedicado à cenografia

Izadora Garcia / Relações Públicas

20 Maio 2023 - 13:00


Professora Miran Abs representará Alagoas na Quadrienal de Praga (Foto: Izadora Garcia / Relações Públicas)

A professora Miran Abs, do curso técnico em Violoncelo da Escola Técnica de Artes (ETA) da Universidade Federal de Alagoas, faz parte do grupo de artistas que representará o Brasil na Quadrienal de Praga (PQ-2023). O evento, o maior do mundo dedicado às artes performáticas e às espacialidades, visualidades e sonoridades da cena, acontecerá entre os dias 7 e 18 de junho, em Praga, na República Tcheca.

O convite surgiu a partir de uma seleção feita dentre os mais de 300 espetáculos cênicos nacionais que ocorreram durante o período da pandemia de covid-19. A curadoria PQBrasil, organização que gerencia a participação do país no evento internacional, selecionou um artista responsável pela sonoridade cênica das obras escolhidas por estado.

Em Alagoas, o espetáculo Roda, dirigido pelo professor David Farias, foi o selecionado. A obra, uma homenagem ao professor Toni Edson, falecido em 2021, foi encenada pelos alunos do curso técnico em Teatro da ETA, com a composição da música cênica assinada pela docente Miran Abs.

No total, 27 artistas brasileiros, representando cada um dos estados e o Distrito Federal, criaram a instalação interativa Encruzilhadas: We believe in crossroads, composta por sete obras sonoras desenvolvidas para a Mostra dos Países e Regiões da Quadrienal. A Mostra tem como objetivo capturar a essência da cenografia e do design performático, seu progresso, novas técnicas e expoentes, por meio das lentes de inúmeras perspectivas culturais, sociais e artísticas.

Junto aos artistas Jones Barsou (AP), Augusto Krebs (MT), Barulhista (MG), Miran assina a obra O Homem do Interior, produzida a partir do poema homônimo do artista Jones Barsou. A professora da ETA traz ao trabalho elementos sonoros regionais e aborda a questão da cultura das marisqueiras e sua busca pela sobrevivência. “Dentre os 27 artistas que estão representando o Brasil, apenas seis são mulheres. Quis trazer esse elemento de representatividade da cultura alagoana para a obra O Homem do Interior. Para isso, utilizei a figura da mulher marisqueira, que tira seu sustento, sua sobrevivência e suas vivências do interior das lagoas”, explicou Miran.

Participação brasileira no evento é forte

A Quadrienal de Praga (PQ) acontece, a cada quatro anos, desde 1967, na capital da República Tcheca. O evento é organizado pelo Ministério da Cultura daquele país e realizado pelo Instituto de Artes e Teatro de Praga.

A programação inclui diversas atividades e mostras, como a PQ Performance, PQ Studio, PQ Talks, PQ Kids, Mostra dos Estudantes, Mostra dos Países e Regiões, Mostra Fragmentos 2, Espaço da Cena e da Performance, Prêmio de Melhor Publicação e 36Qº+H40.

A participação brasileira na Quadrienal é forte: o Brasil só não participou da edição de 1983 e coleciona prêmios nas diversas mostras que fazem parte do evento. Em 2023, o país terá representação não apenas na Mostra dos Países e Regiões, mas também na Mostra dos Estudantes, na Mostra Fragmentos 2 e no Espaço da Cena e da Performance.

Sobre Miran

Miran, doutoranda em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), vem pesquisando as sonoridades da cena e produzindo vários trabalhos de composição e execução de trilhas sonoras das (o quê?), como Jorge de Lima: O Acendedor de Estrelas – 2001 (Associação Teatral de Alagoas); Caboré, A Ópera da Moça Feia – 2003 (Cia. Nêga Fulô); Uma Janela para Cada Balanço – 2003 (Saudáveis Subversivos); Yerma Maria da Silva – 2003 (Cia. dos Pés); Pé, Umbigo e Coração – 2005 (Cia. dos Pés); A Lenda da Cobra Grande – 2006 (Cia. Nêga Fulô); Sala de Ensaio – 2016 (curso de formação de ator ETA/Ufal); Alma do Alheio – 2017 (curso de formação de ator ETA/Ufal).

A docente também é coordenadora e regente da Orquestra Pedagógica da Ufal, formada por pessoas da comunidade em geral: crianças, jovens e adultos. Tem formação em Música licenciatura pela Ufal (1997) e bacharelado em Violoncelo pela Universidade Federal da Paraíba (2007). É especialista em Ensino da Arte pela Ufal (2012) e mestre em Educação Musical na UFBA (2014). 

 

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