O docente participou do Programa Liberdade de Expressão, na Rádio Milênio FM, em Santana do Ipanema.
Apesar de ter passado na Assembleia Legislativa de Alagoas, após ser derrubado o veto e mantido a proposta aprovada, o Projeto de Lei que institui o ‘Programa Escola Livre’, de autoria do deputado Ricardo Nezinho (PMDB) está longe de diminuir as polêmicas.
Diferente disso, logo após a notícia sair de Alagoas, inúmeras foram as manifestações de profissionais da educação em todo o país.
Todavia, horas antes da medida decisiva da ALE acontecer, um professor de sociologia e religião fez questão tecer comentários sobre o assunto numa emissora de rádio em Santana do Ipanema.
A participação do docente sertanejo aconteceu na manhã de terça-feira (26) durante o Programa Liberdade de Expressão, na rádio Milênio FM, 90,7. O morador da cidade de Maravilha, Luiz Marcos Silva abordou não somente a chamada Escola Livre, mas também explanou o seu ponto de vista sobre a ideologia dentro da escola.
Fala no rádio
Em parte de sua fala o professor diz que quando um político é eleito pelo povo, ele não é eleito para atender a um público católico ou evangélico. Contudo, muitos dos representantes acabam fazendo várias leis de cunho religioso, com medo de perder uma parcela de votos dos fieis. “Nós temos um estado laico no papel, disfarçado de estado católico, porque os políticos temem perder o voto católico”, diz ele.
Luiz Marcos também traz a luz do debate que o tema [Escola Livre] está sendo debatido, não de forma política, mas de forma ideológica religiosa. “Temos que lutar por um país democrático e plural do ponto de vista religioso, do ponto de vista político, onde todos possam colocar suas posições”, comentou.
O profissional da educação afirma que qualquer abuso de profissionais deve ser coibido, mas ressalta a importância de não cercear o direito do professor. “É claro que, aquele que estiver agindo de maneira tendenciosa o conselho escolar deve se manifestar, deve fazer o inquérito e deve punir. Esses excessos devem ser coibidos, mas não calar ou podar o professor naquilo que é sua temática”, ponderou.
Sobre o debate acerca da Ideologia de Gênero o educador mostrou que o caso não é só a questão sexual. “Quando debatemos o machismo, também estamos debatendo a questão de gênero. Quer dizer que nós vamos aí, deixar de falar sobre Lei Maria da Penha? Maridos que matam suas mulheres porque foram traídos, e que são chamados aí de crime de honra? Isso é ideologia de gênero, ideologia machista. E tudo isso tem que ser discutido, pra que temos ciência de que estamos lutando por um país, melhor do que o que temos hoje”.
Veja a entrevista completa do professor, no áudio abaixo.
Por Lucas Malta / Da Redação