Professor do Cesmac realiza pesquisa sobre povos indígenas do Sertão das Alagoas

13 dez 2014 - 04:00


Índio Xucuru de Palmeira dos Índios (Foto: Rayrã Selestino / Blog Retrato Nordeste)

Índio Xucuru de Palmeira dos Índios (Foto: Rayrã Selestino / Blog Retrato Nordeste)

Jorge Luiz Gonzaga Vieira, antropólogo e professor doutor do Cesmac, apresentou no dia 17 de novembro de 2014 a tese “Práticas Identitárias e Resignificação do Universo Imaginário dos Povos Indígenas do Sertão das Alagoas”. A pesquisa investiga o processo de intervenção dos agentes da colonização sobre as organizações sociais, culturas, religiosas e dos territórios ao longo dos 500 anos. Destacando as tribos indígenas Geripankó, Kalankó, Karuazu, Katökinn e Koiupanká, presentes no Sertão do Estado de Alagoas.

O estudo relata que com o crescimento populacional, redução dos territórios e acirramento de conflitos internos e com fazendeiros, diversas famílias Pankararu se dispersaram pelos Estados da Federação. Em Alagoas, fixaram moradia na faixa serrana e baixa do sertão, propícia ao cultivo de roça e criação de animais. Um relatório feito pelo presidente da Província de Alagoas, Luiz Rômulo Peres Moreno, decretou a extinção das etnias, denominando-as de caboclo e, portanto, objetivando a transferência dos territórios indígenas para terceiros. Em consequência disso, foram transformados em mão de obra e passaram a trabalhar em fazendas e centros urbanos.

A pesquisa ainda mostra um ressurgimento de grupos indígenas a partir da década de 1970, onde se realizou uma revisão da concepção greco-romana e cristã no campo filosófico e científico, trabalhando uma nova abordagem da história, com base na teoria antropológica etnogênese, do imaginário e da análise do discurso, como instrumentos possíveis de diagnosticar e explicar a nova realidade pluriétnica.

Com isso, fica claro no estudo do antropólogo que os povos pesquisados conseguiram manter as tradições religiosas, afirmar a identidade étnica e reivindicar os direitos, diferenciando-se do restante da população não indígena.

Por Adriana Santos / Assessoria Cesmac

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