O clima está pesado na educação municipal de Santana do Ipanema. A passeata de professores e servidores da área da saúde do município, ocorrida na manhã desta quinta-feira (14) foi somente um dos ‘ultimatos’, dado ao prefeito Mário Silva.
A verdade é que a conversa com trabalhadores de diversas áreas da municipalidade já passou do ponto da tolerância há muito tempo. Que digam os professores.
E diante de tanta pressão, eis que o gestor decidiu realmente cortar na sua carne. Isso porque nesta semana foi comum ver demissões, cartas de renúncias de um lado para o outro e diversas idas e vindas de servidores na Secretaria de Educação do município. O cenário ficou realmente bastante confuso para alguns dos trabalhadores, que temiam ‘ter que trabalhar’.
O motivo é que os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sinteal), núcleo Santana decidiu cobrar o compromisso feito com o político, de entrar o ano de 2016 e não ter nenhum servidor atuando de forma errada. A cobrança veio, como um ‘puxão de orelha’, numa reunião realizada na ultima segunda-feira (11) entre sindicalistas, secretária e o prefeito.
A reclamação do Sinteal não vem de hoje, mas alguns dos integrantes de classe ainda acreditam que a atitude demorou até demais. Há quem afirme que ainda antes do ano de 2015 terminar, já se previa um começo de ano muito ruim, caso o prefeito não enxugasse de vez a folha de servidores da educação e assim pudesse honrar os compromissos de pagamento em dia.
Segundo um dos membros da comissão que foi formada para a análise da folha, o professor Junior Genuíno, o município tem abusado dos contratos de professores e isso é um dos motivos relevantes para que a folha se torne quase que impagável. “Se ele tirar todos os contratados da educação hoje, o número de servidores efetivos cobre e muito bem o serviço”, afirmou.
A presidente do Núcleo do Sinteal em Santana, Cristina Alves, comunga da mesma opinião do colega de classe. Ela ainda alerta para como é importante que o prefeito faça devidamente as correções, pois há um risco grande dos servidores não iniciarem o ano letivo de 2016, caso não seja atendida as reivindicações.
De quem é a culpa?
E com a enxurrada de correções em tantos casos, desde desvio de função até profissionais que há tempos não dão um dia de serviço em sala de aula, o município acabou adotando a estratégia de ‘tirar o corpo fora’ e jogar o ônus para os dirigentes sindicais.
Para evitar um racha ou problema ainda maior na entidade e seus associados, na manhã desta quinta-feira, o vice-presidente do Sinteal, Evson Silva, decidiu mandar um recado para os gestores da educação municipal. “Não adianta dizer que a culpa é nossa, pois não é. Se tem algum culpado com essa situação é o município que foi conivente com tal situação”, frisou o professor numa entrevista ao programa Liberdade de Expressão, na rádio Milênio.