Prefeitos definem reivindicações a levar para ministro

21 jan 2013 - 18:30


Paralelo à eleição para presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), os prefeitos da seca se reuniram, hoje (21), para definir as reivindicações que serão levadas ao Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. O encontro está marcado em Brasília na terça-feira, dia 29, com os 37 prefeitos dos municípios que decretaram estado de emergência.

As reivindicações serão organizadas em uma pauta que ficará definida na próxima quarta-feira (23), em uma reunião com o Comitê Integrado da Seca, na AMA, às 14h. Para Avânio Feitosa, prefeito de Belo Monte e representante dos municípios no comitê, é importante levar ao conhecimento do Estado tudo que está acontecendo na pior seca dos últimos anos.

“O comitê precisa ter mais prefeitos representantes para que o municipalismo tenha mais força. Precisamos priorizar, quebrar paradigmas transformando a seca em um assunto permanente”, enfatizou Avânio ao lembrar também da importância dos representantes das Coordenadorias Municipais de Defesa Civil. “Hoje o presidente da COMDEC tem que atuar diretamente com o prefeito. Ele é tão importante quanto um secretário municipal”.

Os prefeitos pretendem se mobilizar para a criação de um Fórum Permanente da Seca. A prefeita de Major Izidoro, Santana Mariano, afirmou a importância da mobilização dos gestores para a criação de um órgão específico dos municípios do polígono da seca. “A seca atinge todo o estado, mas é nos nossos municípios que as pessoas sofrem mais”, afirmou.

“Serão 10 anos para recuperar os efeitos desta seca. Precisamos pensar em ações de médio e longo prazo, porque a seca é um efeito natural que sempre acontece. É necessário propor criação um órgão a nível federal específico para seca”, sugeriu Jorge Dantas, prefeito de Pão de Açúcar e eleito vice-presidente da AMA.

Dentre as reivindicações já listadas pelos prefeitos está o aumento em 50% da oferta de carro-pipa para consumo humano. Hoje, 220 carros atendem a região, a proposta é ampliar no mínimo 110 carros-pipas. Além de criar uma operação específica de água para animais. O programa de ração animal também deve ser ampliado.

O incentivo ao produtor de leite também é um assunto destacado. A ideia é que o Governo Federal subsidie a produção. Outra proposta importante é a consignação permanente de 400 mil reais do orçamento da União, durante cinco anos, para a limpeza de barreiros e construção de barragens de pequeno e médio porte em locais que tiver mais de 50 famílias.

Uma medida para médio e longo prazo é a criação de um programa federal para o cultivo da palma forrageira. “O estado pode ser autossuficiente e ter material de exportação, a palma é um aliado no combate à seca”, afirmou Avânio Feitosa. Outras medidas que serão expostas ao ministro é a priorização do fornecimento de água potável para todas as comunidades dos municípios com 15 km da calha do Rio São Francisco ou do canal do sertão, através do programa Água Para Todos.

Além disso, o fortalecimento do programa de segunda água, que corresponde à cisterna de 52 mil litros de água e a recuperação de 100% dos poços artesianos para utilização para animal.

Os 37 municípios que decretaram situação de emergência são: Arapiraca, Água Branca, Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Canapi, Carneiros, Craíbas, Coité do Nóia, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Girau do Ponciano, Inhapi, Igaci, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Izidoro, Maravilha, Mata grande, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho D’água das flores, Olho D´Água do Casado, Olivença, Ouro Branco, Palestina, palmeira dos índios, Pão de Açúcar, Pariconha, Piranhas, Poço das trincheiras, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira, Quebrangulo e Traipu.

AMA

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