Pré-sal deve trazer para Alagoas investimentos de US$ 1,55 bilhão

04 jan 2013 - 09:27


Paralelo às discussões referentes à distribuição dos royalties para os estados, a movimentação entorno do Pré-sal já impacta na economia alagoana.

Com o consórcio firmado entre as empresas Tomé Engenharia e Ferrostaal Industrieanlagen GmbH – contratado pela Petrobras – para construção das primeiras seis plataformas tipo FPSO (Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Descarga) o estado deverá receber investimentos na ordem de US$ 1,55 bilhão.

O montante, que será aplicado através de um estaleiro implantado dentro do Porto de Maceió, vai gerar no pico da obra, segundo as empresas envolvidas, 1.750 empregos diretos. Podendo chegar após essa fase a contratação de até 6 mil trabalhadores na etapa da construção dos módulos replicantes. Com isso, o treinamento e aproveitamento da mão de obra local estima-se que chegará a 60%.

Segundo os contratos assinados em agosto de 2012 entre as empresas de engenharia e o Porto de Maceió, a área portuária que foi arrendada por cinco anos receberá, só para melhoria do espaço físico, investimentos na ordem de R$ 80 milhões.

Após este prazo, o que foi investido permanecerá como patrimônio do Porto e, caso seja necessário à renovação de contrato, o processo deverá acontecer a partir de uma nova licitação.

As empresas consorciadas que farão uso do espaço físico do Porto de Maceió foram beneficiadas pela Resolução N° 2.240 da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que aprovada em 2011, permite o uso temporário dos espaços dos portos brasileiros por empresas privadas.

Em Maceió, o consórcio irá construir o Pacote IV de Módulos para os seis primeiros FPSOs (P-66, P-67, P-68, P-69, P-70 e P71). Para isso, serão empregados as mais modernas tecnologias em transportes especiais, levantamento de cargas, construção de estruturas metálicas, tubulações, montagem de equipamentos, montagem elétrica e de instrumentação, preservação e testes.

“É um projeto de grande importância, não só para a Tomé e sua parceira Ferrostaal, mas também para a Petrobras e, consequentemente, para o Brasil, já que ao final desse empreendimento a produção brasileira estará num patamar digno dos grandes exportadores mundiais”, expôs em nota encaminhada ao G1, Wides Schiavo, superintendente de Contratos da Divisão Óleo & Gás da Tomé Engenharia.

Projeção

Diante da inserção de Alagoas na cadeia produtiva do petróleo, impulsionada pelo movimento do Pré-sal, o economista Alexandre Manoel avalia que o cenário é positivo para dinamizar a economia do estado, que vive em um patamar de estagnação sem grandes probabilidades de crescimento.

Segundo ele, esse investimento na capital alagoana é uma oportunidade também para alavancar o setor de serviços. “O simples fato de o estaleiro entrar em operação tende a gerar ganhos de produtividade na economia alagoana. Além disso, um estaleiro tende a gerar aglomerações de outras atividades em seu entorno, principalmente atividades ligadas ao setor de serviços, o que também pode induzir mudanças importantes na economia do estado de Alagoas, aumentando, inclusive, a produtividade do trabalho”, avalia.

O economista ainda destaca como um dos grandes problema da economia de Alagoas e, em particular, da economia de Maceió, a dificuldade em atrair e em manter atividades de alta produtividade. Este investimento além de dar suporte ao setor de serviço, vai interferir também na melhoria de arrecadação de tributos para o Estado.

G1

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