A posse como Senadora da República da ex-prefeita Renilde Bulhões (Pros), realizada esta semana, carrega um simbolismo muito forte sobre a articulação da Família Bulhões com o senador Fernando Collor (Pros).
Entretanto, esse mesmo ato levanta algumas dúvidas de como anda e como se dará a futura relação da família sertaneja junto ao ex-presidente da república.
Como é sabido pelos santanenses, o convívio entre os políticos acabou tendo uma “esfriada” desde que o dono da TV Gazeta decidiu disputar o Governo do Estado, contra os Calheiros, outro aliado da família Bulhões.
Diga-se de passagem, os laços entre a família santanense e a família de Murici foram muito fortalecidos desde a adoção de Isnaldo Bulhões Jr. (MDB) como candidato prioritário à Câmara Federal, no ano passado.
Essa grande proximidade do filho da sua suplente levou também seu pai, Isnaldo Bulhões (MDB) para uma dependência quase que completa para com o grupo político que comanda o Governo do Estado.
A prova disso é que o prefeito de Santana do Ipanema, assim como uma grande maioria de outros gestores municipais, ficaram (e ficam) reféns de recursos, obras e serviços ofertados pelo Executivo Estadual.
Com toda essa ligação com os Calheiros, foi muito difícil a família Bulhões prestar sequer um sinal de solidariedade a Collor em sua empreitada em 2018.
Em confissão a aliados do Sertão, o ex-presidente teria se queixado que esperava ao menos que Renilde o recebesse na cidade, quando fez suas andanças como candidato a governador.
O que não aconteceu.
Licença
Esse licenciamento do senador Fernando Collor já era comentado e esperado há muito tempo, desde quando Renilde assumiu a suplência. Na verdade, isso é até uma prática corriqueira no Senado Federal.
Contudo, devido aos últimos acontecimentos, esse acordo entre os dois parecia até que não ia acontecer. Inclusive, nenhum dos dois andou falando muito sobre a relação publicamente.
Resta saber por que a pouco mais de um ano antes do pleito municipal decidiram concretizar o compromisso. O motivo oficial, de que Collor está se licenciando para cuidar da saúde, não convence muita gente.
É importante lembrar que Collor deve disputar a reeleição a vaga no Senado em 2022, mas antes disso, a família Bulhões tem a tarefa de testar os resultados da sua gestão municipal em 2020.
Por Lucas Malta / Da Redação