Pesquisa mostra que prefeitas estimulam meninas a tirar o título de eleitor

09 nov 2021 - 09:46


Divulgação TRE

Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que analisou os impactos de candidaturas de mulheres ao cargo de prefeita no Brasil, chamou atenção para a influência de suas candidaturas para meninas jovens.

Segundo os pesquisadores, nos casos em que a mulher é eleita prefeita, há um número maior de meninas adolescentes de 14 e 15 anos que, na eleição seguinte, quando completam 16 ou 17 anos, se registram para votar.

No Brasil, o voto é facultativo para essa faixa etária, que poderia deixar para participar apenas ao completar 18 anos, quando ele passa a ser obrigatório.

Em 2012, por exemplo, houve 150 vitórias de mulheres e 141 derrotas. Dessas, em 30 casos a candidata mulher foi eleita com uma margem de apenas 1%, enquanto em outros 24 casos essa foi a margem da derrota.

Nesse intervalo, os pesquisadores notaram diferenças no número de meninas que se registraram, aos 16 e 17 anos, na eleição seguinte, em 2014.

Nos Municípios onde as mulheres venceram, 52% das adolescentes se registraram para votar. Naquelas onde perderam, esse número cai para 48% das meninas.

Em 2017, os três autores já haviam apontado que a eleição de mulheres com ensino superior aumentava o número de votos dados a candidatas em pleitos subsequentes.

Na atual pesquisa, eles analisaram outras hipóteses que poderiam estar influenciando no resultado, como a possibilidade de que uma prefeita mulher implemente políticas públicas que favoreçam o registro eleitoral de jovens meninas.

Municipalistas jovens

Durante as eleições municipais realizadas em 2020, menos municipalistas com idade até 29 anos ingressaram na política, em comparação ao resultado de 2016. Até o dia do primeiro turno das eleições municipais de 2020, apenas 122 eleitos tinham até 29 anos. Em 2016 esse número foi de 154 eleitos.

Quando o número de vereadores eleitos é analisado também houve modificações. Em 2016 foram eleitos 4.668 vereadores com idade até 29 anos e em 2020 esse número também diminuiu para 4.084, que eram tidos como jovens, de acordo com o estatuto da juventude até o dia da posse.

Da Agência CNM de Notícias

Comentários