O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) divulga semanalmente a balneabilidade das praias e lagunas do estado. Neste documento são destacados fatores que determinam se o ambiente é adequado ou não para banho. Durante o verão é comum que as praias do estado sejam bastante movimentadas, no entanto, em um período chuvoso como aponta Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) para os próximos dias, a partir desta sexta-feira (22), é importante se atentar aos relatórios publicados pelo IMA, além de outros indicadores de qualidade da água.
Durante o período de chuvas, a proliferação de bactérias no mar pode ocorrer devido ao escoamento de água nas cidades, entrando em contato com ambientes infectados, como esgotos com ligação clandestina, transportando o conteúdo até as águas marinhas. Ana Karine Pimentel, gerente do laboratório do IMA, destaca que após um período chuvoso, é necessário aguardar 48 horas de sol intenso na região para que o ambiente esteja adequado para banho novamente. “É preciso esperar esse período para que ocorra a estabilização do local, cesse o fluxo nas galerias de drenagem pluvial e, assim, o contato com essas praias será mais seguro”, pontua Karine.
A balneabilidade de praias e rios, realizada pelo IMA, pode ser consultada pelo aplicativo ‘Nossa Praia’ e no site do órgão: https://www2.ima.al.gov.br/, no qual é indicado que os banhistas evitem o contato com qualquer ambiente contaminado. Além disso, é crucial estar atento às características físicas da água, como destaca Pimentel. “Fica o alerta, o que a pessoa enxerga na hora do banho é um fator relevante. Se está sol e a galeria de drenagem pluvial está fluindo, provavelmente aquilo não é uma condição de chuva. Outros fatores como coloração, cheiro diferente na água e proliferação alterada de algas também devem ser motivo de atenção”, disse.
Ainda segundo Ana Karine, essas características devem ser priorizadas nos próximos dias, uma vez que o laboratório realizou as análises desta semana antes do período chuvoso e podem conter variações considerando os fatores atuais dos pontos de coleta. Encontrando qualquer condição adversa que possa indicar contaminação, é possível entrar em contato com o IMA por meio do aplicativo IMA Denuncie, resultando em novas coletas e análises naquela região.
Setenta áreas, sendo 60 ligadas ao mar e 10 às lagunas e rios, totalizam os pontos de coleta e análise pelo órgão. Essas ações seguem as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) baseadas na Resolução N° 274/2000 e são realizadas pelos técnicos do laboratório do IMA. Conforme os critérios estabelecidos, uma praia é considerada adequada para banho quando, em um conjunto de amostras coletadas nas últimas cinco semanas no mesmo local, 80% ou mais delas não excedem o limite de 800 NMP (Número Mais Provável) de Escherichia coli por 100ml de água, uma bactéria que normalmente habita o intestino humano.
Quando a qualidade da água não atende aos critérios mencionados ou excede 2.000 Escherichia coli por 100ml, as praias são classificadas como impróprias para banho ou fins recreativos. Apesar de ser uma bactéria presente no intestino humano, o contato direto com um ambiente aquático contaminado pode causar desde irritações na pele e nos olhos até diarréias, e em casos mais graves, afetar o fígado ou o sistema nervoso central.